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Especialistas explicam sobre a importância do cuidado emocional com os pais e cuidadores de crianças autistas nesse período e famílias relatam como tem sido a rotina deles com seus filhos em casa.

 

SÃO CARLOS/SP - Após um ano de pandemia e distanciamento social muitas famílias de crianças autistas têm sentido diretamente as consequências das mudanças de rotina na vida dos filhos. E ainda, em isolamento social, dentro das casas, os desafios são maiores. O medo de contrair o vírus, o stress causado pelo trabalho, angústias de distanciamento do convívio social, todo desgaste psicológico dos pais e cuidadores dentro do contexto de uma pandemia tem chamado a atenção de especialistas. A busca por apoio e orientação parental tem crescido cada vez mais durante esse período:

“Com o aumento das restrições ocasionadas pela pandemia, muitas famílias tiveram seu volume de trabalho aumentado. Enquanto precisam manter seus empregos, ainda há a necessidade de fornecer cuidados em casa e treinamento complementar. Aproveitando o Dia Mundial de Conscientização do Autismo precisamos olhar também para os pais e cuidadores. Para aqueles que dedicam a sua vida ao tratamento dos filhos, divididos entre a rotina do trabalho e da casa. A saúde mental da família, juntamente com o desenvolvimento de habilidades que possam promover o desenvolvimento de independência de seus filhos e filhas, especialmente num momento como esse, precisa ser prioridade. Por isso, além do cuidado às pessoas com autismo, o cuidado aos cuidadores é essencial – a busca pelo acompanhamento psicológico é importantíssima”, explica o Dr. Adriano Barboza - PhD, BCBA, Pesquisador Colaborador no Munroe - Meyer Institute, da University of Nebraska Medical Center, Omaha (NE) e Consultor Técnico do Grupo Conduzir.

Tatiana Teixeira Takasu é advogada, tem 41 anos, é mãe do Miguel de 10 anos - diagnosticado com autismo desde os dois anos e meio. Ela comenta que tem sido desafiador manter as crianças em casa nesse período de pandemia:

“Além do Miguel, tenho também uma filha de 3 anos. Nessa pandemia tudo tem sido um pouco mais difícil. O Miguel gosta muito de ir para a rua, mas não temos saído, por causa da pandemia, ainda mais na fase mais crítica, que interditaram todas as áreas comuns do condomínio. Eu continuo com minha rotina de trabalho. A minha vida é bem corrida, tenho que tomar conta dos filhos, fazer a comida, tem os remédios que tenho que cuidar dos horários para dar ao Miguel. Tudo é bem agitado por aqui.”

Mãe Tatiana Takasu, o marido e os filhos em casa

 Tatiana e o marido dividem as tarefas da casa e trabalho para poderem dar conta de todos os afazeres que envolvem as crianças nessa fase de pandemia:

Tentamos fazer o máximo para que eles não se sintam tão presos - sei que é difícil porque a gente mesmo se sente preso e estressado, com a criança é pior ainda. Compramos para a casa piscina de bolinha, cama elástica, carteira escolar, brinquedos. A casa ficou uma bagunça - meio escola, meio parquinho - mas estamos nos adaptando da melhor maneira que podemos para que eles sintam o menos possível toda essa pressão. Não vejo a hora que tudo isso passe para ele voltar à rotina que era antes”, comenta a mãe.

Miguel - autista de 10 anos - e a irmã de 3 anos brincando em casa durante a pandemia

Karina Frizzi, Psicóloga e Analista do Comportamento - Supervisora ABA do Grupo Conduzir, explica que as principais dificuldades relatadas pelos pais e cuidadores de crianças autistas após um ano de pandemia é mesmo em relação à nova rotina da casa:

“Muitos pais nos buscam dizendo que as atividades diárias das crianças estão diferentes agora. Por exemplo: muitas não estão frequentando a escola e recebem atividades para fazer em casa, ou então precisam acompanhar a aula on-line. Além disso, a visita a familiares, viagens ou passeios também deixaram de acontecer nesse período. Dar conta de toda as tarefas de casa, trabalho e ainda estar 24 horas buscando uma forma de estimular a criança pode ser muito desgastante para as famílias”

Laura Marsolla é professora, tem 54 anos, é mãe de Ana Clara - que é autista e tem 14 anos. Ela fala que no início foi bastante complicado se adaptar à nova rotina de aulas on-line com a filha e toda a família dentro de casa:

 “Aqui em casa brincamos que é uma doideira. Como professora, tive que me reinventar para a adaptação das aulas à distância. Tenho também uma filha de 20 anos e meu marido que tem trabalhado de casa. Tem hora que é cada um em um quarto, em reunião. Tivemos que readaptar o quarto da Ana Clara para a nova rotina, tudo para facilitar a organização e montar as tarefas.  O dia é bem corrido, mas como minha filha já faz terapia há bastante tempo, ela já tem mais autonomia. Mas sempre passamos no quarto para saber como ela está, se precisa de algo, damos um mimo pra ela comer, ajudamos na organização. Tem sido uma experiência diferente para todos. Reestruturamos tudo por aqui.”

Mãe Laura Marsolla, o marido e as duas filhas

A importância do cuidado emocional com as famílias de crianças autistas

Após um ano de pandemia e distanciamento social é muito importante que as clínicas, escolas e instituições que cuidam das crianças com autismo (sejam elas púbicas ou privadas) acompanhem também as famílias, os cuidadores que estão em contato direto com as crianças dentro das casas, e que também estão restritos quanto à sociabilização e expostos às mudanças drásticas de rotina. Dr. Adriano Barboza, que também é Mestre e Doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará, explica da importância desse olhar de perto, da orientação parental para esta fase:

“Primeiro de tudo, é importante que cada família possa desenvolver estratégias de autocuidado – saúde mental é extremamente essencial neste momento. Cada cuidador precisa ter uma perspectiva clara de quais são as expectativas de ensino para seu filho ou filha. Essas expectativas precisam ser alinhadas com o que é possível atingir, dentro do plano de ensino de cada indivíduo. Além disso, identificar que estratégias podem ser continuadas em casa é essencial, mas precisa ser feito de forma equilibrada. Ao mesmo tempo que é necessário investir em estabelecer condições para a promoção de comportamentos funcionais, é também preciso investir em criar relações positivas entre mães, pais e filhos(as). Não há aprendizado sem motivação.” 

A mãe Laura conta que encontrou um caminho para tentar diminuir o stress e criar atividades que fizessem bem a todos de casa:

“Criamos algumas pausas para tomar lanche, como se fosse o nosso recreio, e fazemos todos juntos. Um importante momento para não passarmos a tarde inteira sem conversar. Além disso, optamos por um passeio de moto no final da tarde, com todos os cuidado de higiene para a nossa proteção. Isso ajudou muito, porque a paixão da Ana Clara é moto. Essa foi uma forma de liberar o stress, porque ela estava tensa. Com o passeio, ela dá gargalhadas, levanta as mãos, abre os braços: é libertador! Um grande escape para a gente. Aqui em casa sempre falamos que a vida tem que ser leve, e que precisamos nos cobrar menos.”

