ALEMANHA - Ano começa com série de paralisações, e alemães se perguntam se há mais greves hoje do que no passado. Para especialista, inflação aliada à carência de mão de obra deixam cenário propício a graves.Na Europa, a fama de país das greves é da França, mas, nas últimas semanas, a impressão de muitos alemães é de que a Alemanha bem que merece essa alcunha.
"Isso se deve sobretudo ao fato de estarem ocorrendo greves em setores como transportes, o que afeta um grande número de cidadãos", diz Thorsten Schulten, da Fundação Hans Böckler, que é ligada aos sindicatos de trabalhadores.
Quando há paralisações em setores como construção civil, química ou metalurgia, mesmo que haja um maior número de grevistas, isso não é percebido da mesma maneira pela população porque menos pessoas são diretamente afetadas, argumenta.
Na quarta-feira (07/02), são trabalhadores da Lufthansa que cruzaram os braços, em paralisação convocada pelo sindicato Ver.di. Algumas semanas atrás, a Deutsche Bahn parou, em seguida foi a vez de vários aeroportos e, depois, do transporte público nas cidades.
Não está claro se há mesmo mais greves do que antes, pois ainda não há números sobre as paralisações recentes. Mas a participação dos trabalhadores tem sido maior, assegura Schulten. Segundo ele, mesmo os sindicatos ficaram surpresos com o número de adesões aos movimentos e com o de novos filiados.
"Temos hoje, com certeza, mais greves do que há dez anos", opina o especialista Marcel Fratzscher, do instituto econômico DIW. "Porém, também houve fases nos anos 1980 em que se fez muita greve na Alemanha."
Uma comparação com outros países da Europa Ocidental mostra que, na Alemanha, a situação é bem mais tranquila. Entre os anos de 2012 e 2021, em média 18 dias de trabalho por ano foram perdidos para cada grupo de mil trabalhadores. Na França a média é de 96, e na Bélgica, de 92.
Greves ainda mais comuns
Na Alemanha, são sobretudo as perdas na renda causadas pela inflação que levam os trabalhadores a cruzarem os braços. "O poder de compra de muitas pessoas diminuiu porque os salários subiram bem menos do que os preços nos últimos três anos, e as pessoas querem agora recuperar essa perda", diz Fratzscher.
Outro fator, é a carência de mão de obra na Alemanha. "Temos 1,8 milhão de vagas não preenchidas. Isso torna as pessoas que têm emprego mais autoconfiantes para exigir melhores condições de trabalho e melhor remuneração", explica Fratzscher.
De fato, os grevistas não apenas pedem melhores salários, mas, em alguns casos, como na recente greve da Deutsche Bahn, também menos horas semanais de trabalho. Ao justificar a recente paralisação nos aeroportos, o presidente do sindicato Ver.di, Frank Werneke, disse que as condições de trabalho são "catastróficas" e que é preciso acabar com a sobrecarga dos trabalhadores.
Especialistas dizem que a Alemanha está deixando de ser um mercado de trabalho com grande oferta de trabalhadores para se tornar um mercado com grande oferta de empregos, e que essa tendência deverá se acelerar nos próximos anos. Isso fará com que o número de greves aumente ainda mais, preveem.
"Não vamos resolver os conflitos simplesmente passando um pano por cima", afirmou recentemente a nova diretora do sindicato IG Metall em Baden-Württemberg, Barbara Resch.
E várias negociações salariais importantes estão marcadas para 2024, por exemplo, nos setores bancários, na construção civil e nas indústrias química, metalúrgica e de eletroeletrônicos.
No fim de 2024, também se encerram os contratos coletivos de trabalho na Deutsche Post e nas administrações públicas do governo federal e dos municípios. Haverá negociações para mais de 12 milhões de trabalhadores, segundo a Fundação Hans Böckler.
O poder dos sindicatos
Na Alemanha, o poder de um sindicato se mede tanto pelo seu número de filiados quanto pela abrangência das convenções e acordos coletivos.
O Ver.di comunicou recentemente que 40 mil pessoas se associaram ao sindicato em 2023, o maior número anual desde a sua criação, em 2001.
Porém, se for considerado o período de 30 anos, a situação muda: os sindicatos perderam muitos filiados e de forma constante.
E não é fácil reverter essa tendência. Os filiados aos sindicatos não refletem a realidade do mercado de trabalho. Os nascidos no pós-Guerra, que deverão se aposentar nos próximos anos, estão claramente super-representados. Para manter o atual número de filiados, os sindicatos precisam ter todos os anos um saldo de ingressos maior do que o do número de pessoas que se aposentam. "Isso é uma tarefa hercúlea", comenta Schulten.
