RIO DE JANEIRO/RJ - A infância é o período da vida em que começamos a explorar e entender como o mundo funciona de forma mais consciente. O melhor é que todo esse aprendizado pode vir do simples ato de brincar.
Segundo o pediatra Kenneth R. Ginsburg, as brincadeiras “contribuem para o bem-estar cognitivo, físico, social e emocional”. Mas esse não é um privilégio limitado às crianças humanas: os animais, quando filhotes, também precisam brincar para se desenvolverem bem.
Cientistas afirmam que determinadas espécies têm brincadeiras voltadas apenas para a diversão e outras que ajudam na preparação para os futuros desafios que vão enfrentar na vida. De acordo com a BBC Earth, os cavalos, por exemplo, começam a brincar logo depois que nascem. “Assim que eles conseguem andar, aprendem imediatamente a galopar e saltitar, aprimorando suas habilidades motoras para quando forem adultos.”
Brincar também ensina lições sobre caça e sobrevivência aos animais, e isso pode ser observado tanto na vida doméstica quanto na selvagem. Quando um gatinho se assusta ao perseguir ratos de pelúcia, ele está treinando para se defender e não ser surpreendido por alguma ameaça durante a vida adulta. Antes de se tornarem caçadores completos, falcões praticam com alvos que se assemelham a presas reais. Já os golfinhos nadam atrás de círculos de ar para melhorar seu sonar.
Mas não para por aí. Outra habilidade tão importante para os humanos quanto para os animais desenvolvida por meio de brincadeiras é a socialização. As espécies que vivem em matilhas, rebanhos ou grandes grupos costumam brincar de luta, o que favorece a capacidade física deles e situa cada um dentro da hierarquia da comunidade.
Muitos animais ainda têm suas habilidades sociais melhoradas aprendendo a ser pais competentes. Chimpanzés fêmeas, por exemplo, são capazes de carregar gravetos e cuidar deles como se fossem seus filhotes de verdade, emulando o afeto que receberam das próprias mães até que realmente se reproduzam.
Roanna Azevedo / HYPENESS