SÃO PAULO/SP - Com alta de 1,35% em dezembro, em boa parte puxada pela conta de luz mais cara, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação do País, fechou 2020 com avanço de 4,52%, o maior desde 2016. O resultado, informado nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. No ano marcado pela covid-19, os preços dos alimentos deram o tom.
O resultado também ficou acima do esperado por analistas do mercado. Segundo o Relatório de Mercado Focus, divulgado na segunda-feira, 11, pelo BC, a projeção era de alta de 4,37% no IPCA do ano passado. E a mais recente pesquisa do Projeções Broadcast apontava que a inflação de 2020 ficaria em 4,38%.
Quando a pandemia se abateu sobre a economia, provocando a recessão global, o IPCA chegou a registrar taxas negativas. Com as atividades paradas, os preços, especialmente de serviços, despencaram nos primeiros meses de isolamento social. Todas as previsões apontavam, na época, para um IPCA abaixo da meta do BC no ano passado.
O cenário virou a partir de meados do ano. Com a concentração da demanda em itens básicos e a alta do dólar, os alimentos para consumo no domicílio começaram a encarecer rapidamente. Fecharam 2020 com alta de 14,09%, a maior desde 2002, quando foi de 19,47%.
A decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de adotar bandeira vermelha – uma taxa extra na conta de luz para compensar o maior uso de usinas térmicas, mais caras – em dezembro era o que faltava para o IPCA de 2020 extrapolar a meta.
A taxa adicional no custo da eletricidade foi anunciada no início de dezembro e, portanto, já estava na conta dos economistas antes do anúncio do IPCA de dezembro.
Desde que o encarecimento dos alimentos entrou no radar em meados de 2020, economistas vêm apontando para o caráter temporário da alta. Mesmo que a inflação de alimentos venha se prolongando – o que afeta, sobretudo, as famílias mais pobres –, esse caráter temporário segue no cenário dos analistas. O mesmo vale para a conta de luz, já que a taxa adicional da Aneel se deve ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas por falta de chuvas.
Tanto que, para 2021, as projeções apontam para um IPCA anual de 3,30%, diante de uma meta do BC mais baixa que a deste ano, de 3,75%, com a mesma margem de 1,5 ponto. Com as projeções apontando para perto da meta, uma reação do BC, com alta da taxa básica de juros – a Selic, hoje em 2,0% ao ano – para conter a demanda, não deverá ser acelerada por causa da leitura final do IPCA do ano passado.
Para Alexandre Lohmann, economista da consultoria GO Associados, embora não faltem motivos para a inflação continuar elevada nos próximos meses, “muito dificilmente o IPCA vai ficar fora do intervalo” de tolerância da meta do BC em 2021.
“Podemos ir novamente para 4,0%, e se esse cenário se realizar, o BC deve começar a subir juros aos poucos, para mostrar que se preocupa com a inflação”, afirmou Lohmann.
Para outros economistas, como Daniel Karp, do banco Santander, a economia fraca e a recuperação gradual na taxa de desemprego devem formar um cenário incapaz de produzir grande pressão inflacionária. Por isso, a estimativa do Santander é que o IPCA termine 2021 em 3,0%, com menos necessidade ainda de reação por parte do BC.
“Nossa projeção para Selic é de 2,50% até o fim do ano, com duas altas de 0,25 pp no fim do ano, na penúltima e na última reunião. É um número mais baixo que a expectativa de mercado, mas está ancorado na nossa visão para a inflação. Mesmo em 2022 entendemos que a ociosidade da economia ainda vai estar grande”, afirmou Karp.
*Por: Daniela Amorim, Vinicius Neder e Gregory Prudenciano / ESTADÃO
Famílias brasileiras comprometeram mais de 10% da renda com juros, segundo estudo
SÃO PAULO/SP - R$ 278,8 bilhões. Esse foi o montante que o sistema financeiro recebeu pelos juros cobrados de pessoas físicas e jurídicas no Brasil no primeiro semestre do ano. É o que indica estudo realizado pela FecomercioSP, com base em dados do Banco Central (BC) – um valor 1,6% maior em comparação ao primeiro semestre de 2019.
De forma proporcional, o montante representa 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) semestral – tudo isso no período mais agudo da pandemia de covid-19 no País, num cenário econômico cuja taxa Selic manteve o patamar de 2% a.a. e a inflação permaneceu na faixa dos 2,5% a.a.
