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SÃO PAULO/SP - Após 22 anos de PSDB, o ex-governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira, 19, sua saída do partido. O agora ex-tucano, fez várias postagens no Twitter e disse que deixa o PSDB de cabeça erguida. Pode até ser que ele saia de cabeça erguida, mas o partido fez feio com ele.

“Anuncio minha desfiliação do PSDB após 22 anos no partido. Inspirado na social democracia e em nomes como Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC, cumpri minha missão política partidária pautado na excelência da gestão pública e em uma sociedade mais justa e menos desigual. Encerro essa etapa de cabeça erguida. Orgulhoso pela contribuição que pude dar a São Paulo e ao Brasil, graças à generosidade e à confiança de todos aqueles que optaram pelo meu nome em três prévias e duas eleições. Com minha missão cumprida, deixo meu agradecimento e o firme desejo de que o PSDB tenha um olhar atento ao seu grandioso passado em busca de inspiração para o futuro. E sempre em defesa da democracia, da liberdade e do progresso social do Brasil” disse Doria.

Durante as prévias do PSDB para ver quem disputaria a corrida presidencial, Doria venceu Eduardo Leite e estava entusiasmado para concorre, mas nem Doria e nem Leite foram para o pleito, e mais ambos eram governadores de seus respectivos estados e renunciaram para concorrer ao Palácio do Planalto, porém a covardia do PSDB fez que abandonasse o projeto de Doria.

O PSDB acabou apoiando Simone Tebet (MDB), tendo como vice Mara Gabrilli (PSDB), que neste segundo turno, Tebet está apoiando Lula (PT).

SÃO PAULO/SP - Emocionado, o ex-governador João Doria anunciou a retirada de sua pré-candidatura à Presidência pelo PSDB no início da tarde desta segunda-feira, 23. Pressionado pela cúpula do partido, que escolheu apoiar o nome da senadora Simone Tebet (MDB) como representante da chamada terceira via, Doria resgatou sua trajetória política e disse se retirar da corrida de “coração ferido e alma leve”. Veja a íntegra do pronunciamento:

 

Boa tarde a todos.

Hoje é um dia de respostas, mas também um dia de perguntas.

As pessoas sempre me perguntam por que deixei uma vida de conforto à frente das minhas empresas bem sucedidas, para entrar na política?

Sou filho de um político cassado pelo golpe militar de 64. Meu pai, tal como eu, começou a vida pobre, mas lutou, trabalhou e alcançou uma vida confortável, dono de uma das maiores agências de publicidade do Brasil. Até o dia que decidiu, inspirado por Franco Montoro, a lutar por um Brasil melhor.

Nele, era premente e urgente a necessidade de servir ao povo brasileiro, de combater a desigualdade e a injustiça social.

João Doria foi eleito deputado federal e, em abril de 64, foi cassado pelo golpe militar. Perdeu seus direitos políticos, todos os seus bens e foi obrigado a viver no exílio.

Inspirado pelos ideais e pela coragem de meu pai, e coincidentemente também motivado por Franco Montoro, colaborei desde cedo com a vida pública. Com Mário Covas fui Presidente da Paulistur e Secretário de Turismo, em São Paulo. Por conta de uma gestão bem sucedida, fui convidado a presidir a Embratur, emblematicamente criada por um projeto de lei de autoria de meu pai. Como militante e ativista, organizei, a pedido de Franco Montoro, o histórico comício das Diretas Já, na praça da Sé, em 25 janeiro de 1984, aqui em São Paulo.

Com perseverança, dedicação e trabalho, construí uma carreira sólida na iniciativa privada e coloquei de pé um grupo empresarial de sucesso.

2015 marcava o auge de uma recessão brutal que dizimou milhões de empregos, guilhotinou a renda, levou a inflação às alturas e destruiu sonhos. Nada muito diferente do que enfrentamos hoje. Inconformado, acompanhava as medidas econômicas equivocadas de um governo incompetente e o desvio de dinheiro público.

2016 seguindo os passos de meu pai, decidi disputar uma eleição.

Começa aí minha saga, no meu partido.

No PSDB disputei 3 prévias: para prefeito, para governador e para presidente. As 3 únicas prévias na história do partido. Venci as prévias em 2016. E logo depois, vencí as eleições para a prefeitura da maior cidade do país, no primeiro turno. Fato inédito na história política de São Paulo.

