SÃO PAULO/SP - Com adaptações ao novo cenário econômico do país e como forma de conscientização sobre a quantidade impostos arrecadados no Brasil, a Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem (CDL Jovem), com apoio da FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de SP), promove o Dia Livre de Impostos no dia 27 de maio. Em sua 15° edição, o evento acontece de forma online e abrange todo o território nacional.
A alta carga tributária do país e a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19 são alguns dos fatores que limitam o consumo da população e afetam o setor varejista. No Dia Livre de Impostos, os lojistas participantes poderão comercializar seus produtos com descontos no valor - sem as taxas de tributação, que serão pagas pelos lojistas.
A ação visa alertar a população sobre o valor de impostos pagos em cada produto e sensibilizar as autoridades para que o varejo consiga comercializar de forma mais simples. Mais de mil lojistas estão cadastrados para a ação, o que abrange cerca de 23 estados em todo país.
“O DLI chama atenção para um dos principais entraves do comércio varejista: a alta carga tributária nos produtos e serviços. Com a pandemia de Covid-19, os estabelecimentos foram ainda mais afetados pelo abre e fecha. Esperamos que a data aqueça o setor e reforce a necessidade da reforma tributária”, explica o presidente da FCDLESP, Maurício Stainoff.
Durante o DLI, os produtos e serviços podem ter descontos de até 70%, vale ressaltar que, cada estado possui um percentual de tributação. Eletrodomésticos, eletrônicos e serviços estão entre as categorias de desconto.
A lista completa de produtos e serviços você pode conferir no site, acesse: https://dialivredeimpostos.
Sobre o DLI
O Dia Livre de Impostos foi criado pela Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem em 2003 e acontece nas principais cidades do país. O intuito não é a sonegação, pois nesse dia o empresário arca com os tributos, para não ser repassado aos consumidores.
TÓQUIO - O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, disse nesta segunda-feira que a desigualdade na recuperação mundial da recessão provocada pelo coronavírus pode levar a um aumento da poupança, desigualdade econômica e endividamento.
"O trio de aumento da poupança, desigualdade e endividamento é considerado interligado na prática e pode teoricamente reduzir a taxa de juros natural", disse Kuroda em discurso em uma conferência acadêmica do Banco do Japão.
À medida que a economia global se recupera do impacto inicial da pandemia, o papel dos bancos centrais mudará de fornecer apoio de liquidez para auxiliar empresas a se manterem solventes, disse ele.
"A natureza das respostas irá... mudar de medidas temporárias de primeiros socorros para políticas estruturais de médio e longo prazos", disse Kuroda. "Nesse sentido, estamos vendo uma ampliação no âmbito das questões que os bancos centrais devem levar em conta."
*Por Leika Kihara / REUTERS
BRASÍLIA/DF - A partir das 10h de hoje (24), o contribuinte que entregou a Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física no início do prazo saberá se vai receber dinheiro do Fisco ainda este mês. Nesse horário, a Receita Federal libera a consulta ao primeiro dos cinco lotes de restituição de 2021.
Será o maior lote de restituição da história, tanto em valor desembolsado quanto em número de contribuintes. Ao todo, 3.446.038 contribuintes receberão R$ 6 bilhões. Desse total, R$ 5.548.337.897,41 serão pagos aos contribuintes com prioridade legal, sendo 96.686 idosos acima de 80 anos, 1.966.234 entre 60 e 79 anos, 127.783 contribuintes com alguma deficiência física, mental ou doença e 891.421 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério.
O restante do lote será destinado a 263.914 contribuintes não prioritários que entregaram declarações de exercícios anteriores até 28 de fevereiro deste ano.
O dinheiro será pago em 31 de maio. A consulta pode ser feita na página da Receita Federal na internet. Basta o contribuinte clicar no campo “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, “Consultar Restituição”. A consulta também pode ser feita no aplicativo Meu Imposto de Renda, disponível para os smartphones dos sistemas Android e iOS.
A consulta ao site permite a verificação de eventuais pendências que impeçam o pagamento da restituição – como inclusão na malha fina. Caso uma ou mais inconsistências sejam encontradas na declaração, basta enviar uma declaração retificadora e esperar os próximos lotes.
