EUA - Estados Unidos e Taiwan assinaram, na quinta-feira (1º), um acordo comercial com o objetivo de aprofundar as relações econômicas entre os dois países, uma decisão que provocou uma advertência imediata de Pequim.
A iniciativa assinada entre os dois países visa impulsionar o comércio por meio da harmonização dos controles alfandegários, assim como estabelecer medidas para lutar contra a corrupção nos Estados Unidos e na ilha, que a China considera parte de seu território e que promete retomar no futuro.
Embora Washington e Taipé não tenham relações diplomáticas formais, mantêm laços não oficiais através da embaixada americana na ilha, o Instituto Americano em Taiwan (AIT, sigla em inglês).
O primeiro acordo sob esta iniciativa foi assinado por representantes da AIT e do Escritório Econômico e Cultural de Taipei (TECO, sigla em inglês) nos Estados Unidos, informou o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, sigla em inglês) nesta quinta-feira.
O pacto "buscar fortalecer e aprofundar a relação econômica e comercial" entre as partes, indicou em um comunicado o porta-voz do USTR, Sam Michel.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial da ilha. Washington é um de seus principais aliados e fornece armas, apesar de ter reconhecido Pequim diplomaticamente em 1979.
Para Taiwan, o acordo "não é somente histórico como também indica um novo começo", afirmou, antes da cerimônia, o porta-voz do TECO, Alan Lin, aos jornalistas em Taipé.
A China, porém, teme qualquer reaproximação entre Taiwan e outros governos e enviou uma advertência.
Os Estados Unidos "não devem enviar sinais errados às forças de independência de Taiwan em nome do comércio", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, nesta quinta-feira.
A porta-voz pediu a Washington que evite assinar qualquer acordo "com conotações de soberania ou de natureza oficial com a região chinesa de Taiwan".
Pequim intensificou as ameaças contra a ilha nos últimos anos e aumentou as incursões militares em seu território. Os últimos exercícios ocorreram em abril, quando a China simulou um "cerco" de três dias ao território insular.
As manobras militares foram uma resposta ao encontro entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara de Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, na Califórnia.
EUA - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, considerou "infeliz" a recusa da China a uma reunião com seu homólogo chinês, depois de acusar Pequim de ter um comportamento "provocativo".
Washington convidou o ministro chinês da Defesa Nacional, Li Shangfu, para uma reunião com Austin durante um fórum de Defesa esta semana em Singapura.
Mas Pequim não aceitou a proposta e uma porta-voz da diplomacia chinesa declarou que "Washington sabe claramente por que existem atualmente dificuldades na comunicação militar".
Durante uma escala em Tóquio antes da viagem a Singapura, Austin chamou a decisão de Pequim de "infeliz".
Ele destacou que é importante que países com grandes capacidades bélicas possam conversar "para administrar as crises e evitar que as coisas saiam de controle de maneira desnecessária".
As recentes "interceptações provocativas de nossas aeronaves e também dos aviões dos nossos aliados" por parte da China são "muito preocupantes".
"Estou preocupado que aconteça um incidente que poderia sair, muito rapidamente, do controle", acrescentou.
O governo dos Estados Unidos informou na terça-feira que o piloto de um caça chinês executou uma "manobra desnecessariamente agressiva" perto de um avião americano de vigilância que sobrevoava na semana passada o Mar da China Meridional.
Imagens divulgadas por Washington mostram um caça chinês passando à frente da aeronave americana, que balança após a turbulência.
A China respondeu que o avião americano invadiu uma zona de treinamento militar.
Austin afirmou que permanece aberto a qualquer oportunidade de dialogar com a China.
"Os Departamentos de Defesa deveriam conversar com frequência", destacou.
DETROIT - Os Estados Unidos "não irão tolerar" a proibição da China sobre compras de chips da Micron Technology e estão trabalhando em colaboração com aliados para lidar com o que classificam como "coerção econômica", disse a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, no sábado.
Raimondo disse em coletiva de imprensa após uma reunião de ministros de comércio no âmbito da chamada Estrutura Econômica Indo-Pacífico, cúpula chefiada pelos EUA, que os Estados Unidos "se opõem firmemente" às ações da China contra a Micron.