Guardo as melhores lembranças da prefeitura. E do meu amigo Bruno Covas.

Tenho orgulho de ter zerado a fila de exames nos postos de saúde, com o inédito Corujão da Saúde. Atendemos a população em situação de rua com os Centros de Acolhimento, recuperamos praças, avenidas e ruas. Promovemos a maior inclusão de crianças desassistidas no redimensionamento das creches e escolas municipais. Lançamos os programas de concessão do Parque do Ibirapuera, do Pacaembu e do Anhembi, entre outras conquistas importantes para a cidade.

Em 2018, novamente disputei e fui vitorioso nas prévias do PSDB para a eleição a governador do Estado de São Paulo. Mais uma vez, venci as prévias e venci as eleições, sendo eleito governador de São Paulo.

Tenho orgulho de ter feito uma gestão transformadora no estado, reconhecida até mesmo por adversários. Diante do desafio histórico da pandemia, me empenhei pessoalmente para trazer ao Brasil 124 milhões de doses da vacina contra a covid 19. Procurei fazer o certo. Salvamos vidas e a economia. Na pandemia, São Paulo cresceu 5 vezes mais do que o Brasil, gerando um terço de todos os novos empregos do país. Por todo o território nacional, a vacina foi sinal de esperança, salvando milhões de brasileiros. Vencemos com a ciência, os discursos do ódio, das fake news e o negacionismo.

Assim como, na saída da prefeitura, quando deixei o comando da cidade nas mãos do saudoso Bruno Covas, desta vez também, deixei o governo de São Paulo em boas mãos. Rodrigo Garcia está levando em frente um trabalho que começou com uma equipe de craques, e que certamente lhe renderá a vitória nas eleições deste ano. Rodrigo será, com muita justiça, reeleito governador de São Paulo.

Em dezembro do ano passado, mais uma vez disputei as prévias do partido para ser candidato a presidente da república. E mais uma vez, as vencí.

Fica aqui minha gratidão aos brasileiros da cidade de São Paulo que me deram mais de 3 milhões de votos na prefeitura, aos quase 11 milhões de votos ao governo de São Paulo. E aos mais de 17 mil militantes do PSDB, que me escolheram como candidato a presidente do Brasil.

Agradeço também aos mais de seis milhões de brasileiros que, nas pesquisas de opinião pública, já manifestaram a intenção de votar no meu nome para presidente, antes mesmo do começo da campanha eleitoral.

O Brasil precisa de uma alternativa para oferecer aos eleitores que não querem os extremos. Que não querem aquele que foi envolvido em escândalos de corrupção. E nem aquele que não deu conta de salvar vidas, não deu conta de salvar a economia e que envergonha nosso país em todo o mundo.

Para esta missão, coloquei meu nome à disposição do partido.

Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito esta realidade com a cabeça erguida. Sou um homem que respeita o bom senso, o diálogo e o equilíbrio. Sempre busquei e seguirei buscando o consenso, mesmo que ele seja contrário à minha vontade pessoal. O PSDB saberá tomar a melhor decisão no seu posicionamento para as eleições deste ano.

Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve. Com a sensação inequívoca do dever cumprido e missão bem realizada. Com boa gestão e sem corrupção.

Saio com o sentimento de gratidão e a certeza de que tudo o que fiz foi em benefício de um ideal coletivo, em favor dos paulistanos, dos paulistas e dos brasileiros.

Saio como entrei na política: repleto de ideais, com a alma cheia de esperança e o coração pulsante, confiante na força do povo brasileiro que têm fé na vida e em Deus.

Peço desculpas pelos meus erros. Se me excedí, foi por vontade de acertar. Se exagerei, foi pela pressa em fazer com perfeição. Se acelerei foi pela urgência que as ações públicas exigem.

Os acertos foram fruto do trabalho em equipe, da ousadia e da coragem, do propósito que sempre perseguí. De sempre fazer bem feito o que tem que ser feito.

Respeito e Trabalho. Fazer do possível o impossível. Esse é meu mantra. Levo por onde eu for.

Agradeço a minha equipe aguerrida, aos membros do partido que sempre me defenderam, aos que lutaram ao meu lado, aos que foram leais e que defenderam a democracia interna do partido. E defendem, como eu, a liberdade e a igualdade no Brasil.

Agradeço aos colaboradores, que estiveram comigo na prefeitura e no Governo do Estado, que se empenharam para os resultados históricos que alcançamos.

