SÃO PAULO/SP - A Defesa Civil do Estado de São Paulo informa que, durante o período natalino, estão previstas chuvas intensas, especialmente nas regiões do Litoral Norte, Vale do Paraíba, Litoral Sul, capital paulista, Região Metropolitana de São Paulo, Região de Campinas, Sorocaba e Bauru, entre terça-feira (24) e sexta-feira (27).
Na terça-feira (24) e quarta-feira (25), os dias serão marcados pelo Sol entre nuvens, favorecendo a elevação das temperaturas e a sensação de calor em todo o Estado de São Paulo. O aquecimento diurno, combinado com a umidade do ar proveniente do oceano, criará condições para pancadas de chuva isoladas em diversas regiões do território paulista.
Embora os modelos meteorológicos não indiquem previsões de acumulados significativos, é importante destacar que poderão ocorrer temporais, principalmente nas áreas que fazem divisa com Minas Gerais e na faixa leste do Estado.
Durante quinta-feira (26), a previsão é de pancadas de chuva fortes, seguidas por raios e rajadas de vento em todo o território paulista. Isso ocorre devido à passagem de uma frente fria, acompanhada de um corredor de umidade do ar vindo da região Amazônica.
Os modelos meteorológicos indicam condições para acumulados expressivos de chuva e, com o solo já encharcado, recomendamos atenção redobrada em áreas mais vulneráveis, pois há risco de transtornos.
O Gabinete de Crise estará mobilizado ao longo da semana do Natal, para garantir a pronta resposta à população em caso de emergência causada pelas chuvas previstas neste feriado, em todo estado.
Os temporais costumam ter curta duração, no entanto, possuem grande intensidade de chuva e são acompanhados de rajadas de vento e queda de raio. Exatamente por esta condição é que apresentam risco de transtorno, principalmente em centros urbanos, com formação de áreas alagadas e enxurradas. No Litoral é fundamental que os banhistas saiam da praia durante a formação de mau tempo. Os raios podem cair antes do início da chuva.
Durante estes temporais, a Defesa Civil orienta à população a se proteger em locais seguros e evitar transitar por áreas sujeitas a alagamentos. Procure abrigo em uma edificação e opte por não transitar nesses momentos. Uma lâmina com 30 cm de água pode arrastar um carro.
Quem mora em áreas de risco precisa ficar atento às encostas, já que volumes grandes de chuva aumentam a chance de ocorrências de escorregamento de terra. Sinais como surgimento de rachaduras nas paredes do imóvel, postes ou árvores inclinadas e água lamacenta descendo do morro são sinais de um possível deslizamento. Com qualquer uma destas situações a pessoa deve deixar o local e acionar a Defesa Civil.
Antes da chegada dos temporais, o CGE encaminha mensagens de alerta para a população através do SMS 40199. Para se cadastrar basta enviar uma mensagem de texto para o número 40199 e colocar o CEP da localidade de interesse.
Médica-veterinária orienta sobre medidas e medicamentos que podem amenizar os danos das celebrações para os pets
SÃO PAULO/SP - Embora a soltura de fogos de artifício com barulhos seja proibida em diversas cidades brasileiras, a regra não é cumprida por todos. Então, vale imaginarmos como seria repentinamente escutar ruídos dos fogos de artifício quatro vezes mais alto do que ouvimos, acompanhados de iluminação forte e agitação de pessoas, sem entender do que se trata. É assim que as celebrações de fim de ano são percebidas pelos pets e, por isso, a conscientização e a prevenção são fundamentais.
Os animais de estimação possuem uma audição muito mais sensível. Cães conseguem captar sons em frequências de até 60.000 Hz, enquanto gatos chegam a 85.000 Hz, muito superiores aos 20.000 Hz que o ouvido humano pode perceber. Essa capacidade auditiva ampliada faz com que os estrondos dos fogos sejam assustadores, podendo causar desde medo, traumas, posturas agressivas, tentativas de fuga até laceração dos tímpanos, ataque cardíaco, desmaios, automutilações, convulsões ou, mesmo, a morte em animais mais sensíveis ou com comorbidades.
Preparativos
Segundo a médica-veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade, quanto antes tomarmos medidas preventivas, melhores os resultados. A dessensibilização dos animais habituando-os a ouvirem ruídos de fogos enquanto participam de uma brincadeira ou recebem carinho e petiscos é uma forma de associarem o som alto a bons momentos, contribuindo com a prevenção de respostas exacerbadas.
