SÃO CARLOS/SP - “Um marco da reação da sociedade brasileira contra o golpismo e um alerta contra aqueles que buscam o retrocesso a um período nefasto e obscurantista que o país já sepultou”. Assim o vereador Azuaite Martins de França (Cidadania), presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal de São Carlos, qualificou a carta em defesa da democracia, lançada nesta semana pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), da qual foi um dos signatários iniciais.
O manifesto está mobilizando a sociedade civil num movimento que Azuaite compara às articulações das Diretas-Já nos anos 80, que contribuíram para o fim do regime militar e a redemocratização do país.
Entre as personalidades que primeiro assinaram o documento estiveram ex-ministros como Pedro Malan e Armínio Fraga e ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal (STF) como Ayres Britto, Carlos Velloso, Celso de Mello, Ellen Gracie, Eros Grau, Marco Aurélio Mello e Sepúlveda Pertence e também o padre Júlio Lancelotti e artistas como Chico Buarque e Arnaldo Antunes, além de banqueiros, empresários e cidadãos da sociedade civil.
O documento da USP é uma reação aos ataques sem provas do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro — pelo qual ele foi eleito nas últimas três décadas, sem contestações.
Azuaite observou que “o Brasil não ficará refém das ameaças de um governante incompetente, porque o Brasil é maior do que aqueles que tentam usurpar nossa democracia e o Estado de Direito”. Já em setembro do ano passado, num alerta contra as declarações golpistas do presidente da República, o vereador reuniu em São Carlos partidos políticos, sindicatos, associações e parlamentares na articulação de uma Frente em Defesa da Democracia, em oposição à "escalada do nazifascismo no país".
Com relação à Carta da Faculdade de Direito da USP, Azuaite ratificou seu teor, assinalando que as eleições brasileiras com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. "Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral", ressaltou o texto.
Azuaite também concorda com a afirmação do manifesto de que é preciso que os brasileiros fiquem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições. “O Brasil será um pária no contexto internacional caso se sujeite aos arroubos autoritários e não caminhe na normalidade democrática”, declarou.
Uma versão em inglês da carta foi lançada na última quinta-feira (28), já que os Estados Unidos, depois do Brasil, são o segundo país com o maior número de acessos, seguido por Portugal, Reino Unido e Alemanha. Para subescrever o documento acesse https://www.