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BRASÍLIA/DF - O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo de Agostinho Mendonça, disse que o Planejamento Espacial Marinho voltado à chamada Amazônia Azul – região atlântica entre o litoral e a plataforma continental brasileira – ajudará o país a lidar de forma ambientalmente responsável com a exploração das riquezas naturais da região.

A afirmação foi feita na segunda-feira (25) durante o Seminário de Desenvolvimento das Definições Estratégicas para o Planejamento Espacial Marinho da Amazônia Azul, na sede do Ibama em Brasília.

Agostinho se disse preocupado com o transporte de óleo no país e que o Ibama está se preparando para licitar 60 descomissionamentos de plataformas.

“São plataformas que não produzem mais. Elas serão desmontadas e, obviamente, licenciadas do ponto de vista de descomissionamento”, disse ele referindo-se ao processo de desmontagem dessas plataformas, por meio de procedimentos que evitem danos ao meio ambiente.

O presidente do instituto disse que o licenciamento de 78 complexos eólicos offshore (que vão gerar energia a partir do vento em instalações construídas em alto mar) já foi iniciado, mas que esse isso precisa ser feito de forma planejada, uma vez que trata-se de “um setor que não tem marco regulatório”.

Riscos

Segundo Agostinho, tudo isso deve ser feito levando em conta que há, nas águas brasileiras, “cerca de 200 espécies marinhas ameaçadas”, e que, além disso, “estamos perdendo em uma velocidade assustadora os corais”.

Também presente no seminário, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, lembrou que os oceanos são responsáveis por absorver 25% das emissões CO2; que os oceanos produzem cerca de 50% do oxigênio; e que, “além disso, é um grande provedor de outros serviços ecossistêmicos e provedor de inúmeros benefícios sociais, culturais, éticos, estéticos e, também, econômico”.

“Não estamos falando de uma área que seja desprezível. Todo nosso esforço será não só para preservar, mas para dar o uso correto para essas imensas riquezas naturais”, disse ministra.

 

 

Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil

BRASÍLIA/DF - A última semana do inverno será marcada por uma onda de calor que vai atingir a maior parte do país. A previsão é de temperaturas acima de 42ºC em algumas localidades a partir de sexta-feira (22). O inverno termina no sábado (23), e terá início a primavera.

As áreas que deverão ter recordes de temperaturas são Centro-Oeste, Norte e interior de São Paulo. Na capital paulista, por exemplo, é esperado que os termômetros marquem mais de 35ºC no final da semana, conforme as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Na segunda-feira (18), o Inmet já emitiu alerta de perigo da onda de calor até as 18h de sexta-feira. Esse aviso ocorre quando as temperaturas máximas excedem em pelo menos 5ºC a média histórica do período.

“Vale ressaltar que a intensidade do aviso está relacionada com a persistência do fenômeno [número de dias consecutivos] e não aos desvios de temperatura absolutos em si”, explica o Inmet.

O aviso será reavaliado diariamente, conforme o instituto.

A onda de calor vem associada dos baixos índices de umidade relativa do ar, aumentando a probabilidade de queimadas no Sudeste e Centro-Oeste, regiões que ainda estão no período de seca.

O que é a onda de calor? A onda de calor ocorre por causa do tempo seco e queda da pressão atmosférica, que impede a formação de nebulosidade e afasta o avanço das frentes frias.

“A onda de calor é promovida pelas condições de tempo predominantemente seco, com aumento da insolação, e favorecida pela subsidência atmosférica – quando a pressão atmosférica entre os níveis médios e a superfície aumenta, inibindo o desenvolvimento de nebulosidade, aumentando, também, a temperatura da massa de ar”, informa o Inmet.

O que ocorre com o corpo quando faz muito calor?

Quando fica exposto às temperaturas muito quentes, o corpo humano tenta se refrescar. Porém se o corpo não consegue, o organismo pode chegar à exaustão por calor. Os principais sintomas são tontura, dor de cabeça, transpiração excessiva e fadiga. Pode ocorrer ainda uma insolação, em que se deve procurar ajuda médica.