A inadimplência (total de dívidas acumuladas acima de 90 dias), que atingiu R$ 78,8 bilhões em junho, foi 254% menor do que o valor transferido, de fato, para as instituições financeiras no mesmo intervalo de tempo – o que, para a Entidade, evidencia o espaço que há para redução de taxas e para mais equilíbrio entre o endividamento do setor privado e o seu real padrão de solvência.
No total, o sistema financeiro emprestou R$ 1,76 trilhão para pessoas físicas e jurídicas no País no primeiro semestre, valor equivalente a quase o total dos R$ 2,13 trilhões do saldo de crédito em carteira do sistema no fim de junho de 2020. Isso significou também que o volume de concessões acumuladas entre janeiro e junho deste ano cresceu 2,3% em relação ao mesmo período de 2019, quando foi de R$ 1,728 trilhão.
Pessoas físicas
No período analisado, grande parte do montante de juros foi transferido para as instituições financeiras por pessoas físicas: R$ 201,5 bilhões, um crescimento de 1,1% em relação ao primeiro semestre do ano passado (quando foram pagos R$ 199,4 bilhões em juros).
No entanto, em meio a um contexto pandêmico, a taxa de inadimplência registrou uma variação significativa para cima: 17,1%, passando de R$ 49,8 bilhões nos primeiros seis meses de 2019 para R$ 58,3 bilhões agora.
De acordo com a análise da FecomercioSP, com renda semestral média de R$ 1.971, as famílias brasileiras comprometeram 10,22% de tudo o que receberam para pagar juros.
No período estudado, o sistema financeiro emprestou R$ 866,4 bilhões a pessoas físicas no Brasil, praticando uma taxa de juros média mensal efetiva de 3,27%. No acumulado do semestre, essa taxa foi de 21,3%.
Pessoas jurídicas
As empresas, por sua vez, transferiram R$ 77,3 bilhões em pagamentos de juros para as instituições financeiras no primeiro semestre do ano. Chama a atenção principalmente que, embora o montante pago tenha crescido 2,8% em relação ao mesmo período de 2019 (R$ 75,2 bilhões), a taxa de inadimplência registrou uma queda significativa de 8,7%: de R$ 22,4 bilhões no ano passado para R$ 20,5 bilhões agora.
Em outras palavras: as pessoas jurídicas pagaram mais juros em um cenário de menos endividamento.
Segundo a FecomercioSP, o total transferido em juros do setor produtivo para o sistema financeiro representa 2% do PIB semestral, o que seria, em comparação, o mesmo valor usado para financiar o programa de auxílio emergencial do governo federal em meio à pandemia por dois meses, atendendo em torno de 63 milhões de pessoas.
O juro médio mensal praticado foi de 1,36% (retração de 12,5% em relação ao primeiro semestre de 2019), enquanto o acumulado do período foi de 8,4% (redução de 12,9%) – o que, para a Entidade, ainda é muito acima do padrão de 2% da Selic.
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PRINCIPAIS NÚMEROS DO ESTUDO SOBRE JUROS
Total de juros pagos por pessoas físicas e jurídicas no primeiro semestre de 2020
R$ 278,8 bilhões (alta de 1,6% em relação ao mesmo período de 2019)
Total de juros pagos só por pessoas físicas no primeiro semestre de 2020
R$ 201,5 bilhões (alta de 1,1% em relação ao mesmo período de 2019)
Total de juros pagos só por pessoas jurídicas no primeiro semestre de 2020
R$ 77,3 bilhões (alta de 2,8% em relação ao mesmo período de 2019)
Taxa de inadimplência entre pessoas físicas e jurídicas no primeiro semestre de 2020
R$ 78,8 bilhões (alta de 9,1% em relação ao mesmo período de 2019)
Taxa de inadimplência só entre pessoas físicas no primeiro semestre de 2020
R$ 58,3 bilhões (alta de 17,1% em relação ao mesmo período de 2019)
Taxa de inadimplência só entre pessoas jurídicas no primeiro semestre de 2020
R$ 20,5 bilhões (queda de 8,7% em relação ao mesmo período de 2019)
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Nota metodológica
O estudo quantificou o volume de recursos destinados nos primeiros seis meses de 2019 e de 2020 para o pagamento dos juros dos empréstimos obtidos pela tomada de crédito de recursos livres, tanto pelas empresas (PJ) como pelas pessoas físicas (PF). Ao mesmo tempo, quantificou e expôs a evolução dos níveis de inadimplência das PF e PJ nesse mesmo período. O dimensionamento dessas duas variáveis – juros pagos e valores de crédito em atraso – permite se ter a noção clara da importância do impacto das taxas de juros praticadas teve sobre o comportamento da liquidez do setor privado ao longo da pandemia vis a vis com o ocorrido no mesmo período do ano anterior.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do PIB brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
Programa tem por objetivo facilitar o pagamento de débitos em atraso e teve início no dia 1º de julho e vai até 31 de julho.