Eles "visam uma única empresa dos EUA sem qualquer base factual. Vemos isso como uma coerção econômica pura e simples e não iremos tolerar isso, nem pensamos que a medida será bem sucedida."
O órgão regulador do ciberespaço da China disse no último dia 21 de maio que a Micron, maior fabricante de chips de memória dos EUA, havia falhado em sua revisão de segurança de rede e que isso impediria que operadores de infraestrutura comprassem da empresa, levando-a a prever redução de receitas.
A medida ocorreu um dia depois de os líderes das democracias do G7 concordarem com novas iniciativas para pressionar contra a coerção econômica da China --uma decisão observada por Raimondo.
Por David Lawder / REUTERS
EUA - O tempo está se esgotando para republicanos e democratas concordarem em aumentar o limite da dívida dos EUA para evitar que o governo federal declare moratória.
Se um acordo não for alcançado antes de junho, Washington não conseguirá cumprir suas obrigações e isso pode ter sérias consequências para a economia global, já que os EUA continuam sendo o principal motor econômico do planeta.
Nos últimos dias, a Casa Branca e os republicanos no Congresso deram sinais de que as negociações estão avançando positivamente, embora isso não tenha impedido que o nervosismo se espalhasse.
O cenário levou alguns analistas a falarem sobre uma opção — descabida para muitos — de último recurso: a emissão de uma moeda de platina de US$ 1 trilhão (R$ 5,04 trilhões) para salvar o país do calote.
Isso porque uma lei de 1997 autoriza o secretário do Tesouro dos Estados Unidos a cunhar moedas de platina de qualquer denominação e por qualquer motivo.
Os que defendem a cunhagem dessa moeda dizem que, diante da impossibilidade de um acordo no Congresso para aumentar o teto da dívida, ela serviria para financiar os gastos do governo americano e evitar a falência.
A secretária do Tesouro, Yanet Yellen, rejeitou a ideia, assim como outras autoridades do governo Joe Biden, embora isso não tenha impedido os defensores da moeda de 1 trilhão de dólares de fazerem suas vozes serem ouvidas.
Moedas para colecionadores
O poder do Secretário do Tesouro de cunhar moedas de platina de qualquer denominação nunca foi uma solução para aumentar o limite da dívida dos Estados Unidos.
O objetivo era fazer moedas de edição especial que os colecionadores pudessem comprar.
Mas e se os Estados Unidos decidissem produzir a moeda de 1 trilhão de dólares?
"Seria apenas preciso escrever U$ 1 trilhão na moeda e enviá-la para o Federal Reserve (banco central americano)", disse Philip Diehl, ex-chefe da Casa da Moeda dos EUA, ao programa Marketplace da rádio pública NPR.
Embora muitos riam imaginando que seria uma gigantesca e pesada moeda de platina, a verdade é que ela poderia ser tão pequena quanto uma simples moeda comum de 25 centavos de dólar que se guarda no bolso.
Nem precisaria ter todos os zeros listados para valer 1 trilhão. Bastaria que as palavras indicassem aquela denominação.
"Se você tiver que escolher entre a inadimplência e a cunhagem da moeda... o Poder Executivo não tem o direito de permitir a inadimplência", disse Rohan Gray, professor de direito da Willamette University, à NPR em Oregon, e um dos principais promotores da ideia.
A possibilidade da moeda de US$ 1 trilhão evitar o calote do governo de Washington foi descrita pela primeira vez em 2010 na seção de comentários de um blog dedicado à política monetária não convencional.
O comentarista era Carlos Mucha, um advogado desconhecido de Atlanta, considerado por alguns como o "criador intelectual" da moeda de platina, que se deparou com a cláusula da Lei da Moeda de 1997 que permite a cunhagem de moedas de platina.
“Curiosamente, o Congresso já delegou ao Tesouro a autoridade para cunhar uma moeda de US$ 1 trilhão”, escreveu Mucha no fórum, sem imaginar que seu comentário seria discutido nos corredores da Casa Branca e do Capitólio.