Ana Clara – autista de 14 anos – durante passeio de moto com a mãe

Treinamento para pais - o olhar para a família

Para tentar lidar de uma forma mais leve diante dessa situação complicada de distanciamento social e cuidados com o filho autista em casa, Karina Frizzi - Psicóloga e Analista do Comportamento do Grupo Conduzir - explica que as conversas dos terapeutas com as famílias devem ser voltadas para entender qual o limite de cada uma:

Estamos vivendo um momento em que nenhum de nós nunca imaginou e estamos todos tendo que nos adaptar. Por sempre quererem o melhor para os filhos, vemos os pais se cobrando porque às vezes não conseguem fazer todas as atividades, brincar com as crianças, ensinar novas habilidades. Mas é muito importante que os pais tenham seus momentos de descanso também, sabendo que estão dando o seu melhor, e que o principal é que quando estão com seus filhos, consigam estar por inteiro e tenham uma interação de qualidade, mesmo que seja por menos tempo do que eles gostariam.”

Parar um pouco e olhar para todas as demandas estabelecendo uma nova rotina para as famílias, pode ajudar muito neste momento. A psicóloga Karina Frizzi ainda continua:

No nosso trabalho como terapeutas, em nossa clínica, sentimos a necessidade de ter um momento semanal com os pais, que se dedicam tanto aos filhos e passam grande parte do dia com eles. Elaboramos um “Treinamento para Pais” de maneira remota e, durante a intervenção, os pais são constantemente orientados pela equipe. Um momento onde podemos ensinar mais um pouco sobre como os cuidadores podem ajudar os filhos a aprender novas habilidades, manejar comportamentos, entre outras coisas. Esse tipo de ação é muito relevante para a qualidade de vida de toda a família.”

A mãe Laura faz parte desse grupo e fala sobre a importância dele para a família:

Eu acho fantástica a preocupação desse olhar para os pais. Saber como estamos lidando com o filho autista em casa, se estão em crise ou não, e como lidar com essas situações. Sempre que eu não sabia o que fazer, me ajudaram prontamente. Sem contar que é muito positiva essa troca com os outros pais, compreender outra visão, ouvir histórias, para avaliar como está a nossa. Eu penso que se os pais estão emocionalmente tranquilos, os filhos também estão. E o contrário tambéé real.

A mãe Tatiana também complementa:

Espero sempre poder participar mais para trocar ideias e crescer. Tudo o que for pra melhorar, estou disposta a aprender. Apesar da correria do dia a dia, tento me dividir entre casa, crianças e trabalho para poder me dedicar a este tempo importante para todos nós”

Terapia ABA para crianças com autismo

A intervenção em ABA (Análise do Comportamento Aplicada) é comprovada cientificamente e indicada pela OMS (Organização Mundial as Saúde) para o tratamento de crianças com autismo. Durante o período de pandemia, os pais precisaram adaptar a rotina das crianças até mesmo em relação às terapias, para que os riscos de prejudicar o desenvolvimento dos filhos em isolamento social fossem minimizados:

“Temos certeza que os pais sempre estão em busca do que é melhor para seus filhos. Eles vão atrás da informação em diferentes lugares e pessoas para decidirem qual a intervenção mais eficaz para o desenvolvimento das crianças. Quando falamos em ABA, falamos de ciência, de uma intervenção cientificamente comprovada. Tudo o que acontece nesse tipo de terapia deve ser registrado e analisado para avaliar os progressos. Mas a intervenção vai muito além do momento da terapia e, por isso, é imprescindível ter a família como parceira, já que são eles quem passam a maior parte do tempo com a criança. Quando os pais estão preparados para manejar os comportamentos e aproveitar oportunidades para ensinar novas habilidades, a aquisição dessas novas habilidades acontece de forma muito mais rápida.”, comenta Karina Frizzi.

O apoio dos pais para o desenvolvimento dos filhos, com a aplicação da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) ao autismo é de grande importância para o acompanhamento das novas habilidades adquiridas. Seja a Intervenção em ABA aplicada de forma on-line ou presencial, é sempre importante verificar com o supervisor como a família pode acompanhar e adaptar as atividades que podem ser realizadas em casa - de acordo com o tempo, rotina e habilidades da criança - assim como explica o Dr. Adriano Barboza, Consultor Técnico do Grupo Conduzir:

Mesmo com as mudanças de ensino presencial para o ensino on-line, há muitas pessoas com autismo que não possuem habilidades necessárias que as possibilitem acompanhar as aulas de maneira remota, como permanecer sentado, atentar às tarefas que são apresentadas, pedir permissão para falar, responder às instruções no momento em que são fornecidas. Portanto, é importante avaliar adequadamente quais habilidades precisam ser estabelecidas antes de iniciar o processo de ensino em outros formatos. As famílias definitivamente são grandes aliadas nesse processo, porque são elas que irão realizar a implementação dos protocolos necessários em casa. Assim que se recebe a informação de que haverá alguma mudança de rotina, é importante estabelecer um protocolo de transição. Através da elaboração de um protocolo de transição, adaptações ambientais são gradativamente incorporadas com o objetivo de melhor adaptar o indivíduo autista às mudanças que virão.”

A mãe Tatiana preferiu manter as terapias em casa, presencialmente, com todo o cuidado sanitário necessário para preservar a saúde da família e das próprias profissionais:

Sempre tomamos os cuidados para que todos estejam seguros. Tiramos os sapatos ao entrar em casa, peço também para as terapeutas trocarem de roupa. Utilizamos álcool em gel, máscara. Eu tenho muito medo, principalmente por causa das crianças, e porque tenho meus pais idosos. Tentamos tomar esses cuidados que acho extremamente necessário.

Filhos da mãe Tatiana dentro do estacionamento do condomínio

A mãe Laura preferiu manter as terapias de forma on-line. Após adaptações acredita que foi de grande importância não interromper o tratamento da filha por conta da pandemia:

Decidimos voltar para a terapia on-line assim que a situação da pandemia ficou ainda mais preocupante. Eu até achei que no início não seria tão proveitoso, mas no caso da minha filha percebi que manteve a mesma qualidade. A Ana Clara fica bastante empolgada, a terapeuta envia o link e logo minha filha abre a conversa através da chamada de vídeo. Elas jogam on-line, veem até filme juntas! Tudo para adaptar às vivências, linguagens e situações da idade da minha filha. Isso porque estamos todos privados da interação social, dos amigos, e claro que isso faz muita falta, ainda mais na idade dela. Mas percebo que a terapia vai em busca de recursos para suprir isso da melhor maneira.