LEME/SP - A Prefeitura do Município de Leme, através da Secretaria de Finanças, informa toda população que em virtude da pandemia de Covid 19, abre excepcionalmente no mês de Julho, o Programa Temporário de Pagamento Incentivado de Débitos – o PTPI V, tendo como objetivo facilitar o pagamento de débitos junto à municipalidade.
O programa oferece desconto de até 100% em juros e multas, confira:
Vale salientar que em caso de parcelamento do débito, o valor da parcela não poderá ser inferior a R$ 100,00 (cem reais).
O PTPI – Programa Temporário de Parcelamento Incentivado de Débitos V é uma ótima oportunidade para que o cidadão possa ficar em dia com os tributos municipais. O programa permite o parcelamento de débitos tributários ou não, ajuizados ou não, já parcelados ou não, lançados ou declarados até a entrada em vigência da Lei Ordinária Nº 3.932, de 26/06/2020.
O cidadão deve procurar a Secretaria de Finanças de 1º de julho até 31 de julho, período para adesão ao programa e evitar ter o nome negativado.
Mais informações podem ser adquiridas na Secretaria Municipal de Finanças, localizada a Rua Dr. Armando Salles de Oliveira, 453 – Centro ou através do telefone (19) 3573.4900.
*Por: PML
Pesquisa da Capital Empreendedor mostra alta em taxas praticadas por grandes bancos desde o decreto da pandemia da Covid-19 pela OMS, apesar de redução de 29% do juro básico em reuniões do Copom
São Paulo/SP – Apesar das campanhas publicitárias anunciarem total apoio para as empresas enfrentarem os efeitos da crise pandêmica da Covid-19, os maiores bancos do Brasil não promoveram cortes generalizados dos encargos. Tampouco a redução na taxa básica de juros da economia (Selic) determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em duas reuniões consecutivas – realizadas nos dias 18 de março e 6 de maio – incentivaram os bancos a baixar os juros na ponta. Nesse período, a Selic passou de 4,25% para 3% ao ano, uma queda de 29%. Em alguns casos, a taxa de juros chegou a subir 44% em uma das linhas de financiamento mais acessadas pelas empresas nos últimos meses em um dos maiores bancos do País. A constatação é de uma pesquisa conduzida pela Capital Empreendedor, um dos maiores marketplaces de crédito do Brasil, que conecta micro, pequenas e médias empresas (as “MPMEs”) a financiamentos de instituições em todo o território nacional.
A pesquisa tomou como base o período entre 10 de março, véspera da declaração da Organização Mundial da Saúde da pandemia do novo coronavírus, e 20 de maio, data do levantamento mais recente divulgado periodicamente pelo Banco Central. A pesquisa considerou os juros mensais das seis principais linhas de crédito para empresas (antecipação de recebíveis de cartão de crédito; capital de giro com prazo de até 365 dias; capital de giro com prazo superior a 365 dias; cheque especial; conta garantida e desconto de duplicatas) disponíveis nos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander), responsáveis por mais de 80% do total de crédito no pais.
O BB foi o campeão no aumento dos juros no período analisado — a instituição elevou as taxas em três das seis linhas da amostra. A pesquisa da Capital Empreendedor aponta que o BB praticou o maior percentual de aumento no juro mensal da linha antecipação de recebíveis de cartão de crédito, de 0,54% para 0,78%, o que representa avanço de 44% no período (detalhes no arquivo anexo). Essa linha de crédito representa 5% do estoque de empréstimos e financiamentos para pessoas jurídicas no País, segundo o Banco Central, e é particularmente importante para pequenos negócios.
O Banco do Brasil também aumentou os juros para capital de giro com prazo de até um ano na modalidade prefixada (variação de +4%) e para a conta garantida prefixada (alta de 7%). “As altas, no entanto, não colocam o Banco do Brasil no topo da lista dos bancos mais ‘caros’ para as empresas. Em alguns casos, o próprio BB tem as taxas mais competitivas, como nas modalidades de capital de giro até um ano e por mais de 365 dias”, observa Juliano Graff, sócio-fundador da Capital Empreendedor e coordenador da pesquisa.