Agradeço aos militantes do PSDB, extraordinários guerreiros que nunca me abandonaram.

Agradeço a Deus pela disposição que sempre me deu, pela capacidade de trabalho, senso de justiça e paz no coração.

Agradeço igualmente à minha família, à Bia, aos meus queridos filhos, Johnny, Felipe e Carol, ao meu querido irmão Raul e sua linda família. Agradeço também a todos os verdadeiros amigos que sempre me apoiaram, em todas as minhas decisões.

Por fim, relembro aqui o belo poema atribuído a Cora Coralina: “Tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço das minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros. Mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça”.

Seguirei como observador sereno do meu País. Sempre à disposição de lutar a guerra para a qual eu for chamado. Na vida pública ou na vida privada.

Que Deus proteja o Brasil.

Muito obrigado e até breve.

 

 

ESTADÃO

BRASÍLIA/DF - O comando nacional do PSDB está irritado com a iniciativa do ex-governador João Doria (PSDB-SP) de questionar a decisão do partido de tentar uma aliança com o MDB. A aliados, o presidente da legenda, Bruno Araújo, disse que a carta do paulista em que acusa a sigla de “golpe” e “tapetão” é um sinal de “quase rompimento” com o PSDB, que ao fazer isso Doria “politicamente assume que não tem um partido” e que ele está entrando “em guerra” contra toda a Executiva tucana.

A carta do ex-governador foi enviada no sábado, 14, e imediatamente Araújo reagiu convocando reunião da Executiva Nacional do partido para a terça-feira, 17, para discutir o teor do documento. Dentro da cúpula tucana, a avaliação é de que uma candidatura presidencial de Doria, por sua rejeição no País, “mata” o governador Rodrigo Garcia (PSDB-SP) e consequentemente a chance de o partido permanecer governando o maior Estado do Brasil.

O ex-governador de São Paulo, que venceu as prévias do PSDB e é o pré-candidato da sigla à Presidência, rejeita fazer neste momento uma aliança com o MDB, que tem a senadora Simone Tebet (MS) como presidenciável.

As duas legendas contrataram pesquisas quantitativa e qualitativa para tentar chegar a um consenso e definir uma candidatura presidencial única. Os resultados devem ser divulgados na quarta-feira, 18, um dia depois da reunião da Executiva do PSDB.

O paulista e seus aliados costumam dizer que o estatuto do PSDB garante a ele a prerrogativa de abrir ou não mão de ser candidato. O ex-governador prometeu levar a questão à Justiça caso o seu partido declare apoio a Simone. Bruno Araújo já avisou que não aceita o argumento e que as prévias não consultaram os filiados sobre coligação com outros partidos, ou seja, não podem impedir que o PSDB se junte a outras forças partidárias.

A cúpula do partido também afirma que o diálogo com o MDB foi iniciado junto com o próprio Doria e que agora, na prorrogação do segundo tempo, ele não quer aceitar as regras do jogo, questionando o resultado da pesquisa antes mesmo de ser divulgado.

Apesar do clima hostil com os caciques do partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se manifestou nas redes sociais neste domingo, 15, elogiando Doria pela atitude.

Tanto Doria quanto seu o principal rival na legenda, o deputado Aécio Neves (MG), reclamam que os critérios adotados pelos dois partidos foram feitos sob medida para beneficiar a senadora do MDB, que tem menos rejeição nas últimas pesquisas.

O mineiro, que é adversário de Doria, também é contra uma “aliança automática” com o MDB e diz que Araújo dá prioridade a Garcia em detrimento de outros da legenda. No entanto, Aécio prefere que o partido escolha outro tucano que não o ex-governador paulista para disputar a eleição e chama a pré-candidatura de Doria de “artificial”.

Assim como o ex-governador de São Paulo, Aécio também disse que não vai reconhecer a decisão do partido caso seja por apoio ao MDB nesta semana. “A prerrogativa para fazer qualquer tipo de aliança em uma eleição presidencial é da convenção do partido, não é do presidente (do PSDB), não é da Executiva e não é das bancadas”, afirmou.

“Querem retirar a candidatura do Doria com a mão do gato, com a mão do MDB. Se querem tirar, façam de frente, com clareza e coragem. Isso que está faltando no PSDB. Ou então façam o inverso, apoiem a candidatura de Doria”, disse o ex-governador de Minas.