Ana Clara durante aula on-line em casa

A psicóloga Karina Frizzi explica que a aplicação da terapia (seja ela de maneira remota ou presencial - com os devidos cuidados de higiene) é uma escolha da família. E é importante lidar com tal escolha, para atender a necessidade de cada um:

“Estamos vivendo um momento que é novo para todos, então, precisamos nos adaptar e entender a decisão de cada um. O nosso papel enquanto profissionais é achar a melhor forma de continuar estimulando nossas crianças sem sobrecarregar essa família, e dentro das condições que elas se sentem seguras naquele momento.”

s Mundial do Autismo e a empatia com o cuidador

E para relembrar o Mês Mundial de Conscientização do Autismo, é importante ter o olhar atento também ao cuidador, aos pais que estão lado a lado acompanhando toda a adaptação e mudança de rotina das crianças. A conscientização também pode e deve ser através do olhar da empatia e de respeitar os limites de cada família. A psicóloga do Grupo Conduzir, Karina Frizzi, deixa um recado aos pais:

“Pais, respeitem os seus limites. Todos precisamos de cuidado e empatia, mas vejam se estão tendo isso com vocês. Vocês são guerreiros e batalhadores. Estão lutando sempre para dar o melhor aos seus filhos, para acabar com o preconceito, para que seus filhos sejam cada vez mais independentes. Com toda a certeza, este ano está sendo novo para todo mundo. Vocês já passaram por uma situação nova e precisaram se adaptar e viver um “mundo novo”. Todos temos muito o que aprender com vocês, pais, que são verdadeiros exemplos de determinação e luta.”

Lives gratuitas – ao vivo no Mês Mundial do Autismo

O Grupo Conduzir - equipe especializada de profissionais que oferece atendimento multidisciplinar para pessoas com autismo – disponibiliza, gratuitamente, através do Instagram: https://www.instagram.com/grupo_conduzir (@grupo_conduzir), lives durante o todo o mês de Abril, em contribuição à Conscientização do Autismo.

Os temas abrangem conversas sobre a conscientização e inclusão de pessoas com autismo. Com o objetivo de informar a população e derrubar os preconceitos sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista), as lives serão voltadas ao público com o intuito de entender, compreender e incluir - etapas seguidas de uma “jornada que luta por um mundo melhor”. Assim como conta Karina Frizzi:

“O objetivo das lives é falarmos mais sobre o assunto do autismo, conscientizarmos pessoas e também as instituições que atendem os autistas. O quão importante é esse olhar e cuidado com as famílias e como isso pode ser feito da maneira mais humanizada possível.”

 

CONTATOS PARA ENTREVISTAS (podem ser feitos também de maneira remota):

A Get Comunicações disponibiliza para a imprensa os seguintes contatos:

- Fonte Karina Frizzi - Psicóloga e Analista do Comportamento - Supervisora ABA – do Grupo Conduzir

 - Fonte Dr. Adriano Barboza, PhD, BCBA, Pesquisador Colaborador no Munroe- Meyer Institute, da University of Nebraska Medical Center, Omaha (NE), Consultor Técnico do Grupo Conduzir. Mestre e Doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará

- Personagem Laura Marsolla, 54 anos, professora - mãe de Ana Clara – 14 anos, autista

- Personagem Tatiana Teixeira Takasu, 41 anos, advogada – mãe de Miguel – 10 anos, autista

 

INFORMAÇÕES - GRUPO CONDUZIR

O Grupo Conduzir possui uma equipe especializada de profissionais das áreas de Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Psicopedagogia que oferece um atendimento multidisciplinar, sempre com base teórica, treinamento e supervisão analítico-comportamental. Proporciona aos seus clientes o desenvolvimento de suas habilidades por meio de práticas baseadas em evidência.

O foco de trabalho da equipe de profissionais do Grupo Conduzir é o atendimento de crianças, adolescentes e adultos com transtornos do neurodesenvolvimento, sobretudo os que se enquadram nos Transtornos do Espectro Autista (TEA).

Para mais informações sobre o Grupo Conduzir, acesse: http://www.grupoconduzir.com.br/

Vídeo Grupo Conduzir:

https://www.youtube.com/watch?v=_ta1107JlHM

Canal do Youtube Grupo Conduzir: https://www.youtube.com/channel/UCklyZPElwuL8TLPZBM7WIYA

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SÃO PAULO/SP - Com a pandemia de covid-19 forçando estados e municípios a adotarem medidas que limitam a circulação de pessoas e o funcionamento de estabelecimentos, comerciantes buscam formas de aproveitar a Semana Santa para incrementar as vendas e faturar.

Na tradição católica, a semana em que se celebra a Sexta-Feira Santa e a Páscoa exalta a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Em tempos normais, a data impulsiona não só as vendas do comércio - principalmente de pescados e de chocolates -, como também o turismo doméstico, já que a sexta-feira é feriado.

No entanto, pelo segundo ano consecutivo, a celebração ocorre em meio às restrições que afetam não só as cerimônias religiosas, como também as atividades comerciais. Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas no varejo em geral devem ser 2,2% inferiores às de 2020, movimentando cerca de R$ 1,62 bilhão – o que, se confirmado, seria o pior resultado desde 2008.

Em nota, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirmou que a retração nas vendas deste ano se deve não só às restrições de funcionamento do comércio, mas também ao fato de que parte da população viu sua renda cair em um momento em que a desvalorização do real frente ao dólar encareceu a importação de alguns produtos típicos. Segundo a confederação, a quantidade de chocolates importada (2,9 mil toneladas) é a menor desde 2013. A de bacalhau (2,26 mil toneladas), a mais baixa desde 2009.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Ubiracy Fonsêca, os fabricantes de chocolate tiveram que levar em conta a perda de poder aquisitivo de parte dos consumidores para pensar suas estratégias de vendas, mas, ainda assim, o setor está otimista.

“A perda de poder aquisitivo é real. Há muita gente sem emprego, sem poder trabalhar. Tendo isso em vista, as fabricantes de chocolate procuraram oferecer produtos acessíveis à população. Quem não puder comprar um ovo de Páscoa, pode adquirir uma barra de chocolate. A estratégia do setor é oferecer o que o mercado quer”, disse Fonsêca à Agência Brasil.

A quatro dias do domingo de Páscoa, Fonsêca destacou que a indústria de chocolates previa criar, direta e indiretamente, 11.665 vagas de trabalho temporário e superar as 8,5 toneladas vendidas em 2020. Metas que, segundo ele, vão ser atingidas.

“Apesar das dificuldades, estamos otimistas. Até porque, cerca de 80% das vendas de ovos de Páscoa acontecem nos supermercados, que estão funcionando normalmente em quase todo o país. Além disso, muitos comerciantes se prepararam para atender aos consumidores pela internet”, comentou o presidente da Abicab, garantindo que as vendas online, que já vinham crescendo ano a ano, deram um salto após o início da pandemia.

O gerente de Marketing, Francisco Alves de Faria Neto, confirma a importância do comércio digital. Com duas lojas físicas no Distrito Federal e uma clientela estabelecida ao longo de 20 anos, a Casa do Chocolate expandiu suas vendas para outras unidades da Federação graças à tecnologia.

