O estudo é realizado por Ana Carolina Aparecida Marcondes Scalli, sob orientação de Aparecida Maria Catai, docente do DFisio, e coorientação de Patricia Rehder-Santos, pesquisadora de pós-doutorado no LFCV. A pesquisa possui financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
De acordo com Patricia Rehder-Santos, a DPOC caracteriza-se pela limitação crônica do fluxo aéreo, não totalmente reversível, associada a uma resposta inflamatória anormal à inalação de partículas ou gases nocivos. "A obstrução crônica ao fluxo aéreo na DPOC ocorre devido a uma associação de inflamação nas pequenas vias aéreas (bronquiolite respiratória) e destruição parenquimatosa (enfisema)", explica a pesquisadora. Os sintomas têm início lento e gradativo, são persistentes, pioram com exercício, e tendem a aumentar em frequência e intensidade ao longo do tempo, com episódios de agravamento que duram, geralmente, alguns dias (exacerbações). Os principais sintomas da doença são tosse com secreção, perda de peso, redução da massa muscular, cansaço e falta de ar aos esforços. A DPOC é uma doença que acomete mais homens do que mulheres.
Indivíduos portadores de DPOC têm algumas alterações na estrutura corporal ocasionadas pela doença, que levam a uma diminuição da capacidade dos músculos respiratórios gerarem força. "A fraqueza desses músculos pode dificultar a respiração, gerando um aumento da sensação de falta de ar em diversas situações do dia a dia do paciente. Esse fator gera uma diminuição da capacidade funcional e da qualidade de vida dessas pessoas", aponta Rehder-Santos.
A avaliação da força dos músculos inspiratórios é rotineira na reabilitação de doenças que afetam o pulmão. A partir disso, o objetivo da atual pesquisa é compreender de forma mais completa as respostas do coração e da oxigenação dos músculos respiratórios durante essa avaliação.
Os voluntários passarão por exames de composição corporal; densitometria óssea; prova de função pulmonar (espirometria); teste de caminhada de seis minutos; e avaliação da força dos músculos respiratórios. Todas as avaliações serão conduzidas por fisioterapeutas e os laudos diagnósticos serão emitidos por médico pneumologista. A partir dos resultados, a pesquisadora destaca a contribuição do estudo na melhoria da avaliação de pacientes que têm diagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crônica.
Para realizar a pesquisa, estão sendo convidados homens, entre 40 e 80 anos, com diagnóstico prévio de DPOC. Os voluntários serão avaliados no LFCV, que fica na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar, durante três dias não consecutivos. Cada avaliação terá duração máxima de duas horas. Interessados em participar da pesquisa devem entrar em contato com a equipe até o próximo mês de setembro, pelos telefones (16) 3351-8705 ou (16) 99633-2487 (WhatsApp também). Projeto de Pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 36029120.8.0000.5504).