 

 

Lauriberto Pompeu / ESTADÃO

SÃO PAULO/SP - O governador de São Paulo, João Doria, anunciou na tarde de ontem (31) que vai deixar o cargo para se candidatar à presidência da República nas eleições de outubro pelo PSDB. O anúncio foi feito em uma entrevista coletiva realizada durante o Congresso Estadual de Municípios, que ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

João Doria

João Doria e Rodrigo Garcia durante o Congresso Estadual de Municípios - Pablo Jacob/Governo de São Paulo

Pela Lei de Inelegibilidade, de 1990, ocupantes de cargos públicos que pretendam disputar uma vaga nas eleições deste ano para um cargo distinto do que ocupa precisam deixar a função até seis meses antes do primeiro turno. Portanto, a regra não vale para candidatos que buscam a reeleição. Neste ano, o prazo para deixar o cargo termina sábado (2).

“Quero estar ao lado de vocês a partir do próximo dia 2 para mostrar que é possível sim ter nova alternativa para o Brasil, uma alternativa de paz, de trabalho, de dedicação, de humildade e de integração de todo o Brasil. Vou fazer isso com determinação, longe de ideologia e distante do populismo e condenando a corrupção e o mau trato do dinheiro público”, disse João Doria no discurso, que durou cerca de 40 minutos.

O evento contou com a presença de mais de mil pessoas e teve participação da primeira-dama Bia Doria, do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que agora assume o governo paulista e e é pré-candidato do PSDB às próximas eleições ao governo de São Paulo, do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, e de prefeitos do interior paulista, entre outras autoridades.

Um vídeo com uma retrospectiva de obras e ações feitas por Doria durante seu mandato foi exibido durante o evento, que foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do governo.

 

 

Por Elaine Patrícia Cruz - Repórter da Agência Brasil

SÃO PAULO/SP - O governador de São Paulo, João Doria, avisou seu vice, Rodrigo Garcia, que pretende ficar no cargo que deixaria nesta quinta (31) para disputar a Presidência. A surpreendente reviravolta abriu uma crise no PSDB, partido ao qual ambos são filiados.

A reunião entre ambos os políticos ocorreu por volta das 17h desta quarta (30) no Palácio dos Bandeirantes. A partir daí, uma romaria de aliados de Doria se formou à sede do governo paulista para tentar entender o movimento.

Doria cancelou dois eventos que teria nesta manhã e deve anunciar a desistência em uma entrevista marcada para as 16h. Ele avisou a seus aliados que irá anunciar a desfiliação do PSDB e acusar caciques do partido, Aécio Neves (MG) à frente, de o terem traído e forçado sua decisão.

Pessoas próximas a Rodrigo, que deixou o DEM no começo do ano passado após o partido rachar na disputa para a presidência da Câmara, chamaram Doria de traidor e coisa pior. Em resposta, ouviram que ele manteria a promessa de não disputar a eleição e apoiaria o vice para a disputa do governo estadual, conforme combinado desde 2018.

Ocorre que, nos planos do vice, tal disputa se daria com ele na cadeira de governador. Ele disse a amigos que não aceita concorrer com Doria no cargo.

Fora da cadeira de governador e com a rejeição anotada por Doria no estado, a situação do vice se complica bastante para disputar a vaga no segundo turno provavelmente contra Fernando Haddad (PT), hoje na mais confortável situação para ir à rodada final.

Alguns aliados ainda acreditam que Doria pode mudar de ideia, mas o estrago político está feito. A noite foi marcada por troca de telefonemas e mensagens de celular, poucas amigáveis. Um aliado muito próximo do governador se disse, nesta manhã de quinta (31), atônito com a decisão.

Afinal de contas, o tucano passou os três anos de seu governo prometendo não disputar a reeleição e indicando a disposição de tentar tirar Jair Bolsonaro (PL) da cadeira. Um aliado disse que ainda espera uma reversão até as 16h, quando Doria encerra um congresso de municípios no Bandeirantes.

Para ele, o objetivo do anúncio do governador é dar um xeque-mate no PSDB. Se foi isso, contudo, o tiro saiu pela culatra. Dois aliados tucanos de Doria, o chefe da Casa Civil Cauê Macris e o deputado Carlos Sampaio, foram à casa do irmão do governador, Raul, para tentar demover o político da decisão.

Explicaram que o apoio ao governo paulista na Assembleia Legislativa iria evaporar, implodindo todo o projeto de mais de duas décadas de poder do PSDB.

