UCRÂNIA - O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, revelou que estão a ser preparadas "novas soluções" para as questões de energia e comunicação do país, na sequência dos bombardeamentos russos, que destruíram grande parte do sistema de energia do país.
"Estamos a preparar novas soluções para impedir que a Rússia manipule a vida interna da Ucrânia", começou por dizer o líder ucraniano no seu habitual discurso noturno, ressaltando que "a partir desta noite, cerca de 6 milhões de habitantes na maioria das regiões do nosso país e em Kyiv estão sem eletricidade".
Zelensky afirma que "a situação continua muito difícil na capital, bem como nas regiões de Kyiv, Vinnytsia, Lviv, Odesa, Khmelnytskyi e Cherkasy", avançado que "estão a fazer de tudo" para que os sistemas voltem a estar estáveis por mais tempo.
"Engenheiros de energia e concessionárias, todos os nossos serviços, estão a fazer de tudo para estabilizar o sistema e dar às pessoas mais energia por mais tempo. E quero enfatizar mais uma vez: é muito importante que as pessoas entendam quando e por quanto tempo a sua eletricidade será cortada. Esta é uma responsabilidade das próprias empresas de energia e das autoridades locais. As pessoas têm o direito de saber. E na medida em que agora é possível, a previsibilidade da vida deve ser assegurada. As pessoas veem que nas casas vizinhas ou nas ruas próximas, por algum motivo, as regras em relação à luz são diferentes. E deve haver justiça e clareza", explica o chefe de Estado ucraniano.
No seu discurso noturno, Volodymyr Zelensky falou ainda de "duas notícias internacionais muito importantes".
A primeira vem do Canadá. O país "concluiu com sucesso a colocação de títulos de apoio soberano da Ucrânia. O volume é de 500 milhões de dólares canadenses [cerca de 358 milhões de euros]".
A segunda boa notícia para o povo ucraniano chega da Alemanha: "O Bundestag votou a favor de uma resolução que reconhece o Holodomor como genocídio do povo ucraniano. Esta é uma decisão pela justiça, pela verdade. E este é um sinal muito importante para muitos outros países do mundo de que o revanchismo russo não conseguirá reescrever a história".
Segundo os mais recentes dados da ONU, a ofensiva russa na Ucrânia, lançada a 24 de fevereiro, já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas. É a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A organização confirmou também a morte de 6.655 civis e 10.368 feridos desde o início da guerra. Contudo, estes números podem estar muito aquém dos reais.
por Daniela Carrilho / NOTÍCIAS AO MINUTO