ZURIQUE - O presidente do Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês), Thomas Jordan, defendeu os recentes aumentos nas taxas de juros para combater a inflação, dizendo que não prejudicam a estabilidade financeira suíça nem são responsáveis pelo colapso do Credit Suisse.
O SNB aumentou as taxas de juros quatro vezes ao longo do ano passado para reduzir a inflação que persistiu acima da meta do banco central de zero até 2%.
O mercado atualmente espera um aumento de 0,25 ponto percentual em relação ao atual nível de 1,5% quando o banco central fizer sua próxima reunião em junho.
"As taxas de juros na Suíça ainda estão muito baixas", disse Jordan em um evento em Lugano, no sul da Suíça. "Não vemos um grande risco em apertar demais a política monetária.
"Não é algo que prejudique a estabilidade financeira em geral na Suíça", acrescentou.
De fato, taxas mais altas podem ser vistas como positivas para a estabilidade financeira, ajudando os bancos a restaurar suas margens de lucro, disse ele.
"Tínhamos esse problema de estabilidade financeira com o Credit Suisse, mas era algo diferente", disse Jordan. "Este é um caso individual, onde as taxas de juros não foram o problema, mas sim a falta de confiança dos participantes do mercado em uma instituição."
Jordan disse estar preocupado com o ritmo dos saques bancários que acabaram levando ao resgate do banco atingido e à aquisição pelo UBS em uma operação projetada pelo governo e pelo banco central suíço.
"90% dos depósitos saíram em questão de dias", disse Jordan. "Isso é certamente algo que temos que olhar com muito cuidado e ver o que podemos fazer para evitar esse tipo de fuga dos bancos."
Jordan disse que também continua preocupado com a inflação suíça, que caiu em abril para 2,6%, mas permaneceu fora da meta do SNB pelo 14º mês consecutivo.
Quanto mais tempo a inflação permanecer acima da meta do banco central, mais ela ficará enraizada na percepção de empresas e famílias e será mais difícil reduzi-la, disse Jordan.
"Temos que trazê-la de volta para menos de 2% o mais rápido possível", disse Jordan.
Reportagem de John Revill / REUTERS
EUA - Uma convidada do CoinDesk's Consensus Festival, a CEO da empresa de investimentos Franklin Templeton, Jenny Johnson, alertou que a indústria cripto deve se preparar para uma regulamentação mais rígida.
Johnson disse que o futuro da indústria "será regulamentado". Ela também criticou o Bitcoin, dizendo que criptomoedas como o BTC são uma "distração" da verdadeira inovação das criptomoedas, a tecnologia blockchain.
"O bitcoin é a maior distração da maior disrupção [que virá ao sistema financeiro], e isso é blockchain", disse Johnson.
Ela também refutou a ideia de que Bitcoin poderia se tornar uma moeda global, enfatizando que o governo dos EUA não deixará isso acontecer:
"Posso dizer que se o bitcoin se tornasse tão grande que ameaçasse o dólar americano como moeda de reserva, os Estados Unidos limitariam o uso do bitcoin", disse ela, acrescentando que "as moedas são muito importantes para os governos [...] administrar suas economias", e que "não cederão sua moeda a este conceito de moeda global".
Johnson acrescentou que é melhor que as empresas se envolvam diretamente com os reguladores ao desenvolver novos produtos. Ela disse que a Franklin Templeton, que administra US$ 1,5 trilhão em ativos, manteve contato próximo com a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA durante o desenvolvimento de seu fundo mútuo baseado na blockchain Polygon, que acaba de ser lançado.
Com base na experiência com reguladores de todo o mundo, Johnson também observou que “diferentes partes do mundo são mais avançadas do que outras, mais confortáveis com [cripto] do que outras”, citando Cingapura, Hong Kong e os Emirados Árabes Unidos como exemplos de cripto. jurisdições amigáveis.
