Questões como a isenção de produtos da cesta básica foram resolvidas, mas a possibilidade de aumento da carga de tributos sobre o setor que mais emprega permanece
SÃO PAULO/SP - A próxima etapa da Reforma Tributária — a votação no Senado Federal após a aprovação na Câmara dos Deputados, ocorrida na semana passada — será fundamental para inserir a proposta em um debate mais amplo com a sociedade e, principalmente, com as empresas. Esse continuará sendo o esforço da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Nos últimos momentos da tramitação, o texto passou por alterações substanciais que, apesar de contemplar alguns pontos positivos, ainda necessita de alterações para evitar que setores importantes sejam prejudicados com o aumento do custo para conformidade fiscal.
Dentre os pontos positivos, a FecomercioSP percebe, por exemplo, a inserção de segmentos do setor de serviços na lista de alíquotas diferenciadas (reduzidas em até 60%) dos dois novos tributos: o IBS e o CBS. Foram incluídas as atividades jornalísticas, culturais e audiovisuais nacionais, além de outros pontos, demonstrando que a agenda da Entidade foi atendida de forma parcial. Contudo, para a FecomercioSP, a Reforma Tributária ainda não resolveu outros pontos impactantes à economia, qual seja, o iminente aumento de carga tributária para os segmentos do setor de serviço não contemplados pelas alíquotas diferenciadas, a limitação da transferência de crédito do Simples Nacional e o longo período de transição, em que os contribuintes deverão arcar com obrigações de dois sistemas tributários simultâneos.
Nesse sentido, a Entidade mantém a percepção de que, se a ideia da PEC de prever uma tributação diferenciada tenha como objetivo evitar o sufocamento do setor de serviços, esse tratamento deveria ser estendido aos demais segmentos que o integram a fim de que não acabem suportando a elevação da tributação, em detrimento daqueles que recebem tratamento diferenciado. Assim, o dilema permanece. Da mesma forma, a inclusão de alguns segmentos produtivos na lista de atividades com regimes específicos de tributação — como sociedades cooperativas e, principalmente, serviços de hotelaria e parques temáticos, entre outros — marca a preocupação dos parlamentares com o aumento de impostos. Fica visível, nesse escopo, os impactos ao setor do turismo, que ainda se recupera das perdas da pandemia. Ainda que não contemple em sua integralidade o setor mais importante da economia (os serviços), esses ajustes mostram que houve avanços — e que estes devem continuar durante a tramitação no Senado.
Tão positiva quanto foi a concessão de crédito presumido para contribuintes fundamentais à agenda ambiental, como os que consomem produtos destinados à reciclagem ou que fazem parte da Logística Reversa (LR). Trata-se de uma consideração significativa para a pauta que, desde já, é uma das prioritárias ao País. Da mesma forma, a isenção de produtos da cesta básica, inserida no texto às vésperas da votação, é vista com bons olhos, o que vale também para a transferência de crédito dos tributos pagos no regime diferenciado.
A Federação e os sindicatos filiados seguem, agora, acompanhando os trâmites no Senado Federal, mais do que nunca contrários a qualquer proposta que possa aumentar a carga tributária e favoráveis a uma reforma que avance em direção à simplificação, à modernização e à desburocratização do sistema tributário brasileiro. A legislação atual, fruto de debates há três décadas, penaliza o empresariado e prejudica o ambiente de negócios nacional. Entretanto, é importante que essa mudança aconteça preservando os pilares da economia do Brasil, e não os enfraqueça.
Para a FecomercioSP e seus filiados, três pontos são fundamentais para a aprovação da Reforma Tributária:
1) Redução (ou, ao menos, manutenção) da carga tributária setorial, uma vez que os contribuintes já suportam elevadíssima tributação;
2) Simplificação do sistema tributário, mediante a adoção de legislação nacional do ICMS e do ISS, com tributação no destino e cadastro e nota fiscal unificados, além de eliminação de obrigações acessórias em duplicidade — ocasionando a consequente redução do elevado custo de conformidade fiscal — e extinção das multas abusivas e desproporcionais;
3) Segurança jurídica, com a manutenção das terminologias já adotadas e consagradas, cujos limites e conceitos levaram anos para serem consolidados pela jurisprudência.
