SÃO PAULO/SP - A Receita Federal irá realizar na próxima quinta-feira (28) leilão de itens apreendidos no aeroporto de Guarulhos. No total, há 129 lotes, com smartphones e notebooks da Apple, videogames e equipamentos audiovisuais.
Pela primeira vez, os lotes poderão ser visitados no saguão do Terminal 3 do aeroporto. A visitação poderá ser feita nesta quarta (20) e quinta (21), das 9h30 às 16h30, sem necessidade de agendamento.
Os lances poderão ser feito a partir das 8h do dia 26 de março até as 20h do dia 27. Outras informações sobre o leilão e a lista de itens ofertados estão disponíveis neste link: https://www25.receita.fazenda.gov.br/sle-sociedade/portal/edital/817600/1/2024.
Para fãs da Apple, o leilão tem diversos produtos da marca. Ao todo, são dez lotes de celulares modelo iPhone 14 Pro Max, todos com o lance inicial no valor de R$ 4.000. De acordo com a regra do leilão, mercadorias do tipo "celular/acessório" não poderão ser comercializadas caso arrematadas.
Entre os Macbooks, há duas opções, uma sendo de Macbook Air 13 com Alexa, com lance inicial de R$ 3.700 e a outra com Macbook Pro 16 partir de R$ 7.300. Entre os outros itens apreendidos, há lotes com um Playstation 5 com uma caixa de som wireless, com lance inicial de R$ 1.400.
Já na categoria veículos, o leilão tem cinco lotes com carros de diversos anos e modelos. Entre eles há um Chevrolet Corsa verde 2000/2001 motor 1.0, com propostas iniciando em R$ 3.000, e um Toyota Premio prata 2003, com lance a partir de R$ 12 mil.
O lote com lance inicial mais barato é de uma caixa de som bluetooth JBL charge 3, por R$ 200. Já o mais caro contém mais de 50 mil displays para celulares de diversos modelos e duas brocas para perfuração, por R$ 1,5 milhão.
Os interessados devem acessar o serviço "Sistema de Leilão Eletrônico", pelo e-CAC (Centro Virtual de Atendimento), no site da Receita Federal. É preciso ter senha do portal Gov.br, nível prata ou ouro.
Após fazer o login, na barra "Localizar serviços", escreva "leilão" e aparecerá a opção "Participar de leilão eletrônico da Receita Federal".
POR FOLHAPRESS
JAPÃO - O Banco do Japão (central) elevou nesta terça-feira (19) sua principal taxa de juros pela primeira vez em 17 anos, abandonando a sua política de juros negativos.
O banco promoveu a política monetária ultraflexível para estimular o crescimento econômico e o aumento de preços após "décadas perdidas" de estagnação e deflação.
Nesta terça-feira, no entanto, a instituição anunciou em um comunicado que a taxa de juros de curto prazo passará do atual -0,1% para entre 0 e 0,1%.
O banco "avaliou o ciclo virtuoso entre salários e preços e considerou que se vislumbra que a meta de estabilidade (no aumento) dos preços de 2% será alcançada de maneira sustentável e estável", acrescenta a nota.
A decisão tornará os empréstimos mais caros para consumidores e empresas, mas permitirá que os bancos ganhem mais dinheiro com os seus empréstimos.
Também aumentará a fatura da dívida nacional do Japão, calculada em 260% do PIB, um dos níveis mais elevados do mundo.
Taro Saito, economista do NLI Research Institute, declarou à AFP que a decisão representa "um grande passo para o Banco do Japão rumo à normalização da política monetária que tanto almeja".
Nos últimos dois anos, os bancos centrais das grandes economias, começando pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, aumentaram as taxas de juros para conter a inflação provocada pela invasão russa da Ucrânia, em 2022.
Embora a inflação tenha alcançado 4% no Japão, o banco central decidiu manter as suas taxas em território negativo, como estavam desde 2016, para tentar incentivar os empréstimos.
A política contrária à adotada pelas outras potências também provocou uma desvalorização do iene em relação ao dólar, uma boa notícia para os exportadores, mas não tanto para os consumidores, uma vez que encarece os produtos importados.