"A melhor coisa foi receber um e-mail de Phil Diehl, ex-diretor da Casa da Moeda", disse o advogado ao site de notícias Vox em entrevista.
Nela, conta Mucha, o economista lhe disse que sua proposta "realmente funcionaria".
Ideia que viralizou
Como uma bola de neve, o comentário do blog começou a ganhar seguidores. Mas foi só em 2011 que entrou no debate público, em meio à crise dos limites da dívida ocorrida durante o primeiro governo de Barack Obama.
Nessa época, foi publicada uma carta com o apoio de 7 mil assinaturas, inclusive de alguns economistas de peso, como o Prêmio Nobel Paul Krugman e o próprio Philip Diehl, promovendo a iniciativa.
Havia até uma hashtag no Twitter para isso: #MintTheCoin (algo como #CunheAMoeda).
A ideia, porém, não prosperou, mas toda vez que o drama político e econômico do limite da dívida é desencadeado, como agora, ela ressurge.
Em meio à crise atual, o governo de Joe Biden não considera uma alternativa possível.
"Na minha opinião, é uma artimanha", disse a chefe do Departamento do Tesouro, Janet Yellen, há alguns dias.
Alguns especialistas argumentam que a ideia de uma moeda de US$ 1 trilhão foi colocada na mesa como uma das armas de negociação política dos democratas contra os republicanos.
Os republicanos, que fazem oposição ao governo Biden, não estão dispostos a aprovar no Congresso o aumento do limite da dívida solicitado pelos democratas sem antes obter algumas contrapartidas, como o corte de gastos públicos.
Enquanto isso, o prazo se aproxima: 1º de junho.
SEUL - Forças sul-coreanas e norte-americanas iniciaram nesta quinta-feira seus maiores exercícios com fogo real, simulando um "ataque em grande escala" da Coreia do Norte, informou o Ministério da Defesa da Coreia do Sul.
Cerca de 2.500 soldados de Coreia do Sul e Estados Unidos participaram do início dos exercícios de cinco dias em Pocheon, perto da fronteira com a Coreia do Norte, disse o ministério. Vários tanques, obuses e caças também estavam envolvidos, acrescentou.
"O exercício demonstrou a capacidade e prontidão de nossos militares para responder fortemente às ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e a um ataque em grande escala", disse o ministério em um comunicado à imprensa.
Na semana passada, a mídia estatal da Coreia do Norte informou que o líder Kim Jong Un havia aprovado os preparativos finais para o lançamento do primeiro satélite espião militar norte-coreano. Analistas dizem que o satélite aumentará a capacidade de vigilância do país, permitindo-lhe atingir alvos com mais precisão em caso de conflito.
As forças dos EUA e da Coreia do Sul têm realizado vários tipos de treinamento militar, incluindo exercícios aéreos e marítimos envolvendo bombardeiro norte-americano B-1B nos últimos meses, depois que os esforços diplomáticos e as restrições da Covid-19 levaram à redução de muitos exercícios.
A Coreia do Norte reagiu furiosamente a esses exercícios, e Kim disse que o lançamento planejado de seu primeiro satélite espião era necessário para combater ameaças captadas dos EUA e da Coreia do Sul.
Reportagem de Soo-hyang Choi e Daewoung Kim / REUTERS
EUA - O governador da Flórida, Ron DeSantis, apresentou, nesta quarta-feira (24), sua candidatura à indicação do Partido Republicano para as eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2024.
DeSantis, de 44 anos, formalizou sua candidatura em um documento entregue à Comissão Eleitoral Federal, horas antes do lançamento oficial de sua campanha em um bate-papo no Twitter com Elon Musk.
Marcada para as 18h de Washington (19h de Brasília), a conversa ao vivo entre DeSantis e o dono da rede social será moderada pelo empresário republicano David Sacks.
A pré-candidatura do governador traz esperanças para os republicanos que buscam uma alternativa ao ex-presidente Donald Trump, cujas ideias ele compartilha, mas sem os excessos.
