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BRASÍLIA/DF - A proposta de reforma tributária apresentada na semana passada pode provocar um aumento de 59,83%%, em média, nos impostos que recaem sobre a cesta básica e itens de higiene, de acordo com estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O presidente da entidade, João Galassi, esteve hoje (1°), na capital paulista, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir os impactos da reforma sobre o setor.

Pelos cálculos da associação, os estados da região Sul serão os mais afetados, caso a reforma seja aprovada no Congresso Nacional, já que o aumento médio na tributação será de 93,5%. As regiões Centro-oeste e Sudeste aparecem logo em seguida na lista, com alta prevista de 69,3% e 55,5%. Para as regiões Norte e Nordeste, o incremento deve ser de 40,5%, 35,8%.

No levantamento, foram considerados produtos como arroz, feijão, carnes ovos, legumes, dentre outros. A Abras levou em conta a adoção reduzida em 50% sobre a alíquota padrão do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) prevista de 25%, que está em discussão.

A possibilidade de haver encarecimento de produtos básicos já havia sido antecipada por especialista ouvido pela Agência Brasil. O texto relativo à reforma tributária tem como foco a simplificação e unificação de tributos sobre o consumo e a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional, com montante de R$ 40 milhões, para destinar verba a projetos de estados com menos orçamento. O relator da matéria, que deve ser votada na Câmara dos Deputados esta semana, é o parlamentar Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Ao final da reunião, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, rebateu os números da Abras, dizendo que o patamar de tributos que incidem sobre a cesta básica deverá permanecer na mesma linha do que existe hoje, mesmo com a reforma. Appy afirmou que o cálculo da associação "não informa", e sim "desinforma", porque deixa de fora parte dos efeitos positivos que o redesenho da tributação deve ocasionar.

"Primeiro, não é que estão dizendo que vai haver um aumento de 60% na cesta básica. O que eles estão dizendo é que a carga tributária, o montante que incide sobre a cesta básica teria um aumento de 60%, pelas contas deles. Por esse tipo de raciocínio, se eu tiver uma alíquota de 0,1% e ela for para 1%, aumentou 900%. Segundo, mesmo a conta que eles trouxeram está errada. Por quê? A conta que a Abras fez pegou simplesmente do ponto de vista da tributação atual da margem dos supermercados, na venda de produtos da cesta básica, do PIS Cofins, eles estimaram, com base nas alíquotas de cada estado, qual o impacto da adoção de uma alíquota que fosse 50% de uma alíquota básica, que é o que está previsto na PEC", disse.

"Problema do cálculo deles: primeiro, não consideram todo o resíduo tributário correspondente a todas as etapas anteriores da produção e o custo tributário que incide nos produtos é o custo todo, desde o produtor até o consumidor, contando todo o imposto que é pago, inclusive o imposto que não é recuperado em todas essas etapas. Segundo ponto que falha no raciocínio deles: só olharam tributação da margem dos produtos da cesta básica, esqueceram de colocar no cálculo deles a redução de custos que os supermercados vão ter em função da cesta básica, pela recuperação de créditos que hoje eles não recuperam. Hoje, por exemplo, não recuperam crédito nenhum do imposto incidente na energia elétrica usada no supermercado, no serviço que ele usa de terceirização de mão de obra, no que compra para o seu ativo imobilizado. Todo o investimento que faz é tributado e eles não recuperam crédito", acrescentou.

 

 

Por Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil

PEQUIM - O crescimento da atividade industrial da China desacelerou em junho, mostrou uma pesquisa do setor privado nesta segunda-feira, com o sentimento e as contratações enfraquecendo à medida que as empresas ficam cada vez mais preocupadas com as condições do mercado.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de indústria do Caixin/S&P Global caiu para 50,5 em junho, de 50,9 em maio, indicando uma expansão marginal na atividade. A marca de 50separa o crescimento da contração.