A desvalorização do iene também provocou, na cotação em dólar, a queda do Japão do posto simbólico de terceira maior economia do mundo, ocupado atualmente pela Alemanha.
Para o economista Saito, o Banco do Japão não adotará um aumento mais expressivo dos juros até obter "sinais mais claros de que a economia está melhorando".
De fato, há quase dois anos a inflação está ao redor da meta de 2% estabelecida pelo Banco do Japão. Mas a instituição quer mais evidências de que os salários também estão em alta e de que aumento dos preços é estimulado pela demanda e não por fatores temporários.
Para Stefan Angrick, da agência de classificação Moody's, o banco "está se precipitando" porque não há certeza de que acontecerão mais aumentos salariais ou uma demanda interna mais forte.
"No passado, quando o Banco do Japão se precipitou a endurecer sua política, rapidamente ocorreu uma contração", advertiu.
BRASÍLIA/DF - A Caixa Econômica Federal paga nesta segunda-feira (18) a parcela de março do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 2.
O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 679,23. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 20,89 milhões de famílias, com gasto de R$ 14,15 bilhões.
Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos.
No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
A partir deste ano, os beneficiários não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família. O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).
Desde julho do ano passado, passa a valer a integração dos dados do Bolsa Família com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Com base no cruzamento de informações, cerca de 270 mil famílias foram canceladas do programa neste mês por terem renda acima das regras estabelecidas. O CNIS conta com mais de 80 bilhões de registros administrativos referentes a renda, vínculos de emprego formal e benefícios previdenciários e assistenciais pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em compensação, outras 100 mil famílias foram incluídas no programa neste mês. A inclusão foi possível por causa da política de busca ativa, baseada na reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e que se concentra nas pessoas mais vulneráveis que têm direito ao complemento de renda, mas não recebem o benefício.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, 3,21 milhões de famílias foram incluídas no programa desde março do ano passado. Segundo a pasta, isso se deve à estratégia de busca ativa.
Cerca de 602 mil famílias estão na regra de proteção em março. Em vigor desde junho do ano passado, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 370,49.
Calendário Bolsa Família Março 2024 - Arte Agência Brasil
Neste mês não haverá o pagamento do Auxílio Gás, que beneficia famílias inscritas no CadÚnico. Como o benefício só é pago a cada dois meses, o pagamento voltará em abril.
Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.
CHINA - As sanções à China que os EUA e os seus aliados implementaram com especial intensidade a partir de outubro de 2022, procuram minar a capacidade do país liderado por Xi Jinping de desenvolver semicondutores altamente integrados. Nestas circunstâncias, parece razoável intuir que a capacidade de produção global da indústria chinesa sofreu, mas não. SMIC, Hua Hong Semiconductor e outros produtores chineses de IC encontraram uma maneira de enfrentar a tempestade.
Na verdade, 2023 foi um ano razoavelmente bom para os fabricantes de chips chineses. Há um indicador que apoia esta conclusão: a sua capacidade de produção global de circuitos integrados aumentou durante 2023 em 6,9% em comparação com 2022, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatísticas da China. Este resultado, numa situação de contracção do mercado de semicondutores e na presença de sanções muito restritivas, merece ser considerado um sucesso. Mesmo assim, para entender exatamente de onde vem é preciso pensar bem.
Na situação atual, os fabricantes chineses de chips optaram por se concentrar na produção de circuitos integrados maduros que muitas indústrias necessitam, tais como automóveis, eletrônica de consumo ou eletrodomésticos, e o indicador que observamos apoia a sua estratégia. É claro que a médio e longo prazo esta não é a solução. A China não tem outra escolha senão fortalecer as bases da sua indústria de semicondutores, desenvolvendo as tecnologias de que necessita para deixar de depender dos EUA e dos países na sua órbita.
Os fabricantes de chips chineses deram tudo de si na produção de semicondutores maduros. Tanto é assim, de fato, que a queda na procura de circuitos integrados que prevaleceu no mercado global durante grande parte de 2023 fez com que o mercado chinês estivesse atualmente sujeito a um excesso de oferta de chips maduros. E esta saturação tem inevitavelmente um impacto descendente perceptível no preço destes circuitos integrados, que estão a perder valor.
