ALEMANHA - O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria global avançou de 48,8 em outubro a 49,3 em novembro, informaram na última sexta-feira, 1º de dezembro, a S&P Global e o JPMorgan. A leitura continua, porém, abaixo da marca de 50, que separa expansão da contração da atividade nessa pesquisa.
Segundo relatório sobre o dado, o otimismo empresarial subiu, à medida que as perspectivas das empresas melhoraram, apesar da atual contínua incerteza do mercado e cautela com os custos.
LONDRES - A retração da atividade industrial da zona do euro diminuiu ligeiramente no mês passado, mas o setor permanece profundamente enraizado em território contracionista, levando as fábricas a reduzir os níveis de pessoal pelo sexto mês consecutivo.
O Índice Gerentes de Compras (PMI) final do HCOB para o setor industrial da zona do euro, compilado pela S&P Global, subiu para 44,2 em novembro, em comparação com 43,1 em outubro, acima da estimativa preliminar de 43,8. Uma leitura abaixo de 50 indica contração na atividade.
O subíndice que mede a produção subiu de 43,1 para 44,6.
"Novembro não foi dos mais bonitos, e isso não se refere apenas ao clima, mas também à situação do setor industrial da zona do euro", disse Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.
"É claro que quase todos os subíndices melhoraram um pouco. Entretanto, as melhorias são, em sua maioria, tímidas, sem o dinamismo necessário para declarar uma tendência de alta", disse de la Rubia.
Os subíndices que abrangem a demanda, as exportações e os pedidos em atraso avançaram, mas permanecem firmemente abaixo do ponto de equilíbrio.
A demanda geral diminuiu pelo 19º mês, embora o índice de novos pedidos tenha subido de 39,0 para 41,5, um recorde de seis meses. A pesquisa sugeriu que os gerentes de fábrica não esperam uma grande recuperação, já que o número de funcionários foi cortado novamente.
O subíndice de emprego caiu para uma mínima não vista desde agosto de 2020, quando a pandemia de Covid-19 estava se consolidando sobre o mundo.
Reportagem de Jonathan Cable / REUTERS
BRASÍLIA/DF - O consumo nos lares brasileiros, medido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), registrou alta de 2,89% em outubro, na comparação com o mês anterior. Na comparação com outubro do ano passado, a alta é de 0,61%. No acumulado do ano, a alta é de 2,64%. O resultado contempla os formatos de loja atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, a alta pode ser atribuída à inauguração de novas lojas e promoções. “As atividades promocionais tradicionalmente se intensificam no segundo semestre, combinados com renda mais estável e a menor variação nos preços da cesta de abastecimento dos lares”, analisou Milan. De janeiro a novembro, entraram em operação 573 lojas, das quais 306 são novas e 267 reinauguradas. Os principais formatos de lojas são os supermercados (185) e os atacarejos (121).
Segundo a Abras, apesar da alta registrada no mês, as quedas nos preços foram expressivas de janeiro a outubro (-6,43%) e nos últimos 12 meses (-5,08%), influenciadas principalmente pelos preços do óleo de soja (-30,94%), do feijão (-23,12%), dos cortes bovinos do dianteiro (-12,61%) e do traseiro (-12,44%), do frango congelado (-9,55%), do leite longa vida (-6,10%). Os preços dessa cesta caíram de R$ 754,98 em janeiro para R$ 705,93 em outubro, variação de -6,43% equivalente a cerca de R$ 50.
De acordo com os dados da Abras, o valor da cesta de 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) teve alta de 0,10% em outubro na comparação com setembro.
Segundo o levantamento, as principais altas do mês foram batata (11,23%), cebola (8,46%), arroz (2,99%), carne bovina – corte traseiro (1,94%), açúcar refinado (1,88%), tomate (0,97%), extrato de tomate (0,83%), pernil (0,57%).
A maior retração em outubro foi registrada na cesta de lácteos com leite longa vida (-5,48%), queijos muçarela e prato (-1,14%), leite em pó (-0,87%), margarina cremosa (-0,60%).
