Em conjunto com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e com as universidades públicas do Estado de São Paulo, a Universidade vem atuando em duas frentes complementares, visando à construção de uma Política Pública de Saúde Mental voltada para toda a comunidade universitária brasileira. Em novembro, a Vice-Reitora participou de uma mesa sobre o tema no Encontro do Fórum Nacional de Pró-Reitores e Pró-Reitoras de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE/ANDIFES). No evento, foram analisados a conjuntura nacional e os desafios para as instituições. "A Andifes criou um Grupo de Trabalho sobre Saúde nas Universidades Federais após a realização do Seminário ‘Cuidando da Saúde de Todos na Universidade Federal’, promovido a partir de uma proposta da Reitoria da UFSCar", relata a gestora.
O grupo, que conta com a participação de vários representantes de diferentes regiões do País, tem a Coordenação da Pró-Reitora de Assuntos Estudantis da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenadora geral do FONAPRACE, Maria Rita de Assis César, do Pró-Reitor de Assuntos Estudantis da UNIFESP, Anderson da Silva Rosa, e da Vice-Reitora da UFSCar. A reunião nesse Fórum da Andifes teve como objetivo delinear algumas diretrizes e ações desse GT que deve apresentar seu trabalho até fevereiro de 2023.
"A Andifes deve articular com o novo Governo Federal caminhos para que a saúde mental seja uma das prioridades nas universidades. Estamos levantando dados e escrevendo um documento que fundamente essa Política de Saúde Mental. É importante que tenhamos um conceito unificado sobre o que entendemos como saúde mental e qual o papel das universidades na promoção da saúde, na qualidade de vida e na prevenção. Temos que fortalecer o Sistema Único de Saúde e atuar em parceria, funcionando em redes. É fundamental implementar diferentes ações em prol de estudantes e servidores que estão nas universidades", ressalta a Vice-Reitora.
Na avaliação de Djalma Ribeiro Junior, Pró-Reitor da ProACE, o sofrimento mental, de uma forma geral, foi acentuado com a pandemia e com o empobrecimento da sociedade. "Temos notado um aumento do sofrimento mental relacionado à ansiedade excessiva e a quadros de depressão. A universidade deve ser um ambiente que promova a saúde em vez de colaborar com esse adoecimento. Temos que repensar atitudes para que a gente possa trabalhar em uma perspectiva menos competitiva e com mais flexibilidade e solidariedade, buscando mais acolhimento, respeitando e valorizando as diferenças e as diversidades", defende Ribeiro Junior.
Além da construção de uma Política Nacional de Saúde Mental, em uma outra frente, a UFSCar tem estabelecido diálogo com todas as instituições públicas de Ensino Superior do Estado de São Paulo: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do ABC (UFABC) e Instituto Federal de São Paulo (IFSP). "Foi um movimento que começou na Unicamp e se estendeu para todas as universidades públicas do estado. Ao longo de 2022, tivemos algumas reuniões e, no início de dezembro, ocorreu o Seminário ‘Saúde Mental nas Universidades Públicas do Estado de São Paulo’, em Campinas. O evento reuniu profissionais de saúde dessas instituições para trocar conhecimento e discutir estratégias que promovam o bem-estar, a qualidade de vida e a saúde mental", lembra Maria de Jesus Dutra dos Reis.
Ao final do encontro, foi elaborada uma carta de intenções, que será entregue ao novo Governador do Estado de São Paulo e ao futuro Ministro da Saúde para que tenham ciência do que vem sendo realizado e para que o documento sirva de inspiração às demais instituições ao redor do País. Para Ana Beatriz de Oliveira, Reitora da UFSCar, o trabalho com as outras universidades ajudará a enfrentar os desafios. "A UFSCar está bastante otimista com esse trabalho que se inicia e que certamente renderá bons frutos", conclui.