O cenário apresentado aos fabricantes chineses é semelhante ao que a Samsung e a SK Hynix foram forçadas a enfrentar no ano passado para evitar a queda do preço dos seus chips de memória DRAM. Naquela ocasião, a procura caiu e estas duas empresas tiveram que interromper abruptamente a produção para controlar os preços e evitar que caíssem além do aceitável. É muito provável que os fabricantes chineses de chips optem por essa mesma estratégia porque ela se mostrou eficaz inúmeras vezes.
No entanto, as empresas chinesas de semicondutores enfrentam outros desafios para além do impacto que as sanções dos EUA e dos seus aliados e o excesso de circuitos integrados maduros estão a ter. O portal DigiTimes Asia garante que alguns fabricantes chineses de chips estão sendo forçados a demitir alguns de seus trabalhadores a tal ponto que alguns declararam falência.
Além disso, tanto o investimento como a cotação de empresas privadas que poderiam presumivelmente estar interessadas em considerar uma oferta pública de ações estão a ser reduzidos. E, para piorar a situação, é provável que os EUA aprovem novas sanções comerciais contra a China nos próximos meses.
Os desafios que o país liderado por Xi Jinping enfrenta estão em cima da mesa e são intimidantes, mas a China demonstrou em muitas ocasiões que tem a força e os recursos necessários para superar as adversidades. Não dá para imaginar que os chineses simplesmente desistam de competir no mercado.
Viny Mathias / IGN Brasil
EUA - Os bancos americanos ampliaram a demanda por liquidez emergencial pelo Programa de Financiamento a Prazo dos Bancos (BTFP, na sigla em inglês) na última oportunidade para utilizá-lo antes da extinção do instrumento, na última segunda-feira.
Segundo balanço divulgado na quinta-feira, 14, a janela mobilizou US$ 167,463 bilhões na última semana, um avanço de US$ 3,4 bilhões em relação a igual período anterior.
Na visão do Jefferies, houve uma corrida final para se aproveitar dos últimos momentos do BTFP. “Com o programa agora oficialmente fechado, esperamos ver declínios semanais a partir de agora”, prevê.
O programa havia sido criado há cerca de um ano, para tentar acalmar o mercado na esteira da quebra de Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank. Embora focos de estresse ainda persistam em algumas áreas, o Fed optou por encerrá-lo conforme previsto.
Na mais tradicional janela de redesconto, o crédito mobilizado recuou de US$ 1,882 bilhão para US$ 1,825 bilhão na semana.
SÃO PAULO/SP - Os bancos e as instituições financeiras do país farão uma ação nacional de renegociação de dívidas a partir desta sexta-feira (15), informou a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
O Mutirão de Negociação e Orientação Financeira, promovido em parceria com o Banco Central, Procons e a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), visa fornecer condições melhores de negociação para clientes inadimplentes. A campanha vai até 15 de abril, e a lista de instituições participantes pode ser conferida neste link (https://meubolsoemdia.com.br/Materias/mutirao-da-negociacao).
De acordo com a Febraban, poderão ser negociadas dívidas no cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e demais modalidades de crédito contratadas junto a instituições financeiras -desde que não estejam prescritas ou com bens dados em garantia, como motos, veículos, imóveis, entre outros.
Não há limite de valor das contas em atraso ou delimitação de faixas de renda. A Febraban, porém, afirma não indicar o mutirão para consumidores assegurados pela Lei do Superendividamento, uma espécie de proteção legal à pessoa física excessivamente endividada que pode pedir, na Justiça, a repactuação dos débitos.
A recomendação do órgão é que os ditos "superendividados" entrem em contato com o Procon para pedir orientação.
A negociação poderá ser feita diretamente com o banco ou instituição credora por meio de canais oficiais de atendimento e pelo portal consumidor.gov.br. É preciso ter conta Gov.br nível prata ou ouro para acessar a plataforma.
O mutirão se soma a outras iniciativas do tipo, como o programa Desenrola Brasil do governo federal, que renegociou mais de R$ 24,2 bilhões em volume financeiro e beneficiou 2,7 milhões de consumidores no ano passado.