Finalmente, em relação aos EUA, ela disse que os reguladores estão nervosos com a adoção de regulamentos que possam ter consequências não intencionais, observando que "este é um espaço complexo e os reguladores estão tentando ser pensados", disse Johnson.
por Investing.com
BRASÍLIA/DF - A noite de sexta-feira (3) foi de complicações para quem precisou transferir dinheiro. Uma instabilidade nos sistemas do Banco Central (BC) que processam as transferências via PIX interrompeu o serviço por pouco mais uma hora.
O problema, informou o BC, durou uma hora e 13 minutos e foi resolvido pouco antes das 22h. No entanto, os correntistas continuarão a ter dificuldades nas próximas horas por causa do fluxo represado de operações.
"Os sistemas do Banco Central do Brasil responsáveis pelo processamento do PIX apresentaram instabilidade entre 20h32 e 21h45. A partir das 21h45 os sistemas voltaram a operar normalmente. Possíveis lentidões podem ainda ocorrer em função do acúmulo de transações durante o período de instabilidade", informou o BC à imprensa.
Segundo o site Downdetector, que monitora reclamações de serviços, durante quase todo o dia, o Banco Central (BC), que administra o PIX, não enfrentou problemas. Às 20h38, o número de reclamações saltou de 0 para 11 naquele minuto. O número de queixas simultâneas saltou para 56 às 20h48 e para 194 às 21h46.
Nos sites de bancos monitorados pelo Downdector, o padrão de reclamações está parecido, com as queixas disparando a partir das 20h40. A página acompanha as reclamações das seguintes instituições financeiras: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco, Santander, Inter e bancos digitais como Nubank, Next e C6 Bank, entre outros.
Na maioria dos bancos, o volume de reclamações começou a cair por volta das 21h15, mas continua bastante acima da média. Na página do Banco Central, o pico ocorreu às 21h31, quando foram registradas 246 queixas simultâneas.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
IBATÉ/SP - O Banco do Povo Paulista (BPP) é um programa de microcrédito produtivo do Governo do Estado de São Paulo realizado em parceria com a Prefeitura de Ibaté. Tem como objetivo promover a geração de emprego e renda, por meio da concessão de microcrédito para o desenvolvimento econômico de pequenos negócios, formais ou informais.
O serviço oferece financiamentos para empreendedores de micro e pequenos negócios, para investir em mercadorias, equipamentos, estoque, matéria-prima ou prestações de serviços para o negócio, como forma de viabilizar desenvolvimento socioeconômico local e geração de renda e emprego.
O Banco do Povo atua no segmento de microcrédito: de R$ 200,00 a R$ 15.000,00 para pessoa física e de R$ 200,00 a R$ 21.000,00 para pessoa jurídica.
Podem ser tomadores do crédito aqueles que atendam algumas exigências. Os interessados para devem procurar atendimento, exclusivamente, na unidade do Poupatempo de Ibaté, que está localizado na rua Eduardo Apreia, 770, no bairro Jardim Mariana. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados, das 9h às 13h.
O agente de crédito do BPP de Ibaté, Mário Henrique Narcizo, ressalta que também é oferecida ainda linhas de crédito para empresas, cooperativas e associações voltadas a atividades produtivas que demonstrem faturamento bruto de até R$ 360 mil nos últimos 12 meses; aos Microempreendedores Individuais (MEI) e pessoas físicas que trabalhem por conta própria. "No ano de 2022, o Banco do Povo Paulista de Ibaté já financiou cerca de R$251 mil em projetos focados no desenvolvimento de pequenos negócios no município", contou.
Entre outras exigências para efetivar a concessão do crédito, o interessado deve desenvolver atividade produtiva (formal ou informal); se Pessoa Física, residir há mais de dois anos em município contemplado pelo BPP, com endereço fixo;com empreendimento em endereço fixo em outro município contemplado pelo BPP, possuir o negócio há mais de dois anos; se Pessoa Jurídica, não a exigência de tempo de residência; não ter restrições cadastrais no SCPC, SERASA e CADIN Estadual; ter mais de 18 anos (menor com idade a partir de 16 anos, desde que seja emancipado legalmente); analfabetos ou portadores de deficiência física (que impeça a leitura do contrato ou o comparecimento no ato da assinatura), somente através de procuração pública, outorgando poderes a terceiros para representá-lo no ato da assinatura do contrato e que deverá ser lavrada em cartório local. Observação: Deficiente intelectual é considerado incapaz, não podendo assumir compromissos.