“É a primeira vez que vamos viver algo assim em uma rede social”, afirmou Musk sobre o formato escolhido por DeSantis.
O bilionário da tecnologia prometeu “perguntas e respostas em tempo real e não preparadas previamente”, e negou que a conversa seja uma demonstração de apoio ao governador da Flórida.
DeSantis se posiciona como o maior rival de Trump na disputa pela nomeação republicana. O vencedor das primárias enfrentará em novembro do próximo ano o candidato escolhido pelo Partido Democrata, muito provavelmente o atual presidente, Joe Biden.
- Figura conservadora -
Em 2018, DeSantis, um congressista quase desconhecido, venceu as eleições para governador de forma surpreendente, após contar com o apoio decisivo de Trump.
Desde então, se tornou uma estrela em ascensão na direita dos Estados Unidos, com políticas muito conservadoras em temas como educação, aborto e imigração.
Tais iniciativas deram a ele uma ampla cobertura midiática e uma reeleição triunfal em 2022. Mas a briga pela candidatura republicana revelará se seu novo status no partido é suficiente para superar Trump.
Várias pesquisas registram uma vantagem folgada do ex-presidente sobre o governador, embora os resultados devam ser vistos com cautela, já que ainda faltam meses para as primárias.
A principal diferença entre os dois candidatos reside, sobretudo, em seus comportamentos.
Para muitos, DeSantis, filho de uma família de classe trabalhadora, veterano de guerra e formado em Harvard e Yale, tem um sério déficit de carisma se comparado ao espalhafatoso bilionário do setor imobiliário.
"Anunciar sua candidatura no Twitter é perfeito para DeSantis. Assim, não precisa interagir com ninguém", ironizou um dos assessores do ex-presidente em conversa com a AFP.
John Wihbey, professor de mídia na Universidade Northeastern de Boston, disse que se associar a Musk daria a DeSantis credibilidade diante de um grupo de eleitores que buscam ir além de Trump.
"Também é uma leve indireta para seu oponente (republicano), aproveitando o poder do Twitter - um veículo que Trump dominou durante um tempo - para benefício próprio", afirmou.
- “Enxerto de personalidade” -
As hostilidades entre eles começaram muito antes da entrada de DeSantis na campanha.
Faz semanas que Trump vem multiplicando as críticas ao seu adversário em suas redes sociais e comícios. DeSantis, por outro lado, tem contra-atacado à sua maneira, de forma mais sutil, destacando o que mais dói para o ex-presidente: sua derrota nas últimas eleições presidenciais para Biden.
“DeSantis precisa desesperadamente de um enxerto de personalidade”, zombou Trump na manhã de quarta-feira.
As projeções indicam que o governador da Flórida terá um duro embate contra o bilionário nova-iorquino, um homem imune aos escândalos, cujos problemas na Justiça parecem mobilizar ainda mais seus muitos seguidores.
Em sua campanha, DeSantis poderá contar com doações generosas - 110 milhões de dólares (cerca de R$ 545 milhões) até agora - com as quais espera encurtar a distância e inundar o país com anúncios.
Em um vídeo recente do comitê de ação política do governador, um homem cola um adesivo "DeSantis presidente" no capô de um carro, por cima de outro com o slogan "Trump 2016".
O anúncio resume a mensagem que o governador quer transmitir aos eleitores: diante do magnata de 76 anos, DeSantis quer incorporar a nova guarda do Partido Republicano.
Os outros candidatos declarados na corrida republicana - Nikki Haley, Tim Scott, Asa Hutchinson - mal ultrapassam os 5% nas pesquisas de intenção de voto. Tudo aponta para um duelo entre o governador da Flórida e o homem que o impulsionou.
LAS VEGAS - O ucraniano Vasiliy Lomachenko tinha o sonho de conquistar os quatro cinturões das principais organizações de boxe e se tornar o campeão absoluto dos pesos-penas. O boxeador, no entanto, precisou abrir mão de seu principal objetivo para lutar na Guerra da Ucrânia.