Nos casos extremos, o paciente pode sofrer falência de órgãos e até morte.

Cuidados

Qualquer pessoa está sujeita a sofrer os impactos do calor. Porém, crianças, idosos, pessoas acamadas, doentes crônicos e gestantes são vulneráveis.

Algumas medidas podem aliviar e evitar as complicações:

  • - Beber mais água e líquidos. O ideal é ingerir um copo de água por hora ou 2 a 3 litros por dia;
  • - refrescar-se com lenços úmidos, spray ou panos molhados no rosto;
  • - procure ficar em locais frescos, com sombra;
  • - evite praticar exercícios físicos nos horários mais quentes;
  • - use roupas leve;
  • - verifique com frequência o estado de saúde de idosos acima de 65 anos, especialmente aqueles com doença cardíaca, problemas pulmonares e nos rins;
  • - em caso de mal-estar intenso, procure um médico.

 

* Com informações da ONU News

Por Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil

EUA - No final do mês de agosto, caçadores capturaram o maior aligátor já registrado no estado do Mississippi, nos Estados Unidos. O animal media 4,34 metros e pesava 364 kg, o recorde anterior foi registrado em 2017, quando foi capturado um aligátor de 4,29 metros e 347,5 kg.

Os caçadores levaram 7 horas para matar o animal, que conseguiu se soltar pelo menos 8 vezes. Só quando conseguiram trazer o animal a bordo do barco é que tiveram uma noção real do seu tamanho. Ao final da caça, um oficial foi chamado e o recorde foi registrado em uma instalação de vida animal na cidade de Yazoo.

O maior aligátor americano já registrado media 4,80 metros e pesava 459 kg. De acordo com o site do Departamento de Vida Selvagem e Caça do estado do Mississippi (MDWFP) a caça é permitida no estado durante 10 dias. Somente caçadores registrados e com a licença em dia podem participar da caça, no período eles podem dois animais com mais de 1,2 metros e um com mais de 2,1 metros.

 

Aligátor, jacaré ou crocodilo?

O termo inglês “alligator” muitas vezes é traduzido como jacaré ou crocodilo, gerando algumas confusões, já que eles definem animais de duas famílias diferentes, os crocodilos (família Crocodylidae) e os aligatores e caimões (ambos da família Alligatoridae). Todas estas famílias, porém, fazem parte da ordem Crocodilia (ou Crocodylia), popularmente crocodilianos ou crocodilos, répteis semi aquáticos predadores.

Nos Estados Unidos o único réptil similar existente é o jacaré-americano (Alligator mississippiensis), cujo termo correto para a tradução é jacaré. Por lá, estes animais se concentram em pântanos e rios e ocorrem comumente em estados como a Flórida e o Mississippi. Em média, os jacarés-americanos alcançam três metros de comprimento, por isso o capturado recentemente chamou a atenção da mídia.

Juntamente com o Alligator sinensis (jacará-da-china), o Alligator mississippiensis são duas últimas espécies do gênero alligator (aligátores) existentes. A família Alligatoridae, que engloba os aligátores, contém outros gêneros e subfamílias de animais. No Brasil, os mais comuns são jacaré-anão ou jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus), o jacaré-açu (Melanosuchus niger), o jacaré-do-pantanal (Caiman yacare), a jacaretinga (Caiman crocodilus), o jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) e o jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus).

Jacaré é a palavra portuguesa popular para descrever os aligatores e outros animais do gênero caimão. A palavra deriva do Tupi "îakaré" ou "jaeça-karé" que significa "aquele que olha de lado". Estes animais fazem parte da categoria da família Alligatoridae, que se distingue de crocodilos pela cabeça mais curta, focinho mais largo, presença de membranas interdigitais e detalhes na dentição e na mandíbula.