SÃO CARLOS/SP - O empréstimo consignado está entre as modalidades de crédito mais populares do Brasil, mas todo cuidado é pouco para evitar golpes ou pagar taxas abusivas. Por isso, o especialista do Sicoob Crediacisc orienta sobre os cuidados necessários e quais as melhores oportunidades do mercado.
O Relatório de Juros do Banco Central apontou as instituições financeiras que melhor ofertam o empréstimo consignado, sobretudo quanto às taxas de juros para pessoas físicas nas categorias INSS (aposentados e pensionistas), servidores públicos e trabalhadores do setor privado.
O Banco Sicoob, utilizado pela cooperativa de crédito Sicoob Crediacisc, é o que tem a menor taxa entre todas as instituições no crédito consignado para o setor privado. O Sicoob também aparece em segundo lugar com a menor taxa no consignado para o INSS.
"O Sicoob se destaca no quesito taxa de juros, especialmente quando lança campanhas específicas", destaca Henrique Amâncio, especialista do Sicoob Crediacisc, cooperativa que há 17 anos foi fundada em São Carlos. Nesta segunda quinzena de julho a cooperativa terá taxas a partir de 1,32% ao mês para aposentados e pensionistas e boas condições também para funcionários públicos (SPPrev, Siape).
Para o especialista do Sicoob Crediacisc, no entanto, mais importante do que uma boa taxa de juros é redobrar o cuidado na hora da contratação. "Procure falar com uma instituição conhecida, no caso da Crediacisc preferimos atender presencialmente e conversar sobre as melhores condições para o seu caso", orienta Henrique.
"A intenção da cooperativa de crédito não é obter ganho, não visamos lucros, nós incentivamos a educação financeira, queremos ajudar nossos cooperados e também a comunidade a se organizar financeiramente", destaca o diretor presidente do Sicoob Crediacisc, Marcos Martinelli.
Segundo Martinelli, o consignado é uma linha de crédito fácil e segura para quem atende os requisitos. "Às vezes é a única maneira de colocar as finanças em dia", salienta. "Por isso, recomendamos que as pessoas conversem com um especialista e encontre as melhores alternativas", frisa.
Sicoob Crediacisc – A quinzena do consignado do Sicoob Crediacisc começa dia 17 e vai até 31 de julho, com parcelamentos em até 84 vezes, agilidade na liberação e sem necessidade de avalista. Os juros partem de 1,32% ao mês. Procure uma de nossas unidades mesmo que pretende fechar negócio em outra instituição. (av. São Carlos, 2323 e avenida Sallum, 526 ou pelo fone 16 3376 4433).
BRASÍLIA/DF - Depois de ficar sete meses à procura de um emprego, Rosana Fernandes, 41 anos, conseguiu uma vaga com carteira assinada. Ela foi contratada recentemente por uma microempresa de alimentos congelados, em Brasília. A cozinheira comemora a nova ocupação. “É a minha fonte de renda, ainda mais que sou pai e mãe lá em casa. Me ajuda a sustentar o meu filho e a minha mãe, que também mora comigo.”
Rosana faz parte de uma estatística que mostra o poder das micro e pequenas empresas (MPE) na geração de emprego no país. Um estudo feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), obtido com exclusividade pela Agência Brasil, revela que, este ano, sete em cada dez vagas de trabalho com carteira assinada foram criadas por micro e pequenos negócios.
O estudo foi feito com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. De janeiro a maio, o Brasil criou 865.360 empregos formais. Desses, 594.213 foram por MPE. Isso representa 69%.
De acordo com o presidente do Sebrae, Décio Lima, a maioria das MPE possui até cinco colaboradores. “Em um contexto de cerca de 22 milhões de pequenos negócios, as MPE são fundamentais à economia, respondendo por cerca de 99% de todas as empresas que existem no país, 55% do conjunto total de empregos com carteira e quase 30% do PIB [soma de todos os produtos e serviços do país em um ano]”.
No levantamento, são considerados microempresas os negócios com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração). Pequenas empresas são as que têm até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração).
