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MOÇAMBIQUE - O presidente da petrolífera Puma em África alerta que Moçambique está à beira de uma "grave crise energética" por não permitir que os postos subam o preço dos combustíveis, que assim podem acabar dentro de 2 a 3 meses.

"Moçambique está hoje à beira de uma grave crise energética no que respeita a hidrocarbonetos, por duas razoes: o preço é muito baixo face ao custo real do produto e quem subsidiam esta situação são as empresas do mercado petrolífero", referiu Fadi Mitri em conferência de imprensa na terça-feira, em Maputo.

"O Governo deve cerca de 25 mil milhões de meticais (350 milhões de euros) à indústria das gasolineiras e esta é uma situação insustentável", referiu o líder de uma das operadoras no mercado.

"Quando uma empresa não consegue fazer dinheiro suficiente num negócio, quando está a perder, a solução é reduzir a atividade", referiu.

Impossibilitadas de ajustar os preços, tabelados pelo Governo, Mitri contou que, no primeiro trimestre, as distribuidoras de produtos petrolíferos reduziram a importação de combustíveis em 54% face ao mesmo período de 2022. "Logo, dentro de dois a três meses não vai haver combustíveis em Moçambique", sublinhou.

 

Reputação das gasolineiras em risco?

De acordo com o presidente da Puma em África, o aumento mensal da dívida de Moçambique coloca em causa a reputação das gasolineiras junto da banca, que começa a rejeitar propostas para novos empréstimos, principalmente entre as distribuidoras moçambicanas de menor robustez.

"Quando a dívida se prolonga, os bancos começam a rejeitar este pedido. As gasolineiras moçambicanas são as que mais sofrem, na medida em que as internacionais têm maior robustez financeira", explicou.

Para aquele responsável, a solução para travar uma crise de combustíveis em Moçambique é simples: "Os preços devem subir, no gasóleo, em 4,55 meticais por litro (6 cêntimos). Na gasolina não é necessário. Isso não significa que haverá um reembolso imediato dos 25 mil milhões de meticais que o Governo deve, mas, com esta medida, a dívida começa a cair".

"Se a dívida começar a cair, o mercado vai perceber que o Governo está a reagir", ao fim de conversações que duram "há 18 meses" e "poderíamos começar a olhar para o futuro e os bancos ficariam felizes", explicou.

Desde 1 de julho de 2022, data do último ajuste, a gasolina passou a custar 86,97 meticais (1,24 euros) e o gasóleo passou para 87,97 meticais (1,26 euros) por litro.

 

Menos interferência do Governo

Fadi Mitri defendeu menos interferência do Governo na definição do preço do combustível, que deriva da dinâmica do mercado internacional.

Para a Puma Energy, a localização geográfica de Moçambique, banhada pelo Índico, coloca o país como um parceiro estratégico, na medida em que o combustível que chega aos países no interior deve passar pelos portos moçambicanos, mas a situação da dívida pode obrigar a Puma Energy África a repensar as suas estratégias.

"Pensamos que Moçambique deve ser um hub (ponto de distribuição) para Zimbabué, Malawi e Zâmbia, mas infelizmente hoje não é um hub eficiente", concluiu.

As queixas das gasolineiras em Moçambique, que está entre os países com os preços de combustíveis mais baixos do continente, começaram em meados de 2022, quando a Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas alertou pela primeira vez que as dívidas do Estado podiam paralisar a distribuição - num momento de volatilidade de preços no mercado internacional com a invasão russa da Ucrânia e a inflação global.

O Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique remeteu declarações para momento oportuno.

 

 

Lusa

DW

CUAMBA - O município de Cuamba, na província de Niassa, dispõe de 3 milhões de euros para reabilitar as ruas da autarquia, mas não tem equipamentos nem máquinas para os trabalhos. A segunda maior cidade da província do Niassa é conhecida pelas ruas esburacadas e pavimentação precária. Os munícipes sofrem com o estado das vias públicas, que acaba por prejudicar a mobilidade.

Há dois anos que o edil Mário Naula tomou posse na autarquia de Cuamba. No pouco tempo que está no Governo, decidiu encarar um problema cuja resolução foi por muito tempo adiada. Cuamba, apesar de ter os recursos para as obras de pavimentação, não tem quem as faça.

Por isso, o edil está em Quelimane em busca de parcerias. A máquina da sua cidade está avariada há mais de um ano, o que o levou a firmar um protocolo de cooperação com a capital provincial da Zambézia. Naula diz que espera que as obras comecem em breve.

Em entrevista exclusiva à DW África, o autarca diz que a dificuldade na transitabilidade não é o único problema que afeta os munícipes de Cuamba, mas é uma prioridade, porque boas vias públicas estimulam investimentos locais e nacionais.

As autarquias de Cuamba e Quelimane, embora tenham várias diferenças – como as características de relevo e climáticas - têm edis com relacionamento próximo, que assinaram acordos de apoio mútuo.

 

Problema de coleta do lixo está a afetar a Zambezia

Ao revelar para a DW África que garante o apoio a Cuamba, o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, lamentou da sua parte os problemas graves na gestão do lixo na capital da província da Zambezia.

O autarca diz que há 10 anos que o governador, Abdul Razak Noormahomed, promete a criação de uma secretaria de estado para resolver o problema. "Continuamos a espera porque o local que temos como aterro sanitário ou lixeira não é ideal”, diz Araújo. Ele lamenta que na entrada da cidade de Quelimane, "o cartão de visita é o lixo”.

