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G20 promete não reduzir estímulos econômicos e espera acordo de tributação até o verão

Escrito por  Fev 27, 2021

ROMA/BRUXELAS - Os líderes financeiros mundiais (G20) concordaram nesta sexta-feira em manter políticas expansionistas para ajudar a economia mundial a sobreviver aos efeitos da pandemia da Covid-19 e comprometeram-se com uma abordagem mais multilateral às crises gêmeas do coronavírus e da economia.

A presidência italiana do grupo do G20 disse em entrevista coletiva que os chefes de Finanças comprometeram-se em reunião a trabalhar mais de perto para acelerar uma recuperação ainda frágil e desigual.

"Concordamos que qualquer retirada prematura do apoio fiscal e monetário deve ser evitada", disse Daniele Franco, ministra das Finanças da Itália, após videoconferência de ministros das Finanças e banqueiros centrais do G20.

A reunião ocorre em um momento em que os Estados Unidos preparam um pacote fiscal no montante de 1,9 trilhão de dólares e a União Europeia já injetou mais de 3 trilhões de euros para manter suas economias em funcionamento em meio a lockdowns em decorrência da Covid-19.

Mas, apesar dos valores elevados, problemas como a distribuição mundial de vacinas e o surgimento de novas variantes do coronavírus significam que o futuro da recuperação permanece incerto.

O G20 está "comprometido em aumentar a coordenação internacional para enfrentar os desafios globais atuais, adotando uma abordagem multilateral mais forte e focando em um conjunto de prioridades centrais", disse a presidência italiana em um comunicado.

A reunião foi a primeira desde que Joe Biden --que prometeu reconstruir a cooperação dos EUA em organismos internacionais-- foi eleito presidente dos EUA, e um progresso significativo parece ter sido feito na difícil questão da tributação de empresas multinacionais, particularmente as gigantes da internet, como Google, Amazon e Facebook.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse ao G20 que Washington rejeitou a proposta do governo Trump de permitir que algumas empresas optem por não seguir as novas regras fiscais digitais globais, aumentando as esperanças de um acordo até o verão do hemisfério norte.

"GIGANTE PASSO ADIANTE"

A mudança foi saudada como um grande avanço pelo ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, e seu colega francês, Bruno Le Maire.

Scholz afirmou que Yellen disse às autoridades do G20 que Washington também planeja reformar as regulamentações tributárias mínimas norte-americanas, de acordo com uma proposta da OCDE para um imposto mínimo efetivo global.

"Este é um passo gigantesco adiante", disse Scholz.

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Franco, da Itália, afirmou que a nova postura dos EUA deve abrir caminho para um acordo abrangente sobre a tributação das multinacionais na próxima reunião do G20 em Veneza, no início de julho.

O G20 também discutiu como ajudar os países mais pobres do mundo cujas economias estão sendo desproporcionalmente atingidas pela crise econômica.

Nessa frente, houve amplo apoio para ampliar o capital do Fundo Monetário Internacional para ajudá-lo a fornecer mais empréstimos, mas nenhum número concreto foi proposto.

Para ter mais poder de fogo, o Fundo propôs no ano passado aumentar seu orçamento de guerra em 500 bilhões de dólares na própria moeda do FMI, denominada Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês), mas a ideia foi obstruída pelo então presidente dos EUA, Donald Trump.

"Não houve nenhuma discussão sobre volumes específicos de Direitos Especiais de Saques", disse Franco, acrescentando que a questão será discutida mais com base em uma proposta preparada pelo FMI para abril.

Embora o FMI observe a economia norte-americana retornando aos níveis pré-pandêmicos ao fim deste ano, a Europa pode levar até meados de 2022 para chegar a esse ponto.

A recuperação também é frágil em outras praças. A atividade industrial na China cresceu pelo ritmo mais lento em cinco meses em janeiro, e no Japão o crescimento do quarto trimestre desacelerou em relação ao trimestre anterior.

Alguns países expressaram esperança de que o G20 possa estender a suspensão dos custos do serviço da dívida dos países mais pobres para além de junho, mas nenhuma decisão foi tomada

O assunto será discutido na próxima reunião, disse Franco.

(1 dólar equivale a 0,8254 euro)

 

 

 

*Por:  Gavin Jones e Jan Strupczewski / REUTERS

Reportagem adicional de Andrea Shalal em Washington, Michael Nienaber

Redação

 Jornalista/Radialista

Website.: https://www.radiosanca.com.br/equipe/ivan-lucas
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