“Tivemos um aumento das vendas online de cerca de 70% em comparação à Páscoa do ano passado, quando lançamos o site, em meio à pandemia, que nos fez acelerar o processo”, comentou Neto, acrescentando que o comércio eletrônico já representa metade de todas as vendas da empresa.

De acordo com o gerente, também as vendas nas lojas físicas, autorizadas a funcionar por comercializarem alimentos, “vão indo bem”, embora chocolates mais caros, principalmente os importados, tenham vendido menos que o esperado. “Baixou muito o giro de vários dos itens importados que vendemos. Tanto que tivemos que colocar produtos em oferta para não perder mercadoria. Mas, em geral, vendemos muito bem nas últimas semanas.”

 

PESCADOS

Em Santos (SP), onde o funcionamento de boa parte do comércio e serviços está suspenso até o domingo (4), os comerciantes do tradicional Mercado de Peixes tiveram que se organizar para levar os produtos ainda frescos até a casa dos clientes, que passaram a fazer suas compras por telefone. Ainda assim, de acordo com Alex Vieira, dono de um dos 20 boxes em funcionamento no local, muitos viram as vendas caírem drasticamente.

“No nosso caso, as vendas caíram em torno de 60% a 70%”, afirmou Vieira, cuja família está no ramo há cerca de 40 anos. “Esta é uma situação totalmente nova para todo mundo, incluindo os clientes. Muitos, que comem peixe sempre e são nossos fregueses há tempos, nos telefonaram e anteciparam seus pedidos, mas há também aqueles que gostam de vir ao mercado, de ver o peixe, escolher. Desses, parte não compra sem olhar o produto, não tem uma relação de confiança já estabelecida”, acrescentou o comerciante santista.

O presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, destacou que o comércio de pescados comporta diferentes realidades. Segundo ele, para os produtores de peixes cultivados (piscicultores), cujos principais clientes são os supermercados (autorizados a funcionar mesmo onde o lockdown foi adotado), as boas expectativas já se concretizaram.

“Os supermercados não estão sofrendo grandes restrições. Pelo contrário. Estão vendendo muito bem. E, ao contrário da indústria pesqueira marítima, afetada pela pandemia, a piscicultura também não parou. Mantivemos a regularidade, entregando aos compradores as quantidades previamente estabelecidas em contratos e sem aumento nos preços”, comentou Medeiros, estimando que o segmento vendeu cerca de 100 mil toneladas ao longo do último mês.

“Mais uma vez, não voltamos a registrar uma explosão das vendas como as de 2018 e 2019, quando, em alguns locais, chegaram a crescer 300%. Isso não aconteceu, mas, neste ano, também não perdemos vendas. Ao contrário de 2020, quando aí sim, fomos afetados negativamente”, afirmou Medeiros.

 

HOTELARIA

Outro ramo de atividade que costuma aguardar pelo feriado de Páscoa, o setor hoteleiro é o mais afetado dos três. Segundo o presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), Manoel Linhares, a taxa de ocupação dos hotéis de todo o país não deve chegar a 10%, agravando a crise decorrente da pandemia.

"A hotelaria está preparada para receber os hóspedes, adotando todos os protocolos recomendados pelas autoridades sanitárias, mas com parques, restaurantes e outras atrações fechadas em quase todo o país. A situação está muito difícil. Só em São Paulo, 27 hotéis já fecharam as portas, demitiram funcionários e os responsáveis estão decidindo o que fazer com os imóveis", disse Linhares.

Para ele, o setor precisa urgentemente da promulgação de uma iniciativa semelhante à Medida Provisória 936, de abril de 2020, posteriormente transformada na Lei nº 14.020, que permitiu acordos de redução temporária de jornada de trabalho e salários ou a suspensão de contratos trabalhistas até 31 de dezembro do ano passado.

"Se algo assim não for feito, muitos outros hotéis terão que encerrar as atividades. Atualmente, a hotelaria não tem recursos nem para arcar com os salários e encargos dos cerca de 1,1 milhão de profissionais que emprega em todo o país", disse o presidente da ABIH Nacional.

Ele pediu que o Poder Público promova campanhas para estimular os brasileiros a viajar pelo país depois que a pandemia estiver sob controle, e que governos estaduais e municipais ajudem o setor reduzindo impostos e taxas, mesmo que temporariamente, e renegociando tarifas de serviços essenciais. "Neste momento difícil, um desconto no IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano, cobrado pelas prefeituras] ou no ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, estadual] cobrado na conta de luz pode ajudar a manter negócios e preservar empregos", concluiu.

 

 

*Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil

Aulas on-line combinam metodologias com atividades presenciais; no Senac, práticas ocorrem somente em momentos de maior segurança sanitária

 

SÃO CARLOS/SP - É certo que a pandemia de Covid-19 impactou o sistema educacional, alterando a rotina dos estudantes nos mais diversos níveis de aprendizado. E com as aulas presenciais paralisadas em escolas, universidades e demais instituições públicas e privadas do país, os investimentos no ensino remoto se intensificaram, adaptando a atividade para uma nova modalidade: ensino híbrido, que une diferentes características e metodologias. 

Márcia Cristina Fragelli, coordenadora educacional do Senac São Carlos, explica a diferença do formato para outras vertentes, como ensino a distância (EAD), que também ganhou força diante desse cenário. “O ensino híbrido permite a alternância de ciclos, entre presencial e on-line. Diferentemente do ensino remoto, que é essencialmente digital, no híbrido há um retorno gradativo ao presencial, promovendo com segurança a retomada do relacionamento interpessoal por meio da convivência com os colegas de turma e docentes, ao mesmo tempo em que há contato com as plataformas tecnológicas. A modalidade também é adaptável e pode ser alterada para atender às necessidades de cada estudante.”

A integração do ensino híbrido ao ambiente educacional e o surgimento de novas possibilidades são frutos de uma necessidade de adequação e quebra de paradigmas que se fizeram indispensáveis no contexto atual. Suas vantagens incluem mudança na rotina de estudos, autonomia sobre o próprio aprendizado além do desenvolvimento de habilidades como autogestão, criatividade, flexibilidade e inteligência emocional, que podem ser vistas como diferenciais no mercado de trabalho.

“O ensino híbrido não deixa de ser uma realidade atual, pelo momento em que vivemos e pelo domínio das tecnologias, que são essenciais para o desenvolvimento profissional e pessoal. Além do mais, ajuda a expandir horizontes no acesso à informação e às novas experimentações. Com a modalidade, é possível desenvolver e aperfeiçoar competências e habilidades que não caberão apenas em um cenário, mas em vários”, reforça Leandro D’Arco, gerente do Senac São Carlos.