O partido está rachado desde as prévias vencidas por Doria no fim do ano passado, derrotando Eduardo Leite, o governador gaúcho que deixou o cargo na semana passada, mas permaneceu no partido com a promessa do grupo liderado pelo deputado Aécio Neves (MG) de tentar ter a legenda para disputar a Presidência.

Procurado, o governador não respondeu mensagens enviadas pela reportagem.

O desempenho fraco na última pesquisa Datafolha e o apoio de uma ala do partido à pretensão de Eduardo Leite (PSDB-RS) de virar a mesa das prévias tucanas e ser escolhido candidato ao Planalto estariam motivando o governador de São Paulo a abrir mão da disputa presidencial.

Leite renunciou ao governo do Rio Grande do Sul, anunciou que permanece no PSDB e disse que se vê em condições de ser candidato ao Planalto.

A mais recente pesquisa Datafolha mostra Lula (PT) com 43% das intenções de voto, contra 26% de Bolsonaro (PL), 8% de Sergio Moro (Podemos), 6% de Ciro Gomes (PDT), 2% de Doria e 1% de Simone Tebet (MDB).

Além disso, a rejeição de 30%, segundo a pesquisa Datafolha, atrapalha o plano do governador de se viabilizar como candidato da terceira via. Ele só perde nesse quesito para Bolsonaro e Lula, que são rejeitados por 55% e 37% respectivamente, segundo o levantamento.

Segundo aliados, Doria está particularmente frustrado com o fato de que seu esforço para trazer a vacina contra Covid-19 chinesa Coronavac ao país, efetivamente forçando o governo federal a investir no tema da imunização, não se materializou em apoio. O imunizante seria, em sua campanha, carro-chefe.

Em jantar de empresários em sua homenagem, na noite desta quarta (30), ao falar sobre a coligação apalavrada do PSDB com União Brasil e MDB, além da federação com o Cidadania, Doria afirmou que não precisa necessariamente ser o candidato. Ele citou os nomes de Moro e Tebet.

"Não é preciso ter a prerrogativa do eu, a prerrogativa é o Brasil, são os brasileiros. Temos que ter grandeza de alma", disse. "Essa grandeza exige desprendimento, exige a capacidade de enxergar adiante".

Doria afirmou que Lula e Bolsonaro são pesadelos, criticou os casos de corrupção no Ministério da Educação e a censura a artistas no Lollapalooza.

Segundo a revista Veja, durante o jantar, realizado na casa do empresário Marcos Arbaitsman, Doria reclamou muito do PSDB. Ele disse que está sendo traído pela articulação de Aécio e Leite.

Outro ponto que chamou a atenção na homenagem foi a ausência de Rodrigo. O vice-governador era presença confirmada, mas não apareceu. A possível desistência de Doria atrapalharia a estratégia eleitoral de Rodrigo, pré-candidato ao governo de São Paulo, pois ele deixaria de assumir o comando do Estado.

Rodrigo aparece com baixas intenções de voto, mas os aliados apostam que o jeito interiorano e o histórico de gestor público devem impulsioná-lo na corrida eleitoral.

No comando do governo, ele contaria com a máquina do Bandeirantes a seu favor, o que inclui distribuição de verbas a deputados e a prefeituras, por meio de convênios e obras.

Em ritmo de campanha, o vice já vinha cumprindo agendas de compromissos separadas de Doria, com viagens ao interior para liberar benesses e participar de inaugurações. Como mostrou a Folha, existe uma preocupação entre tucanos e aliados de que a rejeição a Doria contamine a campanha.

Os apoiadores de Doria estariam mobilizados para reverter a desistência da pré-candidatura.

Durante a semana, dois dos principais nomes da cúpula do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra (SP), defenderam o respeito ao resultado das prévias, em uma tentativa de apaziguar a crise interna do partido.

 

 

FOLHA

SÃO PAULO/SP - Em coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta-feira (9), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o uso de máscaras de proteção contra a Covid-19 não é mais obrigatório em ambientes abertos.

Contudo, o uso da máscara segue obrigatório em locais fechados, como salas de aula, cinemas, teatros, transporte público e escritórios. Paulistas poderão andar pelas ruas sem máscara de proteção já a partir desta quarta.

“A decisão que libera o uso de máscaras (em ambientes abertos) se deve fundamentalmente ao avanço da vacinação”, afirmou Doria.