"O mutirão nacional é mais uma iniciativa dos bancos para reduzir o endividamento e trazer alívio financeiro às famílias endividadas", afirmou Amaury Oliva, diretor executivo de Cidadania Financeira da Febraban, em nota.
"A renegociação de dívidas inclui redução de taxas, extensão dos prazos para pagamento, alteração nas condições de pagamento, migração para outras modalidades de crédito mais baratas, de acordo com a política de cada instituição participante."
A ação ainda fornecerá conteúdos sobre educação financeira e acesso a canais como o Registrato, um sistema do Banco Central que permite acessar a lista de dívidas no nome do consumidor.
O percentual de famílias com dívidas, em atraso ou não, chegou a 78,1% em janeiro deste ano, segundo dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O número ficou acima dos 77,6% de dezembro e dos 78% de janeiro do ano passado, mas a parcela de inadimplentes recuou a 28,3% -o menor valor desde março de 2022.
O percentual daqueles que não terão condições de pagar as contas ficou em 12% no primeiro mês de 2024, abaixo dos 12,2% de dezembro, mas ainda acima dos 11,6% do mesmo período do ano passado.
POR FOLHAPRESS
EUA - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que está "à disposição" para seguir à frente da instituição financeira internacional, em uma entrevista concedida à AFP à margem de um discurso realizado em Cambridge, Reino Unido.
"Não busco que as pessoas me elejam, me coloco à disposição", declarou Georgieva, depois que os ministros da União Europeia (UE) lhe deram seu apoio na terça-feira e o FMI lançou formalmente o processo de indicação de seu líder na quarta-feira.
O processo foi aberto nesta quinta-feira com uma convocação de candidaturas, que só podem ser apresentadas por representantes dos Estados presentes no Conselho de Administração do FMI ou por um de seus governadores, na maioria dos casos os representantes dos bancos centrais.
Deve durar até o fim de abril e é baseado no princípio de "seleção aberta, transparente e baseada no mérito", segundo o FMI.
Depois, o conselho validará uma lista de candidatos selecionados, entre os quais será escolhido o próximo diretor-gerente.
"Me comoveu muito receber o apoio dos ministros europeus. Essa é minha família, trabalhei a serviço da Comissão Europeia durante sete anos. Mas também recebi o apoio dos países emergentes", acrescentou Georgieva.
Para a diretora-geral, que conclui seu mandato em 30 de setembro, não há dúvida: "Se tenho a satisfação de receber a confiança de nossos membros, estou disposta a responder".
Seu discurso se assemelha a um discurso de campanha, embora ela afirme tê-lo escrito "antes do início do processo, e antes da reunião de ministros europeus".
O desafio principal é a luta contra o aquecimento global, que não deve ser abandonada, mesmo reconhecendo que "os dirigentes políticos tiveram que enfrentar uma multiplicidade de choques", nos últimos tempos.
- "Oportunidade ao otimismo" -
"Recomendamos aos Estados reconstruir seus colchões orçamentários para enfrentar futuras crises, mas lhes dizemos ao mesmo tempo que têm que seguir fazendo os investimentos necessários", recordou Kristalina Georgieva, insistindo em que os investimentos na área climática entram nesta última categoria.
Mas qual papel o FMI representa nesta corrida contra o tempo para frear a mudança climática? Segundo a chefe do organismo, o de "lembrar, por um lado, que agir agora não é só mais eficaz, mas também, a longo prazo, menos custoso. E proporcionar os dados necessários para permitir aos Estados que aprendam uns com os outros, e ser essa linha de transmissão", detalhou Georgieva.
A diretora-gerente do FMI também aproveitou a ocasião para destacar um ponto já debatido durante as reuniões anuais do último mês de outubro, em Marrakesh, no Marrocos: o desenvolvimento do continente africano.
Ela destacou, ainda, a importância demográfica da África, o continente mais jovem, mas que enfrenta falta de capital, o que freia seu desenvolvimento e as perspectivas de sua população.
"Devemos encontrar uma maneira de combinar os abundantes recursos humanos da África com o abundante capital disponível nas economias avançadas e nos principais países emergentes", insistiu.
