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Colóquio inicia atividades do Observatório Mulheres UFSCar

 

SÃO CARLOS/SP - Entre os dias 12 e 14 de junho, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realizou o I Colóquio do Observatório Mulheres UFSCar - Equidade, Pesquisa, Universidade. Na mesa de abertura, 10 mulheres que integram a Administração Superior da UFSCar apresentaram ações em andamento na Universidade relacionadas à temática. A Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, afirmou a necessidade de uma transformação cultural profunda para situar seu compromisso com a pauta da equidade de gênero desde o início da gestão e a criação, em 2022, do Grupo de Trabalho Mulheres, que se desdobrou na proposta do Observatório.
O Colóquio marcou o início das atividades do Observatório, e três outros eventos estão programados para acontecer até meados de 2024, nos campi Araras, Sorocaba e Lagoa do Sino. Na abertura, Diana Junkes, Pró-Reitora Adjunta de Pesquisa da UFSCar e coordenadora do GT, destacou, dentre as ações já empreendidas, levantamento da presença de mulheres na Comunidade UFSCar, com informações sobre titulação, liderança de grupos de pesquisa, participação em atividades de iniciação científica e pós-doutorado, dentre outras. Também registrou a interlocução com outras instituições, como na participação na Rede Equidade, que reúne representantes de universidades públicas do estado de São Paulo. Estas e outras informações detalhadas podem ser conferidas no site da Pró-Reitoria de Pesquisa (https://www.propq.ufscar.br/observatorio-mulheres-ufscar/apresentacao).
Nas apresentações das demais dirigentes, alguns temas abordados foram a diversidade do corpo docente da UFSCar e diagnósticos da inserção das mulheres nas diferentes atividades acadêmicas; ações da Pró-Reitoria de Administração voltadas à justiça social nas contratações públicas; indicadores relativos às mulheres no corpo discente e questões sobre permanência na Educação Superior; dentre outros. Ao final, a Vice-Reitora da UFSCar, Maria de Jesus Dutra dos Reis, lembrou que "onde há conhecimento, há poder, e onde há poder se deseja excluir a mulher. O retrocesso é fácil, a luta é longa, e passa pela mulher na Ciência".

Pautas
Na programação do Colóquio, um conjunto diverso de convidadas conduziram conferências e mesas-redondas. Dentre elas, Fernanda Severo, historiadora, pesquisadora na Fiocruz e integrante da Comissão Nacional da Verdade, falou sobre as mulheres na Ditadura. "Nós estamos na ciência, nós estamos na política. Nós estamos ocupando espaços na sociedade, espaços públicos especialmente, porque elas estiveram antes de nós, porque elas trabalharam para que a gente não ficasse restrita à sociedade patriarcal, a todos os preconceitos do sexismo, do racismo, da misoginia", refletiu Severo, que abordou alguns resultados e recomendações do relatório da Comissão Nacional da Verdade, finalizado em 2014.
Em uma apresentação que emocionou o público, Débora Diniz, docente da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), abordou, dentre outras reflexões, o projeto "Reliquia.rum" (@reliquia.rum), que reúne histórias e memórias de mulheres que perderam suas vidas na pandemia de Covid-19 no Brasil. A existência e resistência das mulheres dos povos originários foram os temas conduzidos por Eliana Potiguara, Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e presidente da Rede Grumin de Mulheres Indígenas. Os desafios para as mulheres nas carreiras nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática também estiveram presentes em outros debates ao longo do evento.
Na mesa "Mulheres, Pesquisa e Sociedade", o foco esteve não apenas na promoção da equidade como garantia de direitos iguais a todas as pessoas, mas também como possibilidade de produção de conhecimentos com mais qualidade, pertinência e relevância. "A ciência é oportunidade da mulher exercer o seu papel de liderança, de questionamento, que lhe foi supostamente tirado no processo de socialização. O espaço científico pode representar, de fato, para muitas mulheres, um espaço de revolução", defendeu Ana Cláudia Farranha, professora da Faculdade de Direito da UnB. Ester Sabino, pesquisadora cujo trabalho no sequenciamento do novo coronavírus teve grande destaque na pandemia, fez relatos contundentes sobre preconceitos e discriminação na avaliação das mulheres cientistas. A Reitora Ana Beatriz também participou da mesa, destacando como se vê no papel, enquanto dirigente mulher, não só de fomentar o debate, mas de incomodar, por exemplo ao evidenciar junto aos colegas homens a baixa participação de mulheres em mesas e outros espaços de eventos acadêmicos.
Representantes de coletivos discentes da UFSCar conduziram a mesa "UFSCar sem machismo: as pautas discentes e das pesquisadoras de pós-graduação". Em outro momento, a participação das servidoras TAs debateu os desafios da pesquisa pela categoria. Desafios também foram o foco de mesas que abordaram a presença da comunidade LGBTQIAPN+ na Universidade e o binômio maternidade-pesquisa.
Uma matéria completa sobre o evento pode ser acessada no canal UFSCar Oficial no YouTube.