Segundo o VacinaJá, plataforma digital do governo paulista, 70,3% das crianças já receberam a primeira dose da vacina. Em relação à segunda dose, 19,2% das crianças possuem a vacinação completa.

 

 

 

Filipe Prado / ISTOÉ

SÃO PAULO/SP - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quinta-feira (10) aumento de 20% no salário dos profissionais da Saúde e Segurança Pública.

As demais categorias de servidores do estado terão aumento de 10% nos vencimentos. O reajuste irá valer a partir do próximo dia 1º de março e será estendido aos aposentados.

Os reajustes serão formalizados em projeto de lei que será enviado para apreciação da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). "A expectativa é de que a Alesp discuta e aprove o projeto", disse o governador.

O presidente da Alesp, o deputado Carlão Pignatari (PSDB), esteve no Palácio dos Bandeirantes na manhã desta quinta-feira para tratar do projeto de lei.

O anúncio ocorre no momento em que Doria amarga baixos índices nas pesquisas eleitorais para a Presidência da República. A legislação eleitoral proíbe reajuste salariais acima da inflação até seis meses antes das eleições.

Os aumentos salariais terão impacto de R$ 5,6 bilhões na folha de pagamento estadual, que é de R$ 100 bilhões, aproximadamente. Segundo o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), o estado teve superávit de R$ 5,9 bilhões em 2021. "Todo o superávit foi destinado a essas carreiras", disse o vice-governador.

Segundo Garcia, o piso da Segurança Pública vai de R$ 2.574 para R$ 3.088, no cargo de soldado de 2ª classe. Na saúde, o piso vai de R$ 1.023,28 para R$ 1.227,94, valores referentes ao salário de técnico de enfermagem.

O efetivo das forças policiais é de 276,6 mil funcionários. Na saúde pública, são 69,6 mil servidores. As demais categorias somam 195 mil pessoas. Os números incluem os aposentados.

Até a véspera do anúncio, a categoria dos policiais temia que o aumento ficasse em torno de 5%, como aconteceu em 2019, o que causou frustração. O reajuste de 20% surpreendeu os policiais.

O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) afirmou em nota que o aumento de 20% "é um alento para a classe policial".

Os policiais civis, que somam 26 mil servidores, reclamaram do percentual que não cobre a inflação acumulada de 25,15% desde 2018, ano do último reajuste.

Segundo Doria, os aumentos foram possíveis graças à reforma fiscal aprovada pelos deputados estaduais que equilibrou as contas públicas. "Queria ter feito mais e mais cedo, mas o foco foi a busca pela vacina", disse o governador.

Doria afirmou que a economia da reforma, que incluiu o fechamento de dez órgãos estaduais, foi de R$ 7 bilhões em 2021.

Doria afirmou ainda que o aumento maior a policiais e profissionais da saúde pública foi uma forma de retribuir a dedicação dos servidores durante a pandemia.

Em dezembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu reajuste salarial a policiais. O gasto com o projeto de reestruturação das carreiras da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) será de R$ 11 bilhões até 2024, segundo o Ministério da Justiça.

 

 

FOLHA

SÃO PAULO/SP - A pré-candidatura à Presidência do governador de São Paulo, João Doria, foi alvo na terça-feira, 8, da mais contundente ação de oposição interna desde que ele venceu as prévias do PSDB, em novembro do ano passado. Parte da ala tucana contrária à candidatura própria ao Palácio do Planalto se reuniu na noite desta terça-feira, 8, em Brasília, na casa do ex-ministro Pimenta da Veiga. Este grupo defende a desistência de Doria da pré-candidatura, com a avaliação de que o paulista ainda não conseguiu se mostrar um candidato competitivo e dificilmente vai se impor como nome da terceira via capaz de romper a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No PSDB, a disputa por dinheiro do fundo eleitoral e a resistência à candidatura presidencial podem levar a uma debandada de parlamentares da bancada federal da legenda. Pelos cálculos de líderes tucanos, entre 6 e 10 dos 32 deputados devem deixar a sigla. Quadros históricos do partido têm sido procurados por Lula para conversas que constrangem o projeto eleitoral do paulista.

Em reação ao encontro dos correligionários na capital federal, Doria mobilizou uma ofensiva de aliados nas redes sociais. O entorno do governador, porém, se frustrou com a carta escrita pelo presidente nacional do partido, Bruno Araújo, sobre o assunto. Para tucanos alinhados com o pré-candidato, Araújo – que é coordenador da pré-campanha de Doria – não se posicionou de maneira enfática diante da ameaça pública de dissidência.