“A taxa de juros varia de 0,35% a 0,55% ao mês para pessoa jurídica e 0,80% para pessoa física, para todas as linhas de crédito. Não há cobrança de taxas de abertura de crédito, de cadastro ou de elaboração de contrato”, finaliza Mário Henrique.
Serviço:
Banco do Povo Paulista Ibaté
Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, 9h às 17h e aos sábados das 9h às 13h (sem agendamento)
Local: Unidade do Poupatempo Ibaté
Endereço: Rua Eduardo Apreia, 770, Jardim Mariana
TÓQUIO - O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, descartou nesta segunda-feira a chance de uma saída no curto prazo da política monetária ultrafrouxa, embora os mercados e as autoridades estejam sinalizando um foco crescente no que acontecerá após o término do mandato de Kuroda.
Os investidores continuaram a aumentar os rendimentos dos títulos do governo japonês com a expectativa de que o banco central eliminará gradualmente seu controle de rendimentos sob um novo presidente quando o segundo mandato de cinco anos de Kuroda terminar em abril do próximo ano.
A mudança de atenção para uma era pós-Kuroda também ficou evidente nos comentários do primeiro-ministro, Fumio Kishida, nesta segunda-feira de que uma decisão sobre a revisão do plano de uma década do Japão para vencer a deflação será tomada após a nomeação de um novo presidente do Banco do Japão.
"É algo para depois que o novo presidente do Banco do Japão for decidido", disse Kishida em um seminário, referindo-se a possíveis mudanças que o governo pode buscar em sua declaração conjunta com o banco central que compromete a instituição a atingir uma meta de inflação de 2% o mais cedo possível.
O Banco do Japão chocou os mercados na semana passada com uma surpreendente ampliação da faixa de subsídio em torno de seu título de 10 anos, uma medida que visava aliviar parte do custo do estímulo prolongado.
Kuroda disse nesta segunda-feira que a decisão da semana passada pretendeu aumentar o efeito de sua política ultrafrouxa, em vez de um primeiro passo para a retirada de seu programa de estímulo massivo.
"Definitivamente, este não é um passo para uma saída. O Banco visará atingir a meta de preço de maneira sustentável e estável, acompanhada de aumentos salariais, continuando com o afrouxamento monetário sob controle da curva de juros", disse Kuroda em discurso proferido à empresa de lobby empresarial Keidanren.
Mas Kuroda disse que o crescimento salarial deve aumentar gradualmente devido à intensificação da escassez de mão de obra e às mudanças estruturais no mercado de trabalho do Japão, que estão levando a salários mais altos para trabalhadores temporários e um aumento no número de trabalhadores permanentes.
Reportagem de Leika Kihara; Reportagem adicional de Tetsushi Kajimoto e Kentaro Sugiyama / REUTERS
SÃO PAULO/SP - O Santander aumentou suas expectativas para a inflação no Brasil no horizonte até 2024, e alertou para os riscos que a expansão fiscal planejada pelo governo eleito representa para a consolidação das contas públicas num longo prazo.
O banco revisou o IPCA de 2022 para alta de 5,8%, contra 5,5% estimados antes, citando "surpresas altistas recentes em preços voláteis, em conjunto com o fim do efeito baixista do corte de impostos".
Para 2023, "agora consideramos novas altas de tributos, além dos efeitos de um mercado de trabalho mais aquecido", disse o Santander, o que elevou sua projeção de inflação para o ano que vem a 5,4%, de 5,0%.
"Dada a inflação mais alta no próximo ano, com pressões em grupos de preços mais rígidos/inerciais, revisamos o IPCA 2024 para 3,5% (antes 3,0%), o que implica uma trajetória ainda mais lenta de convergência inflacionária ao centro da meta", afirmou o banco em relatório assinado por sua economista-chefe, Ana Paula Vescovi, e equipe.