Observatório
O Observatório Mulheres UFSCar - Equidade, Pesquisa, Universidade surge com os objetivos de observar, levantar dados, estudar e buscar meios de implementar, dentro da UFSCar, políticas de equidade de gênero, com inclusão social, entre todas as categorias (discentes e servidoras docentes e técnico-administrativos), que privilegiem o respeito à diversidade, sob todos os aspectos. A concepção que orienta o trabalho é que a implementação de políticas de equidade é uma construção coletiva e, também, deve possibilitar a multiplicação de experiências não só dentro, mas também fora da UFSCar  Inicialmente, os eixos estabelecidos para o Observatório são: Pesquisa; Extensão; Arte e Cultura; Comunicação; Carreira e Equidade; e Prevenção e combate à violência. Neles, a busca será por reunir as pessoas interessadas em pautas comuns. "Em breve, teremos o lançamento do site e, por lá, cada pessoa poderá escolher o eixo com o qual se identifica e participar das reuniões", explica Diana Junkes. Por enquanto, todas as ações do Observatório podem ser acompanhadas no Instagram (@observatoriomulheres.ufscar).

SÃO CARLOS/SP - Após se consolidar no mercado nacional e internacional para revestimento de manga e limão, a nanoemulsão de cera de carnaúba entra em nova fase com o seu uso ampliado para aplicação em pimentão e tomate. Versáteis pela diversidade de usos culinários, mas bastante sensíveis, os novos frutos podem ter a qualidade preservada e a vida prolongada em 10 dias, em média. Sem o revestimento, o tempo de prateleira é em torno de uma semana.

O pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos -SP), Marcos David Ferreira, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, explica que para algumas culturas, como as frutas, existe já uma estrutura de aplicação comercial de revestimentos, enquanto para outras, como as hortaliças de frutos, a exemplo de tomate e pimentão, são necessárias adaptações no beneficiamento.

“Estudos em laboratório já demonstravam os benefícios para conservação dessas hortaliças, em especial tomate”, diz o pesquisador da Embrapa Instrumentação.

Mas ele também explica que a conservação do tomate e do pimentão está relacionada a vários fatores, como ambiente, variedade, entre outros. Para ambos, um dos pontos principais para a deterioração é a perda de massa”, diz Marcos David.

O pesquisador reforça a importância da aplicação da nanoemulsão de cera de carnaúba, capaz de cumprir o papel de um filme invisível ao revestir os frutos, uma alternativa para substituir o plástico. A tecnologia mantém as propriedades sensoriais do fruto, reduz a perda de água e proporciona maior brilho.

Lançada em 2019 na Hortitec, maior exposição técnica de horticultura, cultivo protegido e culturas intensivas da América Latina, a nanoemulsão de cera de carnaúba para revestimento de pimentão e tomate é uma das tecnologias da Embrapa que serão apresentadas na 28ª edição da feira, que vai ocorrer de 21 a 23 de junho, em Holambra (SP). Além de pimentão e tomate, o visitante poderá ver de perto frutos como laranja, manga e mamão com e sem revestimento no estande da Embrapa.

Expansão além da fronteira

A tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa Instrumentação em parceria com a empresa QGP/Tanquímica (Laranjal Paulista – SP) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A gerente de P&D da QGP/Tanquímica, Marilene Ribeiro, ressalta que a nanoemulsão de cera de carnaúba é um produto de origem vegetal (plant-based) com amplitude de consumo em diferentes mercados, entre eles, o vegano, vegetariano, para os quais a característica – plant based é fundamental.

Outra vantagem é que os componentes da tecnologia são seguros e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Agricultura e Pecuária (Anvisa/Mapa) e pelo Food and Drug Administration (FDA), uma agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. “Este revestimento demonstra qualidades técnicas excepcionais, mantendo a qualidade de campo por mais tempo, preservando a qualidade sensorial”, diz a gerente.