Uma consulta antecipada ao médico-veterinário também é essencial para avaliar as condições clínicas, a ansiedade, o medo e o estresse do animal. Em muitos casos, é recomendado o uso de medicamentos para preparar o pet e proporcionar maior tranquilidade. Florais de Bach, nutracêuticos e fitoterápicos, como valeriana, kawa-kawa, passiflora, L-triptofano e melatonina são algumas opções naturais para a prevenção e podem ser manipuladas em formas farmacêuticas flavorizadas que auxiliam a administração.
“Medicar um animal nem sempre é uma tarefa fácil, especialmente os gatos. Por isso, a manipulação de medicamentos com formas farmacêuticas como glóbulos, biscoitos ou molhos, em sabores como bacon, leite condensado ou frango facilitam a aceitação do pet e reduzem o estresse de medicar”, argumenta Farah.
A veterinária lembra ainda que para animais com alto grau de ansiedade ou com saúde debilitada, pode ser necessária a administração de medicamentos de uso controlado. “Esse tipo de medicamento só pode ser prescrito por um médico-veterinário. O tutor nunca deve administrar doses menores de seus próprios medicamentos para o pet. Embora alguns princípios ativos sejam comuns aos animais e aos humanos, a indicação é muito específica e a dose, muito diferente. Esse é outro motivo para optar pela manipulação de medicamentos veterinários: a dose é exata para o peso do animal e a quantidade específica para o tratamento, uma segurança a mais para pets e tutores”, esclarece Farah.
Como proteger os pets durante a soltura de fogos de artifício
Administre os medicamentos conforme a prescrição médica. Mantenha o pet dentro de casa, pois será mais difícil escapar e ficará mais tranquilo ao se sentir próximo do tutor. Fechar portas, janelas e cortinas, ajudará a abafar o som e criará a sensação de segurança. Escolha um ambiente tranquilo da casa onde o pet possa se sentir seguro e inclua objetos familiares, como caminhas, brinquedos e roupas com o cheiro do tutor.
Ligue a TV, rádio ou músicas relaxantes para disfarçar o som dos fogos. Utilize essências ou difusores de feromônios, que ajudam a criar um ambiente mais calmo. Se possível, permaneça com o pet e demonstre tranquilidade durante os estrondos, isso o deixará mais seguro e confortável.
Outros riscos do fim do ano
Confraternizações, decoração e alimentação típicas das festas de fim de ano também representam riscos aos pets. Visitas frequentes e festas em casa geralmente causam estresse aos animais, que podem se sentir acuados ou ameaçados. Enfeites como fios de luz, bolinhas de árvore de Natal e plantas como a flor-de-natal (tóxica para animais) podem ser ingeridas acidentalmente e causar intoxicação, choques, obstrução ou perfuração de órgãos internos.
O cardápio diferenciado dos tutores também oferece risco, caso seja ingerido pelos pets. As tão comentadas uvas-passas, presentes em diversos pratos, e as uvas, que compõem as mesas e os rituais de fim de ano podem causar insuficiência renal aguda em cães e gatos, assim como a carambola, que tem alto teor de ácido oxálico, prejudicial aos rins. Condimentos e temperos, como cebola e alho, por exemplo, contêm dissulfetos e tiossulfatos, que podem causar danos aos glóbulos vermelhos dos animais, levando a uma anemia hemolítica. Espinhas de peixe e ossos oferecem risco de gerar uma obstrução intestinal. Doces, bolachas, rabanada, panetones e chocotones são ricos em gordura, carboidratos e açúcar, além do chocolate dos chocotones, extremamente tóxico para cães e gatos.
A importância da conscientização
Muitas consequências negativas podem ser evitadas com medidas simples, mas que exigem planejamento e atenção. Para auxiliar na conscientização dos tutores, a DrogaVET lançou um e-book gratuito com dicas práticas para o fim de ano, que pode ser acessado pelo link: https://encurtador.com.br/
AUSTRÁLIA - Um terremoto de magnitude 7,3 atingiu Vanuatu nesta terça-feira, por volta das 12h47 (22h47 no horário de Brasília). O abalo sísmico causou danos significativos, especialmente nas áreas próximas à capital, Porto Vila, localizada na ilha Efate, a maior do país. Vanuatu é uma nação insular formada por 80 ilhas no Pacífico, situada a mais de 1.600 quilômetros a nordeste da Austrália.