O número, combinado com a pesquisa oficial divulgada na sexta-feira, que mostrou que a atividade industrial ampliou as perdas, aumenta a evidência de que a segunda maior economia do mundo perdeu força no segundo trimestre com o enfraquecimento da demanda.

O PMI de indústria do Caixin consulta cerca de 650 fabricantes privados e estatais e, segundo economistas, concentra-se mais em empresas voltadas para a exportação em regiões costeiras, enquanto o PMI oficial pesquisa 3.200 empresas em toda a China.

Os PMIs mostram que a China está lutando para sustentar a recuperação pós-Covid vista no início deste ano em meio a uma crise imobiliária arraigada, desemprego juvenil elevado e pressões deflacionárias.

A pesquisa mostrou que a expansão da produção e das novas encomendas diminuíram em junho.

O fraco crescimento das vendas levou os proprietários das fábricas a manter uma abordagem cautelosa em relação ao emprego, que caiu pelo quarto mês consecutivo.

 

 

REUTERS

SÃO PAULO/SP - O concurso 2.607 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (1º), em São Paulo. Uma única aposta acertou as seis dezenas e levará o prêmio de mais de R$ 44,3 milhões. De acordo com a Caixa, o ganhador ou ganhadora fez uma aposta simples, em Belém, no Pará.

A quina saiu para 111 apostadores. Cada uma levará a bolada de R$ 35,6 mil. Já a quadra saiu para 6.591 apostas. O prêmio para cada uma será de R$ 856,75.

Veja os números sorteados:

07 - 11 - 25 - 51 - 57 - 60.

O próximo sorteio da Mega-Sena será na quarta-feira (5).

Projeto avança sem que setor de serviços tenha ampla participação no debate; economia brasileira corre grave risco

 

SÃO PAULO/SP - Na contramão do que o governo tem difundido, o setor de serviços não está amplamente contemplado com alíquotas diferenciadas na proposta de Reforma Tributária. O texto atual traz prejuízos para o setor que mais emprega no Brasil, representando a maior fatia do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Mesmo que o relator da proposta no Congresso tenha afirmado que não haverá aumento da carga tributária, não é a percepção que alguns setores têm na prática. Quando se falava em IVA Nacional, cuja projeção da alíquota deve ficar em torno de 25%, facilmente se percebe grande aumento para o setor de serviço tributado no lucro presumido — que, hoje, conta com alíquota de 8,65% (5% de ISS e 3,65% de PIS/Cofins). Em outras palavras, de um jeito ou de outro, serviços importantes lidarão com aumento da carga tributária.

São os pequenos negócios espalhados pelo País que pagarão essa conta imensa: salões de beleza; garagens; empresas de locação de carros, imóveis e máquinas; despachantes; fomento mercantil; lavanderias; autoescolas; armazéns e movimentação de mercadorias; e representação comercial, além dos negócios que prestam serviços de hospitalidade, manutenção, sistemas de segurança, eventos, refeição-convênio etc. Serviços esses que, apesar de estarem na ponta dessa cadeia produtiva, serão (de maneira injusta) os mais onerados. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) defende uma Reforma Tributária que simplifique o sistema e que não onere a carga setorial, principalmente que não onere um setor em detrimento de outro.

Outro ponto negativo, é a criação de um órgão responsável por administrar a arrecadação Estadual e municipal, sem a respectiva representação dos municípios, seria evidente afronta à Constituição Federal, já que o sistema federativo está inserido como cláusula pétrea na Carta Magna, e em afronta à autonomia dos Estados e municípios que deixariam de ser financeiramente independentes.

O que a Reforma Tributária precisa contemplar?

Nosso sindicato e a FecomercioSP, da qual é filiado, defendem uma Reforma Tributária que simplifique o sistema e que não onere a carga setorial, principalmente que não onere um setor em detrimento de outro.