Inicialmente prevista para terminar em 30 de abril, o prazo de entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física passou para 31 de maio por causa da segunda onda da pandemia de covid-19. Apesar do adiamento, o calendário original de restituição foi mantido, com cinco lotes a serem pagos entre maio e setembro, sempre no último dia útil de cada mês.
A restituição será depositada na conta bancária informada na Declaração de Imposto de Renda. Se, por algum motivo, o crédito não for realizado, como no caso de conta informada desativada, os valores ficarão disponíveis para resgate por até um ano no Banco do Brasil.
Nesse caso, o cidadão pode reagendar o crédito dos valores de forma simples e rápida pelo Portal BB, ou ligando para a Central de Relacionamento BB por meio dos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).
*Por Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
SÃO PAULO/SP - A Mega-Sena realizou neste último sábado (22) mais um sorteio que terminou sem ganhadores na primeira faixa. No concurso, ninguém acertou as seis dezenas para levar o prêmio estimado em R$ 48 milhões.
Os números responsáveis da vez foram:
12 - 13 - 25 - 37 - 39 - 41.
As dezenas foram extraídas às 20h, pelo horário de Brasília, no espaço oficial da Caixa sediado em São Paulo. Com a acumulação, o prêmio para o próximo concurso, que acontece na quarta-feira (26) é de incríveis R$ 80 milhões.
Sem acertadores das seis dezenas, o sorteio deste sábado rendeu prêmios secundários para quem acertou parte do resultado, fazendo quatro e cinco pontos.
Assim, a faixa de quatro acertos (Quadra) teve 8.177 apostas ganhadoras, rendendo para cada o valor de R$ 771,87. Já a faixa de cinco acertos (Quina) premiou com R$ 35.344,96 as 125 apostas vencedoras.
*Por: Sorte Online
BRASÍLIA/DF - A Caixa Econômica Federal liberarou neste domingo (23) mais uma rodada de pagamentos da segunda parcela do auxílio emergencial 2021. O depósito na conta digital é realizado para os beneficiários que nasceram em julho.
Assim como aconteceu na primeira parcela do benefício, os pagamentos agora também estão sendo antecipados.
Os nascidos em agosto vão receber o pagamento na terça-feira (25). Pelo calendário, não há previsão de pagamentos na segunda-feira (24).
Nas respectivas datas, os valores poderão ser movimentados pelo aplicativo Caixa Tem para pagamento de boletos, compras na internet e pelas maquininhas em estabelecimentos comerciais.
O auxílio será pago às famílias com renda mensal total de até três salários mínimos, desde que a renda por pessoa seja inferior a meio salário mínimo. O valor médio do benefício será de R$ 250, variando de R$ 150 a R$ 375, a depender do perfil do beneficiário e da composição de cada família.
A Caixa orienta os beneficiários com dúvidas sobre o auxílio a ligarem na central telefônica 111, que funciona de segunda-feira a domingo, das 7h às 22h, ou pelo site.
© Fornecido por IstoÉ Dinheiro
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
SANTIAGO - A estatal chilena Codelco, maior produtora de cobre do mundo, disse em uma carta a congressistas nesta semana que até 40% de sua produção de cobre estará em risco caso avancem com um projeto de lei que limita as operações de mineração perto de geleiras, segundo reportagem do diário local El Mercurio.
A carta, enviada pela Codelco ao comitê de Mineração e Energia do Senado chileno, observa que três de suas principais operações de mineração --Andina, El Teniente e Salvador-- seriam afetadas pelas "proibições absolutas" atualmente em consideração no projeto de lei.
“As novas proteções propostas no projeto se sobreporiam às atividades atuais e futuras em Andina, El Teniente e Salvador”, alertaram executivos da Codelco na carta aos membros do Senado, segundo a reportagem de El Mercurio.
As três minas juntas constituem quase 40% da vasta produção de cobre, mostram dados do governo.
O Senado está considerando o projeto de lei de proteção às geleiras ao começar a revisar um projeto de royalties que visa aumentar drasticamente os impostos cobrados dos mineradores de cobre do país, uma manobra que executivos da indústria alertam que poderia condenar muitas das minas do Chile.