O tremor teve uma profundidade de 57 quilômetros e, de acordo com imagens e vídeos compartilhados nas redes sociais, causou consideráveis danos. As agências governamentais, uma companhia elétrica e as comunicações locais estão fora do ar, como reportado pelo The Washington Post. Diversas embaixadas também sofreram danos e foram fechadas após o sismo.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, manifestou solidariedade às vítimas do terremoto, dizendo em sua conta na rede social X (antigo Twitter): "Os australianos estão pensando nos amigos e vizinhos de Vanuatu depois do sismo devastador que atingiu suas casas esta tarde. Estamos monitorando de perto a situação e prontos para ajudar a população de Vanuatu como pudermos."
Além disso, foi emitido um alerta de tsunami para algumas áreas costeiras, mas ele foi posteriormente retirado.
Vanuatu, como muitas nações do Pacífico, está sujeito a frequentes atividades sísmicas devido à sua localização no Cinturão de Fogo do Pacífico, uma região onde ocorrem muitos terremotos e erupções vulcânicas.
NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL
SÃO PAULO/SP - O governo de São Paulo informou que apenas 76 municípios do estado estão em condições de enfrentar calamidades como enchentes. A parcela corresponde a 11,7% do total de cidades do estado, que é de 645.
Segundo estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM), apenas dois em cada dez municípios estão preparados para enfrentar eventos climáticos extremos. O mesmo estudo que evidencia esse cenário mostra que 44% deles não possuem setor/pessoal responsável pelo monitoramento de eventos climáticos e 57% não contam com um sistema de alerta para desastres.
A entidade, que lidera a criação de um Consórcio Nacional para Gestão Climática e Prevenção de Desastres (Conclima), diz que medidas contra desastres dessa natureza são de responsabilidade da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, que devem trabalhar conectados.
Os dados foram divulgados durante anúncio de investimentos de R$ 5,5 milhões do governo do estado na contratação de mecanismos capazes de mapear zonas de risco e na elaboração do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil, com o objetivo de encontrar soluções para desastres naturais de modo antecipado e rápido. O plano foi anunciado no Palácio dos Bandeirantes, durante a divulgação do início da Operação SP Sempre Alerta de Chuvas, que é realizada entre 1º de dezembro e 31 de março e reforça medidas como os alertas.
A Operação SP Sempre Alerta de Chuvas designa uma época do ano em que é implementado o monitoramento climatológico ininterrupto, ou seja, 24 horas, e na qual equipes emitem mais alertas e realizam vistorias de campo. As ações educativas, de orientação à população, também são redobradas, com a veiculação de materiais pela TV, pelo rádio, outdoor, panfletos e faixas.
Investimentos
O conjunto de ações soma investimentos de R$ 64,3 milhões. No âmbito da operação, o governo deve colocar em funcionamento novos radares meteorológicos, sendo um deles da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), comprado por R$ 4,4 milhões. As imagens serão transmitidas às autoridades a partir de São José dos Campos. O governo também informou a compra de três novos radares que foram custeados pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro).
Do montante anunciado, R$ 21,1 milhões foram destinados a 24 obras de reconstrução de moradias e outras edificações de comunidades que perderam tudo em desastres. Outro valor mencionado foram os R$ 12,6 milhões reservados para a preparação de defesas civis municipais.
O governo também disse que pretende criar o Curso Técnico de Agente de Proteção e Defesa Civil. A previsão é de que seja lançado no segundo semestre de 2025 e que as aulas sejam ministradas em duas unidades piloto do Centro Paula Souza.
AGÊNCIA BRASIL
SEUL - Acidade de Seul, capital da Coreia do Sul, amanheceu na quarta-feira (27) coberta por uma camada histórica de neve. Mais de 16 centímetros de neve foram registrados pela manhã, marcando o maior volume desde o início das medições em 1907, segundo a Administração Meteorológica da Coreia (KMA).
Até as 7h da manhã (horário local), Seul registrou 16,5 centímetros de neve, superando o recorde anterior de 12,4 centímetros, registrado em 28 de novembro de 1972. Este volume de neve também marcou a primeira grande nevasca da temporada na capital.
A neve não se limitou a Seul, atingindo grande parte do país. Regiões centrais, orientais e do sudoeste registraram acumulados de 10 a 23 centímetros de neve. De acordo com previsões meteorológicas, a neve deverá continuar em boa parte do território até o meio-dia de quinta-feira.