 

O gerente ressalta também que o ensino híbrido na unidade recebe todos os cuidados necessários e é aplicado somente em momentos nos quais o coronavírus está sob controle. “Para as aulas práticas que integram o modelo, adotamos medidas específicas de segurança, como a divisão das turmas em grupos menores para garantir o distanciamento adequado, uso obrigatório de itens de proteção e demais orientações das autoridades competentes.”

 

Desafios do ensino híbrido

            Para garantir o bom aproveitamento do método, algumas adaptações são necessárias para que não se torne um momento de estresse e desgaste para o aluno e seus familiares. Sendo assim, os educadores do Senac São Carlos dão algumas dicas: 

​Planejamento é essencial, prepare o ambiente. Não apenas o físico, mas o familiar. Converse com a sua família sobre a seriedade desse momento, é preciso um ambiente tranquilo e silencioso para aproveitar o conteúdo das aulas.

Se prepare para momentos de intervenção com a turma, pois diferenças de áudio e vídeo entre os alunos do remoto e presencial podem criar ruídos nessa comunicação.

Aprofunde seu conhecimento sobre as tecnologias que serão essenciais para o desenvolvimento pessoal e profissional. Se aventure em novas metodologias e aproveite da possibilidade de interação com outras turmas, ou até mesmo escolas.

Crie rotinas em ambientes com mínimas distrações e organize o espaço de estudos, verificando todas as ferramentas necessárias antecipadamente (computador, tablet, celular, conexão e áudio).

Lembre-se: o ensino híbrido prevê aprendizagem integrada (on-line e presencial), com controle de tempo, lugar, caminho e ritmo de aprendizagem adequados para cada curso, aluno e circunstância.

        Para saber mais sobre as possibilidades de qualificação por meio do ensino híbrido, acesse o Portal: https://www.sp.senac.br/saocarlos.

FRANÇA - Líderes de 23 países e a Organização Mundial da Saúde (OMS) apoiaram nesta terça-feira a ideia de criar um tratado internacional que ajudaria com emergências de saúde futuras, como a pandemia de coronavírus, endurecendo as regras de compartilhamento de informações.

A ideia de tal tratado, que também visa garantir um acesso universal e igualitário a vacinas, foi sugerida pelo presidente dos líderes da União Europeia, Charles Michel, em uma cúpula do G20 em novembro.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, endossa a proposta, mas negociações formais não foram iniciadas, disseram diplomatas.

Em uma coletiva de imprensa na terça-feira (30), Tedros disse que um tratado abordaria lacunas expostas pela pandemia da Covid-19. O esboço de uma resolução para negociações poderia ser apresentado aos 196 países-membros da OMS em sua reunião ministerial anual em maio, disse ele.

A OMS é criticada pela maneira como trata da pandemia da Covid-19, e foi acusada pelo governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump de ajudar a China a acobertar a amplitude do surto, o que a agência nega.

Visto pela Reuters na segunda-feira, um estudo conjunto da OMS e da China sobre a origem da Covid-19 sustenta que o vírus provavelmente foi transmitido de morcegos a humanos através de outro animal e que um vazamento de laboratório é "extremamente improvável" como causa, mas deixou muitas perguntas sem resposta e pediu mais pesquisas.

Ainda nesta terça-feira, a proposta do tratado recebeu o apoio formal dos líderes de Fiji, Portugal, Romênia, Reino Unido, Ruanda, Quênia, França, Alemanha, Grécia, Coreia, Chile, Costa Rica, Albânia, África do Sul, Trinidad e Tobago, Holanda, Tunísia, Senegal, Espanha, Noruega, Sérvia, Indonésia, Ucrânia e da própria OMS.

"Haverá outras pandemias e outras grandes emergências de saúde. Nenhum governo ou agência multilateral individual consegue enfrentar esta ameaça sozinho", escreveram os líderes em um artigo de opinião conjunto publicado em grandes jornais.

"Acreditamos que nações deveriam trabalhar juntas por um novo tratado internacional de prontidão e reação a pandemias."

Os líderes da China e dos Estados Unidos não assinaram a carta, mas Tedros disse que as duas potências reagiram positivamente à proposta e que todos os Estados serão representados em conversas.

O tratado complementaria as Regulamentações Internacionais de Saúde da OMS, em vigor desde 2005, através da cooperação no controle das cadeias de suprimentos, no compartilhamento de amostras de vírus e na pesquisa e desenvolvimento, explicou Jaouad Mahjour, diretor-assistente da OMS.

 

 

*Por Agência Reuters

SÃO CARLOS/SP - A Câmara Municipal de São Carlos realizou na noite de sexta-feira (26), uma sessão solene online em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, na qual foram prestadas homenagens às profissionais da Saúde que atuam na linha de frente no combate à Covid-19.

A realização da solenidade anual alusiva ao Dia Internacional da Mulher no Legislativo são-carlense atende à Lei Municipal nº 14.429 de 2008 e as homenageadas foram agraciadas com o Prêmio Jurandyra Fehr, instituído pela lei nº 19.925, de 17 de novembro de 2020, de autoria do vereador Robertinho Mori.

Em seu discurso de abertura da sessão, o presidente da Câmara, Roselei Françoso, destacou que a homenagem representa os sentimentos da população de gratidão e reconhecimento às mulheres profissionais da área de Saúde. “Na honrosa missão da Câmara Municipal de representar o conjunto da população de São Carlos, expressamos o que cada um dos habitantes da nossa cidade gostaria de expressar: o agradecimento e incondicional apoio às profissionais das unidades de Saúde, que realizam um infatigável trabalho para preservar a vida e ao mesmo tempo oferecer uma diuturna demonstração de empatia e amor ao próximo”, declarou.

HOMENAGEADAS - Na oportunidade foram homenageadas as seguintes profissionais de saúde indicadas pelos vereadores: Adriana de Arruda Prado (Chefe de Seção de Apoio e Atenção Especializada, da Secretaria Municipal de Saúde), Andrea Cogo (Médica da UPA da Vila Prado), Angela Aparecida de Godoi Madeira (Enfermeira do Hospital Universitário UFSCar e da UPA Santa Felícia), Crislaine Aparecida Antonio Mestre (Diretora da Vigilância Epidemiológica do Município), Denise Aparecida Braga (Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde), Eliane Mendonça da Silva (Enfermeira da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos), Flávia Trevisan Figueiredo (Enfermeira da UPA Santa Felícia), Isabel de Matos Santos Ribeiro (Enfermeira do Serviço de Atendimento Multidisciplinar Domiciliar SAD, de São Carlos), Janete Akamine (Gerente Assistencial Hospitalar da UNIMED São Carlos), Josineide Dantas de Farias (Enfermeira da UBS Vila Nery), Katia Spiller (Enfermeira da Vigilância Epidemiológica de São Carlos), Maiara Costa Spadacini (Enfermeira do Pronto Atendimento no São Francisco Saúde São Carlos), Neusa das Graças Pereira de Souza (Auxiliar de Enfermagem da UBS da Aracy), Siumeria de Cassia Carneiro Silva (Enfermeira da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e também do SAMU), Tamara Rodrigues da Silva Destro (Fisioterapeuta da UTI-COVID da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos), Valéria Cristina Gabassa (Gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário UFSCar) e Vanessa Soriano Barbuto (Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Saúde).

