SUÍÇA - A Suíça demonstrou disponibilidade, na terça-feira (19), para oferecer imunidade ao presidente russo, Vladimir Putin, com a condição de que ele compareça a uma conferência de paz no país. Há um mandado de prisão pendente contra Putin, expedido pelo Tribunal Penal Internacional.
A garantia foi manifestada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros suíço, Ignazio Cassis.
No ano passado, o governo suíço definiu novas regras sobre imunidade concedida a indivíduos com mandado de detenção internacional em aberto, caso a pessoa esteja viajando ao país no âmbito de uma conferência de paz.
A medida não se aplica a deslocamento "por motivos pessoais", disse Cassis, durante uma conferência de imprensa conjunta com seu homólogo italiano, Antonio Tajani, em Berna.
Em 2023, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra o chefe de Estado russo pelo "rapto de crianças ucranianas" das regiões da Ucrânia, invadida pelas tropas de Moscou, e que foram deportadas para territórios na Rússia.
As declarações da diplomacia de Berna surgiram um dia depois do encontro entre presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Washington.
por Agência Brasil
RÚSSIA - Viralizaram nos últimos dias nas redes sociais cenas do evento de apresentação do meia Gerson no Zenit, da Rússia, com o jogador surgindo no palco com uma expressão aparentemente surpresa diante de toda a festa com fogos e dançarinas que ocorria em seu entorno.
Mais do que a cara de poucos amigos do meio-campista da seleção brasileira, a cena representa o interesse crescente de clubes russos no futebol sul-americano, em particular a partir do início da guerra na Ucrânia.
Nas últimas quatro janelas de transferência desde fevereiro de 2022, quando o exército de Vladimir Putin invadiu o território ucraniano, os times russos investiram cerca de R$ 1,5 bilhão -em valores corrigidos pela inflação- para tirar 52 atletas que se destacaram por equipes da América do Sul.
Nas quatro janelas imediatamente anteriores, os gastos haviam sido de R$ 830 milhões, envolvendo dez atletas.
Contribuíram para a movimentação crescente de equipes russas em direção aos clubes sul-americanos as sanções econômicas impostas por países da União Europeia, com as portas se fechando para a negociação de atletas com os pares europeus.
Segundo Mateus Silveira, advogado e professor especialista em Direito Internacional, embora não existam sanções econômicas diretamente aos clubes russos, há uma série de medidas que faz com que empresas e times da UE evitem fazer negócios com o país.
Entre elas, a exclusão de bancos russos do sistema internacional financeiro chamado Swift, o congelamento de ativos e as restrições de acesso ao mercado de capitais.
"Magnatas russos também foram impedidos de ter negócios na Europa, como times de futebol. Um dos exemplos é do atual campeão do mundo, o Chelsea, que era de um russo [Roman Abramovich] que teve todos os seus ativos congelados na Inglaterra e foi obrigado a vender o clube com a supervisão do governo inglês."
Gerson conduz a bola durante partida entre Zenit e Rubin Kazan pelo Campeonato Russo Reprodução/FC Zenit no X A imagem mostra dois jogadores de futebol em um campo. O jogador à esquerda está vestindo uma camisa azul clara com o número 9 e parece estar em movimento, enquanto o jogador à direita está usando uma camisa marrom com detalhes em vermelho e o número 5. O fundo da imagem mostra uma arquibancada com espectadores e uma tela publicitária. Regras excepcionais no regulamento de transferências da Fifa também passaram a prever que atletas ou técnicos estrangeiros vinculados a clubes russos ou ucranianos pudessem se desvincular, por meio da suspensão unilateral de seus contratos.
Sob o mecanismo da Fifa, as equipes passaram a sofrer com diversas saídas de atletas. O atacante Yuri Alberto e o lateral Ayrton Lucas foram emprestados por Zenit e Spartak Moscou para Corinthians e Flamengo, respectivamente, enquanto o zagueiro Vitão e o meia Pedrinho, então no Shakhtar Donetsk, migraram para Internacional e Atlético Mineiro.
Para conseguir repor as saídas e reforçar seus elencos, os times russos tiveram de voltar seu foco para a América do Sul.