Para ele, o Ver.di deve seu grande número de filiados em 2023 às disputas laborais. Mas ele discorda de que os sindicatos estejam fazendo greve para aumentar o número de filiados. Fratzscher também descarta essa hipótese, mas observa que sindicatos também fazem greves para angariar novos membros ou tirar membros de outros sindicatos – "como no caso da recente greve dos maquinistas do GDL".
Nova lei ainda este ano
Também pelo aspecto das convenções e acordos coletivos, os sindicatos alemães perderam força nas últimas décadas. Se no início dos anos 1990 cerca de 80% dos empregados estavam em empregos para os quais havia um acordo ou convenção coletiva, hoje eles são menos da metade. A outra metade trabalha para empresas que não estão subordinadas as convenções e acordos coletivos com sindicatos.
A Comissão Europeia tem planos para mudar isso. Em fins de 2022, ela emitiu uma diretriz segundo a qual a cobertura de negociação coletiva nos Estados-membros deve ser aumentada para pelo menos 80%. Essa diretriz tem dois anos para ser transposta para a legislação nacional.
Na Alemanha, o ministro do Trabalho, Hubertus Heil, quer aprovar nos próximos meses uma lei para fortalecer as negociações coletivas. A nova legislação vai determinar que, por exemplo, só empresas subordinadas a acordos e convenções coletivas possam participar de concorrências públicas do governo federal.
EUA - A economia dos Estados Unidos criou 353 mil empregos em janeiro, em termos líquidos, segundo relatório publicado na sexta-feira, 2, pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou bem acima do teto das expectativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 150 mil a 290 mil postos de trabalho, com mediana de 195 mil.
O relatório, conhecido como payroll, mostrou ainda que a taxa de desemprego dos EUA ficou em 3,7% em janeiro, inalterada em relação a dezembro. A previsão era de que a taxa subiria a 3,8% no mês passado.
O Departamento do Trabalho também revisou para cima os números de criação de empregos de dezembro, de 216 mil para 333 mil, e de novembro, de 173 mil para 182 mil.
Em janeiro, o salário médio por hora teve alta de 0,55% em relação a dezembro, ou US$ 0,19, a US$ 34,55, variação que ficou acima da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,48% no último mês, superior à previsão de 4,10%.
EUA - A economia dos Estados Unidos criou 199 mil vagas em novembro, informou nesta sexta-feira, 8, o Departamento do Trabalho. O resultado ficou bem próximo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro coletadas pelo Projeções Broadcast, de 198 mil vagas.
A taxa de desemprego, por sua vez, caiu de 3,9% em outubro para 3,7% em novembro, quando analistas esperavam estabilidade.
O salário médio por hora teve ganho mensal de 0,35% em novembro, ante expectativa de alta de 0,30% dos analistas. Na comparação anual, o ganho foi de 4,0%, como esperado.
O Departamento do Trabalho ainda informa que a geração de vagas de setembro foi revisada para baixo em 35 mil, a 262 mil, enquanto em outubro ela foi mantida em 150 mil.
Serviços puxaram alta em agosto, com quase 38 mil novos empregos no mês; no comércio, avanço de mais de 13 mil vagas
SÃO PAULO/SP - Considerando o ritmo atual da geração de empregos no varejo do Estado de São Paulo, o setor deve abrir cerca de 35 mil novos postos formais de trabalho para o último trimestre de 2023, período marcado pelo aumento do consumo ocasionado pela injeção do décimo terceiro salário e, por consequência, pela criação de empregos visando às festas de fim de ano. Se a projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) se confirmar, será um crescimento de 4,5% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando aproximadamente 33,5 mil empregos foram criados.
Ainda de acordo com a Federação, em torno de 20% dessas vagas têm a possibilidade de se efetivarem a partir do início de 2024. De acordo com os dados da Entidade, pelo menos metade desses empregos será proveniente de atividades alimentícias, enquanto outros 30% serão gerados nas lojas de roupas, calçados e acessórios.
EMPREGOS E SERVIÇOS EM ALTA
Os prognósticos positivos para o fim do ano têm origem, sobretudo, no ritmo atual dos serviços e do comércio, que apontaram aumento significativo de postos de trabalho celetistas no mês de agosto. Enquanto o primeiro gerou 37,8 mil vagas formais no mês [tabela 1], o segundo terminou o período com um saldo positivo de mais de 13 mil empregos [tabela 2].