Pouco mais de um ano depois de largar tudo para defender seu país, Lomachenko terá nova oportunidade de alcançar sua meta neste sábado, diante do invicto Devin Haney, atual detentor dos títulos da WBA, WBO, WBC e IBF. O evento terá transmissão do canal Combate a partir das 21h (horário de Brasília).
A história do sonho dos quatro cinturões começa muitos anos antes. Bicampeão olímpico, com ouro em Pequim-2008 e Londres-2012, Lomachenko migrou para o boxe profissional em 2013. Conquistou cinturões em três categorias diferentes: até 57kg, 59kg e 61kg, sua atual categoria.
Em 2020, colocou seus cinturões da WBA (Associação Mundial de Boxe), WBC (Conselho Mundial de Boxe) e WBO (Organização Mundial de Boxe) em jogo diante de Teófimo López. A expectativa era também conquistar o título da IBF (federação Internacional de Boxe) e alcançar a marca de campeão absoluto, mas o sonho acabou escapando após derrota por decisão unânime.
Lomachenko não desistiu e estava perto de nova disputa de título após vencer Masayoshi Nakatani e Richard Commey em 2021. Empresário do ucraniano, Egis Klimas contou que Loma estava escalado enfrentar George Kambosos Jr, até então dono dos quatro cinturões, no ano passado, na Austrália.
- Liguei para ele e falei: temos a oportunidade de enfrentar o Kambosos e lutar por esses títulos que você tem sonhado. Quando falei, ele disse que não podia pensar na carreira, no boxe. Tudo o que podia ver é que o país estava sendo bombardeado, pessoas sendo mortas. As pessoas do país precisavam dele. Eu disse que poderia ser uma última oportunidade, mas ele disse que era a decisão dele - declarou Klimas na coletiva de imprensa antes do duelo.
Assim, o sonho teve que ser adiado para Lomachenko defender a Ucrânia na guerra contra a Rússia.
- É uma decisão simples para quem ama seu país, sua casa, sua família e seu povo. Você não pensa nos seus cinturões, você nunca vai pensar nisso. Pensei em como meus filhos vão crescer, onde eles vão estar, quem eles vão ser - garantiu.
Após meses na guerra, ele retornou ao boxe com vitória sobre Jamaine Ortiz e agora terá mais uma oportunidade de alcançar seu objetivo diante do invicto Devin Haney, atual detentor dos quatro cinturões das principais organizações de boxe do mundo.
- Agora, é uma luta, quatro cinturões. Está perto, muito perto.
Haney pediu Lomachenko há quatro anos
Não é a primeira vez que Vasiliy Lomachenko entra na mira de Devin Haney. Em 2019, Bill Haney, pai do lutador, entrou em contato com o empresário Egis Klimas para tentar marcar uma luta entre os dois boxeadores.
- Eu disse: "Não vai acontecer, vocês estão apenas começando a carreira. Quando seu filho alcançar algo no esporte, aí poderemos conversar sobre isso." Ele alcançou alguma coisa? Sim, ele se tornou o campeão absoluto. Agora vamos colocá-los para lutar - disse Klimas à "Top Rank".
A Guerra na Ucrânia
A invasão da Rússia na Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, mas os países estão relacionados desde muito antes. Professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Paulo Velasco destacou que Kiev, hoje capital ucraniana, é um berço histórico russo desde muito antes da União Soviética. Além disso, há localizações na Ucrânia, como a região de Donbass, fortemente ligadas à Rússia.
- Vemos ali de fato ucranianos que são russos étnicos, em boa parte têm como língua principal o russo e têm origens russas, são cidadãos que acabam tendo um vínculo histórico, cultural, linguístico, afetivo com a Rússia. E aí eles formaram grupos separatistas, que ganharam muito fôlego em 2014, depois da anexação da Crimeia. Essa guerra não começou ano passado, a guerra ali na região vem de 2014 para cá, com esses separatistas lutando contra as tropas ucranianas, querendo conquistar independência - disse ao Combate.com.
Há algumas versões para tentar justificar a ação russa. A Rússia afirma que visa proteção ao seu território por conta da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O presidente Vladimir Putin também diz que a invasão tenta "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia, que viveria, segundo ele, um genocídio contra cidadãos de origem étnica russa em regiões separatistas. Já a Ucrânia encara a invasão como uma tentativa russa de retomar a zona de influência da antiga União Soviética.