A nanoemulsão cera de carnaúba já vem sendo aplicada há quase cinco anos com sucesso em manga e limão no mercado interno e externo. Alguns fatores como funcionalidade, facilidade de uso, flexibilidade, inovação, forte conexão com o setor produtivo e segurança são fatores que contribuíram para a rápida inserção do produto no mercado internacional.

A inserção da tecnologia no mercado internacional ocorreu dentro da plataforma de expansão de produtos naturais da multinacional americana, líder global em soluções pós-colheita, a AgroFresh que, em 2021, lançou a nanoemulsão na Filadélfia (EUA), em âmbito mundial.

A entrada da empresa impulsionou a adoção da tecnologia por setores produtivos de países da América Latina, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio, além do Brasil. Para que isso fosse possível, a AgroFresh firmou um contrato com a Tanquímica/QGP para promover a distribuição e comercialização do produto tanto no mercado interno como externo. A nanoemulsão de cera de carnaúba ganhou o nome comercial de TanWax C-18.

O gerente comercial da AgroFresh, Fabiano Coldebella, lembra que há uma tendência de mercado internacional para utilização de revestimentos comestíveis com produtos naturais, impulsionado por consumidores preocupados com a saúde, sustentabilidade e bem-estar animal.

Para Coldebella, essa tendência representa uma oportunidade interessante para a nanoemulsão de cera de carnaúba e isso tem levado a AgroFresh, a Embrapa e a Tanquímica/QGP a investirem e acreditarem cada vez mais nessa tecnologia. De acordo com ele, o próximo fruto com potencial de mercado para ser revestido com a nanoemulsão de cera de carnaúba é o melão.

“Os resultados em campo mostram o diferencial para manutenção da qualidade em diferentes tipos de frutos com redução significativa na perda de peso durante o armazenamento.  A perda de massa durante transporte e armazenamento, reduz a qualidade do produto, sendo uma das causas majoritárias da perda e desperdício de alimentos no Brasil e mundo”, afirma Coldebella.

Desperdício de alimentos

A nanoemulsão de cera de carnaúba pode provocar um grande impacto na redução de perdas e desperdício de alimentos. De acordo com cálculos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um terço da produção total de alimentos do planeta – cerca de 1,3 bilhão de toneladas - vai para o lixo.

No Brasil, embora seja um dos principais produtores de frutas e hortaliças, é também um dos dez países que mais desperdiçam comida no mundo. As perdas giram em torno de 30%, o que faz da nanoemulsão uma alternativa para a conservação pós-colheita de frutos em geral e redução do desperdício.

O impacto na forma sustentável de produzir e de consumir reflete na redução de perdas e desperdício de alimentos, conforme preconiza a meta 12.3 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visa reduzir pela metade o desperdício de comida até 2030.

SÃO CARLOS/SP - “Avanços da Ciência Quântica” será o tema de um encontro especial que ocorrerá no próximo mês de novembro, na Academia de Ciências do Vaticano, um evento que está sendo organizado pelo docente e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Vanderlei Salvador Bagnato.

Uma das bases fundamentais para a organização deste evento é que os conceitos quânticos constituem a forma mais moderna de entender tudo o que existe ao nosso redor, indo desde o comportamento e as propriedades dos átomos e moléculas, até à estrutura de todo o Universo. Para os cientistas, os conceitos envolvidos na chamada física quântica constituem a maior conquista do conhecimento humano, sendo que para o organizador deste encontro no Vaticano, foi graças aos avanços criados pelos conceitos quânticos que a sociedade assistiu à chamada revolução eletrônica, com o desenvolvimento dos já conhecidos transistores, passando agora a viver a era da comunicação e conectividade.

“O entendimento das características quânticas da matéria é que permitem a existência de “memórias”, como aquelas que estão inseridas em nossos computadores e celulares. O conhecimento quântico está indo muito além disso tudo e os novos conceitos de sensores, inclusive para detecção de doenças, comunicações e computação, serão baseados diretamente em efeitos quânticos”, sublinha Bagnato, que, contudo, coloca a questão se a sociedade, de um modo geral, está preparada para esta nova revolução, salientando que também é importante saber quais são os novos desafios que ainda precisam ser vencidos para o avanço do conhecimento quântico.

Para responder a estas e outras questões, o encontro, que ocorrerá na Academia de Ciências do Vaticano, contará com um elenco constituído por mais de cinquenta das maiores autoridades mundiais no tema, incluindo vários laureados com o Prêmio Nobel da Física, sendo considerado por Bagnato um marco, já que irá celebrar o centenário da introdução dos conceitos quânticos. “Os principais personagens que contribuíram para a criação da Física Quântica, como Broglie, Schrödinger, Heisenberg e Niels Bohr, dentre outros, foram membros ativos da Academia do Vaticano. Nada mais justo dar início da comemoração do centenário e promover a discussão desses desafios no mais alto nível”, diz Bagnato.