Ainda assim, o Santander manteve suas expectativas para a taxa Selic em 12,0% em 2023 e 9,00% em 2024, ante patamar atual de 13,75%. No entanto, "dado o tom atual das discussões de política fiscal, enxergamos riscos altistas para a trajetória futura da taxa de juros", avaliou o banco.
Em relação ao fiscal, o Santander passou a projetar um déficit primário do setor público de 1,5% do PIB em 2023, piora em relação ao rombo de 1,4% previsto anteriormente.
O banco alertou que "a PEC (da Transição) aprovada no Senado tem potencial de impacto fiscal acima de 220 bilhões de reais, e a aprovação de legislação neste patamar geraria viés baixista às estimativas de resultado primário".
"Para o longo prazo, uma vez que assumimos que o atual nível das commodities não será permanente, seguimos vendo uma trilha arriscada para a estabilização da dívida, dada a reduzida eficácia das regras fiscais e as pressões para gastos sociais", avaliou o credor privado.
"No próximo ano, será fundamental observar o debate sobre as novas regras fiscais, que terão por finalidade ancorar as expectativas para o processo de consolidação fiscal à frente."
Por Luana Maria Benedito / REUTERS
BRASÍLIA/DF - Interrompido desde meados de abril, o Sistema Valores a Receber (SVR) ainda tem R$ 4,6 bilhões esquecidos em instituições financeiras para serem devolvidos, divulgou hoje (8), em Brasília, o Banco Central (BC). Desse total, estão destinados R$ 3,6 bilhões a 32 milhões de pessoas físicas e R$ 1 bilhão a 2 milhões de empresas.
O BC também anunciou que voltará a receber dados das instituições em janeiro. A data de reabertura das consultas ao SVR ainda não está definida. No entanto, o órgão esclarece que uma instrução normativa editada em novembro obriga as instituições a encaminharem à autoridade monetária informações de valores esquecidos.
As instituições repassarão ao BC três tipos de valores esquecidos por correntistas:
• contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
• contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível; e
• outras situações que ensejam valores a devolver reconhecidas pelas instituições.
Segundo o Banco Central, os dados recebidos das instituições financeiras serão processados e oferecidos aos correntistas assim que o SVR for reaberto. O órgão informou que também trabalha em melhorias no sistema, como a inclusão de novos tipos de valores e o saque por herdeiros e representantes legais de falecidos.
Assim que o sistema for reaberto, informou o BC, herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais da pessoa falecida poderão consultar a existência de valores esquecidos e receberem instruções sobre como resgatar o dinheiro. Eles terão de aceitar um termo de responsabilidade antes de fazer a consulta.
A abertura do SVR a pessoas falecidas chegou a ser anunciada pelo BC no início do ano, mas foi paralisada por causa da greve no órgão, que durou de abril a julho.
Outra novidade será a adoção de uma fila de espera virtual para acessar o SVR. A ferramenta substituirá a lógica de acesso programado (com dia e hora definidos) que vigorou na primeira versão do sistema.
Atualmente, os valores esquecidos no sistema financeiro estão distribuídos nas seguintes faixas: 23,58 milhões de correntistas (68%) até R$ 10; 7,94 milhões (23%) entre R$ 10,01 e R$ 100; 2,86 milhões (8%) de R$ 100,01 e R$ 1 mil; e 476,5 mil (1%) acima de R$ 1 mil. Com o reenvio dos dados pelas instituições financeiras, o estoque de R$ 4,6 bilhões a serem devolvidos pode aumentar.
A devolução de valores esquecidos ocorreu de fevereiro a abril deste ano. Nesse período, informou o BC, as instituições devolveram R$ 2,36 bilhões para 7,2 milhões de pessoas físicas e 300 mil pessoas jurídicas.