Vanessa Soriano Barbuto, em nome de todas as mulheres homenageadas, fez um discurso de agradecimento, destacando que os vereadores têm sido parceiros nas atividades da Secretaria de Saúde, compreendendo as dificuldades e fazendo o possível para ajudar. “O dia 8 de março pode já ter passado, mas nunca é tarde para homenagear aquelas que dia a dia não somente lutam nas batalhas mais difíceis e nos desafios do cotidiano, mas lutam e não desistem, e perseveram e conquistam. E por fim, encantam por seu esforço e vontade de vencer”, afirmou.

JURANDYRA FEHR – O nome dado ao prêmio recebido pelas mulheres é uma homenagem a uma cidadã de notáveis feitos na sociedade são-carlense. Jurandyra Fehr esteve durante 47 anos à frente da União Cívica Feminina, entidade voltada a incentivar o civismo e dedicada a ações de benemerência, uma das primeiras organizações do gênero em nível nacional. “Foi uma mulher que fez a diferença na sociedade e deixou um legado de grandes ações de solidariedade e companheirismo. É pelo exemplo dela que manifestamos o nosso profundo reconhecimento às homenageadas desta noite”, destacou o vereador Robertinho Mori.

Em razão das medidas restritivas para evitar a propagação da Covid-19a solenidade foi realizada de forma online. É possível ter acesso ao vídeo do evento no Youtube (youtube.com/user/camarasaocarlos) e no Facebook (facebook.com/camaramunicipaldesaocarlos) da Câmara, bem como no site do Legislativo (camarasaocarlos.sp.gov.br), na aba Sessões.

SÃO CARLOS/SP - O vereador Lucão Fernandes (MDB) defendeu a importância da discussão sobre a implantação na rede municipal de saúde, do tratamento precoce contra a Covid-19. O tratamento é composto por medicamentos como a hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina.

Durante a sessão da Câmara Municipal realizada na terça-feira (23), Lucão declarou que a importância da discussão do tratamento alternativo decorre do agravamento da pandemia em São Carlos e em razão das dificuldades que os hospitais já estão enfrentando na aquisição de medicamentos.

“Estamos passando por um momento muito difícil por conta dessa pandemia, existe uma movimentação muito grande em todo o Estado e, São Carlos não é diferente. Encontramos dificuldades para ampliar novos leitos, aquisição de respiradores, falta de medicamentos para intubar os pacientes, e a preocupação com oxigênio, alertada por este vereador em janeiro. Acompanhamos a evolução da pandemia e as movimentações para tentar contê-la, mas eu não quero gerar conflitos, pelo contrário, sempre trabalhei para que conflitos fossem desfeitos de uma forma muito harmônica, só que nós estamos vendo hoje um posicionamento favorável de uma parte da classe médica em relação ao tratamento precoce”, argumentou.

Lucão citou apontamento da classe médica que é favorável ao tratamento precoce, que a seu ver poderia ser oferecido como uma forma alternativa aos pacientes que se deslocam aos locais de atendimento com suspeita de Covid-19, por exemplo, o Centro de Atendimento e Triagem de Síndrome Gripal, instalado no Ginásio Milton Olaio Filho.

“Segundo relatos desses profissionais de saúde, devido à alta da demanda por exame, o tempo para o resultado é muito longo, por isso consideram a necessidade de já iniciar o tratamento precoce por se tratar de uma doença que o quadro evolui muito rápido”, declarou.

O vereador fez questão de frisar que seu apoio ao tratamento alternativo está amparado nas opiniões desses médicos renomados. “Como nós iremos questionar? Como colocar em dúvida a opinião desses médicos? Não sou eu que estou falando isso, é uma classe de médicos distribuídos em nosso país que estão adotando esse tipo de procedimento e segundo eles, o resultado é bastante positivo”.

Lucão citou a importância da discussão do assunto e mencionou que algumas cidades já disponibilizam esse tratamento em sua rede pública de saúde, como Ilha Bela (SP), Porto Feliz (SP), Chapecó (SC), Macapá (AP), São Lourenço (MG), entre outras que vem obtendo resultados satisfatórios.

SÃO CARLOS/SP - O presidente da Câmara Municipal de São Carlos, vereador Roselei Françoso, agendou para esta sexta-feira (26), às 19h, uma sessão solene online em comemoração ao Dia Internacional da Mulher na qual serão prestadas homenagens às profissionais da Saúde que exercem funções de extrema importância no Município no enfrentamento à pandemia de COVID-19.

Em razão das medidas restritivas para evitar a propagação da doença, a população não terá acesso ao plenário, mas poderá acompanhar a solenidade, que será transmitida ao vivo pelo Canal 8 da Net, online via Facebook e canal do Youtube, por meio da página oficial da Câmara Municipal.

Na oportunidade serão homenageadas  Adriana de Arruda Prado (Chefe de Seção de Apoio e Atenção Especializada, da Secretaria Municipal de Saúde), Andrea Cogo (Médica da UPA da Vila Prado), Angela Aparecida de Godoi Madeira (Enfermeira do Hospital Universitário – UFSCar  e da UPA Santa Felícia), Crislaine Aparecida Antonio Mestre (Diretora da Vigilância Epidemiológica do Município), Denise Aparecida Braga (Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde), Eliane Mendonça da Silva (Enfermeira da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos), Flávia Trevisan Figueiredo (Enfermeira da UPA Santa Felícia), Isabel de Matos Santos Ribeiro (Enfermeira do Serviço de Atendimento Multidisciplinar Domiciliar – SAD, de São Carlos), Janete Akamine (Gerente Assistencial Hospitalar da UNIMED São Carlos), Josineide Dantas de Farias (Enfermeira da UBS Vila Nery), Katia Spiller (Supervisora da Vigilância Epidemiológica de São Carlos), Maiara Costa Spadacini (Enfermeira do Pronto Atendimento no São Francisco Saúde São Carlos), Neusa das Graças Pereira de Souza (Auxiliar de Enfermagem da UBS da Aracy), Siumeria de Cassia Carneiro Silva (Enfermeira da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e também do SAMU), Tamara Rodrigues da Silva Destro (Fisioterapeuta da UTI-COVID da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos), Valéria Cristina Gabassa (Gerente de Atenção à Saúde  do Hospital Universitário – UFSCar) e Vanessa Soriano Barbuto (Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Saúde).

A realização da solenidade anual alusiva ao Dia Internacional da Mulher no Legislativo são-carlense atende à Lei Municipal No. 14.429, de 28 de março de 2008.

SÃO CARLOS/SP - Sabedoria popular tem a solução pro caos na saúde, na economia, na política e na educação. O povo sabe das coisas, já dizia a minha avó. Sabe mesmo?