Só em maio, os pequenos negócios responderam por 70% (108.406 dos 155.270) dos novos vínculos empregatícios. Um aumento de 2 pontos percentuais em relação aos 68% obtidos no mesmo mês do ano passado.
Esse crescimento da participação das MPE no volume total de empregos no país vai na contramão do comportamento das médias e grandes empresas (MGE). As MGE viram a fatia delas no total de empregos formais cair de 22% em maio de 2022 para 15% em maio de 2023.
O presidente do Sebrae explica que os pequenos negócios são os maiores responsáveis pela criação e manutenção de empregos na economia. “É natural que as médias e grandes empresas invistam pesado na modernização de seus processos de produção, em busca da maior competitividade de seus negócios. Portanto, as MGE tendem a ser poupadoras de mão de obra, no longo prazo. Já os pequenos negócios são intensivos em mão de obra, razão pela qual, nos momentos de crise, são as últimas a dispensar pessoal e, em momentos de recuperação da economia, as que mais contratam”, avalia Lima.
Beatriz Bento, de 18 anos, é prova de que as MPEs são também uma porta de entrada para o mercado de trabalho. Em junho ela conseguiu uma vaga com carteira assinada como balconista em uma padaria no Grajaú, bairro do Rio de Janeiro, que contratou três pessoas este ano. “Terminei meus estudos no ano passado e estava, desde o início deste ano, procurando um trabalho para conseguir ajudar mais em casa e melhorar a qualidade de vida”.
Analisando os setores que mais contribuíram para a geração de emprego em pequenos negócios de janeiro a maio, aparecem o ramo de serviços (saldo de 339.127 vagas), construção (123.937), indústria de transformação (64.754) e comércio (34.127).
Já em relação às atividades econômicas responsáveis pelo saldo de criação de vagas por pequenos negócios nos cinco primeiros meses de 2023, os destaques são construção de edifícios (42.849 postos de trabalho), transporte rodoviário de carga (27.138), educação infantil/pré-escola, ensino fundamental, e serviços de escritório e apoio administrativo; todas essas três últimas com mais de 17 mil vagas geradas cada.
O levantamento aponta ainda que o saldo positivo de criação de trabalho com carteira assinada por MPE é difundido por todo o país. Todos os estados e o Distrito Federal tiveram números positivos.
Na avaliação do Sebrae, os pequenos negócios seguirão como reboque da criação de empregos. “Em 2023 o cenário aponta para um valor próximo dos 70% na participação das MPE na geração de empregos, com altas para os meses de outubro e novembro. Portanto, existe sim tendência de o nível de emprego continuar sendo puxado pelas MPE”, espera Décio Lima.
Por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil
MONTEVIDÉU - Uruguaios estão cruzando a fronteira para a Argentina para comprar comida e combustível baratos em seu vizinho atingido pela crise econômica, mas a tendência está mergulhando os negócios perto da fronteira em uma crise própria.
A gerente do supermercado uruguaio, Noelia Romero, disse que as vendas estão em queda acelerada, pois seus clientes fazem cada vez mais viagens de um dia à Argentina em busca de pechinchas.
"Fomos duramente atingidos em termos de mantimentos e produtos de limpeza", disse Romero. Ela trabalha na cidade de Fray Bentos, separada pelo rio Uruguai da cidade argentina de Gualeguaychu, facilmente acessível por ponte.
A Argentina luta contra uma inflação de mais de 100% e uma moeda fraca, o peso argentino, que perdeu cerca de 25% de seu valor em relação ao dólar este ano, apesar dos rígidos controles de capital que retardam sua queda. No Uruguai, a inflação anual está em 6% e a moeda local se fortaleceu amplamente em relação ao dólar.
Esta crise econômica em curso criou um dilema para as cidades localizadas nas fronteiras que a Argentina compartilha com a Bolívia, Chile e Uruguai porque são incapazes de competir com os preços argentinos, muitas vezes apenas a uma curta distância.
"Lá no Uruguai o combustível custa setenta pesos (1,58 dólar) por litro e aqui na Argentina pagamos vinte pesos (0,53 dólar), então é muito melhor para nós", disse Robert de Lima, que viajou menos de 45 km do Uruguai até Gualeguaychu.