"A chave é atrair investidores de longo prazo e estabilizar os fluxos comerciais", acrescentou.
TÓQUIO - O maior sindicato industrial do Japão disse nesta quinta-feira que o aumento médio de salário oferecido por 231 empresas para funcionários em tempo integral e em meio período foi o maior desde 2013, em meio a sinais de que os aumentos salariais estão se ampliando.
O anúncio foi feito um dia depois que grandes fabricantes japoneses, liderados pela Toyota Motor e incluindo a Panasonic, a Nippon Steel e a Nissan, concordaram em atender plenamente às demandas sindicais por aumentos salariais nas negociações anuais deste ano.
O UA Zensen, um grupo criado em 2012 que representa 2.237 sindicatos e 1,8 milhão de trabalhadores, anunciou um aumento salarial médio ponderado de 5,9% este ano para os trabalhadores em tempo integral e de 6,5% para os trabalhadores em meio período nas negociações trabalhistas que terminaram na quarta-feira.
O forte crescimento salarial deve estimular uma inflação sustentável e constante, um pré-requisito para o fim das taxas de juros negativas.
As especulações estão crescendo e o Banco do Japão pode elevar as taxas negativas em sua reunião de política monetária de 18 e 19 de março.
Os trabalhadores da UA Zensen solicitaram um aumento salarial total de 6%, sendo que dois terços desse aumento devem ser no salário base, o que elevaria as curvas salariais e fornece a base para o aumento salarial, bônus de aposentadoria e pagamento de pensão.
No ano passado, as empresas japonesas ofereceram aos trabalhadores os maiores aumentos salariais dos últimos 30 anos. Os salários médios dos trabalhadores japoneses permaneceram estagnados desde o estouro da bolha de ativos no início da década de 1990.
Pelo segundo ano consecutivo, a demanda salarial da UA Zensen excedeu a da Rengo, a maior confederação sindical do Japão, que solicitou aumentos salariais de 5% ou mais este ano.
O UA Zensen representa trabalhadores dos setores de serviços, têxtil, distribuição e outros, bem como empregados de meio período, o que o torna o maior sindicato setorial do Japão.
A taxa de sindicalização do Japão diminuiu nos últimos anos e agora está abaixo de 20%.
Reportagem adicional de Kentaro Sugiyama / REUTERS
Faturamento de dezembro foi o melhor da série histórica desde o início da crise sanitária, com receitas na casa dos R$ 18 bilhões; fim do Perse, porém, preocupa empresas do setor
SÃO PAULO/SP - Em meio ao impasse pelo possível fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), o Turismo nacional cresceu 7,8% em 2023, somando um faturamento de R$ 189,4 bilhões. Só o mês de dezembro significou um incremento de R$ 18,1 bilhões nesse montante, tornando esse o melhor resultado para um único mês desde o início da pandemia, em 2020. O valor foi 1,1% maior do que o registrado em dezembro do ano anterior.
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a expectativa é que a melhora nas condições econômicas das famílias brasileiras, via redução na taxa de juros, e os impactos dos programas do governo para estimular o setor tenham efeitos positivos nos próximos meses, mantendo a curva ascendente do turismo. Por outro lado, a Entidade trabalha ativamente pela manutenção do Perse, visto que o programa, criado em 2021 para socorrer o segmento de eventos — que trabalha com muitas atividades turísticas —, tem papel relevante para o resultado anual. Há um consenso entre especialistas e observadores do setor que a medida contribuiu significativamente para manter investimentos das empresas, renegociar dívidas e gerar novos postos de trabalho depois do período pandêmico.
No desempenho anual, o resultado positivo foi puxado, principalmente, por atividades como locação de meios de transporte (alta de 18,3%), que reúne, principalmente, as agências de veículos sem motorista, além de alojamento (17,4%) e companhias aéreas (12,7%), que somaram R$ 48 bilhões ao longo do ano, um recorde. Em 2023, um único segmento perdeu força: o de viagens rodoviárias (-4%). No caso das atividades de alojamento, o dado corrobora a pesquisa do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), que mostrou um aumento de 4% na procura por hospedagens em hotéis pelo País na comparação com 2022. O tíquete médio também subiu (22,5%) ao longo do ano passado, puxando as receitas para cima. O resultado de 2023 deve ser lido considerando ainda que os preços médios do turismo subiram 12% em 12 meses — muito graças à alta expressiva nos preços das passagens aéreas. Essa variação está acima da média nacional (4,5%).
