SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPDMR) promoveu uma palestra inédita para representantes do comércio, da indústria, da saúde, dos setores lojistas, mercadista, automotivo, metalúrgico, entidades representativas e dos servidores públicos municipais na última sexta-feira, 4 de agosto, para falar sobre o nanismo e para conscientizar as pessoas sobre a importância da acessibilidade e da inclusão dos cidadãos.
O encontro foi uma solicitação do Ministério Público para fortalecer mais uma vez a parceria entre o poder público e a iniciativa privada a fim de atuar no combate ao preconceito das pessoas com deficiência no crescimento, e também estimular políticas públicas que visem o gozo dos direitos, o exercício da comunicação, oportunidades, a liberdade de movimento e de expressão, e o plano acesso à informação.
A secretária Lucinha Garcia abriu o encontro que foi realizado no Auditório “Professor Wilson Wady Cury”, localizado na Avenida São Carlos, 1.800, no Centro. “Temos muito a fazer, estamos avançando a cada dia para eliminar barreiras para todo tipo de deficiência”, disse ela que está à frente da SMPDMR.
Essas pessoas com deficiência e mobilidade reduzida são por vezes discriminadas pela sociedade de uma forma geral, nem sempre dispondo das mesmas chances de empregos perante pessoas de estatura normal. A medicina estima que entre 15 e 26 mil crianças nascidas vivas, uma tem nanismo.
“Nosso tema hoje é o nanismo e queremos ressaltar o quanto de dificuldade essas pessoas passam em todos os lugares, então a ideia nossa é chamar a atenção para esse tema convocando pessoas que possam influenciar em cada um de seus setores de atuação para transformarmos a nossa sociedade em uma sociedade mais justa, mais acessível, cada vez mais funcional sem barreiras, sem impedimentos, com qualidade de vida e mais inclusão”, explica a secretária.
Estavam presentes representantes do Sindispam (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais), do Sindicato do Comércio Varejista de São Carlos e Região (Sincomércio), do Sindicato dos Metalúrgicos, da Electrolux, do Savegnago, da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (ACISC), da Santa Casa de São Carlos, Carrefour, Faber-Castell, O Boticário, Correios, Supermercado Miami, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cogeb, Pernambucanas, além de convidados da Prefeitura de Araraquara lotados na Assessoria Especial de Políticas para Pessoas com Deficiência daquele município.
Na oportunidade, o chefe de Gabinete da SMDPMR, Dante José Nonato, fez uma apresentação das ações e dos serviços que são prestados pelo município de São Carlos não só aos que têm nanismo, mas a todas as pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida.
Antes do início da reunião, todos foram convidados a assistir a um episódio da websérie “Fale com a Veca” que é protagonizada pela influencer Verônica Ned, filha de Nelson Ned, artista diagnosticado na infância com displasia espôndilo-epifisária que o levou a ter apenas 90 centímetros de altura na fase adulta e que, como cantor romântico, vendeu cerca de 45 milhões de discos. No vídeo a atriz mostra como é o dia a dia de um portador de nanismo em um supermercado.
Em maio passado, por meio de ofício, o Promotor de Justiça, Dr. Luciano Garcia Ribeiro, do Ministério Público em São Carlos, solicitou à Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida que elaborasse ações e orientasse as associações comerciais visando a execução de planos e programas para a integração dos direitos de pessoas com nanismo. As adequações referiam-se, entre outras medidas, ao atendimento em balcões devidamente adaptados.
Para o Ministério Público, esses direitos devem ser observados pelos representantes de estabelecimentos de todos os setores da sociedade que exercem atividades na cidade e também de todos os novos estabelecimentos que irão exercer atividade no município de São Carlos.
O IBGE não possui estatísticas sobre a ocorrência de nanismo na população brasileira. Fala-se em nanismo quando um indivíduo tem altura cerca de 20% menor que a média geral da sua população. Em geral, esses indivíduos têm uma estatura inferior a 1,45 metro, no caso de homens, e 1,40 metro no caso de mulheres. Há o nanismo causado por alterações hormonais ou por mutações genéticas, em que alguns órgãos podem ter tamanho desproporcional em relação à altura da pessoa.