[TABELA 1]
SALDO E ESTOQUE DO EMPREGO CELETISTA NOS SERVIÇOS NO ESTADO DE SÃO PAULO
Agosto de 2023
[TABELA 2]
SALDO E ESTOQUE DO EMPREGO CELETISTA NO COMÉRCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Agosto de 2023
Sob a análise da FecomercioSP, os números dos serviços surpreendem, já que se notava uma desaceleração no mercado desde fevereiro, quando foram registradas 50,9 mil vagas. Em julho, por sua vez, eram apenas 12,5 mil. Os dados de agosto representam, então, um aumento de 200% em comparação ao mês anterior — o que evidencia a resiliência dos players do setor. Já o comércio se destacou na economia paulista em agosto, terminando com o melhor saldo de empregos desde novembro de 2022, o que reforçou a reversão das perdas observadas nos primeiros meses do ano.
Ainda de acordo com a Entidade, o direcionamento de renda para as atividades de consumo não adiável — aliado aos efeitos no consumo de uma inflação mais controlada e à redução do endividamento das famílias — contribuiu para o cenário positivo de agora. No entanto, vale ressaltar também que, ainda que o saldo de empregos do comércio, em agosto, tenha sido o maior de 2023, observou-se a geração mais tímida de vagas para o mês desde que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), base de dados utilizada para elaborar o estudo, passou por mudanças metodológicas.
A previsão é que ambos continuem com patamares relevantes de geração de emprego até o fim de novembro, principalmente por causa do pagamento do décimo terceiro, a partir do mês que vem, e pelas compras de fim de ano, além de datas como a Black Friday.
ADMINISTRATIVOS PUXAM SERVIÇOS, VAREJO ESTIMULA COMÉRCIO
Dentre as 14 atividades analisadas pela FecomercioSP no setor de serviços, quase todas (13) terminaram o mês de agosto com saldo positivo. O principal destaque foram os serviços administrativos e complementares, que abriram 14 mil vagas no período, além das atividades escolares, com 8 mil postos de trabalho.
Na capital paulista, onde mais de 3 milhões de empregos celetistas estão ativos no setor, foram criadas quase 17 mil novas vagas em agosto. No ano, esse número é ainda maior: 64,2 mil. Já o setor de comércio registrou 133.679 admissões e 120.527 demissões no mês, isto é, pouco mais de 13 mil novas vagas. O ponto alto segue sendo o varejo, com 7.673 empregos gerados, seguido pelo atacado (4.026). Em ambas as divisões comerciais, as que mais geraram novas vagas foram, respectivamente, minimercados, mercearias e armazéns (945 vagas) e estabelecimentos atacadistas de produtos alimentícios em geral (1.049 vagas).
Na cidade de São Paulo, onde, atualmente, mais de 860 mil empregos celetistas ativos estão alocados no setor de comércio, foram criadas 4.125 mil vagas em agosto. No ano, esse número é de quase 10 mil postos de trabalho.
FINLÂNDIA - A fabricante de equipamentos de telecomunicações Nokia disse quinta-feira que planeja cortar até 14.000 empregos em todo o mundo, ou 16% de sua força de trabalho, como parte de um esforço para reduzir custos após uma queda nas vendas e nos lucros do terceiro trimestre.
O fornecedor finlandês de equipamentos de rede fixa e sem fio disse que as medidas planejadas visam reduzir sua base de custos e aumentar a eficiência operacional “para navegar na atual incerteza do mercado”.
A empresa disse que pretende reduzir a sua base de custos entre 800 milhões de euros (843 mil milhões de dólares) e 1,2 mil milhões de euros até ao final de 2026. Isso deveria levar a uma redução de 86.000 funcionários agora para entre 72.000 e 77.000 durante esse período.
As vendas da Nokia no terceiro trimestre despencaram 20%, para 4,98 bilhões de euros, ante 6,24 bilhões de euros, em comparação com o mesmo período de três meses do ano passado. O lucro líquido comparável caiu para 299 milhões de euros, de 551 milhões no trimestre de julho a setembro em relação ao ano anterior.
A maior unidade da empresa em receitas – o negócio de redes móveis – caiu 24%, para 2,16 mil milhões de euros, impulsionada principalmente pela fraqueza no mercado norte-americano. O lucro operacional da divisão caiu 64%.
“Continuamos a acreditar na atratividade dos nossos mercados a médio e longo prazo”, disse o CEO da Nokia, Pekka Lundmark, num comunicado. “As revoluções da computação em nuvem e da IA não se materializarão sem investimentos significativos em redes que tenham capacidades amplamente melhoradas.”
Embora não esteja claro quando o mercado irá melhorar, a Nokia não está “parada, mas sim tomando medidas decisivas em três níveis: estratégico, operacional e de custos”, disse Lundmark. “Acredito que essas ações nos tornarão mais fortes e agregarão valor significativo aos nossos acionistas.”