“Estando na mesma agremiação política, o coerente é que estejam todos em um mesmo projeto coletivo. Ninguém manda em voto de ninguém e todos que fazem parte de um partido político o são por livre e espontânea vontade. O momento é de fase preparatória de eleição. Há um conjunto de filiados que trabalha na estruturação da candidatura. Que passa não só por estruturação interna, mas também por diálogos em direção à possibilidade a federação partidária”, disse o dirigente tucano na carta.

 

‘Ânimo’

Para a reunião na residência de Pimenta da Veiga foram convidados o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati (CE), o ex-senador José Aníbal (SP) e o deputado Aécio Neves (MG). “A nossa ideia é dar um ânimo a tal terceira via, a nossa candidatura não deu ainda e nem sei se vai dar”, disse Aníbal ao Estadão, que, ao lado do colega Tasso Jereissati, é defensor do apoio à pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS), do MDB, ao Palácio do Planalto.

Em conversas reservadas, Aécio tem afirmado que “há muita preocupação com a estagnação do Doria”. Procurado pela reportagem, ele disse que a reunião foi “apenas para avaliar cenário”.

Uma das alternativas estudadas pelo grupo é viabilizar a candidatura de Eduardo Leite, que perdeu as prévias para Doria, por outro partido. O gaúcho foi convidado pelo PSD, de Gilberto Kassab, mas não decidiu se vai trocar de legenda. Ao Estadão, Leite negou que o jantar serviria para decidir uma desfiliação. “Não tem nada de ‘discussão de desembarque’. É apenas uma conversa entre pessoas que estiveram junto do nosso projeto das prévias. Avaliando o contexto político. Conversa para reflexão”, disse o governador.

 

‘Educados’

Nas redes sociais, aliados de Doria foram menos amenos. “Os cães ladram e a caravana passa”, escreveu o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi. “Os rebeldes do PSDB, partido que tem a democracia no nome, precisam urgentemente entender que não há hipótese de segundo turno nas prévias”, afirmou o deputado estadual Cauê Macris. “Movimentos minoritários não podem transgredir a vontade da maioria”, completou Samuel Moreira.

Doria não tem dado sinais de abalo com o baixo desempenho nas pesquisas. O governador paulista é reconhecido, mesmo pelos adversários, pela obstinação. No plano interno, ele tem procurado superar desconfianças em relação à movimentação de nomes históricos da legenda, sob assédio de Lula. “Os líderes do PSDB não são malcriados. São pessoas educadas. É o perfil deles. Não vejo impedimento de que eles dialoguem com o ex-presidente Lula. Dialogar não significa apoiar”, disse o governador paulista ao Estadão.

Após se reunir com líderes históricos do PSDB, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira, o petista tenta agora, por meio de interlocutores, marcar um encontro com o senador José Serra (SP). Doria foi eleito prefeito em 2016 e governador dois anos depois com forte discurso antipetista.

Aliados de Doria lembram que FHC publicou um tuíte declarando apoio ao governador paulista na disputa presidencial depois de se encontrar com Lula, e que teria declinado do convite para um novo encontro com o petista. Os demais tucanos também apoiaram o paulista nas prévias.

“Não se pode viver de rancor e amargura. É natural estabelecer pontes para eventualidades que possam surgir. Não se trata de uma estratégia para desestabilizar o Doria. Lula me conhece e sabe que não sou cooptável”, afirmou Virgílio.

O ex-prefeito de Manaus, que também disputou as prévias presidenciais do PSDB, foi o único tucano presente no jantar organizado em dezembro passado pelo grupo de advogados Prerrogativas, que reuniu Lula e Alckmin pela primeira vez desde que foi aventada a possibilidade de formação de uma chapa presidencial com os dois antigos adversários.

 

 

Lauriberto Pompeu/Brasília e Pedro Venceslau /  ESTADÃO

SÃO PAULO/SP - O ex-presidente Fernando Henrique usou as redes sociais na terça-feira, 25, para destacar que seu candidato à Presidência é o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Embora não cite outros presidenciáveis ou negociações, a publicação coincide com a movimentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem buscado atrair lideranças da “velha guarda” do PSDB, a exemplo da negociação para que o ex-governador Geraldo Alckmin, recém-saído do ninho tucano, venha a ser candidato a vice-presidente na chapa de Lula.

