Por Lucão Fernandes, presidente da Câmara Municipal de São Carlos, em nome do Legislativo são-carlense.
SÃO CARLOS/SP - Feminicídio não é um crime passional. É um crime de ódio. É o assassinato de mulheres por serem mulheres. E isso exige de todos nós, enquanto cidadãos e representantes públicos, responsabilidade, urgência e ação.
A noite de 28 de julho de 2025 ficará marcada, tristemente, na memória da cidade de São Carlos. Mais um ato de brutalidade calou uma mulher, Daiana, dentro de sua própria casa, em um crime cruel que foi registrado pelas autoridades como feminicídio. Ela morreu, segundo as informações, de forma violenta, deixando para trás filhos que agora estão sob os cuidados da rede de proteção a criança e adolescente. Esta tragédia, como tantas outras que insistem em se repetir em nosso país, não pode passar despercebida ou silenciada.
Como presidente da Câmara Municipal de São Carlos, expresso minha mais profunda indignação e tristeza diante deste crime que ceifou a vida de uma mulher, de uma cidadã, de uma filha , de uma mãe. E falo não apenas por mim, mas por todos os vereadores e vereadoras que compõem esta Casa Legislativa. Não é apenas pesar e desagravo. É um grito de basta!
As vereadoras Raquel Auxiliadora, Fernanda Castelano, Larissa Camargo e Cidinha do Oncológico, comprometidas historicamente com pautas de proteção às mulheres, têm sido incansáveis na luta contra a violência de gênero. Este crime, infelizmente, reforça a necessidade de se ampliar e fortalecer a rede de proteção, de políticas públicas e de mecanismos de acolhimento para mulheres em situação de risco. Não podemos normalizar a barbárie. O lar, espaço que deveria ser de segurança e afeto, não pode continuar sendo o lugar onde tantas mulheres têm sido mortas e violentadas.
Não podemos, como sociedade, seguir permitindo que a violência doméstica seja apenas uma estatística. A vida de Diana — assim como a de tantas outras — não pode se tornar um dado frio em uma planilha. É preciso responsabilização, sim, e também é preciso prevenção, educação e proteção. E isso passa por políticas públicas sérias, com orçamento, com vontade política e com atuação interinstitucional.
A Câmara Municipal se solidariza com os familiares, amigos e, especialmente, com os filhos da vítima. Reafirmamos nosso apoio ao trabalho do Conselho Tutelar e à rede de sistema de Garantia de direitos que agora tem a missão de cuidar dessas crianças marcadas por uma tragédia que jamais deveria ter acontecido.
Mas não nos calaremos. Continuaremos trabalhando para que São Carlos seja um território seguro para todas as mulheres. Reforçamos o compromisso de fortalecer o diálogo com os órgãos de segurança, os movimentos sociais, as instituições públicas e, principalmente, com as mulheres que vivem todos os dias com medo.
Todas as vidas importam, seus nomes não serão esquecidos.
Daiana, sua vida importa. Seu nome não será esquecido.
Lucão Fernandes
Presidente da Câmara Municipal de São Carlos
Cidinha do Oncológico
Fernanda Castelano
Larissa Camargo
Raquel Auxiliadora