A Nokia é um dos principais fornecedores mundiais de 5G, a última geração de tecnologia de banda larga, juntamente com a sueca Ericsson, a chinesa Huawei e a sul-coreana Samsung.
No início deste ano, a Ericsson disse que estava a cortar 8% da sua força de trabalho global, numa tentativa de reduzir custos.
por Repórter ADVFN
Quarta edição do Café Sem Filtro contará com as presenças de José Pastore, sociólogo e especialista em relações do trabalho, e Naercio Menezes Filho, economista e pesquisador do Insper
SÃO PAULO/SP - A qualificação profissional e os desafios a serem enfrentados pelo Brasil e pelo mundo diante de uma realidade cada vez mais digital e dinâmica são os temas da quarta edição do Café Sem Filtro — evento mensal realizado pelo Conselho de Economia Empresarial e Política da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
A próxima edição do encontro virtual, que está marcada para o dia 11 de outubro, às 9h, terá como convidados o vice-presidente da FecomercioSP, Ivo Dall’Acqua Júnior; o presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da FecomercioSP, José Pastore; e o economista e professor no Insper, Naercio Menezes Filho. Além deles, também participarão Antonio Lanzana e Paulo Delgado, copresidentes do conselho da Entidade.
Os especialistas vão discutir as políticas públicas que precisam ser pensadas para fazer frente ao desafio de capacitar os trabalhadores e diminuir o gap de formação no Brasil. Além disso, apresentarão iniciativas de sucesso promovidas pelo setor privado e exemplos de países que têm avançado na requalificação, bem como as perspectivas discutidas na Organização Internacional do Trabalho (OIT). Com a transformação digital, as empresas apostam cada vez mais na recapacitação constante dos colaboradores, inclusive por meio de instituições de ensino próprias, buscando aproximar os profissionais da realidade prática das funções e suprimindo uma desconexão comum entre o setor educacional e o privado.
Apesar de louvável, esse movimento não resolve o desafio de qualificação e requalificação das pessoas que estão fora do mercado de trabalho formal — e cuja tendência é serem ainda mais excluídas frente à digitalização das atividades econômicas. Trata-se de um dilema que torna essa discussão fundamental para pensar a realidade do mercado de trabalho atual e futuro.
O evento, aberto ao público, poderá ser acompanhado pelo YouTube da Federação. Para receber o link de acesso, é necessário fazer a inscrição pela página do Café Sem Filtro no site da FecomercioSP.
Os jornalistas interessados em fazer a cobertura do encontro devem se credenciar pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Serviço
Café Sem Filtro
Online
Data: 11 de outubro
Horário: a partir das 9h
Inscrições: Página do evento no site da FecomercioSP
IBATÉ/SP - A empresa Lupo, com o intuito de ampliar as oportunidades de inserção no mercado de trabalho, realizou na última semana em parceria com a Secretaria de Promoção e Bem Estar Social de Ibaté, uma seleção para vagas femininas de Agente de Produção. O momento foi enriquecedor, e contou com a presença de um grande número de mulheres ibateenses.
A Empresa Lupo, esteve representada pela profissional do setor de Recursos Humanos, nas dependências do Centro de Formação Artística “Anna Ponciano Marques”, o Centro Cultural.
A intermediação de mão-de-obra feita pela Secretaria de Promoção e Bem Estar Social, tem como objetivo colocar famílias inscritas em Programas Sociais do município bem como do Governo, no mercado de trabalho.
A coordenadora da Assistência Social, Amanda Affonso, reforça que a ação tem por finalidade promover a integração dos usuários da Assistência Social ao mundo do trabalho. “O objetivo é promover estratégias de inclusão das pessoas atendidas pelos CRAS e também as assistidas pelos serviços da assistência social para serem encaminhadas ao mercado de trabalho”, destacou. “A seleção contou com 98 mulheres inscritas, porém, 72 compareceram”, acrescentou.
O sonho do emprego e, consequentemente, da carteira assinada já é realidade para 35 trabalhadoras de Ibaté. “Na terça-feira (12), elas participaram de uma integração na Lupo, realizaram exame admissional, iniciando a jornada de trabalho na quarta-feira (13) ”, concluiu.