Nas janelas visando as temporadas 2023/24 e 2024/25, os clubes russos chegaram a bater o recorde de investimentos para tirar atletas de equipes sul-americanas.
Segundo dados do site Transfermarkt, foram 17 contratações em cada uma das janelas, com um investimento total somado de aproximadamente R$ 1 bilhão.
"A redução do volume de transferências de jogadores de clubes europeus para a Rússia e o aumento do número de jogadores sul-americanos se transferindo para o país podem estar mais associadas a outros fatores derivados da própria guerra, como as restrições de fluxo financeiro e as barreiras comerciais impostas pela UE", afirmou Marcel Belfiore, especialista em Direito Desportivo e sócio do Ambiel Bonilha Advogados.
Na atual janela, que segue aberta até 11 de setembro, Gerson foi a contratação mais cara, com o Zenit desembolsando 25 milhões de euros (R$ 162,5 milhões) para tirar o meia do Flamengo.
Vêm na sequência o lateral-esquerdo argentino Román Vega, que deixou o Argentinos Juniors por 7,7 milhões de euros (R$ 50 milhões), também rumo ao Zenit, e a joia de Cotia Matheus Alves, negociado pelo São Paulo junto ao CSKA por 5,1 milhões de euros (R$ 33,1 milhões).
Na janela anterior, o Zenit também já havia sido o responsável por levar Luiz Henrique, um dos destaques do Botafogo campeão brasileiro e da Copa Libertadores. O desempenho no alvinegro levou o atacante até a seleção, mas ele ainda não voltou a ser chamado desde a transferência para a Rússia.
Apesar da mudança para o futebol russo deixar o jogador mais longe dos holofotes, o ex-volante Dudu Cearense discorda daqueles que acreditam que atuar no país elimina as chances de o atleta ser lembrado pelo técnico da seleção brasileira.
Com uma passagem de quase quatro anos pelo CSKA de Moscou, entre 2005 e 2008, ele seguiu no período sendo chamado para defender a amarelinha, tanto por Carlos Alberto Parreira quanto por Dunga.
"Alguns me chamavam de maluco quando me transferi [para o CSKA]. Os primeiros seis meses foram muito difíceis para me adaptar à cultura, ao frio, mas depois tive uma boa experiência", disse à Folha o ex-jogador, que hoje atua no mercado financeiro à frente do escritório Okto Investimentos, com cerca de R$ 100 milhões sob aconselhamento.
Superadas as dificuldades iniciais na capital russa, Dudu se estabeleceu no meio de campo de um time que ainda contava com os brasileiros Daniel Carvalho e Vágner Love, também convocados para a seleção durante a passagem pelo CSKA. "Desbravamos um mercado em que poucos acreditavam."
Pelo clube, foram 97 partidas e oito gols, com a conquista do bicampeonato da liga russa, da Copa e da Supercopa da Rússia, além de participações na Champions League.
Segundo o ex-volante, o jogador pode acabar tendo mais chance de ser convocado se fizer parte de um time campeão na Rússia do que jogando na Espanha ou na Itália, mas em uma equipe que costuma oscilar no meio da tabela.
"Um atleta como o Gerson poderia esperar mais um ano, até a Copa [de 2026], para depois buscar a transferência para um grande centro? Pode ser, mas e se no meio do caminho ele tiver uma grave lesão? A gente não sabe...um ano pode ser uma eternidade no futebol", afirmou Dudu.
Ele acrescentou que, por causa dos investimentos para a Copa do Mundo na Rússia, em 2018, hoje os jogadores contam com estruturas muito acima daquelas à disposição em sua época, com estádios e centros de treinamento modernos e gramados de boa qualidade.
"Independentemente da guerra, não tem violência no país. As ruas em Moscou são todas controladas por câmeras", afirmou Dudu, que esteve recentemente na cidade em homenagem promovida pelo CSKA a ex-jogadores que fizeram história pelo clube.
Diretor da Roc Nation Sports no Brasil, empresa que gerencia a carreira de jogadores como Vinicius Junior, Endrick e Gabriel Martinelli, Thiago Freitas afirmou que a maioria dos atletas aspira convocações interessados principalmente na sua valorização e nos ganhos monetários que terão no futuro.
"Se eles podem obter ganhos maiores do que esperavam ter com as convocações, não existe razão para recusarem essas ofertas."
