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BELO HORIZONTE/MG - Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo publicada neste final de semana, o atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema, defendeu a criação de uma frente dos governos do Sul e Sudeste para ter “protagonismo político” diante da atuação dos políticos das demais regiões. Zema comentava sobre a criação do Consórcio Sul, Sudeste (Cossud) que, na visão dele, estaria atrás dos consórcios de governadores do Norte e do Nordeste, supostamente mais politicamente organizados, segundo Zema.  

A fala do governador mineiro gerou ampla repercussão no meio político. Em nota, o presidente do Consórcio Nordeste, João Azevedo, afirmou que “ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento”.

Segundo o governador da Paraíba João Azevêdo, os consórcios Nordeste não tem qualquer intenção separatista. “Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual”.

Em entrevista à GloboNews, o governador do Pará, Helder Barbalho, atual presidente do Consórcio da Amazônia Legal, que reúne os estados do Norte mais Maranhão e Mato Grosso, disse que é um equívoco estimular a competição entre os brasileiros das diferentes regiões. “Nós devemos pregar a união federativa”, defendeu.

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi às redes sociais comentar a entrevista de Zema. “Não cultivamos em Minas a cultura da exclusão. JK, o mais ilustre dos mineiros, ao interiorizar e integrar o Brasil, promoveu a lógica da união nacional”, disse. Segundo Pacheco, “Somos um só país”. 

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse que a opinião de Zema é “pessoal” e que participa do Consórcio do Sudeste para que ele “seja um instrumento de colaboração para o desenvolvimento do Brasil e um canal de diálogo com as demais regiões”.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, foi às redes sociais e se manifestou dizendo que “seremos todos mais fortes quanto mais formos um só Brasil”. Segundo Leite, ele nunca achou que o Norte e Nordeste haviam se unido contra os demais estados do país. “Muito pelo contrário, a União desses estados em torno da pauta que é de interesse comum deles serviu de inspiração para que a gente possa, finalmente, fazer o mesmo. Não tem nada a ver com frente de estados contra estados”. Leite acrescentou que, caso Zema tenha dito o contrário, “não me representa’. 

A fala de Zema também repercutiu no governo federal. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que “é absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais. Precisamos do Brasil unido e forte. Está na Constituição, no art. 19, que é proibido criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Ainda segundo Dino, “traidor da Constituição é traidor da Pátria”.

O governador mineiro Romeu Zema comentou as repercussões à entrevista dele dizendo que houve uma “distorção dos fatos”. “A união do Sul e Sudeste jamais será para diminuir outras regiões. Não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços”, explicou. 

 

 

Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil

BELO HORIZONTE/MG - O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou em entrevista nesta quinta-feira (17) que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) pecou na comunicação e que perdeu a eleição não só para o adversário, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas para si mesmo.

"O presidente Bolsonaro teve uma infelicidade muito grande principalmente na comunicação", disse ele em entrevista ao jornal O Tempo. "Teve bons resultados, mas sempre causando muitos ruídos, um desgaste desnecessário. Mais do que ter perdido para o próprio candidato Lula, o presidente Bolsonaro perdeu para si mesmo, devido à forma de condução da comunicação".

Para Zema, que foi coordenador da campanha de Bolsonaro em Minas Gerais no segundo turno das eleições, a comunicação do presidente falhou principalmente durante a pandemia da Covid-19.

"Durante a pandemia, a comunicação do governo federal deixou muito a desejar. Quando você está lidando com algo que não conhece, é bom não menosprezar, você está menosprezando algo que alguém está aflito em relação àquilo e acaba tendo um reflexo negativo", disse.

O mineiro também negou que seja o "herdeiro" político de Bolsonaro no estado. "Não me vejo como herdeiro, até porque tenho partido diferente. Apoiei Bolsonaro no segundo turno porque tenho mais semelhanças com o projeto dele do que com o candidato adversário, mas temos diferenças", afirmou.

 

 

FOLHA de S.PAULO

BRASÍLIA/DF - O governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi até o Palácio da Alvorada e anunciou nesta terça-feira (04) que apoiará o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial contra o PT e Lula.

“Eu estou aqui para declarar meu apoio à candidatura do presidente Bolsonaro porque eu, mais que ninguém, herdei uma tragédia. Em muitas coisas convergimos e outras não, mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar pra frente e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que o adversário dele” disse Zema.

Bolsonaro agradeceu o apoio do governador reeleito de Minas. "Sempre tivemos diálogo muito franco, nada tratado entre nós visava outros interesses a não ser o futuro do estado e, da nossa parte, do Brasil. O governador Zema passou um breve filme do que foi a gestão do PT para seu estado, e podemos dizer a mesma coisa sobre o Brasil. O apoio do governador Zema é muito bem-vindo. É o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, e é decisivo. Mais do que bem-vindo, ele é essencial e decisivo para nossa reeleição.”

Lula venceu no primeiro turno em Minas Gerais, onde obteve 48,29% dos votos para presidente da República no estado (5.802.571). Já o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), obteve 43,60% dos votos (5.239.264). A senadora Simone Tebet (MDB) teve 4,17% dos votos em Minas, e Ciro Gomes (PDT), 2,58%.

Em Belo Horizonte, Bolsonaro ganhou com 46,60% do eleitorado. Lula ficou com 42,53%.

 

 

IMPRENSA BRASIL

BELO HORIZONTE/MG - O governador e candidato à reeleição de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) voltou a criticar o Partido dos Trabalhadores durante entrevista ao jornal Folha de S. Paulo sobre um possível apoio a Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.

Romeu Zema se esquivou em confirmar que estará ao lado do presidente na disputa, mas disse que “apoiar o PT te adianto que não apoiarei”.

“Para mim é o que há de pior na política no Brasil. […] Temos que lembrar que quem arrasou Minas Gerais foi o PT do [ex-governador Fernando] Pimentel. A última coisa que eu como mineiro, desejava era um governo PT em Minas e também no Brasil”, acrescentou o governador.

Quando questionado sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro, Romeu Zema afirmou que o governo federal “tem causado polêmicas desnecessárias”, mas mencionou que houve avanço no combate à corrupção.

“A pandemia poderia ter sido mais bem conduzida, de forma centralizada. Pandemia é hora de correr atrás de salvar vidas e curar pessoas, e não de causar polêmicas. Parece que o governo federal tem causado polêmicas desnecessárias. E por uma questão de fidelidade partidária estou apoiando o candidato do Novo [Felipe D’Ávila]. Falei isso para ele [Bolsonaro]: continuo apoiando e admirando parte do seu governo. Se pegarmos corrupção no PT e corrupção hoje, acabou não. Mas acho que deve estar 90% a 95% menor do que na era PT. É um avanço notável.”

O entrevistador perguntou a Zema sobre o eleitorado petista que vota nele o que ele pensa.

“Vejo com naturalidade. O eleitor é pragmático. Vota onde percebe melhores perspectivas e tivemos no passado uma coincidência durante o governo do presidente Lula de uma série de fatores no mundo, como a alta das commodities, que fez com que o Brasil vivesse um momento bom. Não podemos falar que a gestão foi boa. Houve um momento bom, mas por conjunturas externas.”

 

 

IMPRENSA BRASIL

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