SÃO PAULO/SP - Já pensou em ter uma ajuda extra para se sentir mais inteligente em pouco tempo? É o que muitos jovens e concurseiros desejam — e fazem, a partir do uso de um medicamento conhecido como “Pílula da Inteligência”. Mas será que essa é uma alternativa realmente eficaz e segura?
A chamada “Pílula da Inteligência” trata-se do fármaco metilfenidato, comercializado como Ritalina ou Concerta, um medicamento tarja preta de classe psicoestimulante — droga que atua diretamente no sistema nervoso central, aumentando o estado de alerta e excitação do corpo. A fórmula em questão ainda atua como estímulo intenso dos neurônios, favorecendo os processos de concentração. As informações são do “g1”.
A indicação do medicamento é auxiliar no tratamento de alguns casos de narcolepsia e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em crianças e adultos, e requer avaliação individual. Logo, fora dessas condições, o uso é considerado indiscriminado e pode ser prejudicial para a saúde mental!
“Ele não é cura. Não é o único tratamento que existe. A gente sempre fala: em saúde mental nada prescinde de abordagens não farmacológicas”, esclarece o psiquiatra e professor do departamento de psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Amilton Santos Jr.
Os riscos da “Pílula da Inteligência”
O uso sem a devida recomendação e orientação médica pode ter graves consequências, entre elas: dependência, ansiedade, dores de cabeça, perda de apetite e, em alguns casos, alucinações e piora de quadros de esquizofrenia ou transtorno bipolar.
“A hora que a pessoa fica sem o remédio, ela fica como se estivesse deprimida mesmo, ela fica para baixo, sem ânimo, sem energia, que é o estado que a gente chama de abstinência”, pontua Amilton.
Para finalizar, Fernando Freitas, pesquisador do Laboratório de Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), alerta sobre os riscos do uso indiscriminado de qualquer medicamento, visto todos têm indicações e contraindicações distintas.
“Pessoas são mais sensíveis e menos sensíveis. Então o mais importante é não fazer o uso de forma aleatória e sem a supervisão de um médico especialista na área”, conclui o pesquisador.