Na cesta de produtos básicos, as principais quedas vieram do feijão (-4,67%), do óleo de soja (-1,77%), do café torrado e moído (-1,23%), da farinha de mandioca (-0,65%), da farinha de trigo (-0,56%).
Entre as proteínas que mantiveram a tendência de queda nos preços estão ovos (-2,85%), carne bovina - corte do dianteiro (-0,30%). As altas foram registradas na carne bovina - corte do traseiro (1,94%), pernil (0,57%), frango congelado (0,54%).
Na cesta de higiene e beleza, as principais quedas foram registradas no sabonete (-0,78%), xampu (-0,08%) e as altas no papel higiênico (+0,99%) e no creme dental (+0,22%). Em limpeza, houve recuo em sabão em pó (-1,03%), detergente líquido para louças (-0,42%), água sanitária (-0,04%).
Por Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA/DF - O Ministério da Fazenda atualizou na quinta-feira, 30, os números de alcance do Desenrola, que começou oficialmente em julho. Segundo a pasta, em pouco mais de quatro meses, cerca de 3,5 milhões de brasileiros realizaram renegociações por meio do programa, com mais de R$ 27 bilhões em dívidas renegociadas. O Desenrola, que funcionou por etapas, fica disponível para o público até 31 de dezembro.
“Programa Desenrola Brasil entra no último mês do ano. Até 31 de dezembro, a população tem disponível a possibilidade de renegociar dívidas com descontos que superam 90%, em operações de parcelamento que podem ser feitas em cerca de 4 minutos, inclusive aos finais de semana e feriados”, destacou a Fazenda em nota.
URUGUAI - O Mercosul deve fechar um acordo extra regional com Singapura na próxima semana, durante a 63ª Cúpula do bloco que será realizada, no Rio de Janeiro, entre os dias 4 e 7 de dezembro. Este pode ser o primeiro acordo do Mercosul com uma país de fora do continente dos últimos 12 anos. O pequeno país é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na Ásia, atrás apenas da China, e o sétimo principal parceiro comercial do Brasil em todo o mundo.
“Desde 2011 não tínhamos assinado acordo com nenhum outro país, uma dificuldade de negociação externa do Mercosul. Mas, dessa vez, deveremos assinar na Cúpula, no Rio de Janeiro, o acordo com Singapura”, disse o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, acrescentando que o acordo está na fase de revisão, mas que tudo já está praticamente concluído.
Desde que foi criado em 1991, o Mercosul fechou apenas três acordos com países de fora da região, com Israel, em 2007; Egito, em 2010, e Palestina, em 2011. O bloco fechou ainda alguns acordos de preferência, que não são acordos plenos de livre comércio, com a Índia e com países do sul da África, que formam a União Aduaneira da África Austral (Sacu), e que reúne África do Sul, Botswana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia.
O embaixador Maurício Lyrio destacou que o acordo com Singapura é importante para o Brasil devido a intensa relação comercial entre os países, com U$S 8 bilhões de exportações do Brasil para Singapura em 2022 e superávit significativo. “É o sinal de força do Mercosul. Ou seja, depois de períodos de dificuldades, não vamos esconder aqui as dificuldades que enfrentamos em vários momentos, mas temos agora com a assinatura desse acordo mais um sinal da vitalidade do Mercosul”, afirmou.
O diplomata acrescentou que Singapura tem muitos investimentos no Brasil e que a maioria das empresas brasileiras com interesse na Ásia têm suas sedes nesse país. Além disso, defendeu que a negociação foi satisfatória para o Brasil e o Mercosul, uma vez que foi possível manter a preferência de empresas brasileiras para compras governamentais no Brasil, que é uma das exigências do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fechar acordos comerciais, inclusive com a União Europeia.
