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FMI afirma que não irá 'pressionar' Argentina

Escrito por  Out 07, 2020

MUNDO - "O Fundo Monetário Internacional (FMI) não tem a intenção de pressionar a Argentina neste momento", afirmou sua diretora-gerente, Kristalina Georgieva, ao comentar a visita que inicia nesta terça-feira a Buenos Aires uma missão do órgão multilateral, no momento em que o país espera renegociar seu acordo de crédito.

"Viemos à Argentina, antes de tudo, para ouvir as autoridades, o povo argentino. Ficou muito claro para nós nesta crise que é importante apoiar as empresas e, o que é mais importante, os trabalhadores. De forma que não viemos com o pensamento de 'Bom, vamos ver como podemos cortar ainda mais os gastos nestas circunstâncias'", declarou Kristalina à rede de TV CNN.

Uma missão formada por Julie Kosack e Luis Cubeddu chegou a Buenos Aires hoje para, juntamente com o representante residente, Trevor Alleyne, manter conversas antes da negociação de um novo programa de crédito com o FMI, que substitua o assinado em 2018, envolvendo 57 bilhões de dólares.

Deste empréstimo, a Argentina recebeu 44 bilhões, mas o presidente Alberto Fernández renunciou ao restante ao assumir o cargo, em dezembro passado. Os primeiros reembolsos estão previstos para setembro de 2021.

Um pequeno grupo de militantes manifestou-se hoje contra o FMI em frente à sede do Banco Central argentino, em Buenos Aires.

"Vamos ver o rumo que o diálogo toma. Esperamos que seja útil à Argentina para definir objetivos de crescimento a médio prazo, para ver quais são os obstáculos ao crescimento e, também, para que a economia saia fortalecida e possa atender as expectativas do povo argentino", disse Kristalina Georgieva. "Queremos ser parte de uma solução duradoura ao que tem sido, por tanto tempo, ciclos de avanços e retrocessos no país. Vamos com a mente aberta, para buscar uma forma de a Argentina ter solidez, estabilidade e prosperidade."

Com uma inflação de mais de 40% ao ano e em recessão desde 2018, a Argentina também viu dispararem os índices de pobreza (40,9%) e desemprego em meio à pandemia. O governo prevê para 2021 um déficit fiscal de 4,5%.

 

 

*Por: AFP

Henrique Stefane


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