Desse total, R$ 321 milhões foram devolvidos via PIX a 3,7 milhões de beneficiários que clicaram diretamente no sistema para pedir os valores. O restante foi devolvido por meio de contato do beneficiário com a instituição (telefone, e-mail, ida à agência ou outros canais de atendimento).
Inicialmente, estava prevista uma segunda fase de consultas e saques no SVR para maio. Essa etapa incluiria mais fontes de recursos esquecidos, como cobranças indevidas de tarifas ou obrigações de crédito não previstas em termo de compromisso, contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas e contas encerradas em corretoras e distribuidoras. No entanto, o processo foi interrompido por causa da greve dos servidores do BC, que durou três meses e paralisou o desenvolvimento de projetos dentro do órgão.
Por Welton Máximo - Repórter da Agência Brasil
URUGUAI - O presidente da Argentina, Alberto Fernández, sugeriu nesta terça-feira, 6, a eventual criação de um Banco Central do Mercosul. Durante a reunião de cúpula do grupo, o líder argentino disse que não seria “uma loucura” a criação da autoridade monetária comum.
“Não é loucura para o Brasil, e não é loucura para a Argentina”, afirmou. No evento, o governo brasileiro foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
O encontro foi realizado no Uruguai e contou com uma série de discussões sobre acordos comerciais. A reunião marcou ainda a rotatividade da presidência do Mercosul, que passa agora a ser ocupada pela Argentina.
A reunião expôs tensões sobre a flexibilidade comercial do bloco, com atritos entre Fernández e o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou.
Lacalle Pou reafirmou sua intenção de negociar um acordo de livre comércio com a China – pedindo apoio dos parceiros – e entrar no Acordo Transpacífico, alegando que o Mercosul seria “uma das áreas mais protecionistas do mundo”.
“Ninguém pegou um avião para buscar conflito, mas para buscar um retorno” à disputa, disse, admitindo a existência de tensões internas e descrevendo o bloco como “uma zona de livre comércio imperfeita”.
Na segunda-feira, 5, chanceleres do Paraguai, do Brasil e da Argentina já haviam advertido o Uruguai com sanções legais e comerciais, criticando sua atitude de buscar acordos bilaterais que eles interpretam como uma violação da regra do consenso para a tomada de decisões.
Fernández disse que o acordo com a União Europeia é desvantajoso para seu país porque não contempla assimetrias. Ele também reconheceu que o Uruguai é um país autônomo e pode assinar um acordo de livre comércio com a China, mas pediu um estudo conjunto.
O presidente argentino reconheceu que o “grande problema” do Mercosul “são as assimetrias de seus membros”. “Nós nunca os resolvemos. É hora de ver como vamos resolvê-los”, argumentou.
por Matheus Andrade / ESTADÃO
BRASÍLIA/DF - O Banco do Brasil (BB) bateu recorde de lucro nos nove primeiros meses do ano. De janeiro a setembro, a instituição financeira teve lucro líquido ajustado de R$ 22,8 bilhões, crescimento de 50,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em nota, o BB informou que a melhoria dos lucros decorreu do crescimento da carteira de crédito com uma composição que diminui o risco de inadimplência. O banco também cita a diversificação das receitas (principalmente de serviços) e o controle dos gastos.
Apenas no terceiro trimestre, o lucro líquido ajustado alcançou R$ 8,4 bilhões, resultado 62,7% acima do mesmo trimestre de 2021 e 7,1% acima do trimestre anterior. O retorno sobre patrimônio líquido (RSPL) chegou a 20,5%, o que, segundo o BB, representa um índice semelhante ao dos bancos privados.
De acordo com o BB, parte da melhoria decorre do crescimento do crédito com a manutenção do índice de inadimplência abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional. A carteira de crédito ampliada encerrou setembro em R$ 969,2 bilhões, 19% acima do registrado em setembro de 2021 e 5,4% acima do observado no fim do segundo trimestre.
Indicador usado para medir a solidez financeira, o Índice de Basileia atingiu 16,72%, dos quais 11,77% de capital principal. Para cada R$ 100 emprestados, a instituição mantém R$ 16,72 em caixa, dos quais R$ 11,77 correspondem ao capital principal. Esses níveis são um dos mais altos entre os bancos brasileiros.
