BARRETOS/SP - A Polícia Civil deflagrou uma operação contra uma organização criminosa especializada em receptação de veículos e lavagem de dinheiro na região de Barretos, no interior do estado. A ação ocorreu na manhã de quarta-feira (25) e prendeu cinco criminosos, entre eles o líder do bando, apontado como responsável por um desmanche clandestino.
A Operação Elo Quebrado foi coordenada pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Seccional de Barretos, com apoio da Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Barretos, das Delegacias de Colina e Jaborandi, além do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran).
Foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária, sendo quatro em Barretos e um no presídio de Frutal, em Minas Gerais, onde um dos investigados já estava detido por outros crimes. Três mulheres, com idades entre 35 e 61 anos, e dois homens, de 39 e 40 anos foram presos.
Durante a operação, foram apreendidos dois veículos e quantias em dinheiro. No desmanche clandestino, localizado na área rural de Barretos, foi cumprido um mandado de busca e apreensão contra um estabelecimento que foi lacrado pelas autoridades.
Investigações
A investigação do caso teve início em abril de 2023, quando uma operação de combate a furtos e roubos de veículos levou à descoberta do desmanche clandestino. Na ocasião, foram encontrados diversos chassis de caminhão com números suprimidos e grande quantidade de peças automotivas ilegais.
As apurações ainda apontaram para a existência de uma organização criminosa responsável pelo desmanche e posterior lavagem de dinheiro.
Com todo o material apreendido nas investigações, o Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) da Polícia Civil realizou uma análise técnica e identificou movimentação financeira de R$ 13,9 milhões entre os investigados, no período de 2018 a 2023. Cerca de R$ 11,5 milhões não possuíam origem declarada.
O relatório apontou diversas características típicas de lavagem de dinheiro, incluindo operações incompatíveis com a capacidade econômica dos suspeitos, depósitos em espécie sem identificação da origem, utilização de "laranjas" para ocultar patrimônio, inconsistências nas declarações à Receita Federal e fragmentação de valores para dificultar rastreamento.
Por determinação judicial, foi decretado o bloqueio de bens, direitos e valores dos detidos no valor de R$ 11,5 milhões.
O grupo responderá pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações prosseguem para identificar e localizar outros suspeitos de envolvimento com o esquema.