A forte nevasca causou transtornos significativos no transporte. Pelo menos 220 voos foram cancelados ou atrasados em aeroportos de todo o país. Cerca de 90 ferries foram impedidos de deixar os portos, e centenas de trilhas para caminhadas foram fechadas como medida de segurança, conforme informou a Associated Press.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, mobilizou esforços emergenciais para minimizar os impactos da nevasca. Ele instruiu os ministérios da Segurança e dos Transportes a utilizarem todos os recursos disponíveis para evitar acidentes de trânsito e outros incidentes causados pelas condições climáticas.
Yoon também pediu às autoridades que mantivessem a população informada sobre as condições climáticas e de tráfego, visando reduzir riscos e danos.
NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL
SANTA MARIA - Um dos principais pontos turísticos da Ilha do Sal, em Cabo Verde, o famoso pontão de Santa Maria, foi totalmente destruído neste fim de semana devido à força do mar, agravada pela passagem de uma onda tropical.
O pontão, feito de madeira, era um ponto de parada obrigatório para turistas que visitavam a ilha. Além de sua beleza cênica, ele servia como uma importante área comercial para os moradores locais. Ali, pescadores atracavam seus barcos e vendiam peixe fresco diretamente ao público, enquanto vendedores ambulantes aproveitavam o fluxo de visitantes para oferecer seus produtos.
Nas redes sociais, imagens do pontão sendo destruído pelas fortes ondas circularam amplamente, gerando grande comoção. Muitos recordam com carinho não apenas a importância do local para o turismo, mas também como um meio de subsistência para a comunidade da região
O pontão de Santa Maria era muito mais do que um ponto turístico. Sua destruição representa uma perda significativa tanto para os moradores locais, que dependiam dele para sustentar suas famílias, quanto para a economia da Ilha do Sal, que tem no turismo uma de suas principais fontes de renda.
BRASÍLIA/DF - Com mais de 2,3 mil focos de incêndio detectados nas últimas 48 horas, o Brasil já acumula este ano até o domingo (13), 226,6 mil registros detectados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa aumento de 76% na comparação com o mesmo período de 2023.
De acordo com os dados do Inpe, do total de focos detectados, 49,4% ocorreram na Amazônia. O Cerrado é o segundo bioma mais afetado em números absolutos com 32,1%. O Pantanal, embora tenha registrado 6% do total de focos do país, foi o bioma que observou o maior crescimento de incêndios na comparação com 2023: um crescimento de 1.240%.
Áreas do Pantanal e da Amazônia estão com alerta de chuvas intensas, conforme boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), divulgado nesta segunda-feira (14). No entanto, até dezembro, o Inmet prevê predomínio de chuva abaixo da média histórica em grande parte da Região Norte, com baixos níveis de umidade no solo em grande parte da região no mês de outubro. Na Amazônia, o estado do Pará registrou 466 focos de calor nas últimas 48 horas. Já o Mato Grosso contabilizou 189 focos.
O Matopiba (região que reúne os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde predomina o bioma Cerrado, apresentou 826 focos nas últimas 48 horas. A região está hoje com alerta de baixa umidade, com risco aumentado de incêndios florestais em uma faixa que se estende do Sul do Maranhão, passando por grande parte do Piauí e alcançando o centro-norte baiano.
De acordo com o governo federal, há 3.732 profissionais em campo atuando no enfrentamento aos incêndios florestais na Amazônia, Pantanal e Cerrado. Também foram disponibilizadas 28 aeronaves.
Na última sexta-feira (11), o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, declarou que o governo federal está totalmente mobilizado para atender todos os estados afetados. "Estamos constantemente monitorando e avaliando os mais variados casos. Não por acaso, mantemos uma Sala de Situação para discutir ações emergenciais diante das mudanças climáticas, que se tornam cada vez mais frequentes e severas", acrescentou.
Seca
A Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação de escassez hídrica nos rios Madeira e Purus, no Amazonas; Tapajós e Xingú, no Pará; e em toda a região hidrográfica do Paraguai, no Pantanal. Com a baixa das águas dos rios, comunidades ficaram isoladas na Amazônia e vários rios atingiram os menores níveis observados nas séries históricas.
Nesse domingo (13), o Rio Paraguai registrou a mínima histórica superando o recorde registrado em 1964, na estação do município de Ladário, em Maro Grosso do Sul.
FABÍOLA SINIMBÚ - REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL
EUA - O agravamento dos sinais vitais do planeta indica que estamos entrando em uma fase "crítica e imprevisível" da crise climática, que demanda ações rápidas e decisivas. Essa é a conclusão de cientistas de um consórcio internacional, liderado pela Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, em um relatório anual sobre o estado do clima, publicado na revista BioScience.
