MOSCOU - A Rússia exigiu que 13 empresas estrangeiras, em grande parte de tecnologia dos Estados Unidos, sejam oficialmente representadas em solo russo até o final de 2021 ou enfrentarão possíveis restrições ou proibições definitivas.
A exigência do regulador estadual de comunicações Roskomnadzor, na noite de segunda-feira, deu poucos detalhes sobre o que exatamente as empresas serão obrigadas a fazer e tinha como alvo algumas empresas que já possuem escritórios na Rússia.
Os gigantes das mídias sociais estrangeiras, com mais de 500 mil usuários diários, foram obrigados a abrir escritórios na Rússia desde que uma nova lei entrou em vigor em 1º de julho. A lista publicada na segunda-feira menciona as empresas pela primeira vez.
O documento lista o Google, da Alphabet, o Facebook, o Twitter, o TikTok e o aplicativo de mensagens Telegram, que a Rússia multou este ano por não excluir conteúdo considerado ilegal.
A Apple, alvo no país por suposto abuso de sua posição dominante no mercado de aplicativos móveis, também estava na lista.
O Roskomnadzor disse que as empresas que violarem a legislação podem enfrentar restrições à publicidade, coleta de dados e transferência de dinheiro, ou proibição total.
Mas, o tipo de representação que as empresas precisam ter na Rússia não está claro, disse Karen Kazaryan, chefe da empresa de análise Internet Research Institute.
"Não há explicação na lei, nenhum esclarecimento sobre qual deve ser a forma legal de representação da organização", disse Kazaryan à Reuters nesta terça-feira.
O Roskomnadzor, quando questionado por mais detalhes, citou seu comunicado.
Além de ter representação na Rússia, as empresas devem abrir uma conta no site do regulador e ter um formulário de feedback para interagir com os usuários russos, disse o Roskomnadzor.
"As entidades estrangeiras são obrigadas a limitar o acesso a informações que violam a legislação russa", disse o Roskomnadzor, sem fornecer mais detalhes.
Nenhuma das empresas citadas respondeu aos pedidos de comentários.
Por Alexander Marrow e Gleb Stolyarov / REUTERS