SÃO CARLOS/SP - A OJU - Roda Sesc de Cinemas Negros chega a sua 3ª edição ampliando seu alcance a 14 unidades do Sesc São Paulo, na capital e interior do Estado. A programação acontece de 20 a 27 de março de 2024, no CineSesc, Sesc 24 de Maio, Sesc Belenzinho, Sesc Campo Limpo, Sesc Interlagos, Sesc Santo Amaro e Sesc Vila Mariana, e nas unidades das cidades de Santo André, Birigui, Campinas, Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Santos e São Carlos.
A abertura será realizada no dia 20/3, às 20h30, no CineSesc, com sessão gratuita de Othelo, O Grande, de Lucas H. Rossi dos Santos. O documentário conta a história de um dos maiores atores e comediantes do país, que escapou da pobreza para forjar uma carreira que rompeu barreiras inimagináveis para um ator negro no Brasil, trabalhando com cineastas como Orson Welles, Joaquim Pedro de Andrade, Werner Herzog, Julio Bressane e Nelson Pereira dos Santos, entre tantos outros. A retirada de ingressos acontece a partir das 19h, na bilheteria da unidade. O espaço está sujeito à lotação.
A Roda Sesc de Cinemas Negros é uma mostra multicultural que busca ressaltar a diversidade de criadoras e criadores negros e a importância histórica do audiovisual no Brasil, em sua potência poética e política para a decolonização do olhar. A programação contempla filmes, debates, oficinas, rodas de conversas e shows. A maior parte das atividades será gratuita para todos os públicos.
Com uma curadoria coletiva, realizada entre profissionais de todas as unidades do Sesc envolvidas, a OJU insere em seu quadro uma curadoria convidada a cada edição. Em 2024, Viviane Pistache, roteirista e pesquisadora do cinema, trabalhou ao lado dos curadores do Sesc, na seleção de títulos. Para Viviane, participar dessa curadoria foi “uma oportunidade tanto de conhecer uma nova safra de filmes e realizadores que celebram a negritude em sua potência ancestral, quanto de celebrar a carreira de uma genialidade negra já consagrada; revisitando a história e gestando futuros. Esta terceira edição da Mostra reúne produções que celebram a vida e obra de uma constelação que reluz negritude, dissipando as trevas do racismo no imaginário brasileiro”.
Dentre os 25 filmes da programação, estão Levante, de Lillah Halla, premiado em festivais nacionais e internacionais: Nosso Sonho, de Eduardo Albergaria, sucesso nos cinemas, e O Dia Em Que Te Conheci, de André Novais, exibido e premiado em diversos festivais brasileiros, e o documentário Chic Show, de Emilio Domingos, que promete ser uma sessão bem animada nas seis unidades onde será exibido. A mostra ainda apresenta 14 curtas-metragens de diversos Estados brasileiros, que comprovam que a produção audiovisual negra é pujante e descentralizada do eixo Rio-São Paulo.
Nesta edição, a OJU se amplia e se alia à música para celebrar a diversidade em eventos gratuitos, como os shows das noites dançantes: Baile: Nas Noites Black de São Carlos, no Sesc São Carlos, o Baile Nosso Sonho com DJ Uirá, no Sesc Vila Mariana, e o Baile Black com Nelson Triunfo & Funk & Cia, no Sesc Interlagos. Além do pocket show de Jaqueline Cardoso, interpretando e apresentando canções de Dolores Duran, no Sesc São José do Rio Preto.
Também estão previstos encontros para debater as obras e o próprio fazer cinematográficos, como o bate papo e performance da artista Midria, com Elisandra Pereira e Eris Maria, no Sesc Birigui e a Roda de Conversa Narrativas e Corporeidades Negras no Audiovisual, com Chica Andrade, Tamirys Ohanna e mediação de Petyta Reis, no Sesc Santos. E ainda o público poderá fazer suas próprias criações com a Oficina Arquivo no Cinema com Caio Franco, no Sesc 24 de maio e a oficina Arte cinematográfica em papel: oficina de criação de cartazes com Joel Melo, no Sesc Belenzinho.