Os crocodilos são animais da família Crocodylidae, que contém 14 espécies espalhadas pelas Américas, África, Ásia e Austrália. Entre estas espécies está o Crocodilo-de-água-salgada (Crocodylus porosus) que é o maior réptil atual da Terra. Eles podem ultrapassar os 7 metros de comprimento e pesar mais de 1.500 kg e são encontrados na Austrália e Sudeste da Ásia.

 

 

THIAGO FABRÍCIO DE MELLO ELIAS / MEGA CURIOSO

 Autoridades da Flórida, nos EUA, anunciaram nesta quarta-feira, 30 duas mortes decorrentes do furacão Idalia, que atingiu o estado norte-americano. Após os óbitos e outros acidentes na região, o Centro Nacional de Furacões dos EUA afirmou que o furacão reduziu a intensidade de ventos – antes a 200 km/h – e está no estágio 1. O nível máximo de força é categoria 5.

Entre as vítimas, estava um homem de 40 anos, cujo veículo perdeu controle nas chuvas e atingiu uma árvore. Em Alachua, a um homem de 59 anos também sofreu acidente em meio ao furacão e perdeu a vida. A Divisão de Gestão de Emergências da Flórida criou uma linha especial para atender vítimas do furacão.

Mais de 1 milhão de pessoas receberam ordem de retirada imediata da Flórida. Um pronunciamento oficial do governador do estado, Ron DeSantis, foi publicado nas rede sociais. “À medida que o furacão Idalia atinge a costa, não saia de casa se estiver no caminho da tempestade. (…) As condições podem piorar rapidamente”, reforçou.

DeSantis afirmou que Idalia será provavelmente o furacão mais forte a atingir a região em mais de um século.

Antes de tocar o solo na Flórida, Idalia era classificado como furacão de categoria 4 ao avançar pelo Golfo do México, antes de ser rebaixado para magnitude 3 na escala Saffir-Simpson (que vai até 5), como geralmente acontece quando os fenômenos ciclônicos avançam por terra firme.

 

 

Com informações da AFP

por Edda / ISTOÉ

BRASÍLIA/DF - A noite desta quarta-feira (30) será de Superlua Azul. A Blue Moon -  termo utilizado para a segunda lua cheia do mês - terá, hoje, uma versão maior e mais brilhante. É que ela estará em seu ponto de órbita mais próximo da Terra, o chamado perigeu.

Musa inspiradora de uma das canções mais conhecidas do mundo, composta por Richard Rodgers e Lorenz Hart, a Blue Moon – enquanto música – foi eternizada em vozes como as de Frank Sinatra, Elvis Presley, Ella Fitzgerald e Billie Holiday.

Menor distância

A maior aproximação entre a Terra e a Lua será às 22h35 - no horário de Brasília - quando a Lua estará a  357.181 quilômetros da Terra. Segundo o Observatório Nacional, a distância média até nosso satélite natural é de cerca de 384.400 quilômetros.

Astrônoma do Observatório Nacional, Josina Nascimento explica que a Superlua ocorre de uma a seis vezes por ano, mas em alguns casos a proximidade é ainda maior porque a órbita da Lua é elíptica e não circular.

Brilho

Esse ponto de maior proximidade ocorre quando ela se encontra no perigeu, como na noite de hoje. O ponto mais afastado chama-se apogeu. “Os observadores poderão notar uma lua mais brilhante do que outras luas. O fenômeno poderá ser visto em todas as regiões do planeta”, explica Josina Nascimento.

Próxima do horizonte

Segundo a astrônoma, todas as luas cheias nascem no horizonte (a leste), quando o Sol se põe (a oeste), e se põem (a oeste) quando o Sol nasce (a leste), portanto é possível ver a Lua durante toda a noite e de qualquer lugar do país.