Altos níveis de desemprego e falências foram relatados nas cidades fronteiriças, o que forçou o governo do Uruguai em maio a introduzir medidas econômicas para ajudar a proteger os comerciantes, que incluíram algumas isenções fiscais e descontos em gasolina e medicamentos.
O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, reconheceu que há um problema com os preços tão baixos na Argentina, com exigências de governadores regionais para que seu governo implemente um imposto de importação temporário sobre mercadorias estrangeiras transportadas pela fronteira.
Abelardo Alzaibar é dono de uma farmácia em Fray Bentos e disse que, mesmo com os incentivos, a disparidade de preços cria "enormes" problemas para a sobrevivência do comércio local.
"Há estabelecimentos fechando, lojas endividadas e evidentemente nenhum sinal de que isso vai acabar logo", acrescentou.
por Por Horacio Soria e Lucinda Elliott / REUTERS
ALEMANHA - A Volkswagen está enfrentando cada vez mais problemas por conta da queda na demanda por seus carros elétricos. Primeiro na China, e agora também na Alemanha, sua terra natal, onde as vendas estão muito abaixo das metas estipuladas.
Segundo uma reportagem do site alemão Handelsblatt que cita como fonte um revendedor local da VW, os pedidos de pessoas físicas seguem em queda, o que está afetando todos os modelos da linha elétrica: ID.3, ID.4, ID.5 e ID.Buzz.
Na verdade, a própria Volkswagen já reconhece publicamente o problema de queda nas vendas de carros elétricos. Um porta-voz da marca confirmou a situação "assim como outros fabricantes de automóveis uma relutância geral em comprar carros elétricos".
A matéria aborda algumas questões que podem estar por trás da queda nas vendas da montadora alemã. Entre elas, a redução dos incentivos em alguns mercados europeus, inflação ainda alta na Zona do Euro e preços.
No entanto, o maior golpe contra a montadora alemã (e também outras marcas) é a Tesla e sua guerra de preços em diversos mercados, inclusive na própria Alemanha, onde a montadora de Elon Musk está consolidando uma giga-fábrica para a produção do Tesla Model Y. Nesse ponto, os executivos da VW disseram à publicação:
"A redução de preços da Tesla é um golpe fatal para a empresa".
E falando em números, a Volkswagen já produziu 97.000 unidades de veículos elétricos da linha ID. nas fábricas de Zwickau, Dresden e Hanover desde o começo do ano, mas emplacou apenas 73 mil. No mesmo período, a Tesla já emplacou mais de 100.000 unidades na região.
Prova disso é que há alguns dias foi relatado que uma seção da fábrica da Volkswagen em Emden, permanecerá fechada por seis semanas. Os trabalhadores da fábrica nas linhas de veículos elétricos terão uma pausa prolongada de um mês no verão europeu, e um turno será cancelado por duas semanas.
Manfred Wulff, chefe do conselho de trabalhadores da fábrica de Emden, disse à Agência de Imprensa Alemã e ao Nordwest Zeitung (jornal do noroeste) que também haverá uma redução no número de trabalhadores da fábrica. 300 dos 1.500 trabalhadores temporários não terão seus contratos renovados em agosto de 2023.
Com a proposta de se transformar em uma montadora de carros elétricos na próxima década, a Volkswagen mantém seus investimentos para aumentar a participação dos modelos de emissão zero nos principais mercados globais.
por Julio Cesar / InsideEVs Global
BRASÍLIA/DF - No dia 31 de julho, a Receita Federal realizará o pagamento do terceiro lote de restituição do Imposto de Renda 2023 (IR 2023). Como é habitual, a consulta para verificar quem receberá a restituição estará disponível a partir do dia 24 de julho, uma semana antes.
O calendário de restituições teve início em maio e se estenderá até setembro.
O terceiro lote de restituição do IR 2023 será o primeiro lote do ano que atenderá contribuintes que não estão na lista de prioridades estabelecida pela Receita Federal.
De acordo com a Receita, nos dois primeiros lotes que já foram liberados, apenas pessoas que faziam parte dos grupos prioritários receberam a restituição do Imposto de Renda 2023.
