EUA - Os Estados Unidos impuseram na sexta-feira novas sanções financeiras a uma rede vinculada ao programa de drones do Irã, intensificando a pressão sobre aquele país antes da retomada das negociações para salvar o acordo nuclear.
O Tesouro dos Estados Unidos se comprometeu em um comunicado a "continuar exigindo que o Irã se responsabilize pelas suas ações irresponsáveis e violentas", enquanto Washington acusa Teerã de usar seus aviões não tripulados para alimentar vários conflitos no Oriente Médio.
Duas empresas que apoiam o programa de drones da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, estão na mira das sanções.
O general Saeed Aghajani, que supervisiona a administração dos drones dos Guardiões e que já estava em outra lista negativa dos Estados Unidos, também foi afetado pelas novas sanções, assim como o general Abdollah Mehrabi, outro alto funcionário do exército de elite iraniano. Os ativos que tiverem nos Estados Unidos serão congelados e serão proibidos de acessar o sistema financeiro americano.
A Força Qods, responsável pelas operações internacionais da Guarda Revolucionária, "usou drones fatais e promoveu sua proliferação entre os grupos apoiados pelo Irã", como o Hezbollah libanês, o Hamas palestino e os rebeldes houthis no Iêmen, "assim como na Etiópia, onde a crise está se agravando e ameaça desestabilizar toda a região", afirma o Tesouro em seu comunicado. "Foram usados drones letais em ataques contra navios internacionais e forças americanas", acrescentou, em referência a fatos que provocaram grandes tensões nos últimos anos.
Segundo o Irã, as novas sanções "mostram o comportamento contraditório da Casa Branca. O presidente Joe Biden aplica os mesmos métodos de seu antecessor, ao mesmo tempo que diz querer retomar as negociações sobre a questão nuclear", criticou o porta-voz da chancelaria, Said Khatibzadeh. "A imposição de sanções envia uma mensagem que não inspira confiança."
As sanções ocorrem depois que o Irã anunciou que está disposto a retomar as negociações indiretas com os Estados Unidos em novembro para salvar o acordo que deveria impedir Teerã de adquirir armas nucleares.
Essas negociações se concentram nas sanções que Washington está disposto a levantar em troca de que Teerã volte a cumprir com as restrições sobre seu programa nuclear.