Josina acrescenta que uma boa hora para observar a Superlua é quando ela estiver mais próxima do horizonte, logo após o pôr do sol, ou no dia seguinte, antes do nascer do Sol. Nessa posição, ela parecerá ainda maior, podendo apresentar “belas variações de tonalidade, devido às partículas suspensas na atmosfera”.

"O evento de uma Superlua atrai ainda mais os olhares para o céu, nos ajudando a divulgar e popularizar a ciência. E, além disso, é um evento que pode ser visto por muitas horas (durante toda a noite), de qualquer lugar do mundo e por qualquer pessoa, porque é visível a olho nu”, finalizou a astrônoma.

 

 

Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil

ANTÁRTICA - Um grupo de biólogos marinhos a bordo de um navio de pesquisa fez uma descoberta fascinante, nas profundezas das águas geladas da Antártica.

Trata-se de um animal de aparência "alienígena", com 20 braços. A descoberta foi publicada, recentemente, no Invertebrate Systematics Journal, e fez parte de uma expedição de nove anos, entre 2008 a 2017.

Tal expedição teve como objetivo estudar criaturas marinhas pertencentes à espécie Promachocrinus fragarius, comumente conhecidas como estrelas antárticas de penas de morango. Até que foi surpreendida por novos tipos delas.

“Embora semelhantes a outros animais invertebrados oceânicos, como estrelas do mar e pepinos do mar, as estrelas de penas são distintas tanto em seu grande tamanho quanto em sua aparência sobrenatural quando nadam”, disseram os pesquisadores no artigo.

Estrelas de penas podem habitar uma profundidade de 100 a 1000 metros abaixo do nível do mar.

Além das 20 estrelas de penas antárticas armadas, a equipe identificou sete outras espécies pertencentes à Promachocrinus fragarius, que nunca haviam sido descritas ou nomeadas, anteriormente, pela comunidade científica.

Durante anos, suspeitou-se que os espécimes recuperados de expedições anteriores, embora não confirmados, pertencessem ao grupo de Promachocrinus (estrelas de penas da Antártida) até agora, disse um autor do estudo ao Insider.

O que tornou a classificação possível foi um exame do DNA e da morfologia física dos organismos descobertos.

As descobertas mostram como ainda existem milhares de criaturas marinhas potencialmente desconhecidas, nos vastos oceanos do nosso planeta.

“A exploração abrangente será indispensável para obter até mesmo uma compreensão básica da profusão de vida nas águas antárticas”, conclui o artigo científico.

 

 

por Zeleb.es / The Daily Digest

BARÃO DE COCAIS/MG - O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública de Minas Gerais firmaram um acordo com a mineradora Vale definindo medidas para reparação dos danos causados em Barão de Cocais. No município, mais de 400 moradores precisaram deixar suas casas devido aos riscos de rompimento da barragem Sul Superior, localizada na Mina de Gongo Soco.

A prefeitura também assinou o acordo. Conforme pactuado entre as partes, a Vale desembolsará ao todo R$ 527,5 milhões. Este valor já inclui cerca de R$ 44,5 milhões indicados pela mineradora como despesas já realizadas em ações reparatórias, em antecipações das indenizações e em auxílios emergenciais.

Os riscos na Mina de Gongo Soco foram identificados no pente-fino realizado após a tragédia ocorrida em Brumadinho (MG) no início de 2019, quando 270 pessoas perderam suas vidas na avalanche de rejeitos liberada no colapso de outra barragem da Vale. Diante do episódio, a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o MPMG adotaram medidas para cobrar reavaliações das condições de segurança de diversas estruturas.

Nos casos considerados mais críticos, foi determinada a evacuação de áreas que seriam atingidas em uma eventual tragédia. Ao todo, quase mil pessoas precisaram deixar suas casas em todo o estado de Minas Gerais. Em Barão de Cocais, as evacuações tiveram início em fevereiro de 2019 e envolveram as comunidades de Socorro, Vila do Gongo, Tabuleiro e Piteiras.