Porém, no terceiro lote de restituição do IR 2023 será diferente e seguirá a ordem descrita abaixo:
Confira as datas de pagamento da restituição do IR em 2023:
O critério de prioridade para o recebimento da restituição, que segue a data de entrega, inclui os seguintes grupos:
A novidade para o Imposto de Renda de 2023 é que os contribuintes poderão receber a restituição via Pix. Quem optar pelo PIX como forma de recebimento da restituição do Imposto de Renda 2023, precisa ter a chave cadastrada com o mesmo CPF do titular da declaração transmitida para a Receita Federal.
BRASÍLIA/DF - O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome publicou na última segunda-feira (10), no Diário Oficial da União, as regras para gestão sobre ingresso de famílias, revisão de elegibilidade e cadastro de beneficiários da nova versão do Programa Bolsa Família (PBF).
No mês passado, o presidente Lula sancionou a lei nº 14.601, que estabelece o novo formato do programa. Na ocasião, ele anunciou que - para fazer parte do Bolsa Família - a renda individual dos integrantes de uma família beneficiária passaria para R$ 218, ampliando o número de famílias atingidas pelo programa.
A partir dessa regra, a portaria publicada hoje detalha a composição dos valores a serem pagos às famílias, sendo o principal o Benefício de Renda de Cidadania (BRC), que atualmente é de R$ 142 por pessoa.
Como o governo federal se comprometeu a pagar o valor mínimo de R$ 600 por família, em caso de famílias menores, o Benefício Complementar (BCO) entra na composição do valor a ser pago.
Também irão compor o Bolsa Família o Benefício Primeira Infância (BPI) - que concede R$ 150 por criança com idade entre zero e seis anos - e o Benefício Variável Familiar (BVF), de R$ 50, que pode ser do tipo Benefício Variável Familiar Gestante (BVG), para gestantes; Benefício Variável Familiar Nutriz (BVN), para crianças com menos de sete meses de idade; Benefício Variável Familiar Criança (BV), para crianças ou adolescentes com idade entre sete anos e 16 anos incompletos; e Benefício Variável Familiar Adolescente (BVA), para adolescentes com idade entre 16 anos e 18 anos incompletos.
O Benefício Extraordinário de Transição (BET) garante que não haja uma redução no benefício recebido até então, e só entra na composição caso o valor de cálculo em maio de 2023 seja superior ao cálculo total dos parâmetros atuais.
Além do detalhamento dos benefícios, a portaria traz as definições de como o benefício deverá ser distribuído em cada estado e no Distrito Federal, conforme a disponibilidade orçamentária e financeira, definida pela Lei Orçamentária Anual, e o número de famílias pobres nos municípios, calculado conforme a metodologia definida pela Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc).
O documento define, ainda, os critérios de habilitação, elegibilidade, seleção e concessão do Bolsa Família. Esses processos garantem que as família inscritas, que estejam de acordo com as regras de elegibilidade, com dados atualizados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro Único) e renda limite, possam ser incluídas e comecem a receber o benefício.
Nesse caso, um cartão é emitido para o responsável pela família sacar o dinheiro a cada mês.
A liberação, bloqueio, suspensão, cancelamento e reversão de qualquer uma dessas ações são geridas pelos municípios, por meio do Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec), que - em caso de dificuldades de acesso - tem regras alternativas e formulários estabelecidos pela portaria.
Essas medidas podem ocorrer quando forem verificadas pendências na documentação, quando houver caso de morte ou quando houver descumprimento das regras, como identificação de trabalho infantil na estrutura familiar, por exemplo.
Os benefícios também podem cessar parcialmente, quando acontecer o fim de vigência, como é o caso de um adolescente que completa 19 anos e a família deixa de receber apenas o Benefício Variável Familiar Adolescente (BVA) daquele indivíduo.
As novas regras entraram em vigor na segunda-feira,10, com exceção de alguns mecanismos que precisam de prazo maior para averiguação, como de CPF (Cadastro de Pessoas Físicas), já cadastrado em situação irregular na base da Receita Federal, por exemplo. Para esses casos, a portaria entra em vigor a partir de 2024.