No CineSesc, que recebe a abertura no dia 20, serão exibidos todos os 25 títulos selecionados. Entre os destaques, estão Mussum: O Filmis, de Silvio Guindane, grande vencedor do 51º Festival de Cinema de Gramado, com seis prêmios, incluindo o de Melhor Filme, Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor, de Alfredo Manevy, exibido em mostras e festivais, ainda inédito nos cinemas, e Black Rio, Black Power, de Emilio Domingos, que tem sessão de pré-estreia nacional, com a presença do diretor. O CineSesc também promove diversos bate-papos na sala do cinema, com convidados. E o curso on-line gratuito Cinemas Negros no Feminino, ministrado pela doutora e pesquisadora Ceiça Ferreira, que traça um breve panorama dos cinemas feitos por mulheres negras brasileiras, considerando o caráter político do cinema e sua relevância na construção de novos imaginários e ordens de visibilidade.
Idealizada pelo Sesc São Paulo, a OJU - Roda Sesc de Cinemas Negros é um projeto que propõe destacar o protagonismo de pessoas e narrativas negras no audiovisual brasileiro, seja diante das câmeras ou nos bastidores da ampla trama que compreende a produção cinematográfica. Ao propor ações formativas, encontros e bate-papos, para além da exibição de filmes, a OJU propõe ampliar o debate acerca das questões raciais e viabilizar experiências mais democráticas e acessíveis a diversos públicos.
Do Yorubá, “ojú” significa “olho” e o cinema se inicia pelo olhar, sensibilizado pela luz da projeção. Para o Sesc, a ideia de uma roda de cinema aproxima as pessoas para juntos compartilharem histórias, se identificarem e, em coletividade, construírem as narrativas. Com esse propósito, a mostra convida o público para a roda e fomenta o movimento de pensamentos, destacando a importância do fazer coletivo e respeitando a singularidade de diferentes pessoas, corpos e formas de contar histórias.
Programação Sesc São Carlos
aula aberta
Samba rock
Com Santa Maria e Danitielli
Partindo da junção de ritmos como funk, soul e samba, o samba rock é símbolo de resistência e de alegria. Momentos de encontros e aprendizagem.
De 2 a 16/3. Sábados. 17h às 18h.
Galpão. Grátis. Inscrições no local e horário da atividade. Lugares limitados.
Livre - Autoclassificação
Bate-papo
São Carlos e os bailes black - uma história a ser contada
Com Odila dos Santos, Benê Silva, Santa Maria e Jota Nascimento. Mediação de Paulo Sérgio Martins.
Uma cidade é construída sobre pilares sólidos apropriando-se do encontro de diferentes culturas e povos. Neste bate-papo, personalidades locais trarão um pouco de suas vivências e suas contribuições à apropriação de espaços, potencializando assim, o desenvolvimento da cultura negra da cidade.
Dia 21/3. Quinta. 19h30.
Convivência externa. Grátis. Lugares limitados.
Livre - Autoclassificação
Exibição
Chic Show
Bra, 2023. Cor. Dir.: Emílio Domingos e Felipe Giuntini. Documentário. 90 min.
O baile Chic Show foi um marco na vida do paulistano. Realizado em diversos salões pela cidade nas décadas de 1970 e 1980, o evento rapidamente se transformou num ponto de encontro da cultura negra e abriu espaço para o funk, soul, rap, pagode entre outros ritmos.
Pelas mãos de seu idealizador Luiz Alberto dos Santos, o Luizão, o Chic Show foi uma experiência social, cultural e política que recebeu nomes como Tim Maia, Sandra de Sá, Gilberto Gil, Djavan, Bebeto, Carlos Dafé além de artistas internacionais como Kurtis Blow, Betty Wright e o inigualável James Brown.
Ficha técnica
Roteiro: Milena Manfredini
Produção: Anelise Franco
Direção Executiva: Rafael Dragaud
Direção de gênero: J. Mariano Boni de Mathis
Dia 22/3. Sexta. 19h30.
Teatro. Grátis. Retirada de ingressos 1h antes na Loja Sesc. Lugares limitados.
Livre - Autoclassificação
Baile
Nas noites black de São Carlos
Com Dj JBS - São Paulo (SP)
Baile para lembrarmos da maneira descontraída dos tempos idos das décadas de 80 e 90, com a animação do DJ JBS, que já realizou eventos em todos os clubes da comunidade negra do estado de São Paulo, incluindo o Sandália de Prata, localizado no bairro de Pinheiros em São Paulo e a própria Chic Show.
Dia 23/3. Sábado. 19h30.
Convivência. Grátis. Lugares limitados.
16 anos - Classificada oficialmente pelo Ministério da Justiça