- A questão de desnazificar a Ucrânia, que é a alegação do Putin, não faz muito sentido com (Volodymyr) Zelensky (presidente ucraniano), porque ele próprio é de origem judia. Enfim, não é isso, mas há grupos ali que estão lutando ao lado do Zelensky que são, sim, neonazistas. Um dos mais famosos é o batalhão de Azov, que é uma espécie de milícia, um grupo paramilitar que inclusive tem lutado ao lado das tropas regulares da Ucrânia, incorporado, inclusive à guarda ucraniana. São mercenários de matriz neonazista - disse Velasco.
Vale destacar que a região é um ponto de interesse comercial. O estopim da invasão, inclusive, foi quando a Rússia decidiu reconhecer algumas regiões separatistas como repúblicas independentes: Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk. Donbass, região onde ficam as duas últimas, é uma grande fonte de carvão e é uma área industrializada, com destaque para a metalurgia.
O número de mortos no confronto é impreciso. A Organização das Nações Unidas divulgou cerca de 8 mil mortes com identidades confirmadas, mas fontes militares nos EUA e em países europeus estimam mais de 300 mil. Apesar da exaustão tanto da tropas russas quanto da resistência ucraniana, que conseguiu se manter firme com apoio financeiro e de armas do ocidente, não há indícios de um acordo de paz.
- São dois lados que não parecem dispostos a ceder, para desespero da população ucraniana, que está sofrendo com esse conflito. A Rússia não está disposta a recuar e retirar as tropas do território ucraniano, muito menos devolver a Crimeia. Vale lembrar que a Rússia, inclusive, anexou outras quatro províncias ucranianas. Zelensky também não está disposto a ceder nada, não quer abrir mão da soberania do país ou de nenhum dos territórios, nem mesmo da Crimeia, que foi anexada há quase dez anos. É difícil imaginar um acordo de paz, no máximo um cessar fogo, um armistício - finalizou Velasco.
Boxe: Haney x Lomachenko
20 de maio de 2023, às 21h (de Brasília), em Las Vegas (EUA)
CARD DO EVENTO:
Por Jamille Bullé / GE
EUA - A taxa de mortalidade materna dos Estados Unidos subiu em 2021, o segundo ano da pandemia de covid-19, segundo o qual as mulheres negras têm o dobro de chances de morrer que as brancas.
Um total de 1.205 mulheres morreu no país durante a gravidez ou pouco depois de dar à luz em 2021, em comparação com 861 em 2020 e 754 em 2019, informou o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde (NCHS, na sigla em inglês).
A taxa de mortalidade materna americana é a mais alta entre as nações de alta renda e o número de mortes em 2021 foi o maior desde meados da década de 1960.
Em 2021, houve 32,9 mortes maternas por cada 100 mil nascimentos vivos, enquanto 2020 teve 23,8 a cada 100 mil e 2019, 20,1 por 100 mil, conforme detalhado pelo NCHS.
Entre as mulheres negras, a taxa de mortalidade materna em 2021 ficou em 69,9 mortes a cada 100 mil nascimentos vivos, 2,6 vezes maior do que a das mulheres brancas, que foi de 26,6 por 100 mil.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define mortalidade materna como a morte durante a gestação ou dentro de 42 dias após o parto por qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou seu manejo.
O relatório do NCHS não forneceu nenhuma razão para o aumento das mortes maternas em 2021 ou a disparidade entre mulheres negras e brancas.
No entanto, especialistas médicos disseram que a pandemia de covid-19 foi um fator significativo, junto com as condições socioeconômicas e as deficiências no acesso a cuidados pré e pós-natal de qualidade para muitas mulheres negras.
"A pandemia de covid-19 teve um efeito dramático e trágico nas taxas de mortalidade materna, mas não podemos permitir que esse fato obscureça que já havia e ainda há uma crise de mortalidade materna", disse Iffath Abbasi Hoskins, presidente do Colégio de Obstetras e Ginecologistas dos EUA.