O Santander, por sua vez, foi a instituição que reduziu a taxa de juros no maior número de modalidades. “Isso não quer dizer, porém, que seja o banco com as melhores taxas do mercado. Antes da pandemia, o Santander liderava a lista dos bancos mais caros em quatro das seis linhas pesquisadas. Durante a crise, o banco espanhol acompanhou a redução das taxas dos principais concorrentes, mantendo-se bastante competitivo nas taxas das linhas conta garantida e desconto de duplicatas”, compara.
Segundo Graff, a comparação de taxas e condições dos empréstimos, sobretudo num momento de crise aguda, pode ajudar as empresas a entender a dinâmica dos encargos para escolher as melhores opções. “Ao mesmo tempo que as campanhas publicitárias vendem facilidades, os bancos podem se beneficiar da assimetria de informações para aumentar suas taxas. As empresas precisam ficar atentas”, diz ele. A plataforma da Capital Empreendedor conta com ferramentas e cruzamentos de dados das ofertas de crédito disponíveis no mercado para apoiar os usuários a comparar taxas, garantias e condições para a liberação de financiamentos.
Cheque especial
O levantamento da Capital Empreendedor também revela que o cheque especial é a modalidade de crédito mais resistente à queda dos juros, apesar de apresentar significativa diferença de magnitude em relação às taxas cobradas na maior parte das linhas. No período pesquisado, entre 10 de março e 20 de maio, a média de redução do cheque especial nos cinco maiores bancos variou apenas 2%, de 12,93% para 12,73% ao mês. Nas demais linhas de crédito, no dia 20 de maio, a taxa mínima ficou em 0,51% no juro cobrado pelo Bradesco para a antecipação do cartão, enquanto a máxima alcançou 2,82%, também no Bradesco, para a linha conta garantida.
“Muitas empresas, sobretudo de pequeno porte, ainda recorrem ao cheque especial por falta de conhecimento das opções disponíveis no mercado. Diferentemente de outras linhas, no cheque especial, o dinheiro é liberado sem a contrapartida de garantias, o que costuma elevar os juros à estratosfera”, avalia Graff.
De acordo com os dados mais recentes do Banco Central, a linha com maior volume de empréstimos para empresas no País é a de capital de giro para prazo superior a 365 dias, equivalente a R$ 262,6 bilhões ou 27% do estoque. O levantamento da Capital Empreendedor constatou redução média de 15% nos juros dessa linha, no período abarcado pela pesquisa. Quatro bancos reduziram os encargos — Santander (-29%), Itaú Unibanco (-15%), Caixa (-15%) e Banco do Brasil (-14%) — enquanto o Bradesco elevou a taxa em 5%. Queda mais expressiva, de 43% na média, foi verificada na linha de capital de giro de até 365 dias. “O fato de ter prazo mais curto acaba reduzindo os riscos para os bancos, o que pode explicar a maior intensidade do corte”, explica o coordenador do levantamento. “Em momentos de crise grave como a atual, ter conhecimento é essencial na hora de decidir tomar o empréstimo para garantir a sobrevivência dos negócios a longo prazo”, completa.
Sobre a Capital Empreendedor
A Capital Empreendedor é um marketplace de crédito para empresas, idealizada pelo empresário Juliano Graff, sócio da Master Minds, empresa de investimentos em participações. A Capital Empreendedor é uma plataforma financeira digital que facilita e agiliza para as MPMEs a negociação de financiamentos com mais de 300 instituições, entre Bancos, Fintechs, FIDCs e Empresas Simples de Crédito, com a comparação das melhores ofertas e condições do mercado. Toda a engrenagem da Capital Empreendedor está fundamentada no uso de ferramentas de Big Data, que processam os requisitos exigidos pelas instituições instaladas no Brasil e as informações de empresas interessadas em buscar crédito de curto, médio e longo prazos. Ao organizar e padronizar esses dados com maior precisão, a plataforma consegue apresentar bancos e instituições no seu âmbito de pesquisa em todo o País que podem atender aos perfis dos tomadores de crédito.
MUNDO - O Banco Central do Chile (BC) anunciou nesta última terça-feira (16) que manterá sua taxa de juros em 0,5% e estenderá as medidas de apoio às pequenas e médias empresas, considerando o agravamento do impacto da pandemia no país.
O Conselho do Banco "estima que a evolução da economia requer uma intensificação do impulso monetário", afirmou em comunicado. "Portanto, juntamente com a manutenção do TPM (taxa de juros) em 0,5%, decidiu expandir o uso de instrumentos não convencionais", acrescentou.