A reforma que os setores produtivos anseiam precisa contemplar:

i) redução da carga tributária setorial ou que se mantenha a atual, já que a carga nacional já é elevadíssima;

ii) simplificação do sistema tributário, com a adoção de legislação nacional do ICMS e do ISS, com tributação no destino e cadastro e nota fiscal unificados, além de eliminação de obrigações acessórias em duplicidade e extinção das multas abusivas e desproporcionais;

iii) que sejam mantidos os conceitos tributários já adotados e que levaram décadas para se consolidarem pela jurisprudência.

A mobilização para que isso não avance também precisa da sua empresa! Compartilhe essa matéria!

WASHINGTON - As novas encomendas de bens de capital fabricados nos Estados Unidos aumentaram inesperadamente em maio, mas os dados do mês anterior foram revisados ​​para baixo, indicando que as empresas permaneceram cautelosas sobre novos investimentos devido aos custos de empréstimos mais altos e a uma perspectiva econômica incerta.

As encomendas de bens de capital não relacionados à defesa e excluindo aeronaves, um indicador observado de perto para os planos de gastos das empresas, aumentaram 0,7% no mês passado, informou o Departamento de Comércio nesta terça-feira. Os dados de abril foram revisados ​​para baixo para mostrar alta de 0,6%, em vez da taxa de 1,3% relatada anteriormente.

Economistas consultados pela Reuters previam que o núcleo dos pedidos de bens de capital permaneceria inalterado.

O Federal Reserve elevou sua taxa básica de juros em 500 pontos base desde março de 2022. O banco central dos EUA sinalizou mais dois aumentos de juros este ano para esfriar a inflação. A maioria dos economistas espera uma recessão até o final do ano.

 

 

Reportagem de Lucia Mutikani / REUTERS

BUENOS AIRES - O governo da Argentina assinou acordos bilaterais para refinanciar dívidas com um trio de membros do Clube de Paris, disseram autoridades argentinas, conforme o governo, que sofre com falta de dinheiro, busca administrar passivos em meio a uma grave crise econômica.

A Argentina assinou acordos de dívida com os governos de França, Espanha e Suécia, segundo um comunicado.

As resoluções mais recentes seguem acordos alcançados nos últimos meses com Itália, Bélgica, Suíça, Holanda, Alemanha, Canadá, Israel, Finlândia, Áustria, Dinamarca, Estados Unidos e Reino Unido, acrescentou o comunicado.

No ano passado, o governo argentino chegou a um acordo com o Clube de Paris, formado pelos principais países credores, para retrabalhar os pagamentos da dívida até 2028.

A Argentina também negocia termos e metas de desembolso para um programa de empréstimo de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional, antes das eleições nacionais ainda este ano.

 

 

Por Lucila Sigal e Valentine Hilaire / REUTERS

BRASÍLIA/DF - Com a aproximação do fim dos recursos inicialmente previstos, o programa do governo federal para incentivo à compra de veículos terá uma ampliação, que deve atender também às demandas das locadoras do setor. Apesar de a medida ter sido confirmada na quarta-feira (28), o coordenador dos cursos automotivos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Antonio Jorge Martins, diz que o foco do programa é a curto prazo e talvez não resolva os estoques acumulados de automóveis.

O especialista explica que um dos motivos pelos quais pátios de montadoras e concessionárias têm ficado lotados é o encolhimento do poder de compra dos brasileiros ao longo dos anos e o paralelo avanço da tecnologia automotiva, com consequente encarecimento do produto..

Ao passo que os veículos foram ganhando cada vez mais artefatos tecnológicos, os preços subiram e a parcela da população com condições de comprá-los diminuiu, uma vez que os salários, mesmo sob reajuste, não acompanharam as altas cifras deixadas nas concessionárias. Essa tendência de aprimoramento tecnológico seguido de encarecimento não é uma exclusividade do mundo dos veículos, ressalta Martins.

"Em nível de mercado brasileiro, por exemplo, as televisões. À medida que vão aumentando seu poderio tecnológico, ficam cada vez mais caras", diz o especialista. "Existe, hoje, uma diferença entre o que as pessoas podem comprar e aquilo que está sendo oferecido. Então, por que hoje não se chama mais de carros populares? Porque os carros populares que existiam nos anos 90 eram carros desprovidos de segurança e conectividade. Era outro tipo de produto, que hoje não existe mais", pontua o especialista.

