SÃO CARLOS/SP - Após um ano do início da pandemia, o que era uma emergência de saúde pública está se transformando em uma crise de saúde mental entre crianças e adolescentes. Embora, esse público não seja o mais afetado diretamente pela Covid-19, eles se tornaram vítimas ocultas da pandemia.
Muitas famílias vivenciaram além do medo iminente da morte, também o próprio luto advindo da doença. Além disso, tivemos o impacto na renda familiar ocasionando piora na qualidade da alimentação, o distanciamento social, a ruptura do ciclo de amizades e descarga emocional e a nova cobrança para a adaptação do ensino a distância.
Diretamente, as crianças e os jovens recebem a carga emocional dos familiares e precisam lidar com o que podemos chamar de falso entendimento (muitas vezes pela imaturidade emocional e pela falta de conhecimento e repertório).
Devemos lembrar que eles também estão sendo bombardeados de informações através de noticiário, mídias sociais e pelos diversos meios de veiculação de informações. Mas o quanto damos de importância ao que eles estão sentindo e ouvindo em meio a tudo isso?
Por ser o público menos afetado, suas emoções e sentimentos são diversas vezes negligenciados ou abafados. O que contribui para o adoecimento mental e agravamento da repercussão pós pandemia. Por isso, devemos estar atentos a diversas reações que podem ser apresentados, como distanciamento afetivo, uso abusivo de meios eletrônicos, falta de interesse, estado deprimido recorrente além de supressão dos sentimentos através de consumo exagerado de alimentos ou bebidas.
Mas o que devemos fazer? Mantenha um diálogo eficiente, respeitando a maturidade interpretativa da criança ou adolescente, para que possam entender o que está acontecendo e amenizar os sintomas ansiosos. Busque saber e compreender o que estão sentindo e dê valor aos seus sentimentos. Favoreça interações e atividades que envolva, mesmo que virtualmente, o contato com outras pessoas. Distancie – os de noticiários negativos e o mais importante, lembre-se que essa fase irá passar e que estaremos prontos para o novo mundo.
E sempre procure a ajuda de um profissional!
*Texto Escrito por: Aline Cristina Gavioli CRP: 06/164909
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