ESPANHA - Piloto mais experiente do grid da F1 atual e quarto melhor do campeonato de 2023, Fernando Alonso mostrou mais disposição que rivais com quase metade de seus 41 anos - encerrando a temporada com oito pódios, terceiro maior número do ano. Mas há um fator que preocupa o bicampeão sobre sua longevidade no esporte: a extensão do calendário de 2024, com 24 corridas previstas.
- Pode ser que eu sinta isso (desânimo) com o calendário, a agenda exigente e coisas como essas algum dia. Porque você já sabe que há outra coisas na vida. Essa foi uma temporada bem exigente só com 22 corridas, duas canceladas. Ano que vem, com 24, teremos que ver como vai ser. Eu só vi agora que Las Vegas será uma rodada tripla, não sei o por quê. Essas coisas que esgotam minha bateria, não pilotar - declarou.
O bicampeão disputou em 2023 sua vigésima temporada da carreira que iniciou em 2001 com a Minardi e deu prosseguimento em 2003 com a Renault. Depois de faturar seus dois títulos em 2005 e 2006, e protagonizar as disputas contra Sebastian Vettel em 2010, 2012 e 2013, retirou-se da F1 em 2018 encerrando um vínculo sem ganhos com a McLaren - para retornar em 2021 com a Alpine.
Ele deixou a equipe francesa no fim de 2022, um ano também conflituoso com a equipe, um carro sem confiabilidade e até com o colega Esteban Ocon. A parceria iniciada em 2023 com a Aston Martin, porém, rendeu frutos: Alonso ocupou o terceiro lugar no Mundial por boa parte do ano, até ser superado pelos avanços da Mercedes de Lewis Hamilton, e foi o terceiro maior detentor de pódios.
O quarto lugar no campeonato de pilotos, vencido pelo agora tricampeão Max Verstappen, foi seu melhor resultado na F1 desde 2012 e 2013, quando ele tinha 31 a 32 anos e representava a Ferrari. E o próprio Alonso elegeu 2023 como sua melhor temporada da carreira ao lado de 2012.
Um extenso calendário já preocupa as equipes na F1 por causa da logística, do esforço físico imposto aos funcionários e o desafio diante do teto de gastos.
Verstappen também já considerou deixar a categoria pela mesma razão. Mas, no caso de Alonso, há outro motivo que possa desanimá-lo? O veterano garante que não.
- Eu já disse várias vezes, mesmo antes de 2018 (primeira saída da F1), que o dia que eu parar de correr não será porque não me sinto motivado a pilotar, ou me sinto lento. Se um dia eu me sentir lento, acho que isso será perceptível, eu não ficarei feliz com meu desempenho e serei o primeiro a levantar a mão e dizer que está na hora de parar. Mas não acho que esse momento chegará, sinceramente. Eu tenho muita autoconfiança no meu próprio desempenho.
A F1 retorna em 2 de março de 2024 com o GP do Bahrein, primeira rodada das 24 prometidas no ano.
Redação ge