O encontro será oficialmente anunciado em breve, já com uma lista dos vários convidados confirmados.

SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (SMCTI), realizou, nesta terça-feira (25/04), a entrega de uma placa à família do Prof. Dr. Sérgio Mascarenhas de Oliveira e da Profª. Drª. Yvonne Primerano Mascarenhas referente ao título “Patronos da Ciência de São Carlos”, em alusão ao Decreto Municipal nº 678/2022. A homenagem se deve “pela contribuição fundamental ao desenvolvimento nacional e internacional da Ciência, Tecnologia e Inovação, e à atividade científica inspiradora e criativa na consolidação do destino de São Carlos como cidade do conhecimento da Ciência, da Tecnologia e do Empreendedorismo”.
A cerimônia aconteceu na própria sede na SMCTI e contou com a participação de diversos secretários municipais, vereadores e pesquisadores que trabalharam diretamente com os homenageados, como o membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências da América Latina (ACAL) e ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, e o membro titular da ACAL e coordenador do Centro de Inovação da Universidade de São Paulo (InovaUSP), Tito Bonagamba, além de familiares.
Em nome da família, o filho de Sérgio e Yvonne, Paulo Mascarenhas, destacou que receber tal honraria da Prefeitura tem uma representatividade especial. “É com muito prazer que a gente agradece essa homenagem, que tem um significado muito importante, porque mostra a preocupação da cidade e da comunidade com a ciência e tecnologia e com a colaboração que os meus pais deram a São Carlos. Quando se tem uma homenagem dentro da academia é uma coisa, mas, quando isso passa para fora da universidade, mostra a importância que a cidade está dando para o tema”, disse Paulo.
O secretário municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Galizia Tundisi, lembra que o prêmio retribui os esforços protagonizados pelos profissionais que tanto fizeram pelo desenvolvimento científico da cidade. “Estes professores contribuíram decisivamente para que São Carlos se tornasse a Capital da Tecnologia e do Conhecimento, portanto, nada mais justo que homenagear estes dois cientistas que dedicaram suas vidas também a construir instituições e formaram muitos pesquisadores que se destacam no Brasil e no mundo em várias áreas”, salienta Tundisi.
Netto Donato, secretário municipal de Governo que representou o prefeito Airton Garcia no evento, comenta que esta é uma forma de reconhecimento do poder público. “Isso é muito importante porque a gente valoriza as pessoas que trabalharam ou trabalham por São Carlos. Alguns, infelizmente, já partiram, e outros estão aqui contribuindo pela ciência e pela tecnologia. Reconhecer este trabalho é uma prioridade do governo Airton Garcia”, finaliza Donato.
Também estiveram presentes os secretários municipais de Administração Regional, Walcinyr Bragatto, de Comunicação, Leandro Severo, de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Will Marques, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Nino Mengatti, e de Segurança Pública e Defesa Social, Samir Gardini, assim como o presidente da Câmara Municipal, vereador Marquinho Amaral, e os vereadores Djalma Nery, Fábio Zanchin e Professora Neusa.

SÃO CARLOS/SP - O programa “Ciência às 19 Horas”, promovido pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), regressa no próximo dia 18 de abril, às 19h00, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas, com o tema “Bate-papo sobre Inteligência Artificial”, uma apresentação e debate que estarão a cargo do Prof. Dr. Fernando Santos Osório, docente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação do Campus de São Carlos (ICMC/USP).

A Inteligência Artificial está em tudo e em todo lugar, com muitas aplicações e presente no dia a dia das pessoas, talvez até mesmo sem elas perceberem.

A Inteligência Artificial está presente nas buscas que você faz na Internet (p.ex. Google Search), no taxi/carro de aplicativo (p.ex. Uber), na recomendação de filmes por streaming (p.ex. Netflix), mas também nos robôs da OBR (Olimpíada Brasileira de Robótica), nos robôs inteligentes em aspiradores de pó, nos robôs do tipo veículos autônomos, nos robôs assistentes virtuais (p.ex. Alexa e Siri), e mais recentemente nos robôs de conversação, os chatbots como o ChatGPT.

E você, o que sabe sobre a Inteligência Artificial?