Singapura
Com 5,6 milhões de habitantes, com população menor que a da cidade do Rio de Janeiro, Singapura tem 728 km² de área, tamanho próximo ao do município de Salvador. Em 2021, o pequeno país asiático ostentou um Produto Interno Bruto (PIB) de U$S 397 bilhões. Esse resultado, para efeito de comparação, é bem superior aos dois menores parceiros do Mercosul, o Uruguai com PIB de US$ 59,32 bilhões, e o Paraguai, US$ 39,5 bilhões, e menor que Argentina, com PIB de U$S 487 bilhões, e o Brasil, com U$S 1.609 bilhões no mesmo ano.
Singapura é um importante centro financeiro do mundo, tem o segundo maior porto de contêineres do planeta, depois de Xangai, e está entre os cinco maiores centros de refinamento de petróleo em termos globais.
Em 2022, a balança comercial Brasil-Singapura alcançou US$ 9,35 bilhões. As exportações do Brasil para Singapura naquele ano foram de US$ 8,345 bilhões, dos quais US$ 5,77 bilhões correspondem a petróleo refinado e cru, enquanto as importações singapurenses de produtos brasileiros foram da ordem de US$ 1 bilhão.
Os principais produtos exportados pelo Brasil a Singapura são dos setores de óleo e mineração (petróleo refinado, petróleo bruto, ferro-nióbio), seguidos de produtos agrícolas (frango, suínos e carne bovina) e turbinas a gás.
O Brasil é responsável por 58% da carne bovina, 48% da carne de frango e 39% da carne suína consumidas localmente. Os principais produtos importados pelo Brasil de Singapura são componentes eletrônicos e circuitos integrados e inseticidas.
RIO DE JANEIRO/RJ - A expectativa de vida ao nascer no Brasil, em 2022, ficou em 75,5 anos, segundo dados das Tábuas da Mortalidade, divulgados na quarta-feira (29), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado que projeta a longevidade dos brasileiros teve uma recuperação parcial no ano passado após dois anos seguidos de quedas em 2021 e 2020, quando a pandemia de covid-19 fez mais vítimas.
O estudo foi construído com base no Censo Demográfico de 2022, diferentemente dos anos anteriores, em que a expectativa de vida era calculada a partir de projeções populacionais revisadas em 2018, que eram baseadas no Censo de 2010.
A informação mostra, pela primeira vez, os impactos da pandemia de covid-19 na expectativa de vida do brasileiro, e, com isso, o IBGE também revisou a esperança de vida ao nascer divulgada nos anos anteriores. Os números preliminares apontam que a expectativa de vida em 2020 foi de 74,8 anos, portanto, dois anos a menos do que o estimado anteriormente, de 76,8 anos. Em 2021, ano da pandemia com mais mortes, a projeção foi de de 72,8 anos, ou seja, 4,2 anos a menos que os 77 anos publicados na divulgação passada.
“A gente fez uma estimativa não prevendo uma crise sanitária que afetasse os óbitos”, explicou Izabel Marri, pesquisadora do IBGE, sobre os números que foram publicados antes da revisão.
Expectativa de vida 2022: Homens e Mulheres - Arte: IBGE
“A esperança de vida de 2022 é como se a gente recuperasse um pouco a esperança de vida em relação ao pior ano da pandemia. Passado o pior ano, com o maior aumento de óbitos do mundo, a gente consegue recuperar um cálculo de esperança de vida ao nascer", afirma Marri.
Em relação aos anos pré-pandemia, a revisão do IBGE aponta para as seguintes expectativas de vida: 2019 (76,2 anos), 2018 (76,1 anos), 2017 (75,6 anos) e 2016 (75,3 anos). Portanto, com a revisão do IBGE, a esperança de vida ao nascer em 2022 é a menor desde 2017, excluindo os anos com maior mortalidade durante a pandemia (2020 e 2021) .
Marri acredita que, em 2023, cujos dados sairão apenas em 2024, a expectativa de vida continuará crescendo, recuperando as perdas ocorridas durante a pandemia. “A gente já recuperou um pouco o nível de esperança de vida ao nascer e a gente tende a recuperar um pouco mais no próximo ano”, argumenta a pesquisadora.