Ele acrescentou que, sabendo que a carreira tem prazo de validade relativamente curto, os jogadores tendem a adotar uma postura bastante pragmática.
"Suas maiores prioridades costumam ser quanto dinheiro poderão ganhar e quanto dinheiro terão ao se aposentar."
"É verdade que os salários e premiações que as equipes ofertam são tentadoras, mas não acho que seja apenas isso que faça com que os jogadores tenham o desejo de atuar lá", afirmou Claudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management Brasil, empresa que gerencia a carreira do técnico Simone Inzaghi e do atacante Lukaku.
"As condições do país e de estrutura são tão ricas quanto de outros países europeus."
Jogadores mais caros da América do Sul comprados por times russos
Luiz Henrique - 33 milhões de euros
Gerson - 25 milhões de euros
Yuri Alberto - 25 milhões de euros
Artur - 15 milhões de euros
Claudinho - 12 milhões de euros
Luciano Gondou - 12 milhões de euros
por Folhapress
COREIA DO NORTE - Coreia do Norte forneceu cerca de 6,5 milhões de projéteis de artilharia de diversos calibres à Rússia para apoiar seu conflito na Ucrânia, além de 600 lançadores de mísseis e sistemas de armas, segundo informou a agência de inteligência ucraniana FISU (Foreign Intelligence Service of Ukraine).
A FISU descreveu a Coreia do Norte como o “principal fornecedor estrangeiro de munições para quase todos os sistemas de artilharia da Rússia”.
O relatório da FISU detalha que os fornecimentos incluem cerca de 600 peças de artilharia, morteiros e sistemas de mísseis, com alcances variados e diferentes níveis de poder destrutivo. Os armamentos entregues englobam os mísseis balísticos de curto alcance KN‑23 e KN‑24, os lançadores múltiplos de foguetes KN‑25, além de diversos veículos lançadores (TEL – Transporter Erector Launchers).
De acordo com um representante da FISU, “apesar de alguns modelos da artilharia norte-coreana serem menos eficazes e mais difíceis de manter, a cooperação no campo técnico-militar entre a Coreia do Norte (DPRK) e a Rússia é mutuamente benéfica”. Ele afirmou que “a DPRK tem a oportunidade de testar e aperfeiçoar suas armas em condições de combate modernas, enquanto a Rússia compensa suas perdas no front”.
Anteriormente, autoridades de inteligência militar da Coreia do Sul estimaram que a Coreia do Norte já havia fornecido à Rússia mais de 12 milhões de projéteis até meados de julho. A discrepância entre os números pode indicar diferenças metodológicas ou atualizações nos dados coletados.
Contexto do envio
O envio em larga escala de armamentos norte-coreanos indica uma intensificação da cooperação militar entre Moscou e Pyongyang. A Rússia, enfrentando dificuldades para manter sua capacidade de fogo no conflito prolongado com a Ucrânia, teria se valido das remessas para suprir perdas crescentes nas linhas de frente.
Durante manobras com artilharia, Kim Jong-un orientou os militares norte-coreanos a manterem prontidão para um eventual confronto. A declaração ocorre em meio à aliança estratégica com Moscou e ao envio de tropas e armas da Coreia do Norte para a guerra na Ucrânia
Para a Coreia do Norte, a participação indireta na guerra oferece uma oportunidade estratégica: testar armas em combates reais e fortalecer sua relação com um dos principais aliados no cenário geopolítico. A FISU ressaltou que, mesmo com modelos menos sofisticados, o intercâmbio técnico permite que a Coreia do Norte avance em desenvolvimento militar.
Implicações para a segurança global
Em discurso na Coreia do Norte, Sergei Lavrov afirmou que soldados norte-coreanos lutaram ao lado das forças russas na reconquista da região de Kursk. Esta é a primeira confirmação oficial do Kremlin sobre a presença militar de Pyongyang no conflito contra a Ucrânia
Notícias ao Minuto | 06:00 - 12/07/2025
Analistas internacionais já expressaram preocupação com o aumento de sistemas de longo alcance nos arsenais russos e o potencial de intensificação dos ataques na Ucrânia. A confirmação de envolvimento norte-coreano pode gerar novas discussões sobre sanções, medidas diplomáticas e fiscalização de exportações de armas.