DEZEMBRO EM ALTA
O segmento de alojamento também contribuiu para a alta do turismo brasileiro em setembro, crescendo 15,7% na comparação ao mesmo mês de 2022 [tabela 1]. Isso se explica, para a FecomercioSP, pela demanda das famílias no último mês do ano passado, já que reuniam mais condições financeiras para viajar e é o período de alta temporada do segmento de lazer. Não à toa subiu também o faturamento do transporte aéreo (4,4%).
[TABELA 1]
FATURAMENTO DO TURISMO NACIONAL POR SERVIÇOS PRESTADOS
Dezembro de 2023
Em dezembro, dois segmentos caíram: o transporte rodoviário, que perdeu um quarto do tamanho (-19,9%) em relação ao mesmo período do ano retrasado, e as agências de viagens (-3,8%). Já as agências de veículos melhoraram o desempenho (10,8%), consolidando o ano positivo — assim como o segmento de alimentação, com restaurantes e bares (8%).
NORTE TURÍSTICO
Três Estados do Norte apontaram incrementos significativos nas receitas em dezembro, quando comparadas ao mesmo mês de 2022: Acre (12,9%), Rondônia (12,1%) e Amapá (11,1%). A lista é encabeçada pelo Piauí (17,5%) e ainda tem o Sergipe (10,7%) na composição, formando uma dupla entre Norte e Nordeste. Das 27 unidades federativas brasileiras, 20 tiveram saldo positivo no mês. Resultados puxados por diferentes aspectos turísticos, como aumento na demanda hoteleira ou nas locações de veículos.
Na contramão dessa tendência estiveram São Paulo (-2,6%), Rio de Janeiro (-7,4%), Rio Grande do Sul (-1,4%) e Ceará (-1,5%). Ainda assim, permanecem somando mais da metade (54%) do faturamento nacional do Turismo.
Nota metodológica
O estudo se baseia nas informações da Pesquisa Anual de Serviços, mediante dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do IBGE. Os valores são corrigidos mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o turismo. Para as que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do setor no total.
Em relação aos dados regionais, a base continua sendo a PAS, mas foi adotado um procedimento estatístico distinto, de uso da proporcionalidade nacional, para encontrar a receita das atividades nos Estados e, na sequência, uma estimativa setorial para se chegar na receita operacional líquida. Embora foram feitas estimativas segmentadas, a divulgação ficará restrita ao total, pois o objetivo é obter uma dimensão geral do setor e acompanhar o desempenho mensal. A correção monetária é feita pelo IPCA, e não pelo índice específico, tal como ocorre no volume de serviços, no IBGE.
O total do faturamento das UFs não coincide com o total nacional do levantamento da FecomercioSP, por não contabilizar o setor aéreo. Pelo fato de não haver clareza sobre como o instituto trabalha o dado de transporte aéreo de passageiro, optou-se por não usar neste momento. Quando houver uma indicação mais clara, haverá, certamente, uma atualização.
EUA - Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Piero Cipollone defendeu na quarta-feira, 13, as vantagens de uma eventual emissão de moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) na zona do euro. Em uma apresentação em um fórum nos Estados Unidos, Cipollone explicou que 13 dos 20 países do bloco não dispõem de um sistema de pagamentos digital e que uma CBDC poderia suprir essa demanda.
O dirigente acrescentou que o instrumento ajudaria a estabelecer um padrão único para as transações europeias, de uma forma acessível e inclusiva.
De acordo com ele, a divisa digital garantiria a proteção dos dados e de privacidade dos usuários, além implementar salvaguardas internas.
Várias jurisdições discutem o estabelecimento de uma moeda digital para modernizar os arranjos de pagamento, Brasil inclusive.
Nos Estados Unidos, há uma crescente oposição quanto à ferramenta, sob o argumento de que a CBDC não responderia a nenhuma necessidade atualmente em vigor.
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.