"Estamos à beira de um desastre climático irreversível", alertaram os pesquisadores no documento, que destaca que grande parte da estrutura da vida na Terra está sob ameaça.
Mesmo com décadas de avisos e previsões sobre as consequências das mudanças climáticas, as emissões de combustíveis fósseis alcançaram "níveis históricos", indicaram os cientistas. Eles ressaltam que os três dias mais quentes já registrados ocorreram em julho deste ano, e as políticas climáticas atuais estão conduzindo o planeta a um aumento de temperatura de aproximadamente 2,7°C até 2100.
"Tragicamente, estamos falhando em evitar impactos graves", disseram os especialistas. "Levamos o planeta a um estado climático nunca antes presenciado por nossa espécie ou por nossos ancestrais", reforçaram.
O estudo, liderado por William Ripple, da Oregon State University, aponta áreas prioritárias para mudança: energia, poluição, preservação da natureza, alimentação e economia. Os dados mostram que, em 2022, houve temperaturas recordes nos oceanos e o verão mais quente do Hemisfério Norte em 2.000 anos.
"As emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa, causadas pelo homem, são os principais motores da mudança climática. Em 2022, a queima de combustíveis fósseis e processos industriais foram responsáveis por 90% dessas emissões", explicaram os pesquisadores.
Segundo Ripple, a própria estrutura da vida na Terra está em risco: "Estamos no meio de uma transformação climática abrupta que ameaça a vida no planeta de uma forma que nunca foi vista pelos humanos".
Dos 35 sinais vitais monitorados anualmente pela equipe, 25 já estão em níveis recordes. O relatório também destaca desastres climáticos como os incêndios florestais no Chile, que mataram pelo menos 131 pessoas e destruíram mais de 14.000 casas este ano, e as chuvas intensas na África, que causaram inundações devastadoras, afetando mais de 700.000 pessoas e resultando em centenas de mortes.
Outras regiões, como partes da Ásia, enfrentaram "ondas de calor devastadoras". Em Myanmar, cerca de 1.500 pessoas morreram devido à insolação, enquanto na Índia, as temperaturas chegaram a 50°C, e doenças relacionadas ao calor causaram 60 mortes.
Além disso, o relatório alerta para o crescimento da população humana, que aumenta em 200.000 pessoas por dia, e o crescimento do número de animais ruminantes — como bovinos, ovinos e caprinos — que contribuem significativamente para as emissões de gases de efeito estufa. Estima-se que cerca de 170.000 desses animais sejam criados diariamente, exigindo grandes quantidades de energia e gerando impactos negativos para o meio ambiente.
ÁFRICA - O número de mortos devido às inundações causadas por chuvas torrenciais no Chade, que começaram no final de julho, subiu para 487, quase metade do total de mais de mil vítimas fatais registradas em toda a África Central e Oriental. De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira pelas autoridades do Chade à agência EFE, somente na última semana, 146 mortes foram registradas no país.
Na Nigéria, o número de mortos também aumentou de 259 para 269, com mais de 640 mil pessoas forçadas a abandonar suas casas, conforme informou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
"Até o momento, registramos 487 mortes relacionadas às cheias e quase 1,7 milhões de pessoas afetadas. É um número alarmante e estamos solicitando apoio dos parceiros internacionais", afirmou Mahamat Assileck Halata, vice-presidente do Comitê Nacional de Prevenção e Gestão de Cheias do Chade, confirmando os dados divulgados anteriormente pelas Nações Unidas.
As chuvas devastaram 200 mil residências e mais de 355 mil hectares de terras agrícolas no Chade, além de causarem a perda de 66 mil cabeças de gado. O fenômeno afetou 117 dos 120 departamentos do país, com as províncias de Logone Est, Mayo-Kebbi Ouest (sul), Ouaddaï e Wadi Fira (leste) registrando o maior número de mortes, enquanto a província de Lac (oeste) conta com o maior número de pessoas afetadas.
"Todos os campos estão inundados, e nossas colheitas estão apodrecendo na água. Isso prenuncia um futuro sombrio: se não conseguirmos colher o que plantamos, a fome será inevitável nos próximos meses", lamentou Jonas Masra, morador da cidade de Sarh, na província de Moyen-Chari (sul), também em declarações à EFE.