A eliminação das "desigualdades de saúde raciais" deve ser uma das principais prioridades de saúde pública, afirmou Hoskins em nota.
"As pessoas negras grávidas e em pós-parto continuam representando uma quantidade desproporcional de mortes maternas a taxas crescentes e alarmantes", acrescentou. "Essa tendência precisa ser interrompida."
EUA - Na segunda-feira, 15, o WhatsApp revelou uma nova funcionalidade que permite aos usuários protegerem conversas específicas no aplicativo de mensagens.
Conversas protegidas
Com a nova ferramenta, os usuários agora têm a opção de ocultar um chat da tela inicial do WhatsApp e movê-lo para uma pasta segura denominada “Conversas protegidas”.
As conversas armazenadas nessa pasta só podem ser acessadas mediante a inserção da senha ou o uso de biometria, como impressão digital ou reconhecimento facial, previamente cadastradas no dispositivo. Além disso, a empresa informou que essa função também oculta automaticamente o conteúdo das conversas nas notificações.
“Essa funcionalidade é ótima para pessoas que precisam compartilhar seus telefones de vez em quando com um familiar ou para aqueles momentos em que outra pessoa está segurando seu telefone no momento exato em que chega uma mensagem especial”, disseram.
Como usar
A partir de hoje, a nova funcionalidade começará a ser disponibilizada e estará acessível a todos os usuários nas próximas semanas. Veja como utilizá-la:
O WhatsApp informou que nos próximos meses serão adicionados mais recursos de segurança, como a possibilidade de criar senhas personalizadas para conversas específicas.
EUA - O número de migrantes interceptados pelas autoridades americanas na fronteira com o México diminuiu pela metade após o fim de uma regra adotada durante a pandemia da covid-19 – informou o secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, neste domingo (14).
"Nos últimos dois dias, a patrulha de fronteira dos Estados Unidos registrou uma queda de 50% na quantidade de encontros, em comparação com o que experimentamos no início da semana", disse Mayorkas no programa "State of the Union" da rede CNN.
De acordo com o secretário, cerca de 6.300 migrantes atravessaram a fronteira com o México na sexta-feira (12), e 4.200, no sábado (13), números que ele descreveu como "notavelmente baixos" em relação aos 10.000 cruzamentos diários registrados no início da semana.
Ele enfatizou, no entanto, que "ainda é cedo" para fazer diagnósticos.
"Estamos apenas no terceiro dia", afirmou Mayorkas, em referência à revogação do mecanismo conhecido como "Título 42", evitando um tom triunfalista.
A chamada Título 42, a norma que expirou na quinta-feira (11) às 23h59 em Washington, D.C., permitia a expulsão imediata de migrantes sem visto, ou sem documentação legal, incluindo solicitantes de asilo, em nome da emergência sanitária.
Para evitar a entrada em massa de migrantes após seu levantamento, o governo do presidente democrata Joe Biden distribuiu milhares de policiais e militares ao longo dos quase 3.200 km que separam Estados Unidos e México, e aprovou novas restrições ao direito de asilo.
Antes de se apresentarem na fronteira, os migrantes devem ter agendado, previamente, um horário de consulta pelo aplicativo móvel de centralização de solicitações de asilo, o CBP One, ou terem tido seu pedido de asilo rejeitado em algum dos países de trânsito.
Caso contrário, podem ser submetidos a um procedimento de deportação acelerada para seus países de origem e a uma proibição de entrada no território americano por cinco anos.
"Estamos implementando nosso plano exatamente como planejamos", disse Mayorkas à ABC.
"Já expulsamos milhares de migrantes. Se tentarem retornar, enfrentarão a proibição de cinco anos e um possível processo criminal", enfatizou.
O congressista republicano Mark Green, presidente do Comitê de Segurança Nacional na Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil), questionou os números.
"Esta semana houve mais cruzamentos do que em qualquer outra semana da nossa história", disse ele à CNN, atribuindo esse aumento ao número de pessoas que cruzaram a fronteira antes de a política Título 42 expirar.
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