Próximos passos
Com a divulgação dos dados pela FISU, governos ocidentais e aliados da Ucrânia monitoram a situação com atenção. A intervenção direta da Coreia do Norte no conflito deve provocar reações em fóruns internacionais e pode levar à adoção de sanções adicionais contra Pyongyang.
Líder norte-coreano recebeu o ministro russo Sergei Lavrov em encontro marcado por alianças militares. Além de armas, a Coreia do Norte já enviou soldados para apoiar Moscou na retomada de regiões tomadas pela Ucrânia em 2024.
Até o momento, a Rússia não emitiu comentário oficial sobre o conteúdo da denúncia ucraniana. Já a Coreia do Norte mantém tradicional silêncio sobre seus acordos militares, especialmente aqueles considerados sensíveis.
por Guilherme Bernardo
EUA - Na segunda-feira (14), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que irá impor "tarifas muito severas" à Rússia em 50 dias se não houver acordo para interromper a guerra na Ucrânia.
O presidente dos Estados Unidos fez a ameaça ao lado do secretário-geral da Otan, a aliança militar ocidental, Mark Rutte, no Salão Oval da Casa Branca.
Trump também disse durante coletiva de imprensa que está decepcionado com o presidente russo, Vladimir Putin. “Putin surpreende muita gente. Fala bonito, mas à tarde está bombardeando todo mundo. Isso é um problema, e eu não gosto disso”, disse.
Trump anuncia envio de mísseis Patriot à Ucrânia e mira Putin
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o país enviará sistemas de defesa antiaérea Patriot para a Ucrânia, em meio ao agravamento das tensões com a Rússia.
Segundo Trump, o envio do armamento faz parte de um acordo com a OTAN, que arcará com os custos dos equipamentos. Os mísseis Patriot estão entre os sistemas de defesa antibalística mais potentes das Forças Armadas americanas, usados para interceptar ataques lançados por terra e ar.
por Rafael Damas
UCRÂNIA - "É vital que a resposta a este ataque russo, tal como a outros ataques semelhantes, não seja o silêncio do mundo, mas uma ação concreta. Uma ação da América, que tem o poder de obrigar a Rússia à paz. Uma ação da Europa, que não tem outra escolha senão ser forte", escreveu Zelensky numa mensagem publicada nas redes sociais.
Segundo Zelensky, que insistiu na aplicação de novas sanções contra Moscou "para forçar a paz", a Rússia lançou, durante a noite passada, 315 'drones' contra a Ucrânia, entre os quais 250 aparelhos não tripulados 'kamikaze' 'Shahed', e sete mísseis.
Os bombardeamentos atingiram sobretudo as cidades de Kiev e Odessa.
"O de hoje foi um dos maiores ataques contra Kiev, Odessa, bem como contra as regiões de Dnipro e Chernihiv", afirmou Zelensky, explicando que os 'drones' e os mísseis, entre eles dois mísseis balísticos norte-coreanos, provocaram danos em edifícios residenciais e em infraestruturas urbanas.
Segundo o chefe de Estado ucraniano, uma maternidade em Odessa foi um dos alvos do ataque russo da noite passada, que causou vários mortos e pelo menos 13 feridos, embora os números estejam ainda por por serem confirmados, segundo reportou a agência espanhola EFE.
Já a agência Associated Press (AP) informou que os ataques provocaram dois mortos e 13 feridos, embora adiante que os números são provisórios.
Notícias ao Minuto Brasil
UCRÂNIA - No último fim de semana a Ucrânia realizou um grande e audacioso ataque às principais bases aéreas russas, deixando a imagem de Vladimir Putin arranhada perante o mundo, já que mostrou a fragilidade dos sistemas de proteção da Rússia. O serviço de segurança SBU da Ucrânia disse que atingiu quatro grandes bases aéreas russas, que abrigam em grande parte a frota de aviação de longo alcance do país.
O apresentador Vladimir Solovyov, um dos maiores apoiadores de Putin, cometou como o assunto está sendo tratado na Rússia e disse que a ação da Ucrânia é "motivo para um ataque nuclear".