A barragem Sul Superior é uma das três que se encontram no nível 3, o último na escala de classificação da ANM, reservado para estruturas que registram risco iminente de ruptura. A barragem foi construída pelo método de alteamento a montante, o mesmo associado à tragédia em Brumadinho. Anos antes, em 2015, outra estrutura similar se rompeu em Mariana (MG), causando 19 mortes e impactando dezenas de municípios na Bacia do Rio Doce. De acordo com a Vale, a barragem Sul Superior foi construída em 1982 e foi desativada em 2008. A mineradora afirma que ela vem sendo monitorada permanentemente e está em processo de descaraterização.

Programas

O acordo para reparação dos danos em Barão de Cocais foi assinado na última sexta-feira (18), em audiência conduzida pela desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta, coordenadora do Centro Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de 2º Grau do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ele encerra uma ação civil pública onde o MPMG cobrava diversas medidas em benefício das comunidades. Os atingidos, no entanto, não participaram das reuniões de negociação.

Em nota, o MPMG sustenta que o acordo foi elaborado em interlocução com as famílias. Também aponta que um dos destaques é a destinação de recursos para ações de estruturação das políticas públicas de saúde no município. Foram previstos seis programas em torno dos seguintes assuntos: compensação e desenvolvimento de Barão de Cocais; transferência de renda; requalificação do turismo e cultura; segurança; fortalecimento do serviço público municipal; e demandas das comunidades atingidas.

A celebração do acordo contou ainda com a interveniência da Arquidiocese de Mariana, que é responsável pela Igreja Mãe Augusta do Socorro, a mais antiga de Barão de Cocais. Construída em 1737, ela deverá ser restaurada pela Vale.

A mineradora divulgou nota afirmando que o acordo reforça seu compromisso com a reparação das comunidades impactadas. "Uma auditoria técnica independente será contratada para acompanhamento dos resultados do acordo, assim como assessoria técnica independente para auxiliar as comunidades atingidas a selecionar, formatar e apresentar projetos", acrescenta o texto.

Boa parte das famílias que deixaram suas casas em 2019 ainda vive em imóveis alugados pela mineradora Vale, sem previsão para retorno, o que depende da conclusão do processe de descaracterização da barragem. Em algumas localidades, os moradores puderam retornar. A situação, no entanto, não é confortável, segundo depoimento da moradora Cleonice Martins Gomes em audiência pública sobre o tema realizada há três meses pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

"Vivemos com medo. Quando passa uma ambulância, já pensamos que é a sirene da barragem. Tomamos remédios controlados que não usávamos antes, remédios de pressão. Estamos pagando com dinheiro dos nossos próprios bolsos", contou. Na ocasião, Cleonice lamentou a falta de suporte aos atingidos e cobrou da Vale indenização pela desvalorização dos imóveis. Ela avaliou que as famílias não eram ouvidas pela mineradora e que direitos previstos em lei foram descumpridos.

Jucidialmente, os atingidos conquistaram em junho de 2019, o direito a um auxílio emergencial mensal a ser pago pela Vale. A mineradora chegou a pedir à Justiça a descontinuidade do benefício em 2020, alegando que mantê-lo seria assistencialismo, o que seria atribuição do poder público. O argumento, no entanto, foi rejeitado e os repasses foram prorrogados.

Descaracterização

Após a tragédia de Brumadinho, a ANM editou resolução estabelecendo datas para a eliminação de todas as barragens erguidas pelo método de alteamento a montante. Em Minas Gerais, o assunto ganhou tratamento específico pela Lei Mar de Lama Nunca Mais. Ela estabeleceu a obrigatoriedade de concluir todo o processo em três anos.

O prazo se encerrou em fevereiro do ano passado, quando apenas sete das 54 barragens desse tipo existentes no estado estavam completamente descaracterizadas. Diante do cenário, o MPMG procurou diversas mineradoras para estabelecer novos compromissos, entre eles, o pagamento de indenizações. A Vale concordou em pagar uma quantia de R$ 236 milhões.