"Houve também uma mudança do próprio perfil de consumo da sociedade. Um exemplo prático: se nós oferecermos aquele celular tijolão, dificilmente teremos compradores. A realidade hoje do mercado é que, realmente, todo mundo tende a aspirar àquilo que tem mais tecnologia e, no caso do veículo, isso também se faz presente", acrescenta.

Martins, que entende que questões estruturais exigem soluções mais complexas, destaca ainda que não foi somente no Brasil que se constatou uma alta significativa de preços, com a pandemia de covid-19. Os acréscimos, explica o coordenador da FGV, foram uma forma de a indústria lidar com "novos desafios".

"Na realidade, houve uma disruptura total do setor automotivo, entre o modo como ele funcionou ao longo dos últimos 100 anos e como passou a funcionar a partir dos anos 2000. Qual a grande diferença? Tenho um grande número de companhias que efetivamente possuem uma cultura analógica e outra que, de forma geral, já nasceram sob a ótica digital. Estas que nasceram sob a ótica digital têm muitas dificuldades culturais de se adaptarem a uma nova realidade de mercado, que é o fato de que, hoje, o setor se torna muito mais dinâmico do que era há 100 anos ou do que vem sendo. Esse dinamismo se dá, principalmente, pela inovação constante de tecnologia. Produtos que realmente requerem tecnologia crescem em preço", argumenta o educador.

"Isso está bem localizado em cima de algumas montadoras, que efetivamente estavam voltadas ao volume de produção e não à venda de produtos com maior conteúdo tecnológico e que efetivamente apresentam maior lucratividade, mas um menor volume", esclarece, adicionando que a condição de que o comprador de caminhão deixe um para desmanche, ao adquirir um novo, por meio programa, pode ser um obstáculo.

O que se estabeleceu é que, para compras de carros, os descontos irão variar de R$ 2 mil a R$ 8 mil. No caso de ônibus e caminhões, o desconto vai ficar entre R$ 36 mil e R$ 99 mil. Tudo vai depender do tamanho do veículo e grau de poluição.

Locadoras

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Marco Aurélio Nazaré, elogiou a iniciativa do governo, mas fez algumas ressalvas. Ele reafirmou o que a entidade já havia argumentado em nota do último dia 9, em relação à ordem da fila do programa, com priorização de vendas para pessoas físicas, em um primeiro momento. O acesso aos descontos vindo depois foi, portanto, um dos alvos de críticas, por parte da associação, que também considerou o teto de R$ 500 milhões baixo. Nazaré, contudo, aprovou o anúncio da ampliação do aporte, que imagina que permitirá aquisições às locadoras.

De acordo com levantamento divulgado pela Abla, ao final de março, as locadoras de veículos responderam por 30,1% das compras de 2022. A proporção equivale a 590.520 unidades. O investimento em frota foi de R$ 55,2 bilhões e a média de valor gasto com cada veículo foi de R$ 93,6 mil.

"O que nós tentamos dizer no comunicado é que o que seria vendido para pessoas físicas é menor do que a pessoa jurídica compra. Conclusão: como foi anunciado o programa, nós paralisamos as compras, aguardando uma oportunidade de compra", afirma.

O presidente da Abla diz também que o cenário de conjuntura explica muito do que acontece no setor atualmente. "Nós temos um endividamento muito alto da classe C para baixo, uma perda de poder aquisitivo, uma incapacidade de absorção de parcelas de financiamento, assim como uma taxa de juros extremamente alta. Porque um carro financiado em 36 vezes dobra de preço", diz. 