*Por: REUTERS
WASHINGTON - A Casa Branca informou na sexta-feira que reduziu o custo de seu projeto de infraestrutura de 2,25 trilhões de dólares para 1,7 trilhão de dólares como contraproposta a um pacote apresentado por um grupo de parlamentares republicanos.
A nova ideia será divulgada ainda nesta sexta-feira, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
Alguns aspectos retirados do novo texto, como investimentos em pesquisa e desenvolvimento, seriam inclusos em outros projetos de lei.
O presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, fez dos gastos com infraestrutura uma prioridade nos primeiros dias de sua presidência, mas está buscando um terreno comum com os republicanos acerca de um pacote amplo.
A nova proposta reduziu o financiamento para banda larga e o montante proposto para investimento em estradas, pontes e grandes projetos, disse Psaki.
"Esta proposta mostra uma vontade de diminuir de tamanho, cedendo em algumas áreas que são importantes para o presidente... enquanto também permanece firme em áreas que são mais vitais para reconstruir nossa infraestrutura e indústrias do futuro", disse Psaki a repórteres.
Psaki disse que, em razão de o custo total do pacote ter sido reduzido, a necessidade de "pagamentos" também diminuiria. Biden continua comprometido em não aumentar os impostos de pessoas que ganham menos de 400 mil dólares anuais, disse Psaki.
*Por Jarrett Renshaw e Jeff Mason / REUTERS
EUA - O streaming virou o campo de disputa das grandes empresas de entretenimento e mídia pelo tempo e o dinheiro do consumidor. De olho neste mercado bilionário, a Warner, empresa da operadora AT&T, e a Discovery anunciaram uma fusão que criará uma gigante do setor: a nova companhia terá valor de US$ 150 bilhões (R$ 790 bilhões) e será a segunda maior em faturamento, atrás apenas da Disney. Mas sua força ainda precisará ser provada. Mesmo com a fusão, a Netflix continua líder no número de assinantes, com 208 milhões de pagantes no mundo — 17 milhões no Brasil.
O acordo teve o valor de US$ 43 bilhões (R$ 225,7 bilhões) e a empresa resultante da fusão será comandada por David Zaslav, atual executivo-chefe da Discovery. As perspectivas da nova empresa são promissoras quando a fusão for aprovada, o que deve levar até 12 meses. A companhia terá todo o acervo da Warner Brothers e da Discovery, além dos canais da HBO, da TNT e da emissora de televisão CNN. No total, serão 15 marcas internacionais de peso. A empresa terá novo nome a ser anunciado em breve. O negócio marcou uma reviravolta na estratégia da gigante de telefonia AT&T. Em 2018, a companhia foi muito criticada ao pagar US$ 85 bilhões (R$ 446,2 bilhões) para comprar o grupo Time Warner, em negócio que um analista americano definiu como o “mais burro da história”. A empresa considerava que poderia catapultar seu negócio de telefonia com o conteúdo de entretenimento. Mas a explosão do streaming provocou uma mudança de comportamento nos consumidores, afetando o plano de negócios dos estúdios.
Zaslav afirma que a nova companhia será capaz de se diferenciar tanto da Netflix como da Disney ao oferecer um conteúdo sólido com filmes, esportes, notícias e minisséries como “Game of Thrones” e “Harry Potter”. Ele afirmou que a empresa manterá a CNN para “ser uma líder mundial em notícias”. Zaslav projeta que o streaming combinado das duas empresas chegará a 400 milhões de assinantes, quatro vezes mais do que os atuais 100 milhões.