Em agosto do ano passado, a mineradora apresentou novo cronograma indicando que a eliminação de todas as suas estruturas construídas pelo método de alteamento a montante será concluída até 2035. De acordo com a Vale, a conclusão da descaracterização da barragem Sul Superior, em Barão de Cocais, está prevista para 2029.

 

 

Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil

ESPANHA - Cerca de 250 bombeiros lutavam, na quarta-feira (16), para conter um incêndio que está "fora de controle" na ilha espanhola de Tenerife, no arquipélago das Canárias, informaram as autoridades locais, que tiveram que evacuar os moradores de cinco localidades.

O fogo começou na terça-feira e se espalhou pelo nordeste da ilha, situada perto da costa noroeste da África.

"O incêndio está fora de controle, a situação não é boa", admitiu Fernando Clavijo, presidente do governo regional das Ilhas Canárias, durante coletiva de imprensa.

"Nosso objetivo é evitar que ele continue se espalhando. Foi um dia difícil", acrescentou.

De acordo com as autoridades, cerca de 250 bombeiros combatem as chamas com o apoio de 13 helicópteros e aeronaves, três dos quais foram enviados da Península Ibérica.

O incêndio já consumiu cerca de 1.800 hectares e forçou as autoridades a evacuar os moradores das cidades de Arrate, Chivisaya, Media Montana, Ajafona e Las Lagunetas, além de interromper o tráfego em várias estradas.

"Pedimos à população que respeite todos esses bloqueios", afirmou o presidente regional.

A Espanha enfrentou na semana passada sua terceira onda de calor neste verão do hemisfério norte. Mais de 70.000 hectares já foram consumidos pelo fogo em 2023 no país.

Em 2022, mais de 300.000 hectares foram queimados por mais de 500 incêndios na Espanha, um recorde na Europa, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (Effis).

 

 

AFP

SÃO PAULO/SP - Pesquisadores flagraram durante trabalhos de avistamento uma cena inusitada envolvendo baleias jubarte no Litoral Norte de São Paulo: uma mãe erguendo seu filhote e o apoiando na cabeça para levá-lo à superfície da água.

Autor das imagens que registraram o momento, o especialista em baleias e golfinhos Júlio Cardoso viu a cena de perto no início desta semana, entre Ilhabela e São Sebastião.

Os registros mostram as costas do filhote sobre a superfície do mar e sobre uma jubarte adulta, de cerca de 15 metros de comprimento. A mãe o apoia para subir na superfície, mas fica praticamente submersa.

De acordo com o pesquisador, o filhote tem cerca de quatro metros e no máximo duas semanas de vida. Justamente por seu um recém-nascido, recebe o apoio da mãe para conseguir saltar e subir a superfície.

“Era um filhote muito pequeno, um bebê ainda, com dias de vida. Isso faz parte do comportamento das mães que, quando os filhos ainda não muito novos, os levantam sobre o corpo para ajuda-los a respirar na superfície. É como se a mãe pegasse um bebê no colo”, explica.

Cardoso afirma que a prática é considerada comum, até que os mais novos aprendam a subir sozinhos. “Temos visto muitas mães com filhotes novinhos nessa temporada porque eles não podem nadar tão profundo e precisam dessa ajuda na superfície”, diz.

Essa presença constante, inclusive, tem sido a principal característica dessa temporada das baleias jubarte no litoral paulista, que acontece entre junho e agosto de todos os anos.

Segundo o pesquisador, o número de avistamento de filhotes tem sido maior do que a média, assim como a presença também de animais jovens.

“É a creche de um lado, com os filhotes aprendendo a saltar e bater as nadadeiras, e uma balada do outro. Temos visto muitos grupos reprodutivos também, com machos disputando as fêmeas”, diz.