O BC decidiu lançar uma segunda etapa do programa que apresentou em março, quando o vírus começou a avançar no Chile, chamado Facilidade de Crédito Condicional ao Aumento das aplicações bancárias (FCIC).
O plano, que totaliza um montante de 16 bilhões de dólares, foi prorrogado por mais oito meses.
"Este programa considera o fortalecimento de incentivos para a entrega de crédito bancário a pequenas e médias empresas e a fornecedores de crédito não-bancário", afirmou a autoridade monetária.
Também concordou em implementar um programa especial de compra de ativos, no valor de até oito bilhões de dólares, dentro de seis meses.
"Através dos dois programas, recursos adicionais serão mobilizados para até 10% do PIB", afirmou o BC.
As medidas respondem à complexa situação devido ao coronavírus no país, que já registrou mais de 215.000 casos e supera 3.300 mortes.
Além disso, a pandemia causou um colapso da economia em 14,1%, uma queda que o BC estima "se aprofundará em maio e junho" devido a medidas de quarentena para conter o vírus.
"O mercado de trabalho também está passando por uma deterioração significativa, acompanhada de quedas em vários indicadores e expectativas de consumo em níveis notavelmente pessimistas", afirmou o Banco Central.
No cenário externo, "o relaxamento das medidas de confinamento" em vários países após a queda nas taxas de contágio e mortalidade, destacam as surpresas nos dados industriais da China, assim como as vendas e o emprego nos Estados Unidos.
Em maio, a inflação anual caiu para 2,8% e a pressão do aumento dos preços foi significativamente reduzida devido à queda abrupta da atividade no segundo trimestre.
*Por: AFP
FecomercioSP analisou itens essenciais que estão sendo mais procurados durante a quarentena
SÃO PAULO/SP - Apesar dos dados do IPCA – 15, do IBGE, para a Região Metropolitana de São Paulo terem apresentado inflação estável no final de abril, levantamento da FecomercioSP, com base nesses números, apontou alta média de 5,52% nos produtos mais utilizados durante a quarentena instaurada para conter a disseminação de covid-19.
A Federação levou em consideração alguns itens essenciais e montou a “cesta pandemia” com cinco categorias, sendo que todas apresentaram alta na inflação na comparação com o mesmo período do ano passado: alimentação no domicílio (7,45%); alimentação e bebidas (6,58%); habitação - produtos de limpeza - (5%); saúde (3,81%) e cuidados pessoais (3,41%).
Dentro da categoria de alimentação e bebidas, os que obtiveram índices mais elevados foram: cenoura (40,85%), açúcar refinado (22,21%), músculo (21,23%), alcatra (14,72%), leite longa vida (14,50%), arroz (12,86%), contrafilé (11,45%), milho-verde em conserva (11,18%), maçã (7,99%) e bolo (7,89%).
Por outro lado, na mesma categoria, 9 dos 29 itens analisados registraram queda nos preços: feijão carioca (-25,09%), repolho (-10,20%), palmito em conserva (-5,10%), café moído (-4,91%), massa semipreparada (-3,91%), batata-inglesa (-1,05%), refrigerante e água mineral (-0,83%), leite em pó (-0,76%) e brócolis (-0,67%).
Já o grupo de habitação contém produtos de limpeza, muito procurados para conter a proliferação do coronavírus. Assim, detergente e sabão em pó ficaram 9,44% e 7,23% mais caros em relação a abril de 2019.
Na área da saúde os destaques dos altos índices ocorreram em função do aumento nos planos de saúde (7,33%) e nos serviços laboratoriais e hospitalares (3,58%).
Empresariado
A FecomercioSP orienta os comerciantes a ficarem atentos ao controle dos estoques e a se concentrarem nas vendas desse mix de produtos essenciais, com descontos para os itens perecíveis ou com prazos menores de vencimento.
No momento de repor as mercadorias também é importante analisar as que possibilitam mais margem de lucro, visto que diante de um cenário de incerteza, a população está consumindo com mais cautela.
A Entidade lembra, ainda, que os empresários devem se programar para quando for autorizada a reabertura dos estabelecimentos, momento em que serão necessários os equipamentos de segurança individual (EPIs) para garantir segurança na retomada do atendimento ao público. Então, o recomendado é buscar desde já fornecedores para esses itens e avaliar as quantidades que serão utilizadas, negociando valores e prazos de entrega.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do PIB brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
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