O vizinho da esquerda diz que tem que abrir tudo e deixar o povo trabalhar, o da direita já acha que tem que fechar tudo. E sabe que os dois têm argumentos bons, cada um defendendo o seu ponto de vista?

Pro médico parece que o que importa agora é não deixar ninguém morrer de COVID. Já o economista que as pessoas consigam continuar vivendo (ou sobrevivendo)...

Tem quem ache que o médico está certo, só não sabe dizer como o povo vai fazer pra conseguir continuar pagando a prestação da casa afinal, pra obedecer ao “FIQUE EM CASA” tem que ter uma casa pra ficar. E como fazer o pedido do mês? Afinal, as pessoas continuam comendo e usando papel higiênico...

Agora, se o economista é quem está certo, então ele bem que podia trabalhar como voluntário ajudando as equipes de saúde que atendem os pacientes de COVID. Talvez ele consiga não se abalar tanto com o sofrimento dos pacientes que respiram com tanta dificuldade.

Um sistema de saúde público não sucateado garantiria boas condições de atendimento e não estamos falando só dos pacientes de COVID, mas dos com dengue, zica, chikungunya, AVC, infarto, câncer, H1N1, dos que precisam de fisioterapia pra se recuperar de uma lesão ou derrame e por aí vai.

Pro professor é crime voltar às aulas presenciais nas atuais condições de trabalho. Se o professor, conhecedor da realidade do dia a dia nas escolas, está certo então por que não defenderam com o mesmo empenho as melhorias de condições de trabalho e de gestão pública pra garantir uma educação de qualidade e com segurança aos alunos da rede pública?

Pra alguns pais, que têm que sair de casa pra trabalhar, o perigo maior é deixar os filhos sozinhos em casa, na casa da vó ou sabe-se lá onde. Estes pais têm algum grau de razão, e nem precisa do Conselho Tutelar pra ver isso.

Numa coisa pais e professores estão de acordo: a qualidade de ensino caiu muito com a pandemia – que tipo de médico, de advogado, de gestor público, de político, de chefe de família essa geração vai ser?

Se na fila interminável do banco, tem quem ache que a solução pro caos é derrubar o Dória, na mesma fila tem quem ache que o a culpa é do Bolsonaro - e também tem aqueles que acham que é tudo golpe de esquerda e a solução é derrubar o STF (Supremo Tribunal Federal).

O fato é que por muitos anos houve falhas de gestão dos serviços públicos a nível Federal, Estadual e Municipal.

Da mesma forma, quem tinha que fiscalizar também falhou. Falamos aqui de Senadores, Deputados Federais e Estaduais e de Vereadores também. A estes cabem a fiscalização do que os Executivos (Governo Federal, Estadual e Municipal) fazem.

Não seria absurdo pensar que muitos foram coniventes ou seja: sabendo de algo negativo estava sendo feito por outros e não fizeram nada para impedi-lo, embora pudessem fazê-lo.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) define saúde como sendo: “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como ausência de doença ou enfermidade”.

Não é só uma questão de não morrer de COVID e nem só de viver do jeito que quiser pra depois morrer de COVID. Ter saúde é viver com qualidade. É ter saúde, segurança, educação, emprego, moradia, alimentação, lazer, cultura, respeitar e ser respeitado!  

Pra que a gente possa seguir em frente, basta que cada um siga o que rege a Constituição Federal. Quando isso acontecer, não haverá divergência entre o vizinho da direita e o da esquerda – e o do meio terá, pra começar, “Pão e Paz” e um dia terá a tão sonhada saúde tal qual a define a OMS.

 

Escrito por: Elaine La Serra é funcionária pública municipal, técnica em segurança do trabalho, mãe, esposa, sensível à causa animal e adora um dedinho de prosa.

SÃO CARLOS/SP - São Carlos chegou às 20 mil imunizações em primeira dose contra a COVID-19. Com 20.271 primeiras doses aplicadas, a cidade está neste momento, na 19ª colocação a nível estadual de imunização, o que a coloca entre os 0,3% municípios paulistas que mais imunizaram numericamente sua população com ao menos uma dose da vacina contra o novo coronavírus. Os dados foram extraídos a partir das informações disponibilizadas pelo Governo do Estado, através da plataforma “Vacinômetro”.

Pensando na projeção populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é de 254.484 habitantes para São Carlos em 2020, isto representa que 7,96% da população local já recebeu a primeira dose do imunizante Coronavac ou AstraZeneca na cidade.

8.219 pessoas, entre idosos e profissionais de saúde, também foram imunizadas com a segunda dose, ou seja, 3,22% da população recebeu as duas aplicações, resultando em 28.490 doses totais aplicadas na cidade nesta quarta-feira (17/03)

Já as demais 12.052 pessoas, que receberam apenas a primeira dose, apenas aguardam o intervalo recomendado pelo fabricante de cada imunizante para receber a segunda aplicação e integrar este grupo de imunização completa.

De acordo com a diretora do Departamento de Gestão e Cuidado Ambulatorial (DGCA), Denise Braga, os números assinalam o empenho da Secretaria Municipal de Saúde em vacinar a população com agilidade e seguindo as normas operacionais, como forma de reduzir o agravamento da pandemia na cidade.

“Estamos fazendo todos os esforços para que possamos vacinar a população o mais rápido possível, pois entendemos ser a vacinação uma estratégia para mitigar a contaminação pelo vírus. Porém, dependemos da quantidade de doses de vacinas que são disponibilizadas para o município para dar prosseguimento à campanha de vacinação”, comenta a diretora.

Por outro lado, o avanço da imunização não implica relaxamento da circulação da COVID-19, precisando toda a população unir esforços para que a retomada das atividades econômicas e sociais aconteça o quanto antes.

“É importante a população entender e continuar contribuindo com as ações para evitar a disseminação do vírus e o contágio, que tem sido crescente, ou seja, evitar aglomerações, manter o distanciamento social, usar máscaras, higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool-gel e sair de casa somente se necessário. É preciso reunir esforços de todos os setores da sociedade, assim como da comunidade científica, dos gestores, dos profissionais de saúde e também da população no combate ao vírus produtor da COVID-19”, finaliza Denise Braga.

SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura Municipal de São Carlos, adota a partir da próxima segunda-feira (15), as medidas da “Fase Emergencial” do Plano São Paulo de combate ao coronavírus. Com o objetivo de ampliar o distanciamento social e reduzir a circulação de pessoas devido ao atual nível de contaminação da COVID-19 e de ocupação de leitos de UTI/SUS em hospitais da cidade, a nova medida que restringe as atividades essenciais das 20h às 5h, segue até o próximo dia 30. Sendo assim, seguindo as determinações do estado fica estabelecido a nível municipal as seguintes restrições e deliberações:

Administração Direta e Indireta da Prefeitura: Funcionamento com horário reduzido das 8h às 13 horas, sem agendamento para o atendimento presencial;

Sistema de estacionamento Área Azul: Cobrança de tarifa normal de segunda a sexta das 9h às 18h e aos sábados das 9h às 13h.