Precisamos conversar sobre esse assunto... pois, ou você domina as tecnologias modernas e a Inteligência Artificial, ou elas irão dominar você!

Este evento será transmitido ao vivo através do Canal Youtube do “Ciência às 19 Horas”, em  https://www.youtube.com/@Ciencia19h/live

SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com o pesquisador Dr Marcelo Saito Nogueira, da Tyndall National Institute (Ireland) e Universidade College Cork (Ireland), testaram uma terapia com laser de baixa potência como tratamento alternativo ou complementar à utilização de terapias medicamentosas para o tratamento da neuralgia do trigêmeo, tendo obtido resultados muito positivos.

Um estudo foi apresentado pelos pesquisadores desta pesquisa em janeiro deste ano - confira em https://www.spiedigitallibrary.org/conference-proceedings-of-spie/12354/123540H/Application-of-low-level-laser-therapy-in-trigeminal-neuralgia/10.1117/12.2650557.short?SSO=1) no decurso do Congresso da SPIE WEST. A SPIE é a maior associação mundial para pesquisa em fotônica. Esse congresso foi no Vale do Silício na Califórnia (US).

A neuralgia do trigêmeo é considerada uma das dores faciais mais graves e comuns e é caracterizada por uma dor paroxística semelhante a um choque elétrico, ou dor aguda, restrita a um ou mais ramos do nervo trigêmeo.

A neuralgia do trigêmeo pode se desenvolver a partir de causas idiopáticas e/ou pode estar relacionada a outras condições, como neoplasias, esclerose múltipla, compressão da raiz do nervo trigêmeo e outros comprometimentos nervosos, sendo que os tratamentos mais utilizados são terapias medicamentosas em altas doses ou cirúrgicas, que, no entanto, podem causar efeitos colaterais.

Um potencial tratamento alternativo ou complementar da  neuralgia do trigêmeo é a terapia a laser de baixa potência, que é conhecida por controlar diferentes tipos de dor, procedimento esse que foi testado por pesquisadores do IFSC/USP como adjuvante à terapia medicamentosa e que mostrou resultados positivos. “Nosso trabalho avaliou os resultados obtidos no tratamento medicamentoso associado à terapia a laser, com base em um relato de caso clínico de um paciente com neuralgia do trigêmeo, sendo que os resultados foram avaliados a cada sessão, quanto à evolução do paciente.”, esclarece o Prof. Vitor Hugo Panhóca, especialista em Dor Orofacial pela EPM-UNIFESP e pesquisador do IFSC/USP, que é coordenador desse estudo juntamente com o Prof. Vanderlei Bagnato, realizado com os  demais coautores deste estudo.

Para este procedimento foram utilizados dois dos aparelhos que aplicam laser e que foram desenvolvidos no IFSC/USP e que já estão sendo comercializados, com aplicações na região dos ramos do nervo trigêmeo, três vezes por semana, conforme protocolo desenvolvido pelos pesquisadores. O resultado clínico observado foi excelente, resultando em redução das dores e administração da dose medicamentosa entre 50 a 100% .

“Em nossa opinião, estes resultados ocorreram devido aos efeitos da fotobiomodulação, proporcionando por meio de vias anti-inflamatórias e analgésicas, alívio da dor neurálgica e promoção também da homeostase celular necessária para o restabelecimento da função tecidual”, conclui Vitor Panhóca.

Equipe precisa de apoio para o financiamento da viagem

 