Solovyov tem repetidamente enfatizado a questão das armas nucleares no discurso russo ao longo dos mais de três anos de guerra na Ucrânia, e levantou a ideia de um ataque nuclear aos países da OTAN. O apresentador também pediu que os soldados russos que filmaram as consequências dos ataques de domingo fossem executados, de acordo com uma tradução publicada pelo projeto Russian Media Monitor, dirigido pela jornalista Julia Davis.
Em uma declaração ameaçadora escrita para "todos os que estão preocupados e esperando por retaliação", Dmitry Medvedev , ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do conselho de segurança do país, disse na terça-feira: "Vocês precisam se preocupar".
"A retribuição é inevitável", acrescentou ele em uma publicação no aplicativo de mensagens Telegram.
Mais Tensão
O think tank Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), sediado nos EUA, disse que após a ação da Ucrânia, que Moscou aumentou seus ataques terrestres ao redor de Andriivka. A Rússia está "intensificando esforços para ampliar a linha de frente" no norte de Sumy, ao norte e nordeste da capital regional, acrescentou o think tank.
por Rafael Damas
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta terça-feira (27) que o homólogo russo, Vladimir Putin, "está brincando com fogo".
"O que Vladimir Putin não entende é que, se não fosse eu, muitas coisas muito más já teriam acontecido à Rússia. Ele está brincando com fogo", escreveu Trump na sua rede social, a Truth Social.
Donald Trump e o Kremlin têm trocado acusações, nos últimos dias, depois de a Rússia ter lançado grandes ataques com drones e mísseis contra a Ucrânia.
De acordo com a força aérea da Ucrânia, o país foi atingido, na madrugada de domingo, por um ataque de 367 projéteis, incluindo 69 mísseis e 298 drones, após outros ataques maciços na noite anterior.
Já na segunda-feira, o presidente norte-americano tinha afirmado que o russo "ficou completamente louco" e avisou que qualquer tentativa de conquistar todo o território ucraniano vai levar "à queda" da Rússia.
Contudo, o líder norte-americano também criticou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por "não fazer nenhum favor ao seu país ao falar da forma como fala".
Em resposta, a presidência russa disse que Putin toma as decisões necessárias para garantir a segurança do país e acredita que as afirmações do presidente dos Estados Unidos têm mais que ver com "emoções" do que com razão.
Vale lembrar que Trump reuniu-se há uma semana, por telefone, com o homólogo russo durante quase duas horas. Na altura, mostrou-se positivo e excluiu qualquer pressão adicional sobre Moscou.
por Notícias ao Minuto
UCRÂNIA - Pelo menos 25 pessoas ficaram feridas em ataques com drones russos contra as cidades ucranianas de Kiev, Mykolaiv e Nikopol na noite de quarta-feira (10), segundo informações divulgadas na quinta-feira pelos serviços de emergência da Ucrânia.
Em Mykolaiv, no sul do país, dez pessoas ficaram feridas depois que um drone atingiu um apartamento localizado em um prédio de cinco andares. Já na capital, Kiev, o prefeito Vitali Klitschko informou que três pessoas se feriram durante os bombardeios. A cidade foi alvo de múltiplas explosões, após os alarmes de ataque aéreo soarem por toda a madrugada. De acordo com autoridades locais, 16 dos 30 drones lançados contra Kiev foram derrubados pelas forças de defesa.
Em Nikopol, na região de Dnipropetrovsk, o governador Serhi Lisak afirmou que outras doze pessoas ficaram feridas em um ataque semelhante, também realizado com drones.
A Força Aérea da Ucrânia informou que a Rússia lançou 145 drones em todo o território ucraniano durante a noite. Unidades de defesa conseguiram interceptar 85 deles.
Do lado russo, Moscou alegou ter abatido 42 drones ucranianos em regiões do sul e oeste da Rússia, também durante a madrugada.
POR NOTÍCIAS AO MINUTO
RÚSSIA - Em reunião na terça-feira (22) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a presidenta do Banco do Brics, Dilma Rousseff, defendeu a ampliação do bloco e o aumento dos financiamentos em moedas nacionais, em substituição ao dólar.
Ex-presidenta brasileira, Dilma destacou que os países do Sul Global têm necessidades financeiras muito grandes e que há dificuldades para conseguir esses empréstimos.