Feiras Livres: Funcionamento permitido das 5h às 20h.

Serviços Integrados do Município (SIM): Fechado para o atendimento ao público, com prazo de pagamento de impostos prorrogados para depois de 30 de março. Demais serviços continuam disponíveis no site da Prefeitura no www.saocarlos.sp.gov.br no link SIM ONLINE.

Rede Municipal de Ensino: Continua somente a distância;

De acordo com a secretária de Gestão de Pessoas, Helena Antunes, dentro do Plano São Paulo, existem determinações que são do próprio município. “Como as atividades exercidas pela Prefeitura são consideradas essenciais, a jornada de trabalho dos servidores públicos continua sendo regida pelo decreto 42/2021, sendo assim, eles continuam com o trabalho presencial e horário já estabelecido pela fase vermelha, ou seja, das 8h às 13h. O que muda, é que a partir do novo anúncio do Governo do Estado, está proibido o atendimento presencial, privilegiando as demandas internas. Não podemos parar o departamento de compras, precisamos continuar fornecendo insumos, equipamentos e medicação para o enfrentamento a COVID-19. O departamento de Licitações é outro que também não pode parar neste momento”, explica secretária.

Por uma determinação judicial, a cidade de São Carlos é obrigada a seguir o que determina o Plano São Paulo no combate ao coronavírus. Sendo assim, a partir do anúncio feito pelo governador do estado, João Dória, na última quinta-feira (11/03), a qual coloca todo o estado em “Fase Emergencial”, os munícipes devem aderir o restrição de horário na circulação de pessoas das 20h às 5h, sendo as atividades econômicas obrigadas a seguirem as seguintes determinações:

Escritórios em Geral e Atividades Administrativas: Obrigatoriedade de teletrabalho (home office);

Comércio de Material de Construção: Proibido o funcionamento e atendimento presencial, mas ficam liberados os serviços de retirada por clientes com veículo (drive thru) e entrega na casa do comprador (delivery);

Estabelecimentos Comerciais (Comércio em Geral): Somente entrega (delivery) e retirada de automóvel (drive thru), com proibição de retirada de produtos no local;

Restaurantes e bares: Somente retirada de automóvel (drive thru) e entrega (delivery), com proibição de drive thru após às 20h, mantendo o sistema delivery de entrega após esse horário;

Supermercados: Recomendação de escalonamento de horário para os funcionários utilizarem o transporte público para se deslocarem até ao trabalho, com horário e funcionamento somente até às 20h;

Mercearias e Padarias: Mercearias e padarias podem funcionar seguindo as regras de supermercados, com proibição de consumo no local, e horário de funcionamento até as 20h;

Educação Estadual e Privada: Recesso da rede estadual por 15 dias, com recomendação para que escolas municipais e privadas sigam o mesmo procedimento;

Comércio de Produtos Eletrônicos: Somente entrega (delivery) e retirada de automóvel (drive thru), com proibição de retirada de produtos no local.

Serviço de Tecnologia da Informação: Obrigatoriedade de teletrabalho (home office);

Hotelaria: Proibição de funcionamento de restaurantes, bares e áreas comuns dos hotéis. Alimentação permitida somente nos quartos;

Esportes: Atividades coletivas profissionais e amadoras suspensas.

Telecomunicações: Teletrabalho (home office) obrigatório para funcionários de empresas de telecomunicação;

Atividades Religiosas: Proibição de realização de atividades coletivas como missas e cultos, mas permissão para que templos, igrejas e espaços religiosos fiquem abertos para manifestações individuais de fé;

Farmácias e Postos de Combustíveis: Permitido o funcionamento sem a restrição de horário.

A partir das novas determinações do Governo do Estado com a “Fase Emergencial”, o secretário de Segurança Pública, Samir Gardini, garante que o município irá redobrar a atenção e aumentar os turnos da força tarefa. “Evidentemente que a gente sempre prioriza as aglomerações e festas, mas a partir de agora teremos mais essa demanda que são as restrições do comércio e da circulação de pessoas após 20 horas. Para o bem da sociedade diante a crise em saúde causada pela pandemia, vamos fiscalizar e fazer as intervenções necessárias, para que a gente consiga uma considerável redução no fluxo de pessoas. Apesar de não existir legislação quanto a proibição da circulação de pessoas, pedimos consciência da população quanto a real necessidade em sair para a rua diante ao grave estágio de pandemia que atualmente vivenciamos”, reforçou o secretário que também solicitou que a população continue ajudando na força tarefa com denúncias pelo telefone 153.

Atualmente a cidade de São Carlos registra mais de 11.000 casos positivos de Coronavírus, com mais de 160 mortes e 100% na ocupação dos leitos dos hospitais há mais de uma semana, situação que não é diferente de outras cidades da região e do estado. Diferente da realidade de há 1 ano, quando a pandemia foi decretada, o secretário Municipal de Saúde, Marcos Palermo, atribui o grande crescimento de casos positivos aos descuidos das pessoas, o que vem se acontecendo desde a época do Natal e também da nova CEPA da COVID-19, que apesar de ainda não confirmada no município, está circulando em outras cidades da região. “A cidade de São Carlos sempre foi referência em ações contra o coronavírus e pandemia, na verdade o que acontece hoje é que temos uma nova performance viral, o vírus ganhou força ao passo de que no ano passado as pessoas ficavam internadas em média 5 dias, hoje esse tempo ultrapassa 30 dias, gerando muito mais mortes por sua agressividade. Todo o sistema de saúde do estado está colapsado por falta de leitos”.

Desde o início da pandemia, São Carlos segue todas as fases determinadas pelo Plano São Paulo no combate ao coronavírus, o vice-prefeito Edson Ferraz lembrou, que os cuidados devem ir além do que determina o plano e de ações judiciais. “É um momento de preocupação e de maior responsabilidade de todos, a lei que nos obriga a seguir o Plano São Paulo está no papel, mas a conscientização sobre a gravidade da doença e o cumprimento dos protocolos sanitários devem estar nas ações, no dia a dia de cada um de nós. Todos precisam agir de acordo com as determinações da ciência”.

“Há 1 ano quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a COVID-19 como uma pandemia, fomos o primeiro município da região a assinar um decreto com medidas de combate ao coronavírus. Desde então, estamos nos esforçando ao máximo para combater a doença e fazendo tudo que é recomendado cientificamente. O que o município, a região e o Brasil vivem hoje é muito triste, mas não estamos dormindo. Estamos nos desdobrando e reforçando a cada dia os nossos cuidados para melhor atender a população, que não é um trabalho fácil. Peço a ajuda de todos com a gravidade da doença, pois só a Prefeitura sem a ajuda e conscientização da população, não dará conta”, enfatizou o prefeito Airton Garcia.

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