SÃO CARLOS/SP - Os grupos Ouroboros e Olhares da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) são um dos cinco selecionados, em todo o mundo, para se apresentar, em abril, na Conferência de Comunicação Pública de Ciência e Tecnologia, principal evento internacional na área, organizado pelo PCST, rede global voltada à comunicação de ciência e tecnologia. Para levar a peça teatral "Ciência é vida", que reúne arte cênica, sons vítreos e ciência, a equipe da UFSCar precisa de apoio financeiro para viabilizar a viagem, hospedagem e transporte de seus integrantes.
Vinculado ao Núcleo Ouroboros de Divulgação Científica da UFSCar, o grupo Olhares realiza atividades desde 2009 e conta, atualmente, com seis integrantes das comunidade externa da Universidade, que têm ou não deficiência visual e/ou mobilidade reduzida, e pessoas acima de 60 anos de idade. Junto ao Ouroboros, eles produzem peças teatrais que utilizam o som de instrumentos de vidro para abordarem temas diferentes sobre ciência, saúde e vida, em linguagens que alcançam diferentes públicos.
Na apresentação na Holanda, o grupo mostrará a importância da ciência e do cuidado com o planeta por meio de uma peça que contribuirá com um olhar diverso e inclusivo. "A peça apresenta informações científicas e composições musicais tocadas pelos integrantes do grupo e assim mostram de uma maneira única no mundo a inclusão, na sua essência. Eu sou Química, cientista, se não fossem os músicos, artistas do Olhares, a peça não existiria", explica Karina Lupetti, diretora do Núcleo Ouroboros da UFSCar.
Além de um repertório com espetáculos variados que levam o conhecimento para diferentes locais e públicos, o grupo também é um espaço para socialização e vivência de seus integrantes. "Há 14 anos esse grupo se reúne no Espaço Ventura, no Departamento de Química da UFSCar, um espaço que recebe a todos e mostra possibilidades criativas e o alcance da arte inclusiva para divulgar a ciência. A socialização acontece naturalmente entre os integrantes do Olhares e os alunos, servidores da UFSCar, o que torna a inclusão algo natural, cultural, empoderando por um lado, fortalecendo e gerando empatia por outro. É um movimento bem especial", reflete Lupetti.

Financiamento
Para que o Núcleo Ouroboros consiga levar todos os integrantes para a apresentação em Rotterdam, várias ações estão sendo realizadas para o alcance do recurso financeiro necessário para aquisição de passagens, hospedagem e transporte do grupo. Pessoas físicas, empresas e demais iniciativas podem colaborar com qualquer valor. As contribuições podem ser feitas pelo Pix (CPF) 264.946.188-80 e o contato pode ser feito com a diretora Karina Lupetti, pelo telefone (16) 98142-0117.
"É um desafio nesse pós pandemia estarmos juntos e o grupo mostrar o mesmo empenho de sempre. É um grupo valente, comprometido, que cumpre seus objetivos, atinge suas metas e continua seguindo, inspirando os públicos que têm a oportunidade de vê-lo. Então, quem puder contribuir, convidar, apoiar, vai ver o quão potente é a arte inclusiva para educar, divulgar a ciência. O apoio não é só para a apresentação internacional, mas vai possibilitar a continuidade do projeto mesmo. Quem sabe, conseguir abranger mais pessoas, atender mais públicos, tudo é possível, mas os apoios são fundamentais", conclui Lupetti.
A edição do Na Pauta Entrevista tem uma matéria especial que aborda as ações do Grupo da UFSCar e está acessível no canal UFSCar Oficial no YouTube (https://bit.ly/3yFkqF8).

SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebe no próximo dia 24 deste mês, às 10h30, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas”, o recém-empossado presidente do CNPq, Prof. Ricardo Galvão.

Em sua visita ao Campus USP de São Carlos, Ricardo Galvão será o palestrante do primeiro colóquio que o IFSC/USP fará este ano, subordinado ao tema “O papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, onde serão apresentadas, com detalhes, as ações e programas do CNPq, o histórico de sua contribuição nos últimos anos, bem como o recente aumento no valor da bolsas e perspectivas futuras.

Este colóquio terá transmissão ao vivo pelo Canal Youtube do IFSC/USP - https://www.youtube.com/@IFSCUSP1/live

Artigo de Marcia Cominetti, docente no Departamento de Gerontologia da UFSCar, reflete sobre fatores determinantes para um envelhecimento saudável

 

SÃO CARLOS/SP - Envelhecer é sinônimo de doença? O que é envelhecimento saudável, e quais atitudes e cuidados são determinantes para chegarmos a ele? Como é possível viver com autonomia e independência nessa fase da vida? Ou seja, como morrer jovem o mais tarde possível?
Essas são algumas questões que norteiam o texto do mês de março da coluna "EnvelheCiência", produzida por Marcia Regina Cominetti, docente no Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com o Instituto da Cultura Científica (ICC) da Instituição. A iniciativa visa divulgar informações - baseadas em evidências científicas - sobre o processo de envelhecimento, tornando assim o conhecimento e as descobertas importantes da área disponíveis para um público mais amplo.
Na publicação do mês - "Envelhecer é sinônimo de doença?" -, a cientista esclarece conceitos de grande relevância dentro da temática, como senescência e senilidade.
Também menciona como a dupla, alimentação e atividade física constante, é determinante para um envelhecimento saudável, convidando leitores e leitoras a pensarem nesse processo como um investimento de longo prazo na saúde.
O artigo na íntegra está disponível para leitura no site do ICC (https://www.icc.ufscar.br/pt-br/projetos/sementes-da-cultura-cientifica/coluna-envelheciencia/envelhecer-e-sinonimo-de-doenca).
Mais informações sobre o projeto EnvelheCiência estão disponíveis em https://www.icc.ufscar.br/pt-br/projetos/sementes-da-cultura-cientifica/coluna-envelheciencia.