Então, fica impossível de se absorver no orçamento a parcela, mesmo que seja parte do valor do carro, mesmo que se dê um valor de entrada, para a compra de um carro por pessoa física. Tanto que foi a classe média que comprou os carros que foram destinados nesse programa do governo e não a classe que, de fato, deveria comprar e que é o que o governo gostaria que comprasse", finaliza.

 

 

Por Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil

EUA – Os proprietários do quarto maior prédio de escritórios na cidade – entre eles Donald Trump – querem mais tempo para pagar seus empréstimos.

O edifício avermelhado de 52 andares, de número 555 na California Street, está cerca de 93% alugado. Mas muitos inquilinos – que incluem bancos como o Morgan Stanley e escritórios de advocacia como o Kirkland & Ellis – mudarão de endereço em breve, pois os trabalhadores têm demorado a retornar aos escritórios da cidade. Os coproprietários do prédio, a Vornado Realty Trust e a Trump Organization, solicitaram mais tempo para pagar o empréstimo de US$ 1,2 bilhão usado para comprar o edifício, de acordo com documentos da administradora do empréstimo.

Assim como outros proprietários e credores comerciais em centros urbanos de todo os Estados Unidos, o 555 California está enfrentando uma grande desaceleração pós-pandemia no mercado imobiliário comercial. Os economistas alertam que a situação pode pressagiar um desastre, colocando em risco partes do sistema bancário também.

“É assustador”, disse uma funcionária do mercado financeiro que trabalha no 555 California, a respeito da desvalorização dos edifícios de escritórios na região. Em seus mais de 20 anos trabalhando no prédio, a mulher – que falou sob condição de anonimato porque seu empregador não permite que funcionários se manifestem publicamente – disse nunca ter visto ele tão vazio.

Desde a pandemia, os empregadores – principalmente nas grandes cidades – têm tido dificuldades para conseguir que os trabalhadores voltem ao escritório, enquanto outros desistiram e permitiram que os profissionais continuassem trabalhando de forma remota. A tendência está finalmente começando a ter consequências para os proprietários de edifícios de escritórios com o aumento das crescentes taxas de desocupação e desvalorização dos imóveis.

No início deste mês, a Trepp, que fornece dados sobre o mercado imobiliário, informou que, segundo estimativas, cerca de US$ 270 bilhões em empréstimos comerciais vão vencer em 2023 – e alertou para a possibilidade de calotes. A taxa de inadimplência de escritórios disparou em maio, sinalizando um “ponto de inflexão”, de acordo com Manus Clancy, diretor-gerente sênior da Trepp.

Ao ser questionada sobre as preocupações com os imóveis comerciais em uma entrevista recente para a televisão, a secretária do Tesouro, Janet L. Yellen, disse acreditar que os bancos estejam “se preparando amplamente para algumas reestruturações e dificuldades futuras”.

Em São Francisco, o rosto da crise enfrentada pelos centros urbanos, o proprietário de um hotel Hilton na Union Square culpou os escritórios vazios e o retorno lento ao trabalho presencial por sua decisão de deixar de pagar um empréstimo de US$ 725 milhões. A propriedade, o maior hotel da cidade, será devolvida ao JPMorgan Chase, que comprou o falido First Republic Bank, com sede na região da baía de São Francisco, em maio.

E, segundo o jornal San Francisco Chronicle, a Westfield parou de pagar a hipoteca de seu shopping center no centro de São Francisco e planeja entregar a propriedade aos credores. A notícia surge após a decisão da loja Nordstrom de deixar o outrora movimentado shopping a poucos quarteirões da Union Square.

“Se os proprietários de escritórios e de lojas estão tendo problemas para gerar receita com aluguel porque as pessoas simplesmente não estão indo ao escritório ou fazendo compras, isso aumenta as chances de eles não conseguirem pagar esses empréstimos dentro do prazo”, disse Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics. “Isso significa que os prejuízos vão começar a aumentar com esses empréstimos. E como os sistemas bancário e financeiro de um modo geral já estão enfrentando inúmeros outros problemas... mais bancos vão falir.”