Seguindo tendência nacional, emprego no varejo na cidade desacelera em 2023. Na avaliação do Sincomercio de São Carlos, filiado à FecomercioSP,
orçamento familiar mais apertado e alto custo do crédito impactaram o setor
SÃO CARLOS/SP - Assim como a realidade de outras cidades brasileiras, o desempenho do emprego no varejo de São Carlos desacelerou no primeiro semestre deste ano. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, mostraram que o mercado de trabalho do comércio varejista da cidade, formado atualmente por 11.771 empregos ativos, perdeu de janeiro a julho de 2023 exatas 38 vagas com carteira assinada, após o registro de 4.098 admissões e 4.136 desligamentos.
Não apenas o saldo negativo local de empregos nos sete primeiros meses de 2023 contrapõe o número positivo visto no mesmo período de 2022 (+301 vagas), como foi o pior resultado para tal época do ano desde 2020, quando o setor foi fortemente impactado pela pandemia. O estudo feito pela FecomercioSP, com base nos dados do Caged, detalha o cenário dos últimos quatro anos no gráfico abaixo.
Gráfico 1: Saldo do emprego celetista no varejo de São Carlos/SP nos períodos acumulados de janeiro a julho: 2020 a 2023
Fonte: Caged
Elaboração e cálculos: FecomercioSP
O desempenho timidamente negativo de 2023 se deveu primeiro ao enfraquecimento da geração de vagas em setores que ainda se mantiveram no positivo, como os estabelecimentos de eletrodomésticos e similares, material de construção e congêneres e o grupo formado pelas padarias, hortifrutis, açougues e bebidas.
Além deles, acrescentam-se grupos que, ano passado, mais admitiram do que desligaram nos sete primeiros meses e, em 2023, registraram o desempenho oposto, caso do varejo de livros, papelarias e artigos recreativos e esportivos, bem como dos hipermercados, supermercados e lojas de departamentos. Esses grupos passaram de saldo positivo para saldo negativo de vínculos celetistas, como mostra a tabela abaixo:
Tabela 1:
Conjuntura complexa
“O fenômeno que se nota no varejo local é similar aos cenários nacional e estadual, isto é, nos três casos temos um varejo com saldo negativo de vagas em 2020, mais com uma recuperação dessas perdas em 2021 e 2022 e agora novo saldo negativo de vagas (ainda que tímidos em proporção ao tamanho dos mercados de trabalho) no acumulado dos primeiros meses de 2023”, explica o assessor econômico da FecomercioSP, Jaime Vasconcellos.
Este cenário atual decorre de algumas variáveis. A primeira delas foi o fim dos efeitos positivos com a reabertura econômica pós-pandemia. Superada essa expansão do mercado após o baque trazido pela pandemia, uma estabilidade naturalmente seria sentida. O varejo é também impactado pelo maior direcionamento de renda familiar aos setores de serviços e turismo, que com após a reabertura pós-pandemia têm performado melhor que o comércio varejista.
Na opinião do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de São Carlos e Região, Paulo Roberto Gullo, “outro apontamento importantíssimo é a conjuntura econômica mais desafiadora ao orçamento familiar em 2023, pois mesmo com inflação mais controlada, os indicadores gerais de endividamento e inadimplência das famílias, acrescido ao cenário de custo do crédito mais caro, impactam a economia, e em especial o varejo, importante divisão econômica que tem como característica ser aquela com o contato final com o mercado consumidor, sendo, portanto, um dos seus termômetros”.
Perspectivas positivas
Em geral, na avaliação da FecomercioSP, a tendência é que as vagas perdidas no varejo de São Carlos em 2023 se transformem em saldo positivo com o acréscimo dos desempenhos que ainda estão por vir nos próximos meses. No entanto, é preciso ressaltar que o desempenho projetado para o balanço de 2023 deverá ser bem abaixo dos 738 postos de trabalho que esta divisão comercial criou em todo ano de 2022.
O grande setor do comércio é formado por três divisões, o comércio varejista, o comércio atacadista
BRASÍLIA/DF - Um levantamento da Receita Federal mostrou que o Brasil perdeu um total de 427.934 empresas entre micro, pequeno, médio e grande porte, sendo um saldo negativo para empresas abertas no país. O número de queda é frequente desde 2021, e mostra o setor industrial como o mais afetado pela esfriamento da MPMEs, segundo dados levantados pelo g1.
EUA - O setor privado dos Estados Unidos criou 177 mil empregos em agosto, segundo pesquisa com ajustes sazonais divulgada nesta quarta-feira, 30, pela ADP.
O resultado veio abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, de geração de 200 mil postos de trabalho. A pesquisa da ADP, que adotou nova metodologia no ano passado, também mostrou que os salários no setor privado tiveram expansão média anual de 5,9% em julho.
Segundo a nota da ADP, a desaceleração foi causada principalmente pelos componentes de lazer e hospitalidade.
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