BRASÍLIA/DF - A paixão pela ciência uniu o destino das pesquisadoras Ester Sabino, 63 anos, e Jaqueline Goes, de 33 anos. De gerações distintas, elas participaram do primeiro sequenciamento genético do novo coronavírus no Brasil. O mapeamento genético do vírus realizado em apenas 48 horas – enquanto a média mundial é de cerca de 15 dias –, gerou uma repercussão inesperada na equipe de especialistas.

Em entrevistas exclusivas à Agência Brasil, Ester e Jaqueline falaram sobre as perspectivas e valorização de suas carreiras e da ciência no país, no Dia Internacional da Mulher. Ampliar a divulgação da ciência no país e garantir investimentos para a produção científica estão entre os principais pontos defendidos pelas duas pesquisadoras.

Ingra Morales, Érica Manuli, Ester Sabino, Flávia Sales, Jaqueline Goes participaram do sequenciamento do coronavírus no Brasil.

Equipe de pesquisadoras que mapeou o genoma do SARS-CoV-2. Da esquerda para a direita: Ingra Morales, Érica Manuli, Ester Sabino, Flávia Sales e Jaqueline Goes - Almir R. Ferreira/ SCAPI IMT

Jaqueline é biomédica e coordenadora da Rede Colaborativa de Sequenciamento Genético no Brasil (Rede SEQV Br). Ela defende regulamentar a profissão no país e lembra que as bolsas de pesquisa ficaram quase dez anos sem reajuste. Em fevereiro o governo anunciou aumento de 25% a 200% nos valores pagos.

"Trata-se o pesquisador como se ele fosse um estudante, mas esquece-se que ele já é um profissional graduado. Não faz sentido ganhar R$ 1.500 para desenvolver pesquisa, que é algo tão importante para o país. Essa desvalorização do cientista também impacta na produção, porque muitas vezes o cientista está ali, mas não está em condições ideais. Nem de moradia, nem de alimentação, nem de apoio psicológico e, obviamente, isso vai impactar na produtividade dele dentro da pesquisa" pontuou.

Além da regulamentação profissional, Jaqueline defende a modernização da legislação brasileira para assegurar, por exemplo, mais agilidade na importação de insumos para a pesquisa.

"O Brasil não produz [insumos] e toda a ciência brasileira é pautada pelas importações de produtos produzidos fora do país. Isso faz com que tudo encareça porque esses materiais são importados em dólar ou euro".

"Também é necessário considerar a cadeia logística [para importação], pois a gente cansa de receber reagentes que ficam na alfândega por 15 dias, 20 dias, muitas vezes em temperatura inadequada", acrescentou.

A imunologista e professora do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Ester Sabino também defende o aporte de mais verbas para atividades de pesquisa e diz que na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro houve uma “guerra contra ciência”.

“Hoje realmente a área de ciência precisa de muito apoio para poder continuar crescendo do jeito que estava antes desses últimos quatro anos, quando houve uma guerra contra a ciência. O valor das bolsas [de ensino e pesquisa] caíram, os estudantes vivem muito mal e isso tem um grande impacto”, ressaltou a professora.

Segundo Ester Sabino, gerações inteiras de pesquisadores se perdem, já que muitos talentos vão para o exterior em virtude da falta de investimento e perspectivas na área.

“A ciência é uma coisa de longo prazo. Sinto falta de pessoas mais novas que eu, que já estivessem fazendo os seus grupos, senão vamos ter de novo uma falta de pesquisadores. Essa leva [de pesquisadores] que foi formada pode cair de novo, como aconteceu na década de 60”, avalia.

Carreira

Com mais de 30 anos desenvolvendo pesquisa no país, Ester Sabino lembra das dificuldades do início da carreira, no final da década de 1970.

“Quando eu entrei para fazer medicina, tudo era muito mais difícil que agora. Tinha muito cientista indo embora do Brasil. Não me lembro de nenhum professor falando de iniciação científica. Se fazia muito pouca pesquisa na faculdade de medicina”.

Segundo ela, na década de 1950 a faculdade de medicina no Brasil era considerada uma das dez melhores do mundo, mas sem investimentos, cientistas brasileiros começaram a deixar o país a partir da década de 60.