Apesar do debate público sobre as exigências do retorno ao trabalho presencial nas grandes empresas, os especialistas dizem que a taxa de ocupação dos escritórios nunca voltará aos níveis vistos antes de 2020. Em fevereiro, a Kastle Systems, empresa que oferece soluções para o local de trabalho, calculou que metade dos trabalhadores nos Estados Unidos tinha retomado o trabalho presencial, mas esse número estagnou desde então.

Isso significa que, em cidades de todo os EUA, as empresas que enfrentam adversidades na economia, como inflação e taxas de juros altas, não precisam gastar como antes com os imóveis.

A Amazon voltou atrás na construção de grandes projetos imobiliários – incluindo sua segunda sede, conhecida como HQ2 – na Virgínia e no Tennessee. O Google interrompeu os planos de construir um campus com cerca de 32 hectares em San Jose – o coração do Vale do Silício.

A Comcast, um dos maiores empregadores na Filadélfia, está desistindo de alguns prédios de escritórios na cidade. A Brookfield, uma das principais proprietárias de edifícios de escritórios em Los Angeles, deixou de pagar mais de US$ 1 bilhão em empréstimos imobiliários comerciais nos últimos meses, de acordo com a Bloomberg.

E em D.C., onde a imobiliária CBRE relata que a taxa de desocupação de escritórios continua a aumentar em cerca de 20%, alguns proprietários como dificuldades para encontrar inquilinos estão se sentindo “desesperados”.

A porta-voz da Brookfield, Kerrie Mchugh Hayes, disse em um comunicado que ainda há demanda pelos escritórios de primeira linha da empresa. “Embora a pandemia tenha imposto desafios aos escritórios tradicionais em certos mercados dos EUA, isso representa uma porcentagem muito pequena de nosso portfólio”, disse ela.

“Estamos sempre avaliando nossos espaços para garantir que eles atendam às nossas necessidades de negócios e ofereçam uma ótima experiência para os funcionários”, disse John Schoettler, vice-presidente global de imóveis e instalações da Amazon. À medida que a gigante do varejo adota o trabalho em regime híbrido, Schoettler disse que a empresa está comprometida com seus projetos na Virgínia e está avaliando os planos em Nashville conforme continua “aprendendo como esses novos hábitos podem afetar nossa presença no escritório”.

Em relação ao campus do Google em San Jose, o porta-voz Ryan Lamont disse: “Como afirmamos, estamos trabalhando para garantir que nossos investimentos imobiliários correspondam às necessidades futuras do trabalho em sistema híbrido, nossos negócios e nossas comunidades”, acrescentando que a empresa ainda está comprometida com a cidade.

A Comcast disse que está sublocando o edifício na Filadélfia para reunir os funcionários em um espaço de propriedade da empresa. Ela acredita na colaboração presencial, disse o porta-voz John Demming.

(O fundador e ex-CEO da Amazon, Jeff Bezos, é dono do Washington Post.)

De qualquer modo, muitos especialistas dizem que o pior ainda pode ser evitado. Os problemas são conhecidos há algum tempo, dando aos credores tempo suficiente para ponderar o que fazer.

Os bancos podem sempre renegociar os termos dos empréstimos com os proprietários. Os donos do 555 California solicitaram uma prorrogação de seu empréstimo, de acordo com a nota de 9 de março da administradora, como permite uma cláusula de uso corrente em seu contrato. Ela faz parte de uma estratégia financeira chamada descaradamente de “estender e fingir”, que possibilita aos credores distribuir as consequências dos empréstimos inadimplentes ao longo de vários anos.

A Midland Loan Services, administradora do empréstimo para a Vornado e a Trump Organization não quis se posicionar. A Trump Organization não respondeu às solicitações de comentários.

Embora as próprias cidades possam estar em apuros por conta dos impostos sobre a propriedade predial e déficits orçamentários, o sistema financeiro como um todo está mais protegido, disse Tracy Hadden Loh, da Brookings Institution, que pesquisa as relações entre imóveis e cidades.