Além do Chade, diversos países da África Ocidental e Central, como Nigéria, República Democrática do Congo (RDC), República Centro-Africana (RCA), Togo, Costa do Marfim, Libéria, Níger e Mali, também foram atingidos por chuvas intensas nos últimos meses. A situação agrava ainda mais as condições de uma população já vulnerável, marcada pela pobreza crônica, subdesenvolvimento, conflitos e instabilidade política.
Segundo dados divulgados pela Bloomberg, as enchentes nesta faixa da África deixaram pelo menos 2,9 milhões de pessoas desabrigadas e devastaram plantações em uma região que já enfrenta escassez de alimentos e insegurança.
As chuvas torrenciais na região semiárida do Sahel, que faz fronteira com o deserto do Saara, devem continuar, de acordo com a Rede de Sistemas de Alerta Precoce contra a Fome. O dilúvio deste ano, coincidente com uma época crucial para as colheitas, é atribuído ao aquecimento global, segundo especialistas.
Algumas partes do Saara receberam mais de 500% da precipitação normal de setembro, conforme relatado pelo blog Severe Weather Europe. O Grupo Internacional de Salvamento descreveu as enchentes como as piores dos últimos 30 anos, enquanto o Centro de Riscos Climáticos da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, apontou que grandes áreas de Mali e Mauritânia registraram níveis recordes de chuva nos primeiros dez dias de setembro, de acordo com a Bloomberg.
BRASÍLIA/DF - O segundo maior bioma brasileiro também ocupa essa posição (segundo) quando o assunto é ameaça à biodiversidade e aos serviços ecossistemáticos. De acordo com estudo realizado pela Mapbiomas, o Cerrado perdeu 27% de sua vegetação nativa nos últimos 39 anos, o que representa 38 milhões de hectares.
Em toda a cobertura natural do país que sofreu transformação no uso do solo, o bioma, proporcionalmente, só foi menos afetado que o Pampa, que perdeu 28% de vegetação nativa ao longo desses anos.
Também conhecido como savana brasileira, o Cerrado ocupa 25% do território nacional, em 11 estados que se estendem do Nordeste à maior parte do Centro-Oeste, e mantém áreas de transição com praticamente todos os biomas, exceto os Pampas. Pelas características adquiridas no contato com mais quatro ecossistemas (Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga), é considerada a savana mais biodiversa do planeta.
Ao longo desse período, o bioma teve 88 milhões de hectares atingidos pelo fogo, o que causou a perda de 9,5 milhões de hectares. Embora seja mais resiliente aos incêndios, pesquisadores apontam que as mudanças climáticas associadas ao uso indiscriminado do fogo têm ameaçado a integridade de sua cobertura natural. “É essencial implementar políticas públicas que promovam a conscientização, reforcem sistemas de monitoramento e apliquem leis rigorosamente contra queimadas ilegais”, reforça a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Vera Arruda.
Junto com a cobertura natural do solo, a perda do Cerrado significa perder também a sua enorme capacidade de reter gás carbônico na biomassa de suas longas raízes, de recarregar a água subterrânea e de manter o ciclo hídrico que equilibra o planeta. “Temos observado que as áreas úmidas no Cerrado estão secando. Além disso, a expansão da agricultura sobre essas áreas vêm ocorrendo em algumas regiões no bioma, o que pode afetar o abastecimento hídrico e resultar em escassez de água para a população e para a agricultura, aumentando também a vulnerabilidade a desastres climáticos e à perda de biodiversidade”, alerta Joaquim Raposo, pesquisador do Ipam.
Para se ter uma ideia, de toda a área perdida ao longo dos 39 anos estudados, 500 mil hectares foram de áreas úmidas substituídas principalmente por pastagem. São áreas naturais consideradas fundamentais na manutenção dos recursos hídricos, presentes em 6 milhões de hectares do bioma onde nascem oito das 12 bacias hidrográficas brasileiras.
No 11 de setembro, em que é celebrado o Dia do Cerrado, organizações da sociedade civil como os institutos Cerrados, Sociedade População e Natureza, Ipam e WWF Brasil lançaram uma campanha de sensibilização sobre a relevância do bioma e os desafios a serem enfrentados para a sua preservação.
Chamada Cerrado, Coração das Águas, a campanha foi lançada em um site que reúne informações relevantes sobre o bioma, suas características, biodiversidade, povos, turismo e caminhos para a preservação, além de reunir boas histórias dessa “floresta invertida”.
Por Fabíola Sinimbú - Repórter da Agência Brasil
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