Sedentarismo, diabetes e colesterol alto são alguns fatores que podem provocar o surgimento e o avanço da doença
SÃO CARLOS/SP - A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) é uma inflamação lenta e progressiva das artérias, ocasionada pela presença de placas de gorduras, sobretudo nas pernas, que levam à obstrução dos vasos sanguíneos. A doença compromete a circulação sanguínea e, consequentemente, dificulta a passagem do oxigênio para os órgãos e, principalmente, para as extremidades inferiores, como os pés. Essa condição pode causar feridas, gangrena e, na fase mais intensa da doença, a amputação de membros. Em alguns casos, pode ser fatal.
De acordo com o cirurgião vascular e corresponsável pelo Departamento de Doenças Arteriais Periféricas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Dr. Valter Castelli Júnior, até os 50 anos de idade, homens são os maiores acometidos. A partir dessa idade, com a menopausa, aumenta a incidência em mulheres. A partir dos 60 anos, os índices se igualam entre os sexos, pois, a população idosa é a que mais sofre com a DAOP.
Além da idade avançada, alguns fatores como o tabagismo por um longo período, diabetes, hipertensão arterial, colesterol alto, sedentarismo e questões genéticas, quando a família tem histórico de amputações, podem provocar o surgimento e o avanço da doença.
“A obesidade, por si só, não é um fator de risco. As pessoas relacionam sobrepeso com aumento do colesterol, o que não é verdade, pois muitos indivíduos magros têm níveis aumentados de colesterol e triglicérides (outro tipo de gordura), e muitos obesos têm níveis normais. A somatória dos fatores de risco é que determina a doença e sua evolução”, explica Dr. Castelli.
Durante uma caminhada, pacientes com DAOP podem sentir uma dor bastante intensa na panturrilha, que o impossibilita de continuar com o exercício. Com o descanso a dor passa, mas logo quando o indivíduo retorna os movimentos, a dor volta. “Muitas vezes, o paciente não dá importância e quando procura por médicos não especialistas, o diagnóstico não é realizado e se confunde com simples dores musculares ou problemas ortopédicos. Com o passar do tempo, estas dores pioram e podem ocasionar feridas e até gangrena nos pés e pernas”, alerta o especialista.
A DAOP pode coexistir com a doença coronariana e a carotídea, levando ao infarto do miocárdio e ao acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI), respectivamente. Por isso, um diagnóstico precoce é importante e necessário. Ao surgimento dos sintomas, é fundamental procurar um angiologista ou cirurgião vascular. Esses especialistas têm o conhecimento das melhores formas de anamnese e tratamento da doença. Assim, em conjunto com o paciente, pode definir a melhor forma de controlar o problema.
Médicos associados da SBACV têm acesso diferenciado a cursos de aperfeiçoamento profissional, informação técnica, atualização científica e educação continuada. Para mais informações sobre outras doenças vasculares e para encontrar um médico associado da entidade, acesse www.sbacvsp.com.br.
A SBACV
A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) é uma associação sem fins lucrativos, que visa a defender os direitos de seus profissionais, médicos e residentes, especialistas em saúde vascular. Além disso, tem como objetivo incentivá-los à produção científica, aprofundando as pesquisas nas áreas de Angiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Angiorradiologia e outras modalidades.
A entidade trabalha com uma política alinhada aos valores da AMB (Associação Médica Brasileira) e do CFM (Conselho Federal de Medicina) a fim de conduzir a instituição de maneira ética, sempre valorizando as especialidades médicas em questão. Atualmente, conta com 23 associações regionais espalhadas por todo o Brasil.