A quantidade de resíduo produzido pelos munícipes em Quelimane é tão grande, que os trabalhadores da limpeza urbana exigem agora uma maior recompensa, um salário que consideram mais justo.

Cecília José é coletora de lixo em Quelimane e conta que as condições de trabalho e a remuneração não são equivalentes. "Estamos a passar mal. O arroz está 18 euros e a farinha 12. Tens de comprar com 4 euros. Só estamos a chorar nesta parte do dinheiro.”, afirma.

 

 

*Por:content_author: Marcelino Mueia (Quelimane) / DW

MSF implementa clínicas móveis e fornece água potável em Pemba, que já recebeu mais de 100 mil deslocados

 

MUNDO - Até agora, mais de 400 mil pessoas da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, foram deslocadas de acordo com as estimativas governamentais anunciadas na semana passada. Após terem fugido da violência dos contínuos ataques de grupos armados e das ações militares das forças moçambicanas, estas pessoas deslocadas enfrentam agora sérios riscos de saúde e condições de vida inadequadas.

"Cerca de 10 mil pessoas deslocadas chegaram de barco à capital provincial de Pemba só na semana passada", disse Joaquim Guinart, coordenador do projeto de MSF em Cabo Delgado. "Eles estavam desidratados. As mulheres deram à luz no mar. Tem havido casos de diarreia grave e potencialmente fatal. Há muita pressão sobre o pessoal médico local, uma vez que 20 mil pessoas chegaram ao longo do último mês e mais continuarão a chegar.”

Aproximadamente 100 mil pessoas deslocadas internamente (IDPs) procuraram refúgio em Pemba e arredores em locais de abrigo temporário, tais como edifícios escolares, ou com famílias de acolhimento, aumentando a população da cidade em um terço. MSF avalia que muitos deslocados internos carecem de água potável e estão expostos à malária com quase nenhuma proteção enquanto permanecem em condições insalubres e de superlotação, aumentando o risco de um surto de sarampo, diarreia ou COVID-19.

Sem um fim à vista, os combates que começaram em outubro de 2017 continuaram a aumentar de intensidade, forçando quase um quinto da população da província a abandonar as suas casas e reduzindo a quase nada o acesso aos cuidados e outros serviços na área. MSF teve de suspender as suas próprias atividades médicas humanitárias em Mocimboa da Praia em março, seguido de Macomia em maio, após um ataque, durante o qual o centro de saúde em Macomia, onde o pessoal de MSF trabalhava, foi saqueado e incendiado. Estima-se que mais de 20 centros de saúde locais foram destruídos durante o conflito.

MSF deslocou a sua base para a cidade de Pemba, onde tem prestado assistência médica aos deslocados internos e à comunidade de acolhimento. Mesmo assim, MSF diz que luta para permanecer operacional em Cabo Delgado devido a restrições administrativas e de viagem por causa da COVID-19, que obrigam a organização a trabalhar com capacidade mínima enquanto as necessidades continuam a crescer exponencialmente.

MSF iniciou uma clínica móvel no distrito de Metuge em setembro e, devido à constante chegada de novos deslocados, foi lançada uma segunda clínica móvel em 28 de outubro, que MSF espera utilizar para chegar a mais pessoas em distritos mais remotos nas próximas semanas. MSF também presta assistência em termos de água e saneamento em locais de deslocados internos e instalações sanitárias e gere o centro de tratamento de diarreia em Pemba. Com o apoio de parceiros, MSF está construindo 150 latrinas e restaurando 27 bombas de água manuais e cinco sistemas de água no distrito de Metuge, assegurando o acesso a água segura antes da próxima estação chuvosa. No entanto, MSF avalia que estas atividades apenas respondem a uma fração das necessidades crescentes da área.

"MSF está profundamente preocupada com a violência contínua e a deterioração das condições em Cabo Delgado e com o rápido crescimento do número de deslocados, especialmente com o início da estação chuvosa. As necessidades básicas das pessoas deslocadas continuam, apesar dos esforços existentes para prestar assistência humanitária", afirma o chefe de projeto de MSF para Moçambique, Alain Kassa. "Se não forem tomadas medidas imediatas, a situação vai piorar rapidamente, e MSF apela às autoridades moçambicanas para que apoiem a mobilização de pessoal e fornecimentos humanitários adicionais sem demora".

MSF está presente em Moçambique desde 1984. Na cidade de Pemba, MSF está apoiando as autoridades de saúde na melhoria do acesso à água e saneamento, bem como na resposta a possíveis surtos de diarreia e cólera. MSF também está presente em Maputo e Beira, oferecendo atendimento a pessoas com HIV, tuberculose e hepatite e populações vulneráveis. Em todos os projetos, MSF está apoiando o Ministério da Saúde de Moçambique em sua resposta à COVID-19 por meio da implementação de medidas preventivas, incluindo controle de infecções, triagem e vigilância.

Sobre Médicos Sem Fronteiras

Médicos Sem Fronteiras é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem nenhum acesso à assistência médica. Oferece ajuda exclusivamente com base na necessidade das populações atendidas, sem discriminação de raça, religião ou convicção política e de forma independente de poderes políticos e econômicos. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas atendidas em seus projetos. Para saber mais acesse o site de MSF-Brasil.

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