“Não é do interesse de ninguém que todos eles sofram execução hipotecária de uma só vez, porque isso poderia desestabilizar o sistema bancário”, disse ela. “Então, os bancos vão aceitar o que for possível em termos de pagamento e vão lidar com isso. Todos farão tudo o que estiver ao seu alcance para impedir que isso aconteça.”

Poucas cidades têm atraído tanta atenção para o tormento atual como São Francisco.

Rachel Leamy, que comanda três unidades da Shoeshine Guild, estabelecimento para engraxar sapatos, na cidade há mais de 20 anos, disse que passou por muitos altos e baixos – incluindo a bolha da internet no início dos anos 2000 e a crise financeira de 2007-2008.

Mas, agora, São Francisco “virou uma cidade fantasma amaldiçoada”, disse Rachel, que engraxa sapatos no saguão do térreo do 555 California.

Este costumava ser um negócio bastante estável. “As pessoas precisam engraxar o sapato quando estão com grana, ou querem fazer um agrado a si mesmas, ou estão procurando emprego”, disse ela.

Rachel disse que está recebendo talvez metade do número de clientes de antes da pandemia, e sua família ainda depende de auxílios do governo para sobreviver.

“Sempre me perguntei o que tornaria essa atividade obsoleta”, disse ela.

No distrito financeiro da cidade, muitos restaurantes e lojas estão fechados e cobertos por tapumes, já que a taxa de escritórios desocupados está em torno de 30%, de acordo com a CBRE. No mês passado, a poucos passos do 555 California, o prédio de escritórios de número 350 na mesma rua teria sido supostamente vendido por US$ 60 milhões – uma redução de 80% em relação ao preço pelo qual foi adquirido há apenas quatro anos, de acordo com o Wall Street Journal.

O suposto responsável pelo negócio, o MUFG Americas group da Mitsubishi, não retornou os pedidos de posicionamento, nem o SKS Partners, o grupo que teria comprado o edifício, de acordo com o San Francisco Business Times.

Baluartes do setor do varejo no centro, entre eles a Old Navy e a Cole Hardware, estão fechando as portas. E até mesmo empresas que abriram unidades emblemáticas depois do fim da pandemia, como a loja de móveis de luxo da Coco Republic, anunciaram que vão fechar.

São Francisco é excepcionalmente vulnerável devido à grande porcentagem da população que trabalha no setor de tecnologia ou em outros setores compatíveis com o trabalho remoto, além de enfrentar um antigo problema de pessoas em situação de rua que a cidade não conseguiu resolver.

As falências de bancos atraíram mais um holofote indesejado para a cidade, onde prédios de escritórios no centro ainda carregam o nome do Silicon Valley e do First Republic, bancos recém-falidos.

Jay Bechtel adquiriu imóveis para o Google durante 20 anos antes de deixar a empresa em março. Ele disse que está preocupado com a capacidade de São Francisco de atrair de volta os trabalhadores e com as consequências disso.

“Se você tem um prédio que não está totalmente ocupado, os aluguéis estão caindo ou não estão sendo pagos porque o imóvel está vazio e você não tem demanda. Essa não é uma boa combinação se você é um proprietário de imóvel”, disse ele. “Sem dúvidas isso vai desvalorizar o prédio – quem vai querer comprar um edifício vazio e com aluguéis baixos?”

Na esperança de evitar uma crise financeira de efeito dominó, Bechtel disse esperar que os credores estejam dispostos a renegociar com os proprietários em vez de receber os imóveis. “A maioria deles não está preparada para ser proprietário ou gestor de imóveis – eles são bancos ou companhias de seguros”, disse ele.

Se os donos de imóveis comerciais forem obrigados a entregar as propriedades aos seus credores, “vamos ver muitas vendas desesperadas”, disse Bechtel. “Eles vão vender por valores irrisórios porque... essa não é a atividade principal deles. Portanto, com sorte, os credores vão entender a situação na qual se encontram os proprietários e reelaborar seus termos.”