“Já tive a oportunidade de manifestar o meu apoio ao candidato Governador João Doria à presidência e que foi respaldada pelo meu partido”, escreveu o ex-presidente.

Na última quinta-feira, 20, o ex-presidente Lula se encontrou com o ex-senador Aloysio Nunes. Segundo o jornal O Globo, Nunes teria se mostrado favorável à chapa Lula e Alckmin. Além disso, o ex-ministro do governo FHC teria se comprometido a atuar para que o projeto fosse concretizado. Após se desfiliar do PSDB - legenda pela qual foi governador de São Paulo quatro vezes - Alckmin é cortejado por PSB, Solidariedade e PV para assumir a vice na chapa petista.

Em maio do ano passado, Lula e FHC se encontraram em almoço organizado pelo ex-ministro Nelson Jobim, que atuou tanto no governo do petista quanto no do tucano. À época, FHC reagiu à divulgação do almoço afirmando que o encontro ajudava a derrotar Bolsonaro, mas admitiu que não fazia bem a um potencial candidato do PSDB.

SÃO PAULO/SP - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acatou a recomendação do Comitê Científico contra a Covid-19, nesta quarta-feira (12), e prorrogou o uso obrigatório das máscaras de proteção contra o coronavírus até o dia 31 de março. A medida foi adotada para conter a alta de casos que ocorre, principalmente, em razão da alta taxa de transmissibilidade da variante do coronavíus, Ômicron.

O governo também recomendou uma restrição de 30% em eventos, shows e eventos esportivos de todo o estado para conter o aumento de casos de Covid-19. "Após a constatação de alta elevação de casos de coronavírus em São Paulo, o governo recomenda que organizadores de eventos públicos musicais e esportivos evitem aglomerações", disse Doria.

Segundo o órgão, nas últimas duas semanas, houve um aumento de 58% no número de pessoas internadas em leitos de UTI por Covid-19. Nas enfermarias, o crescimento foi superior a 100%, conforme divulgou Gabbardo. "O número de pessoas que se infectam é muito elevado e o número de internações também."

"Falamos em eventos que causem aglomerações públicos e privados. É uma recomendação [e não determinação] porque os municípios enfrentam realidades diferentes e devem legislar de acordo com suas necessidades. Nós passamos uma régua e eles agem de acordo com suas necessidades. As recomendações tem que ser proporcionais a realidade que estamos vivendo e não são definitivas."

 

Preocupação das autoridades

O Comitê Científico de Combate à Covid-19 se reuniu na tarde de terça-feira (11) para discutir recomendações anunciada durante a coletiva de imprensa, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Em evento na cidade de Monte Aprazível, interior de São Paulo, Doria afirmou que cientistas do Comitê Científico contra a Covid haviam expressado preocupação com a disseminação do vírus. "Vamos ter, evidentemente, restrições que já foram apresentadas para eventos de aglomerações, que é diferente de comércio, serviços, indústria e agronegócio", afirmou o governador. "Grandes aglomerações não são recomendáveis."

Na última coletiva de imprensa, realizada na quarta-feira (5), o comitê declarou ser contra a realização do Carnaval de rua em São Paulo. O evento acabou sendo cancelado pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), um dia depois.

 

Aumento de internações

O estado de São Paulo registrou um aumento de 223% na média móvel de internações novas por dia com ocupação de leitos exclusivos para pacientes de Covid-19 em um mês, segundo os boletins diários divulgados pela Fundação Seade, da Secretaria Estadual de Saúde. Em 11 de janeiro, o estado apresentou a média móvel de 895 internações novas por dia. Enquanto em 11 de dezembro o número era de 277.

Em relação à taxa de ocupação de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), houve aumento de 21,4% para 37,3% no estado, na comparação entre os dados de 11 de janeiro e 10 de dezembro. Já na Grande São Paulo, o número aumentou de 25,5% para 44,5% no mesmo período.

Com o apagão de dados do Ministério da Saúde, o indicador de internações e a taxa de ocupação de UTI são essenciais para acompanhar o avanço da pandemia em São Paulo e no país. Em 10 de dezembro, o site oficial do ministério sofreu um ataque hacker, o que comprometeu as plataformas do e-SUS Notifica, Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) e ConecteSUS.

 

 

 

Fabíola Perez, do R7

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