Na distribuição por segmentos de crédito, a carteira pessoa física ampliada cresceu 10,9% em relação a setembro do ano passado e 2,7% em relação a junho deste ano. Os destaques foram o crédito consignado (+2,4% no trimestre e +8,3% em 12 meses), empréstimo pessoal (+3,9% no trimestre e +22,6% em 12 meses) e cartão de crédito (+3,4% no trimestre e +31,5% em 12 meses).
Quanto ao crédito para empresas, a carteira pessoa jurídica ampliada expandiu-se 20,2% em 12 meses e 5,3% no trimestre. Os melhores desempenhos foram registrados em capital de giro (+5,6% no trimestre e +8,3% em 12 meses), títulos e valores mobiliários privados e garantias (+3,7% no trimestre e +53,3% em 12 meses) e adiantamento de crédito de câmbio e crédito para exportação (+18,5% no trimestre e +36,6% em 12 meses). O Pronampe, linha de crédito para micro e pequenas empresas, soma mais de R$ 10 bilhões em 2022.
O crédito para o agronegócio encerrou setembro com alta de 9,1% no trimestre e de 26,2% sobre setembro do ano passado. Somente na atual safra 2022/2023, foram emprestados R$ 63,5 bilhões, alta de 37,8% em relação à safra anterior. Ao todo, foram 197 mil operações para o agronegócio, dos quais 56,2% para a agricultura familiar.
Os destaques no crédito para o agronegócio foram operações de custeio (+25,4% no trimestre e +53,7% em 12 meses), de investimento (+12,2% no trimestre e +59,3% em 12 meses) e Pronaf (+7,5% no trimestre e +13,5% em 12 meses).
As operações de crédito sustentáveis, que respeitam parâmetros sociais e ambientais, atingiram R$ 321,2 bilhões no fim do terceiro trimestre, com alta de 13,9% em 12 meses. O índice de inadimplência, que considera atrasos de mais de 90 dias, subiu de 2% em junho para 2,3% em setembro, refletindo a alta nos juros, mas, segundo o BB, está abaixo da média de 2,8% registrada no sistema financeiro nacional.
As receitas de prestação de serviços somaram R$ 23,9 bilhões nos nove primeiros meses do ano, aumento de 11% em 12 meses. No terceiro trimestre, atingiram R$ 8,5 bilhões, com alta de 8,6%. O crescimento trimestral foi influenciado pelo desempenho comercial nos segmentos de consórcio (+50,6%) e de seguro, previdência e capitalização (+20,6%).
As despesas administrativas alcançaram R$ 24,9 bilhões nos nove primeiros meses do ano, alta 6% na comparação com o mesmo período de 2021. No terceiro trimestre, somaram R$ 8,4 bilhões, 1,2% acima do trimestre anterior. De acordo com o BB, o banco conseguiu fazer que os gastos subissem menos que a inflação no período.
O Banco do Brasil também revisou as projeções para 2022. A estimativa de lucro ajustado saltou de um intervalo entre R$ 27 bilhões e R$ 30 bilhões para uma faixa entre R$ 30,5 bilhões e R$ 32,5 bilhões. A previsão de crescimento do volume de crédito neste ano foi elevada, passando de 12% a 16% para uma faixa entre 15% e 17%.
O crescimento das receitas com serviços, que estava entre 6% e 9%, foi elevado para 9% a 11%. A previsão para as despesas administrativas foi mantida, com alta de 4% a 8% neste ano.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
TURQUIA - O Banco Central da Turquia reduziu a taxa básica de juros para 10,5% na quinta-feira (20), patamar mais baixo dos últimos dois anos.
Nos últimos dois anos, os presidentes do BC da Turquia foram trocados de acordo com a política de juros, as taxas foram reduzidas, aumentadas e agora elas estão sendo reduzidos novamente. O processo de mudança dessas políticas ocorreu em apenas dois anos.