Em relação aos sexos, a expectativa de vida das mulheres ficou em 79 anos, abaixo dos 80,1 anos de 2019, enquanto a dos homens ficou em 72 anos, taxa também inferior aos 73,1 anos de 2019.
A probabilidade de morte do recém-nascido - registrada em 2022 - ficou em 12,84 por mil nascidos vivos, acima dos 11,94 por mil de 2019. Entre os homens, a taxa foi de 13,94 (superior aos 12,85 de 2019), enquanto entre as mulheres foi 11,69 (maior que os 10,98 de 2019).
Por Vitor Abdala* - Repórter da Agência Brasil
EUA - Na medida em que o ChatGPT amplia sua quantidade de adeptos e atualizações, o potencial por trás da inteligência artificial generativa (GenAI) percebido através do chatbot colabora com o aumento da insegurança profissional. Um relatório recente conduzido pela Hiring Lab, empresa americana que é braço de pesquisa do site de empregos Indeed, mostra que embora exista o potencial de haver uma disrupção no mercado de trabalho, os efeitos da IA generativa não serão sentidos igualmente em todas as profissões, mas podem afetar um quinto delas. A grande sacada (ou não) da pesquisa é que o resultado foi apontado pelo próprio chatbot desenvolvido pela OpenAI.
O relatório analisou mais de 55 milhões de vagas publicadas no Indeed nos Estados Unidos ao longo do último ano que mencionavam pelo menos uma habilidade de trabalho. Foram identificadas mais de 2,6 mil, que foram organizadas em 48 categorias.
Os pesquisadores então pediram ao ChatGPT para classificar a própria capacidade de realizar cada uma delas. E a resposta foi a seguinte:
• 19,8% dos empregos enfrentam o nível mais alto de exposição à IA generativa,
• 34,6% têm uma exposição mais baixa,
• 45,7% exposição moderada.
“Todas as revoluções geram impactos em modelos de trabalho”, afirmou Annina Hering, economista sênior do Hiring Lab do Indeed. “Foi assim com a Revolução Industrial e com a revolução digital e a transformação no processamento da informação. É um movimento conflituoso, mas natural.”
Embora a inteligência artificial generativa seja capaz de realizar diversas tarefas, Hering acredita que a tecnologia não irá substituir totalmente o trabalho humano.
Atividades como manicure e enfermagem, por exemplo, estão menos expostas.
Já as que se baseiam em dados, como programação e desenvolvimento de softwares, estão entre as mais ameaçadas.
Ainda assim, a IA não consegue suprir requisitos necessários em vários cargos. Por isso, o que pode e deve acontecer é uma soma de expertises, principalmente se a automação e realização de processos repetitivos forem levadas em consideração. “Quando olhamos para a GenAI, a enxergamos mais como instrumento com possibilidade de desbloquear o potencial humano do que substituí-lo”, afirmou Hering.
PENSAMENTO CRÍTICO
Profissionais que buscam manter vantagem competitiva devem dar prioridade à compreensão dos princípios da IA, especialmente a generativa, e suas potenciais aplicações, além de se concentrarem em aprender sobre novas ferramentas e tecnologias à medida que vão surgindo. “Isso ajuda a desmistificar a IA e a promover a colaboração eficaz com os seus sistemas”, disse Hering.
Como ocorre em outras áreas convém investir no aprimoramento de habilidades como pensamento crítico e resolução de problemas.
“Embora a IA seja excelente em tarefas rotineiras, acredito que os profissionais que se destacam na tomada de decisões complexas e na criatividade, continuarão em alta”
Annina Hering, economista sênior do Hiring Lab do Indeed
E, acima de tudo, é importante lembrar do valor duradouro das habilidades interpessoais. “A comunicação eficaz, a liderança e a inteligência emocional continuam indispensáveis no ambiente de trabalho, diferenciando os profissionais da IA.”