Especialistas ainda avaliam a nova estratégia da AT&T. A operadora tem uma dívida gigantesca de US$ 170 bilhões (R$ 892 bilhões). Nos últimos anos, a empresa foi ameaçada em telefonia pela Verizon, e precisa do dinheiro para abater o endividamento e tornar-se competitiva em serviços 5G nos EUA. “A AT&T enterrou bilhões de dólares na HBO e conquistou apenas 20 milhões de assinantes”, comenta Márcio Kanamaru, sócio de tecnologia, mídia e telecom da consultoria KPMG. Ele lembra que o mercado de streaming é de capital intensivo, porque exige que as empresas invistam sempre na produção de novo conteúdo. O sucesso da Netflix, em parte, foi ter tido a visão de criar minisséries de sucesso como “House of Cards”. “A Netflix investe pesado para produzir conteúdo. Em 2019, foram US$ 14,4 bilhões e, em 2020, mais US$ 12,3 bilhões”, afirma Alberto Amparo, analista de investimentos na Suno Research. Ele diz que a nova empresa da Warner/Discovery virá para o Brasil com força, contando com a “vasta biblioteca de conteúdo da Warner” como trunfo. Amparo ressalta que, em 2020, Warner e Discovery investiram US$ 20 bilhões para produzir conteúdo, um volume maior do que a Netflix.
No Brasil, a nova empresa enfrentará também a Globoplay, que conta com parte do acervo da TV Globo e é forte em conteúdo local. “A indústria do streaming está apoiada em quatro pilares: plataforma, conteúdo, marketing e distribuição”, analisa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM. “Sem dúvida, a empresa da Warner/Discovery terá seu streaming no Brasil. As empresas não disputam apenas o dinheiro, mas principalmente o tempo e a atenção do consumidor”, diz. Martinho avalia que a Discovery conhece o consumidor, mas não tem um canal de distribuição para chegar a ele – este seria mais um motivo para a fusão com a Warner, que possui um serviço de streaming consolidado. “Esta é a diferença do streaming para a TV a cabo, onde os canais negociam com as operadoras. No streaming os canais chegam diretamente ao consumidor”, explica.
A consultoria alemã Statista projeta que o mercado de streaming deverá gerar uma receita de US$ 71 bilhões em 2022, com a possibilidade de alcançar US$ 108 bilhões em 2025. As empresas de streaming querem uma fatia desta soma fabulosa.
*Por: André Lanchini / ISTOÉ
BRASÍLIA/DF - Trabalhadores informais nascidos em maio recebem hoje (21) a segunda parcela da nova rodada do auxílio emergencial. O benefício terá parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo da família.
O pagamento também será feito a inscritos no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) nascidos no mesmo mês. O dinheiro será depositado nas contas poupança digitais e poderá ser movimentado pelo aplicativo Caixa Tem. Somente de duas a três semanas após o depósito, o dinheiro poderá ser sacado em espécie ou transferido para uma conta-corrente.
Também hoje, beneficiários do Bolsa Família com o Número de Inscrição Social (NIS) de dígito final 4 poderão sacar o benefício.
Na última quinta-feira (13), a Caixa anunciou a antecipação do pagamento da segunda parcela. O calendário de depósitos, que começou no último domingo (16) e terminaria em 16 de junho, teve o fim antecipado para 30 de maio.
Ao todo, 45,6 milhões de brasileiros serão beneficiados pela nova rodada do auxílio emergencial. O auxílio será pago apenas a quem recebia o benefício em dezembro de 2020. Também é necessário cumprir outros requisitos para ter direito à nova rodada (veja guia de perguntas e respostas no último parágrafo).
Para os beneficiários do Bolsa Família, o pagamento ocorre de forma distinta. Os inscritos podem sacar diretamente o dinheiro nos dez últimos dias úteis de cada mês, com base no dígito final do NIS.
O pagamento da segunda parcela aos inscritos no Bolsa Família começou na terça-feira (18) e segue até o dia 31. O auxílio emergencial somente será depositado quando o valor for superior ao benefício do programa social.
Calendário de pagamento das parcelas do auxílio emergencial. - Arte/Agência Brasil
Em todos os casos, o auxílio será pago apenas a quem recebia o benefício em dezembro de 2020. Também é necessário cumprir outros requisitos para ter direito à nova rodada (veja guia de perguntas e respostas).
*Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
ARGENTINA - A decisão da Argentina de suspender as exportações de carne bovina por 30 dias é uma oportunidade para os concorrentes da região, mas empurrará para cima os preços internos em mercados que sofrem fortes pressões inflacionárias, avaliaram analistas e atores do setor.