“Quando entrei na faculdade, em 1978, já não tinha ninguém [fazendo pesquisa científica]”, lembra.

O trabalho com sequenciamento genômico começou nos anos 80, com o então recém-descoberto vírus HIV transmissor da Aids. De lá, a pesquisadora passou a atuar com doenças transmissíveis pelo sangue, seguindo para estudos sobre doenças tropicais, como a Doença de Chagas.

“Fui fazendo as coisas à medida que conseguia recursos para estudar. A ciência é muito dependente de recursos, nem sempre o que eu quero estudar é o que tem recurso disponível. Então, parte do que eu faço tem a ver com o tema para o qual consigo esses recursos”, explicou.

“Eu acho que precisamos encontrar um jeito para que a pesquisa fique menos dependente dos solavancos da economia. Essa é uma área considerada extremamente necessária e os fundos deveriam ser mantidos de forma estável”, defende.

Segundo a pesquisadora, a experiência acumulada com o sequenciamento de outros vírus permitiu que a análise do DNA do SARS-CoV-2, nome científico do novo coronavírus, fosse agilizada pela equipe.

“Estávamos muito preocupados com isso, em fazer testes que dessem respostas rápidas. Era nisso que estávamos trabalhando antes de a pandemia chegar. Então quando chegou o vírus, estávamos preparados com essa tecnologia”, conta.

Apesar dos constantes avanços e retrocessos na produção científica brasileira, a imunologista se mantém otimista com as perspectivas para a profissão no país.

"Nós ficamos viciados em fazer ciência, a gente quer saber. A atividade em si te dá essa alegria: conversar, trocar ideias, fazer novos estudos. Isso dá muito prazer. Só que, por outro lado, é preciso ser resistente, estudar muito", contou.

"Espero que a gente volte ao patamar do que estava sendo feito antes porque é sempre bom trabalhar no seu próprio país. As pessoas pensam que lá fora é mais fácil. Realmente tem uma infraestrutura melhor, mas nem sempre é fácil viver em outra cultura e aqui você faz sempre a diferença", assegurou.

Representatividade

A repercussão do trabalho com o sequenciamento genômico do SARS-CoV-2 chegou a assustar Jaqueline. No entanto, a opção da pesquisadora foi de encarar o momento como oportunidade de ampliar o conhecimento científico para a população.

"Quando eu comecei a ter reconhecimento eu fiquei muito preocupada. Primeiro em relação a como seria todo esse processo de exposição e segundo porque eu não tinha feito nada sozinha. Então tinha toda uma equipe por trás que trabalhou bastante, mas que acabou não tendo tanto destaque quanto eu tive. Então eu tinha muito medo de me posicionar, eu tinha muito medo de aparecer na mídia. Aos poucos eu fui entendendo que era necessário estar presente, para aproximar a ciência da população", assegurou.

Como resultado do trabalho, Jaqueline Góes foi uma das cientistas escolhidas pela fabricante de brinquedos Mattel para ser homenageada com a boneca Barbie. Ela foi a representante brasileira junto com outras cinco cientistas da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido.

"Quando eu recebi a notícia, minha primeira reação foi rejeitar [a homenagem]. Em um primeiro momento, eu não quis aliar meu nome a uma marca que havia me trazido muitas frustrações na infância. A Barbie é uma boneca de cor branca e eu não me enxergava em um modelo inacessível", disse.

Ela conta que, em seguida, faz uma outra releitura da proposta e começou a entender que aquilo poderia mudar paradigmas: "a presença de uma boneca negra, cientista, brasileira poderia mudar o imaginário das crianças no Brasil".

"É esse o papel da representatividade que hoje eu estou tentando realmente me apropriar para tentar mudar vidas, transformar a vida de meninas como eu", acrescentou.  

A biomédica explica que a atuação em busca de informações essenciais para a produção de medicamentos e vacinas a fez ocupar um espaço diferente do imaginava quando ingressou no curso de biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

"Comecei a entender a questão da representatividade, o quanto isso era importante para mostrar as pessoas. E, principalmente, pessoas negras: elas podiam sim alcançar esse espaço, de sucesso acadêmico", conta Jaqueline, ao concluir: "Hoje [ocupo espaço] de ser uma porta-voz da ciência, principalmente como representante feminina e negra para mostrar que a ciência está a disposição da sociedade de forma saudável, inclusiva, diversa", completou.

 

 

Por Heloisa Cristaldo – Repórter da Agência Brasil

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