Além da automação de tarefas repetitivas, o que contribui com o aumento da eficiência e produtividade, Hering afirma que as vantagens proporcionadas pela IA vão além. De acordo com ela, a tecnologia é capaz de processar e analisar rapidamente grandes conjuntos de dados e pode desempenhar um papel fundamental no aumento da diversidade no ambiente de trabalho, através da elaboração de novas nomenclaturas e descrições de cargos, do refinamento do processo de contratação e da redução de enviesamentos durante a seleção de candidatos, destacando apenas qualificações e competências, e desconsiderando fatores como gênero ou raça. A tecnologia exige cuidado e regulamentação.
“Podem surgir dilemas éticos, como visto na criação de deepfakes ou na disseminação de desinformação”, disse a especialista, para quem a dependência excessiva da IA para a tomada de decisões e a geração de conteúdos pode limitar a criatividade dos colaboradores e suas capacidades de resolução de problemas.
“O rápido desenvolvimento dessa tecnologia exige consideração cuidadosa e uma abordagem vigilante para evitar armadilhas”, afirmou.
por Aryel Fernandes / ISTOÉ DINHEIRO
SÃO PAULO/SP - Um dos principais benefícios trabalhistas do país, o décimo terceiro salário tem a primeira parcela paga até esta quinta-feira (30). A partir de 1º de dezembro, o empregado com carteira assinada começará a receber a segunda parcela, que deve ser paga até 20 de dezembro.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário extra injetará R$ 291 bilhões na economia neste ano. Em média, cada trabalhador deverá receber R$ 3.057.
Essas datas valem apenas para os trabalhadores na ativa. Como nos últimos anos, o décimo terceiro dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi antecipado. A primeira parcela foi paga entre 25 de maio e 8 de junho. A segunda foi depositada de 26 de junho a 7 de julho.
Segundo a Lei 4.090/1962, que criou a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro aposentados, pensionistas e quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 15 dias. Dessa forma, o mês em que o empregado tiver trabalhado 15 dias ou mais será contado como mês inteiro, com pagamento integral da gratificação correspondente àquele mês.
Trabalhadores em licença maternidade e afastados por doença ou por acidente também recebem o benefício. No caso de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser calculado proporcionalmente ao período trabalhado e pago junto com a rescisão. No entanto, o trabalhador perde o benefício se for dispensado com justa causa.
O décimo terceiro salário só será pago integralmente a quem trabalha há pelo menos 1 ano na mesma empresa. Quem trabalhou menos tempo receberá proporcionalmente. O cálculo é feito da seguinte forma: a cada mês em que trabalha pelo menos 15 dias, o empregado tem direito a 1/12 (um doze avos) do salário total de dezembro. Dessa forma, o cálculo do décimo terceiro considera como um mês inteiro o prazo de 15 dias trabalhados.
A regra que beneficia o trabalhador o prejudica no caso de excesso de faltas sem justificativa. O mês inteiro será descontado do décimo terceiro se o empregado deixar de trabalhar mais de 15 dias no mês e não justificar a ausência.
O trabalhador deve estar atento quanto à tributação do décimo terceiro. Sobre o décimo terceiro, incide tributação de Imposto de Renda, INSS e, no caso do patrão, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. No entanto, os tributos só são cobrados no pagamento da segunda parcela.
A primeira metade do salário é paga integralmente, sem descontos. A tributação do décimo terceiro é informada num campo especial na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA/DF - O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira (28) que uma nova proposta para a desoneração da folha de pagamento deve ser discutida após a aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional. Em reunião com representantes de diversas entidades do setor privado, Alckmin informou que, após a viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Emirados Árabes, a ideia é se debruçar sobre essa questão para apresentar uma proposta para os setores que estavam sendo beneficiados com a desoneração da folha.
Na semana passada, Lula vetou integralmente a proposta aprovada pelo Congresso Nacional que prorrogava até 2027 a medida que estabelece que a contribuição para a Previdência Social de 17 setores produtivos seja entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta, em vez da contribuição de 20% sobre a folha de pagamento. Sem a prorrogação, a medida vale só até o dia 31 de dezembro deste ano.