Isto porque a política de juros baixos do governo excedeu o mandato de estabilidade de preços do Banco Central. Tornou-se uma política de cortar as taxas de juros a cada oportunidade, em vez de controlar a inflação. A situação atual é muito mais grave. A inflação é agora deixada para trás e o objetivo é reduzir as taxas de juros para um dígito até as eleições.
"Os cortes nas taxas de juros estão chegando ao fim", diz BC turco
A taxa de corte hoje foi de 150 pontos base, patamar mais alto desde o ano passado, quando o BC cortou a taxa foi de 200 pontos-base em outubro de 2021. Nas 2 reuniões seguintes, o corte foi em 100 pontos-base cada uma. Nas 7 reuniões subsequentes, a taxa de juros foi mantida, e depois houve mais 100 pontos base de corte em agosto e setembro.
No texto da reunião de hoje, o Banco Central disse que completaria o processo com uma etapa semelhante em novembro. Considerando o desejo do presidente Recep Tayyip Erdoğan de taxas de juros de um dígito, a redução será em 100 ou 150 pontos base na próxima reunião.
Por que as taxas de juros estão sendo reduzidas?
Não há resposta a esta pergunta de acordo com os indicadores econômicos e políticas econômicas relacionadas. Em outras palavras, a resposta é um processo errado para um corte nas taxas de juros. Mas infelizmente, a principal razão pela qual as taxas de juros foram reduzidas a cada oportunidade durante um ano não é econômica, mas política. Se fosse econômico, o Banco Central teria tomado medidas reais para reduzir a inflação, que chegou a 80%, a fim de manter a estabilidade dos preços. O que tem sido feito para reduzir a inflação? Nada!
A razão pela qual a frente política quer taxas de juros baixas é para manter as rodas girando. Há um ano ouvimos o mesmo ritmo (formado durante a leitura) de investimento, emprego, produção, exportações e superávit de conta corrente, uma política destinada a elevar completamente a série que está sendo perseguida. Entretanto, além do crescimento numérico e do emprego relativamente aceitável, as exportações (mesmo que o recorde seja quebrado, as importações estão aumentando muito mais) e o superávit da conta corrente infelizmente estão se movendo na direção oposta ao objetivo.
Como manter as taxas de juros baixas e apoiar o setor real é a política de prioridade máxima durante o processo eleitoral, o Banco Central está reduzindo as taxas de juros.
Uma economia com alta inflação nunca pode ser eficiente
A Turquia está passando pela maior inflação desde os anos 1990 e o ponto ruim é que este é um problema que não pode ser controlado sozinho, pois os aumentos de preços continuam no mundo. Mesmo que a economia apresente crescimento de dois dígitos, apenas determinados segmentos podem crescer em um momento em que a inflação está corroendo as perdas de renda. Entretanto, o crescimento real deve ser uma melhoria nas classes média e baixa. Não é possível dizer isto.
O preço de ignorar a inflação está se tornando mais pesado
Poderia pensar que diferença faz se a taxa de juros é de 19% ou 9% contra os atuais 83% de inflação. No entanto, não é este o caso. Sim, isto é verdade do ponto de vista da perda da lira turca, mas uma das razões da perda de valor da moeda turca (válida para cada moeda) é a expectativa. Há uma diferença significativa entre o Banco Central não aumentar as taxas de juros para reduzir a inflação e se concentrar no superávit da conta corrente e cortar as taxas de juros quando a inflação está aumentando. E como esta diferença cria uma percepção negativa tanto para os investidores quanto para os cidadãos, ela também afeta negativamente as expectativas, o que acontece.
O que acontecerá em seguida?
Depois que o Banco Central cortou as taxas de juros em novembro, ele diz que vai esperar e assistir, assim como fez no período de 7 meses de manutenção das taxas. Vamos observar juntos como o aumento da inflação vai continuar e como a mobilidade a ser vivenciada da lira vai empurrar o BC a tomar medidas.
Şenay Şerefoğlu/Investing.com
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