 

 

Por g1

SÃO MARCOS/MT - Pesquisadores comprovam por meio de escavações arqueológicas a existência de vala comum na Terra Indígena de São Marcos, no Mato Grosso (MT), onde foram enterrados indígenas vítimas de violações de direitos na ditadura militar. O projeto envolve cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Polish Academy of Science, na Polônia, e da Universidade de Winnipeg, no Canadá.

Em 1966, a população xavante de Marãiwatsédé foi vítima de remoção compulsória de seu território tradicional para a região de São Marcos, localizada a cerca de 500 quilômetros (km) de distância, onde viviam outros grupos xavante. A transferência foi feita em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), em um contexto de epidemia de sarampo. Dezenas de indígenas foram acometidos pela doença e morreram em poucos dias. Os mortos foram enterrados em uma vala comum na terra indígena. 

A arqueóloga forense Claudia Plens aponta que os relatos dessa ocorrência já eram públicos, mas ainda careciam de evidências materiais para que as comunidades, que sofrem o impacto de desestruturação social até hoje, pudessem lutar por alguma forma de reparação.

“Embora existam relatos diversos sobre o processo histórico que culminou na vala comum, a materialidade da vala só foi confirmada agora”, disse Plens, que é professora do departamento de história da Unifesp e lidera a pesquisa. 

“Por meio das entrevistas e, posteriormente, pelo georadar [método de investigação subterrânea], conseguimos localizar a vala comum. Não houve preservação dos esqueletos. Mas, do ponto de vista da arqueologia forense, os dados do georadar, associados às feições no sedimento, são suficientes para identificar a vala comum”, apontou a pesquisadora. 

Segundo Plens, a confirmação é resultado do cruzamento de diversas informações. Primeiramente, havia indicação da localização da vala em uma diligência realizada pelo Ministério Público Federal (MPF), em 2017. Embora não haja preservação dos esqueletos, as entrevistas no local e o uso do georadar acrescentaram elementos que levaram finalmente às escavações. Já a escavação mostrou a estratigrafia da vala – uma leitura das camadas de sedimento – que demonstrou a materialidade da vala. 

“A posição e direção da vala, conforme lembrado pelos habitantes locais, foram confirmadas pelos dados do georadar. Isso mostrou que a nossa técnica de mapeamento foi capaz de detectar esta assinatura no solo, aproximando ciência e memória no registro de um doloroso episódio histórico ainda muito vivo entre aqueles que o testemunharam”, ressaltou. 

A etapa de campo da pesquisa já foi toda executada. Além disso, entrevistas compuseram a fase de linguística do projeto e contribuem para compreensão da ocupação tradicional do território. Segundo Plens, as entrevistas com os anciãos da etnia foram reveladoras quanto ao crime cometido pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar. 

A análise dos dados preliminares da pesquisa aponta que as primeiras vítimas foram enterradas em covas individuais. “No entanto, a voracidade e o impacto do sarampo foi de tal forma que dezenas de pessoas morriam diariamente, sendo impossível os sepultamentos individuais. Neste sentido, as vítimas passaram a ser sepultadas em vala comum”, revelou a arqueóloga. 

De acordo com a pesquisadora, a comunidade de São Marcos já vinha sendo acometida pelo sarampo ao longo dos anos devido ao contato com os não indígenas, o que já havia resultado em dezenas de vítimas. “Para isso [transferência dos indígenas], houve toda uma articulação entre o pessoal da agropecuária Suiá Missu, militares e os missionários salesianos que estavam em São Marcos”, acrescentou.

O antropólogo Paulo Delgado, professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e integrante da equipe, lembrou que o contexto da tragédia que vitimou dezenas de xavante se insere nos grandes projetos de cunho desenvolvimentistas do governo militar. “Naquela época, por meio de incentivos fiscais do governo federal, houve financiamentos de grandes empreendimentos agropecuários na região Centro-Oeste. Um destes empreendimentos atingiu em cheio o território xavante de Maraiwatsédé”, disse.

 

 

Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil

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