São Francisco ainda conta com vários edifícios de escritórios de alto-padrão – com janelas amplas, luz natural, espaços verdes e comodidades sofisticadas – que estão atraindo inquilinos, disse Robert Sammons, pesquisador da corretora de imóveis comerciais Cushman & Wakefield. Mas também tem um número substancial de edifícios “obsoletos” – com lâmpadas fluorescentes, baias e sem ar-condicionado – que, na opinião dele, provavelmente terão que ser demolidos.

“Antes da pandemia, tínhamos a menor taxa de desocupação de qualquer cidade do país”, disse Sammons. A taxa era de 6%, de acordo com os dados da cidade de São Francisco.

“O mercado estava incrivelmente aquecido em todos os setores”, disse ele. “Mas agora o local de trabalho mudou, e mudou muito provavelmente de forma permanente.”/Tradução de Romina Cácia

 

 

por Caroline O'Donovan / ESTADÃO

BRASÍLIA/DF - O segundo lote de restituição do Imposto de Renda 2023 será pago nesta sexta-feira (30) e terá correção de 1%, usando como referência a taxa básica de juros (Selic), que está em 13,75% ao ano.

Isso ocorre porque a restituição do IR é corrigida pela variação da taxa Selic acumulada entre o mês seguinte ao da entrega da declaração e o mês do pagamento pela Receita Federal.

Espera-se que este lote deposite a restituição para 5,1 milhões de contribuintes, totalizando repasse de R$ 7,5 bilhões. Ao todo, o depósito é dividido em cinco etapas, segundo o calendário:

 

Lote Data do pagamento

  • 1º 31 de maio (já pago)
  • 2º 30 de junho
  • 3º 31 de julho
  • 4º 31 de agosto
  • 5º 29 de setembro

 

O calendário segue as prioridades legais, além daqueles que optaram pela declaração pré-preenchida ou optaram por receber a restituição por Pix.

 

 

por Diego Sousa / ISTOÉ DINHEIRO

 

WASHINGTON - O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na quarta-feira que pretende investir 2 bilhões de dólares da Lei de Redução da Inflação do ano passado para acelerar a fabricação doméstica de veículos elétricos (EVs, na sigla em inglês) e ressuscitar fábricas em dificuldades.

Acelerar concessões e outros subsídios para financiar a conversão de fábricas de automóveis existentes para construir veículos elétricos pode ajudar a Casa Branca a conter as críticas das montadoras e do sindicato United Auto Workers (UAW) sobre as regras ambientais propostas destinadas a ajudar a inaugurar a era EV.

O programa de subsídios de conversão para produção doméstica de EVs fornecerá subsídios de custos compartilhados para a fabricação de veículos híbridos eficientes, híbridos elétricos plug-in, veículos totalmente elétricos e com célula de combustível.

O Departamento de Tecnologias de Veículos, do Departamento de Energia dos EUA, disse que o programa priorizará projetos que reformam ou reequipam fábricas que pararam recentemente de operar ou que devem fechar em breve.

O objetivo é preservar os empregos existentes, incluindo empregos sindicais e salários, e "oportunidades de trabalho em comunidades que têm alimentado nossa economia automotiva há décadas", anunciou o departamento.

A fabricante de caminhões elétricos Lordstown Motors, com sede no Estado norte-americano de Ohio, entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira, o mais recente de uma série de startups que abriram o capital durante o "boom" das empresas de aquisição de propósito específico (SPACs) na era da pandemia. As SPACs são empresas de capital aberto criadas com o objetivo de adquirir empresas privadas.

O governo Biden, como parte de sua meta de descarbonizar a economia até 2050, está pressionando a indústria automobilística dos EUA a acelerar a transição para os veículos elétricos. A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) propôs em abril regras que poderiam resultar em até dois terços do mercado de veículos novos mudando para EVs até 2032.

 

Por Timothy Gardner e Joe White / REUTERS

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