“Tivemos investimentos bastante elevados, mas ainda não o suficiente para as necessidades dos países do Brics. Por isso é muito importante disponibilizar financiamento em moeda local através de plataformas específicas. O Novo Banco de Desenvolvimento [NBD] tem o compromisso de viabilizar não só financiamento em projetos soberanos, mas também em projetos da iniciativa privada”, afirmou Dilma Rousseff.
O Sul Global é o termo usado para se referir aos países pobres ou emergentes que, em sua maioria, estão localizados no Hemisfério Sul do planeta.
O presidente russo agradeceu a presença da presidente do NBD – o Banco do Brics – em Kazan, na Rússia, que recebe a 16ª cúpula do bloco entre esta terça (22) e quinta-feira (24). Além disso, Putin elogiou o trabalho da ex-presidenta do Brasil à frente da principal instituição financeira do grupo e defendeu o aumento do uso de moedas nacionais.
“Agradecemos muito o que você fez nos últimos anos. O aumento dos pagamentos em moedas locais permite reduzir as taxas de serviço da dívida, aumentar a independência financeira dos países-membros do Brics, minimizar os riscos geopolíticos e, tanto quanto possível no mundo de hoje, libertar o desenvolvimento econômico da política”, enfatizou Putin.
O mandatário russo destacou ainda que, desde 2018, o Banco do Brics financiou mais de 100 projetos totalizando mais de US$ 33 bilhões. Um dos objetivos do bloco tem sido o de aumentar o uso de moedas próprias no comércio entre os países membros, reduzindo a dependência do dólar.
Está prevista ainda na Cúpula do Brics a apresentação, por Dilma Rousseff, de um relatório com um balanço do NBD na quinta-feira (24), durante a sessão do Brics +, que deve reunir em torno de 32 representantes de países da Ásia, África e América Latina. Dilma preside o banco até julho de 2025.
Durante a reunião com Putin nesta terça-feira, a ex-presidenta brasileira ainda defendeu a expansão do bloco, que é um dos principais temas da cúpula atual na Rússia. “O Brics está agora em um processo de grande amadurecimento. Espero que possamos ter uma expansão maior dos países do Brics para os países do Sul Global e que possamos definir os novos rumos que devemos trilhar nos próximos anos”, completou Dilma Rousseff.
A cúpula deste ano deve definir os critérios para os países interessados ingressarem no bloco em uma nova modalidade, de membros associado. Existem cerca de 30 países que mostraram interesse em participar do Brics.
Lula
Putin também conversou por telefone nesta terça-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não pôde comparecer à cúpula devido a um acidente doméstico no último final de semana. Ambos lamentaram a ausência do chefe de Estado do Brasil, mas Lula prometeu participar da reunião dos países-membros por videoconferência.
O primeiro dia da Cúpula do Brics também contou com reuniões do presidente russo, Vladmir Putin, com os presidentes da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
LUCAS PORDEUS LEÓN - REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL
UCRÂNIA - O Parlamento da Ucrânia aprovou na terça (20) uma lei que mira banir a Igreja Ortodoxa Russa, maior denominação deste ramos do cristianismo no mundo, do país.
Com apoio de 265 dos 450 deputados, o texto proíbe que entidades religiosas associadas a países agressores continuem a operar na Ucrânia. É mais um passo de um cisma iniciado em 2019 e agravado pela invasão de Vladimir Putin do vizinho, três anos depois.
Ao longo da guerra, o governo de Volodimir Zelenski já havia denunciado a Igreja Ortodoxa da Ucrânia-Patriarcado de Moscou de ser uma base avançada para espiões russos e de divulgação de propaganda contra Kiev.
A reação de Moscou, tanto na igreja quanto no governo, foi a de chamar Zelenski, um judeu, de satanista e inimigo da fé. Agora, o presidente disse que a nova lei irá "fortalecer a independência espiritual" da Ucrânia.
Segundo pesquisa do Instituto de Economia de Kiev, em 2022 75% dos ucranianos se denominavam cristãos ortodoxos. Um minoria expressiva, de 8%, são católicos do rito grego e os restantes, divididos entre católicos romanos, judeus e outras religiões.
