Programa estadual prevê vacinação de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h e nos finais de semana até às 17h. Serão 10 mil postos
SÃO PAULO/SP - O secretário de saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, afirmou nesta quarta-feira (6) que São Paulo iniciará a vacinação no dia 25 de janeiro, cobrou o apoio de prefeitos para o cumprimento do programa estadual e detalhou o cronograma previsto para a imunização.
O resultado dos testes da fase 3 da vacina, no entanto, ainda não foram divulgados pelo Instituto Butantan. A previsão inicial era de que os documentos fossem entregues à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no dia 15 de dezembro. A nova expectativa é de que os resultados de eficácia sejam divulgados na quinta-feira (7).
"O programa vai ocorrer, está desenhado para ter início no dia 25 de janeiro. Para que esse plano seja de exemplo ao país, de proteção à vida, precisamos de cada um de vocês, de cada um dos municípios, apoio que sempre deram para outras campanhas, mas essa é diferente: estamos no meio de uma das maiores crises sanitárias já vividas."
O programa estadual prevê que a imunização ocorra de segunda sexta-feira, das 7h às 22h e nos fins de semana das 7h às 17h. "Conseguimos ampliar pontos de vacinação para mais de 10 mil e serão utilizadas escolas, quarteis da PM, estações de trens e ônibus, além de farmácias e esquemas de drive-thru", afirmou.
Cronograma de vacinação
Segundo o secretário, o programa tem como prioridade vacinar idosos com mais de 60 anos, que equivalem a 7,5 milhões de pessoas e representam 77% das mortes decorrentes da covid-19. Trabalhadores da área da saúde, indígenas e quilombolas, que equivalem a 1,5 milhões, também terão prioridade. Assim, a população total a ser vacinada no primeiro momento corresponde a 9 milhões de pessoas. A primeira fase se encerrará dia 28 de março, com duas doses aplicadas por pessoa.
Secretário de saúde detalha cronograma de vacinação em SP
DIVULGAÇÃO GOVERNO DE SP
De acordo com o governo, essa fase de imunização prevê 18 milhões de doses de vacina, atuação de 54 mil profissionais de saúde, uso de 27 milhões de seringas e agulhas, 5.200 câmaras de refrigeração, 25 postos de armazenamento e distribuição regional, 30 caminhões refrigerados de distribuição diária e 25 mil policiais para escolta das vacinas e segurança dos locais de vacinação.
"Vimos uma situação semelhante com a gripe espanhola e hoje vivemos uma guerra com um inimigo invisível que jamais imaginaríamos. Tivemos um incremento nos casos, óbitos e internações no Estado. Jamais imaginávamos, tanto no mundo, no Brasil e no próprio Estado, esse aumento porque estávamos observando, durante 12, 13 semanas, uma queda nos casos e voltou de uma forma forma abrupta a varrer vidas e encher nossos hospitais. Temos 10 hospitais que atingiram sua capacidade máxima de atendimento."
O secretário do desenvolvimento regional, Marco Vinholi, disse que os prefeitos que não seguirem regras podem ir "para o fim da fila". "Se não cumprir as regras fundamentais, notificamos, encaminhamos para o MP-SP, que, muitas vezes, entra com improbidade administrativa, e os prefeitos podem sofrer sanções”, afirmou.
Encontro com prefeitos
O governo João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (6), durante encontro realizado com os 645 prefeitos do municípios paulistas, que o Estado de São Paulo viverá momentos difíceis no combate ao coronavírus. "Teremos um ano de 2021 difícil, muito mais difícil do que imaginaríamos até outubro do ano passado."
Em relação à saúde, João Doria afirmou que o tema é a prioridade absoluta. "Temos que fazer o alerta da segunda onda que chegou ao Brasil e ao mundo. São 215 países que enfrentam a segunda onda deste vírus. Não tínhamos essa perspectiva até outubro do ano passado", disse.
O secretário da saúde afirmou ainda que não adianta aumentar número de leitos, se os prefeitos não se comprometerem a evitar aglomerações e seguir os protocolos sanitários. "Precisamos disponibilizar leitos de UTI, mas se tivermos um incremento numa velocidade muito alta talvez isso [deixar de atender pacientes] possa acontecer."
O objetivo do encontro foi de estabelecer os objetivos dos prefeitos à frente dos municípios nos novos mandatos e quais são as prioridades relacionadas à saúde, proteção à ciência e a vacinação em São Paulo. De acordo com o governo, a reunião ocorrerá uma vez por semestre. O próximo encontro, segundo Doria, ocorrerá em julho de forma virtual. No fim do ano, haverá uma terceira reunião de forma presencial.
Por R7