RIO DE JANEIRO/RJ - O jornalista William Bonner, apresentador do Jornal Nacional, quebrou seu silêncio no Twitter para denunciar que estelionatários têm usado o CPF do filho para realizar fraudes. Segundo Bonner, recentemente, os criminosos usaram os dados para pedir o auxílio emergencial do governo.
Nas postagens, Bonner explica que os dados do filho foram usados para “a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras”. “Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência”, escreveu o apresentador do JN.
Na sequência Bonner faz críticas à burocracia do caso e, em seguida, afirma que os estelionatários recentemente pediram o auxílio emergencial com os dados do filho. “Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente”, afirma.
“Mas, desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda”, relatou o jornalista.
Segundo Bonner, o sistema do governo deveria ter negado o pedido, no entanto, ao consultar o site do Dataprev, a família conferiu que o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado.
“O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa – a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado”, relata.
Logo em seguida, Bonner afirma que uma reportagem do O Globo aponta que a Dataprev “não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas, parceiros, parceiras)”.
“Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho? Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar”, afirma o jornalista.
Ainda de acordo com o apresentador do JN, uma nova queixa-crime sobre o caso foi aberta e ele espera rápida apuração do caso. “De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa.”
“E para que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso”, concluiu o jornalista.
*Por: ISTOÉ GENTE