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SÃO PAULO/SP - Sabemos que o mercado imobiliário vive de ciclos. Considerando que períodos de crise e recessão econômica são comuns e, às vezes, imprevisíveis no Brasil, como projetar cenários de longo prazo para investir em imóveis comerciais voltados para renda?

Os imóveis para renda, como escritórios corporativos, galpões logísticos e lajes comerciais fazem parte de um segmento em que as decisões de investimento costumam olhar para trás. Isto é, ao avaliar a possibilidade de investimento, os dados considerados envolvem basicamente questões como estoque disponível, valores praticados e taxas de vacância. As fontes também costumam ser as mesmas: corretores, projetistas e operadores que já são donos dos edifícios de escritórios e galpões.

Podemos considerar como exemplo um investidor que planeja adquirir ou construir um imóvel comercial na avenida Paulista. Ao analisar a região constata que o número de escritórios vagos é grande, portanto, desiste do investimento. Em outra situação temos um investidor que considere adquirir um galpão logístico no eixo da Rodovia dos Bandeirantes, no Estado de São Paulo, e, após constatar que existem muitos galpões ocupados, baixa vacância e valor por metro quadrado alto, decide prosseguir com o investimento. Ambas as decisões são baseadas apenas numa ‘fotografia’ da situação atual e deixam de considerar diversos fatores, se tornando extremamente arriscadas.

Longo Prazo

Não basta olhar só para a localização, vacância e valores praticados para se investir com segurança. Esse é um olhar de momento, de curto prazo. Projetos dessa natureza envolvem investimentos vultuosos com necessidade de longo prazo para dar retorno obtido pelas receitas de aluguel, em média, de 20 anos. Por isso, não é prudente utilizar uma análise de momento para validar esse investimento.

Para analisar a viabilidade do investimento e elaborar uma projeção a longo prazo, outros dados, além dos já conhecidos do mercado imobiliário, devem ser utilizados com o objetivo de dimensionar riscos e criar uma métrica para ser monitorada com inteligência. Ou seja, além de analisar e estudar o passado, o olhar deve ser para o futuro, para os próximos 20 ou 30 anos.

Projetar para um futuro relativamente distante não é fácil e no mínimo devem ser consideradas variáveis relativas à oferta e demanda. É preciso considerar a tendência de crescimento da demanda por exemplo, número de empresas e de empregos por perfil, por faixa salarial, por tipo de produção, dados sobre comércio exterior (o que se importa e o que se exporta por região), volume de exportação/importação em toneladas ou em valores, por exemplo.

Uma outra fonte interessante a ser considerada nessa análise são os investimentos em mobilidade e transporte na região pretendida, como portos, aeroportos, rodovias, terminais alfandegários, metrô, anéis viários, entre outros fatores de infraestrutura que tendem a modificar a logística e o fluxo das pessoas e mercadorias naquele local.

Crises sem precedentes

Como já foi dito, dimensionar o que acontecerá nas décadas seguintes é muito difícil, mas com a utilização de bons indicadores e variáveis, é possível  traçar cenários e tendências que mostram caminhos para agir diante de momentos de crise como estamos vivenciando agora com os impactos do novo coronavírus (COVID-19) na economia mundial.

Se imaginarmos uma projeção ou um gráfico que apresente uma linha crescente e relativamente constante, quando acontece uma catástrofe ou uma crise de proporções mundiais como a atual, obviamente essa linha será interrompida. É preciso entender que: por mais que essa linha crescente e constante seja interrompida, existe a tendência futura de que essa constância seja retomada. O momento futuro é incerto, mas podemos estimar cenários, calcular hipóteses e principalmente, ter uma ferramenta para tomar decisão agora com possibilidade de monitorar passo a passo a evolução, nos permitindo corrigir o rumo antes que o navio encontre um iceberg fatal sem margem para manobras.

Ou seja, tomar decisões baseadas no momento atípico que vivenciamos, sem método e indicadores para prever o panorama futuro, pode trazer consequências graves. Essa interrupção pela quarentena provocará um hiato negativo no mercado, quanto melhor nossa modelagem e apoiados em bons indicadores, maiores as chances de projetar o cenário pós crise com eficiência, tomar decisões com mais segurança e entender quais e quando as oportunidades podem surgir.

Conteúdo publicado na edição 49 da Revista Buildings.

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*Por: Paulo Takito, sócio diretor da Urban Systems

Alexandre Slivnik ressalta que o distanciamento tem um prazo, e em breve, os profissionais mais habilidosos estarão de volta ao mercado de trabalho

SÃO PAULO/SP - É muito difícil prever os próximos meses com toda situação que o todo o mundo está vivendo. Com isso, muitas empresas e colaboradores ficam inseguros com o futuro e as possibilidades. Negócios fecham e pessoas acabam perdendo seus empregos devido a quarentena. Além disso, a saúde mental pode ser afetada por tudo isso.

Alexandre Slivnik, especialista em gestão de pessoas e vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e desenvolvimento (ABTD), ressalta sobre a importância de se manter firme e com confiança para os próximos meses. “É essencial que o medo seja um agente que impulsione as atitudes nesse período, mas que não seja algo paralisante. Quem optar por utilizar essas inseguranças para criar oportunidades e desenvolver as habilidades, será ainda mais valorizado quando tudo isso acabar”, relata.

Com o distanciamento social e um bom tempo em casa, é possível utilizar esse tempo para aprimorar e desenvolver competências que vão fazer toda a diferença quando a situação estiver normalizada. Slivnik recomenda inserir pelo menos uma hora na rotina para dedicar a isso, com cursos profissionalizantes, leituras, palestras ou qualquer coisa que possa ajudar no processo. Nas últimas semanas muitos conteúdos foram disponibilizados gratuitamente na internet, o que facilitou o acesso a esses materiais.

Ainda assim, não é difícil ver que muitos profissionais ainda serão desligados ou terão suas jornadas de trabalho reduzidas por conta de um cenário que algumas empresas realmente não conseguem suportar. Um estudo recente do SEBRAE resultou no cálculo de que pelo menos 600 mil pequenas empresas vão fechar devido a COVID-19 e, por consequência, terão que demitir funcionários até mesmo a distância.

Por esse motivo, Alexandre destaca a importância de se manter atualizado e com boas conexões. “O perfil do profissional que consegue se recolocar no mercado de trabalho mais facilmente é aquele que tem uma boa rede de relacionamento e que não fica na zona de conforto, mas se esforça para inovar. Pessoas com habilidades são valorizadas por qualquer companhia”, revela o especialista.

O período requer paciência e cautela, além de toda a criatividade para sair dele com maior experiência e mais capacidades de crescimento. “Não será algo definitivo e trará aprendizados. Daqui em diante, as pessoas vão entender que é preciso guardar mais dinheiro, investir em educação e se conectar de forma mais intensa. De certo, as coisas irão mudar.”, finaliza.

Alexandre Slivnik é reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias (EB1). É autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É diretor executivo do IBEX – Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). É Vice-Presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). É membro da Society for Human Resource Management (SHRM) e da Association for Talent Development (ATD). Palestrante e profissional com 19 anos de experiência na área de RH e Treinamento. É atualmente um dos maiores especialistas em excelência em serviços no Brasil. Palestrante Internacional com experiência nos EUA, ÁFRICA e JAPÃO, tendo feito especialização na Universidade de HARVARD (Graduate School of Education - Boston/ EUA). www.slivnik.com.br

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