"Caso a medida se concretize, um ator importante se retira do mercado internacional (...) É um sinal bastante negativo para todo o setor produtivo e a cadeia da carne", resumiu o presidente do Instituto Nacional de Carnes (INAC) do Uruguai, Fernando Mattos, em declarações à Rádio Nacional na quarta-feira (19).
A Argentina, quarto exportador mundial de carne bovina, com 819.000 toneladas em 2020, anunciou na segunda-feira a suspensão que vai aplicar por 30 dias "como consequência do aumento sustentado do preço da carne bovina no mercado interno". Em resposta, os pecuaristas decidiram interromper desde quinta-feira a comercialização por nove dias.
O país, que segundo a OCDE é o principal consumidor de carne bovina per capita do mundo, atravessa uma forte escalada inflacionária, com um aumento de preços ao consumo de 46,3% em 12 meses até abril, segundo dados oficiais. A carne bovina, enquanto isso, aumentou 65,3% no mesmo período, acima da inflação, segundo o Instituto de Promoção de Carne Bovina Argentina (Ipcva, na sigla em espanhol).
"O tema da carne saiu do controle. O preço sobe mês a mês sem justificativa. Temos que pôr ordem (nisso). Nós não podemos ver os preços subindo sem nenhuma justificativa, ou seja, sobe o preço da carne e diminui o consumo de carne", argumentou o presidente argentino, Alberto Fernández, em declarações por rádio para justificar sua decisão.
Embora a ausência argentina do mercado internacional possa representar uma oportunidade conjuntural para países competidores concorrentes como Brasil, Uruguai, Paraguai, e inclusive os Estados Unidos, a médio prazo o impacto pode ser sentido nas economias locais nos preços de um produto que é central na cesta básica alimentícia.
"Os frigoríficos que estão autorizados a exportar, optam a fazê-lo porque é uma forma de remunerar melhor o investimento feito na pecuária. Recebem em dólar e isso recompõe margens que foram comprometidas com o aumento dos preços dos insumos para a criação dos animais", explicou à AFP no Brasil André Braz, coordenador de temas sobre inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre).
Mas "é uma carência que o mercado vai sofrer. A carne é um produto da cesta básica (...) Já chama atenção que as carnes bovinas subiram mais de 30% nos últimos 12 meses", advertiu.
No Brasil, os preços dos alimentos em geral subiram mais que 12% nos últimos 12 meses até abril e a inflação situou-se em 6,76%, acima do teto de 5,25% da meta oficial.
Para o presidente do Instituto Nacional de Carnes do Paraguai, não há dúvidas sobre o impacto negativo da medida argentina.
"Este ano vamos ter uma pressão da carne no aumento de preços que não beneficia o consumidor. Estas distorções no mercado internacional, quanto ao balanço de benefícios e prejuízos, no curto prazo geram benefícios entre aspas, mas a longo prazo não é um mercado sadio e autêntico. É muito melhor que a formação de preços obedeça a uma gradualidade e uma lógica econômica, e não a uma medida administrativa direta do governo argentino intervindo no mercado", enfatizou.
"O apetite pelas commodities está aumentando em todo o mundo e sobretudo na Ásia, à medida que a vacinação (contra a covid-19) avança", explicou o especialista da Fundação Getúlio Vargas.
Assim, o principal beneficiário das restrições argentinas deveriam ser os Estados Unidos, os terceiros exportadores mundiais, graças ao aumento da demanda chinesa, avaliou Fernando Iglesias, analista do setor de carnes da brasileira Safras&Mercados.
"A China é um país extremamente proativo na segurança alimentar. Quando notou que a Argentina estava prestes a fechar as portas para suas exportações de carne - já houve normativas no mês passado em relação a isso -, simplesmente optou por habilitar a toque de caixa 32 unidades frigoríficas dos Estados Unidos e essa exportação passou a vigorar a partir de 1º de maio", explicou à AFP.
Para o uruguaio Mattos, uma saída temporária da Argentina do mercado provocará um "efeito de retirada de 7%, 8% da oferta mundial" quando o país sul-americano "apontava a estar exportando este ano em torno de um milhão de toneladas. Em nível mundial são comercializadas entre 11 e 12 milhões de toneladas" ao ano de carne bovina, concluiu.
*Por: AFP
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