EUA - Em que ano a população humana crescerá demais para a Terra sustentar? A resposta é cerca de 1970, de acordo com pesquisa do World Wildlife Fund. Em 1970, os 3 bilhões e meio de habitantes do planeta eram sustentáveis. Mas neste dia de ano novo, a população é de 8 bilhões.
Hoje, plantas e animais selvagens estão ficando sem lugares para viver. Os cientistas que você está prestes a conhecer dizem que a Terra está sofrendo uma crise de extinção em massa em uma escala nunca vista desde os dinossauros.
Tony Barnosky, um biólogo de Stanford cuja experiência abrange registros fósseis e mudanças no ecossistema, disse à CBS que a Terra está enfrentando uma crise de extinção em massa semelhante à dos dinossauros.
De acordo com Barnosky, a extinção está acontecendo hoje em cerca de 100 vezes a taxa normalmente observada na história da vida da Terra. “Há cinco vezes na história da Terra em que tivemos extinções em massa”, disse Barnosky a Scott Pelley, da CBS, no 60 Minutes.
“E por extinções em massa, quero dizer pelo menos 75%, três quartos das espécies conhecidas desaparecendo da face da Terra”, acrescentou.
“Agora estamos testemunhando o que muitas pessoas estão chamando de sexta extinção em massa, onde a mesma coisa pode acontecer sob nossa supervisão”, continuou Barnosky.
A bióloga Liz Hadly, diretora do corpo docente da Jasper Ridge Research Preserve de Stanford, na Califórnia, e esposa de Barnosky, repetiu seus comentários.
“É um estado horrível do planeta quando espécies comuns, as espécies onipresentes com as quais estamos familiarizados estão em declínio”, disse Hadly.
Ela explicou que em lugares como a Califórnia há uma grande perda de água, o que leva a um efeito dominó de animais mortos. A perda de água causa a morte do salmão, o que leva ao declínio das aves que dependem da pesca do salmão, como as águias, observou Hadly.
Os cientistas esclareceram que os humanos não estão matando o planeta porque a Terra ficará bem – como sempre foi após uma extinção em massa. “O que estamos fazendo é matar nosso modo de vida”, disse Barnosky.
O pior dos assassinatos está na América Latina, disse Barnoskly, observando que um estudo do World Wildlife Fund constatou que a abundância de vida selvagem caiu 94% desde 1970. “Mas foi também na América Latina que encontramos a possibilidade de esperança”, acrescentou.
Graças ao ecologista mexicano Gerardo Ceballos, um dos principais cientistas do mundo sobre extinção, os cientistas criaram uma solução.
“Ele nos disse que a única solução é salvar um terço da Terra que permanece selvagem”, disse Barnosky.
“Para provar isso, ele está conduzindo um experimento de 3.000 milhas quadradas. Na Reserva da Biosfera Calakmul, perto da Guatemala, ele está pagando a agricultores familiares para parar de cortar a floresta”, acrescentou.
Gerardo Ceballos reiterou a Pelley: “Vamos pagar a cada família uma certa quantia em dinheiro que é mais do que você receberá derrubando a floresta se a proteger”. Ceballos disse que pagará cerca de US$ 1,5 milhão por ano por meio de instituições de caridade fornecidas por doadores ricos.
por Diego Sousa / ISTOÉ DINHEIRO