“O grande desafio do mundo vai ser emprego e renda, não só nosso, mas mundial. Então, a gente [deve] procurar, pós-reforma tributária, buscar caminhos, e nós podemos discutir isso, para a desoneração de folha que já existe hoje na área rural para pessoa física e não teve perda de receita, você só muda a fonte de contribuição”, disse Alckmin.
Em reunião de instalação do Fórum MDIC de Comércio e Serviço, Alckmin disse que, quando era deputado federal, foi relator da legislação que estabelece que pessoas físicas na área rural não paguem contribuição previdenciária sobre a folha, mas sim um percentual na venda do produto. “Para você estimular o emprego, estimular a formalização”, explicou o presidente em exercício.
O ministro Fernando Haddad também já declarou que vai aguardar a tramitação da reforma tributária para enviar uma nova proposta de desoneração da folha ao Congresso.
Na reunião, Alckmin também disse que o governo estuda uma nova versão do programa Desenrola, que possibilita a renegociação de dívidas, para beneficiar também as empresas.
“Estamos discutindo o Desenrola Empresas também, para ajudar as empresas que tiveram dificuldade a poderem sair”, disse, lembrando que o programa do governo já beneficiou quase 2 milhões de pessoas que deixaram de estar negativadas e voltam a ter crédito.
"Nós tivemos, especialmente meses atrás, taxas de juros muito elevadas e muitas empresas vindo ainda de problemas do tempo da pandemia tiveram dificuldade. Então, há necessidade de se ter uma discussão, da mesma forma que se buscou um Desenrola para as pessoas, ter um Desenrola para as empresas", completou.
O Fórum MDIC de Comércio e Serviço é formado pelas secretarias do Ministério e por 26 entidades representativas do setor privado, como Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm).
O objetivo do Fórum é a troca de informações entre os setores público e privado para identificar as políticas que afetam a competitividade e a produtividade do setor, bem como as necessidades e medidas de fortalecimento do comércio e serviços.
Por Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil
HONG KONG/PEQUIM - O presidente do banco central da China disse na terça-feira que a política monetária permanecerá expansionista para dar suporte à economia, mas pediu reformas estruturais ao longo do tempo para reduzir a dependência da infraestrutura e do setor imobiliário para o crescimento.
Pan Gongsheng disse em uma conferência em Hong Kong que o impulso econômico dos últimos meses sugere que a China atingirá sua meta de crescimento para 2023 de cerca de 5%.
"Estou confiante de que a China terá um crescimento saudável e sustentável em 2024 e nos anos seguintes", acrescentou.
Pan disse que espera que a inflação ao consumidor aumente nos próximos meses, já que as quedas nos preços dos alimentos, especialmente da carne suína, não serão sustentadas.
Os preços ao consumidor da China caíram em outubro, com indicadores da demanda doméstica apontando para uma fraqueza não vista desde a pandemia, enquanto a deflação nos portões de fábrica se aprofundou.
O governo lançou uma série de medidas este ano para sustentar recuperação econômica pós-pandemia, afetada por uma desaceleração do setor imobiliário, riscos de dívidas de governos locais, crescimento global lento e tensões geopolíticas.
Em outubro, a China revelou um plano para emitir 1 trilhão de iuanes (139,84 bilhões de dólares) em títulos soberanos até o final do ano, elevando a meta de déficit orçamentário de 2023 para 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), em relação aos 3% originais.
O banco central também implementou cortes modestos nas taxas de juros e injetou mais dinheiro na economia nos últimos meses, comprometendo-se a manter o suporte.
"No futuro, o Banco do Povo da China continuará a manter sua política monetária expansionista para dar suporte à economia", disse Pan.
Reportagem de Xie Yu e Selena Li em Hong Kong, Albee Zhang e Kevin Yao / REUTERS
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