Por Fabíola Sinimbú - Repórter da Agência Brasil
SUDÃO - Após 32 anos trabalhando como professor em uma escola pública no Sudão, Imad Mohammed viu suas economias se esvaírem com a guerra entre dois generais rivais em seu país.
"Agora só comemos uma vez por dia e não sabemos quanto tempo isso vai durar", contou Mohammed, que tem uma família de cinco pessoas para sustentar.
Assim como outros funcionários públicos, o professor do Estado de Al Jazirah está sem receber desde que o exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido (FAR) paramilitares entraram em guerra em 15 de abril.
Na ocasião, os bancos fecharam as portas em Cartum e agências em todo o país enfrentaram dificuldades de continuar operando sem ter contato direto com suas sedes na capital. Desde então, os únicos funcionários públicos que têm recebido pagamento são os militares.
Atualmente, cerca de um milhão de trabalhadores devem sobreviver com suas economias ou redes de assistência social.
"O que os professores e suas famílias estão passando, tanto no setor público como no privado, é catastrófico", disse Ammar Youssef, presidente do Comitê de Professores do Sudão.
A guerra no Sudão já deixou aproximadamente 3.000 mortos e três milhões de deslocados. Mais de um milhão e meio de habitantes deixaram a capital sudanesa utilizando suas economias para escapar dos bombardeios aéreos, tiros de artilharia e conflitos nas ruas que transformaram Cartum em uma zona de guerra.
- Greves –
A situação não foi a mesma para quem não reunia condições financeiras suficientes para deixar os locais de confrontos. Somado a isto, a alta no preço do combustível, que multiplicou por 20, impossibilitou as poucas chances que restavam.
"Eles não só têm dificuldade de alimentar suas famílias uma vez por dia, mas também não podem levá-los para um local seguro, fora das zonas de combate", explica Youssef.
"A educação pública emprega mais de 300.000 pessoas que não ganhavam o suficiente antes da guerra", diz ele, acrescentando que desde o início do conflito, tem sido impossível contatar o Ministério da Educação.
"Quem não morreu de bala, vai morrer de fome", acrescentou.
Muitos sindicatos do país anunciaram que poderiam convocar greves, o que deve intensificar ainda mais a tensão no local.
Uma coalizão de representantes de médicos, engenheiros, professores e jornalistas anunciou que tomará "medidas de agravamento se os salários não forem pagos".
Com o aumento do preço dos alimentos, serviços básicos cada vez mais escassos e salários congelados, mais da metade do país, de 48 milhões de habitantes, depende de ajuda humanitária, de acordo com a ONU.
Em Darfur (oeste), uma das áreas mais afetadas pelos combates, a ONG Human Rights Watch denunciou supostos "crimes de guerra" e pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que investigue o caso.
De acordo com a organização, dezenas de pessoas foram mortas ou feridas enquanto "milhares" de soldados das FAR e de tribos árabes atacaram a cidade de Misterei, em Darfur, a qual foi "quase completamente incendiada".
XANGAI - A General Motors. reduziu nesta segunda-feira o preço inicial do Cadillac Lyriq na China em quase 14%, juntando-se à Volkswagen em uma nova rodada de reduções de preços de veículos elétricos em um mercado onde as montadoras globais estão sob pressão.
O Lyriq, um crossover de luxo baseado na arquitetura Ultium EV da GM, agora custa 379.700 iuanes (52.466 dólares), contra 439.700 iuanes (60.784 dólares) anteriormente, de acordo com o site da GM na China.
A GM também ofereceu um desconto adicional equivalente a quase 2.500 dólares para os compradores do Lyriq que fizerem um depósito na China antes do final de agosto.
A decisão da GM veio logo depois que a Volkswagen cortou os preços de seus veículos elétricos na China, onde a participação de mercado das marcas de veículos elétricos fabricados na China está crescendo e o mercado enfrenta intensa concorrência de preços.
A joint venture da VW com a montadora estatal FAW anunciou na sexta-feira descontos entre 8% e quase 27% em sua série ID de veículos elétricos.