De 1686 a 2019, a Igreja Ortodoxa da Ucrânia era subordinada ao patriarca de Moscou. O atual ocupante da posição, Cirilo, é um importante aliado de Putin, a quem já chamou de "milagre de Deus". As relações entre Kremlin e a denominação são as mais intensas desde que os czares eram coroados pela mão dos líderes religiosos.
Quando era parte da União Soviética, a Ucrânia tinha também uma outra denominação, a Igreja Autocéfala Ortodoxa da Ucrânia, que sofria diversas perseguições. A liberdade do ocaso comunista de 1991 abriu caminho para um período de disputa.
A anexação da Crimeia em 2014, após um aliado de Putin ser expulso do poder em Kiev, e a guerra civil no leste do país levaram o governo em Kiev a patrocinar o ramo como o único legítimo do país.
Em janeiro de 2019, o Patriarcado de Constantinopla, considerado o centro do poder ortodoxo do mundo, reconheceu a nova igreja, gerando o maior cisma do mundo cristão desde a Reforma protestante do século 16.
Na prática, ficaram operando na Ucrânia a igreja ligada a Moscou e a nova denominação. Não há uma estimativa precisa de quantos fiéis cada uma tem, mas houve um processo de migração de comunidades: ao menos 1.100 paróquias mudaram para o novo Patriarcado de Kiev.
A guerra piorou as tensões, com a suspeita de que religiosos ligados a Moscou operavam como uma quinta-coluna dentro do país. "Esta é uma votação histórica. O Parlamento aprovou uma legislação que bane uma sucursal do país agressor na Ucrânia", escreveu no Telegram a deputada Irina Heraschenko, ligada a Zelenski.
O líder da igreja ligada a Moscou, metropolitano Klimenti, criticou a lei, dizendo que ela só visa o confisco de propriedade. Ele nega qualquer influência política do governo Putin na atuação de seus padres.
"A igreja vai continuar a viver como a igreja verdadeira, reconhecida pela vasta maioria dos fiéis", disse à TV Hromadske. A Igreja Ortodoxa Russa comanda cerca de 40% dos 300 milhões de aderentes a este ramo cristão no mundo, entre outras 14 denominações.
A guerra impactou a comunidade fora da Ucrânia. Cirilo rompeu com Bartolomeu, o patriarca de Constantinopla (nome antigo de Istambul, Turquia), que criticou a invasão russa. Apenas as igrejas da Sérvia, Bulgária e Síria mantiveram o apoio a Moscou.
Agora, os deputados ucranianos irão listar as paróquias que serão atingidas. Cada uma terá nove meses para decidir se quer fechar as portas ou migrar para a fé oficial de Kiev, uma medida que será denunciada como repressão religiosa na Rússia.
É mais uma dimensão da guerra. Putin já criticou Zelenski por perseguir religiosos ligados ao patriarcado moscovita, além de ter banido o ensino de língua russa em favor do ucraniano. Pouco menos de 20% da população do país é russa étnica, mas a proporção é majoritária na Crimeia e nas áreas ocupadas no leste e sul.
ZELENSKI DIZ QUE SITUAÇÃO É DIFÍCIL NO LESTE
No campo de batalha, a invasão ucraniana da região meridional russa de Kursk seguiu em banho-maria nesta terça, sem avanços significativos por parte das forças de Zelenski. Ao longo do fim de semana, elas destruíram três pontes para reter o apoio logístico dos militares russos na região, mas é incerto o fôlego que a surpreendente ofensiva ainda tem.
Ele é desafiado pelo avanço russo rumo a Pokrovsk, importante centro ferroviário em Donetsk (leste ucraniano). Nesta terça, Zelenski chamou a situação militar na cidade, que está sendo evacuada, de "difícil".
Do lado de Moscou, o ministro Andrei Belousov (Defesa) disse que está "cuidando pessoalmente" da invasão a Kursk, e que determinou a criação imediata de três grupos de Exército na região e em suas duas vizinhas, Belgorodo e Briansk.
As Forças Armadas de Kiev também divulgaram um balanço dos ataques aéreos russos desde a invasão de 24 de fevereiro de 2022. Foram, segundo os militares, 14 mil drones e 9.600 mísseis disparados contra o território ucraniano, ou uma média de 26 armamentos caindo sobre o país por dia.
POR FOLHAPRESS
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