A outra joint venture da VW com a montadora estatal SAIC ofereceu um desconto por tempo limitado no hatchback ID.3, outro VW EV, equivalente a pouco mais de 5.100 dólares. Isso colocou seu preço inicial abaixo do Qin EV da BYD, um dos modelos mais populares da China.
A VW é a montadora estrangeira que mais vende na China.
Desde janeiro, quando a Tesla cortou preços na China, cerca de duas dúzias de montadoras seguiram com reduções de preços para se manterem competitivos e alimentar a demanda.
O mercado automotivo da China, o maior do mundo, está a caminho de um crescimento geral de cerca de 3%, com a participação de veículos elétricos e plug-ins crescendo rapidamente.
O diretor financeiro da GM, Paul Jacobson, disse no mês passado que o Lyriq representava uma oportunidade para a montadora na China. As vendas de Cadillac caíram quase 8% na China no ano passado, mostram dados da indústria.
O Lyriq, que custa pouco menos de 59.000 dólares nos Estados Unidos, teve um lançamento lento desde o ano passado.
A GM vendeu 2.326 Lyriqs nos Estados Unidos no primeiro semestre do ano. Ele vendeu 918 unidades na China no primeiro trimestre, de acordo com dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, que deve anunciar os dados de vendas do primeiro semestre ainda este mês.
Reportagem de Zhang Yan e Brenda Goh / REUTERS
Cenário é resultado da junção de incertezas econômicas, esmorecimento no ritmo das vendas e alta taxa de juros, aponta FecomercioSP
SÃO PAULO/SP - O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICE) fechou o primeiro semestre de 2023 com variação negativa de 6,5%, em comparação ao mesmo período de 2022. Ao se contrapor aos últimos seis meses do ano passado, a queda é ainda maior (-9,1%). Os outros dois indicadores analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), referentes à intenção de expandir os negócios e à situação dos estoques, também apresentaram variações negativas: 8% e 4,7%, respectivamente, na base comparativa do primeiro semestre do ano.
De acordo com a Entidade, essa conjuntura pode ser justificada pelas incertezas por parte da classe empresarial quanto ao ambiente macroeconômico, situação que dificulta a projeção de uma situação mais favorável no segundo semestre. O esmorecimento das vendas, de modo geral, e as expectativas econômicas, principalmente em relação à taxa de juros elevada, são os fatores que têm contribuído para que os empresários ajam com mais cautela e segurem os investimentos.
No período, dentre as variáveis que integram o ICEC, a que avalia as condições atuais (ICAEC) apontou variação negativa de 7,3%. O IEEC, que mensura as expectativas futuras, registrou -6,7%. A variável do índice de investimento (IIEC) fechou em -5,3%.
Expansão e investimento
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) encerrou o primeiro semestre de 2023 com queda de 8%. Retrações também foram observadas nos índices que medem as expectativas para contratação de funcionários e o nível de investimento das empresas: -10% e -5%, respectivamente. Já o Índice de Estoque (IE) caiu 4,7%. A proporção dos empresários que consideram a situação adequada dos estoques também registrou recuo de 2,4% — de 59,2%, entre janeiro e junho do ano passado, para 56,8%, em 2023. Aqueles que relatam a situação inadequada para cima do desejado ficou praticamente estável (0,8%). Os que consideram os estoques inadequados para baixo do desejado apontou aumento de 2,3%.
De acordo com a FecomercioSP, é possível que a demanda mais fraca esteja afetando a programação dos estoques das empresas, indicando níveis maiores de armazenamento e dificuldade para investir em renovação de reservas de produtos. Diante disso, a Federação orienta resiliência aos empresários. A redução de despesas operacionais é importante para poder equilibrar a baixa nas receitas. Além disso, desenvolver uma curva ABC de produtos é uma boa saída para saber quais são ideais para trabalhar com liquidações e melhorar o nível de estocagem.
Notas metodológicas
ICEC O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
IEC
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar desta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana.
IE
O Índice de Estoque (IE) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011 com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques: “acima” (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e “abaixo” (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo). Como nos dois índices anteriores, a pesquisa se concentra no município de São Paulo, entretanto sendo a sua base amostral considera a região metropolitana.
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