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RÚSSIA - O Comite Olímpico Russo (ROC, na sigla em inglês) foi suspenso, por tempo indeterminado, e não poderá mais receber qualquer financiamento do movimento olímpico. A decisão, anunciada na quinta-feira (12) pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), ocorre após o ROC ter incluído, entre seus membros atletas de organizações desportivas de áreas invadidas por forças militares (Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia).

Em nota, o COI considera a atitude unilateral do Comitê Russo “uma violação à integridade territorial do Comitê Olímpico da Ucrânia, conforme reconhecido pelo COI, em conformidade com a Carta Olímpica”.

O Conselho Executivo do COI afirma também que ainda não decidiu sobre a participação atletas russos na Olimpíada de Paris 2024 e nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, em Milão e Cortino, na Itália.

Em março deste ano, o COI recomendou às federações internacionais que autorizassem atletas com passaporte da Rússia e de Belarus a participarem de competições internacionais como atletas neutros em modalidades individuais.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

 

UCRÂNIA - Pelo menos 51 pessoas, incluindo uma criança, morreram em um bombardeio russo, enquanto participavam de um velório em uma aldeia na região de Kharkiv, no leste da Ucrânia, um ataque com o qual uma funcionária da ONU se disse "horrorizada".

O bombardeio ocorreu por volta das 13h15 locais (7h15 no horário de Brasília) em Groza, uma aldeia de 330 habitantes no nordeste do país, disse o governador regional, Oleg Synegubov, no Telegram.

O ministro ucraniano do Interior, Igor Klymenko, afirmou que as vítimas se reuniram para assistir a uma cerimônia em homenagem a um morador falecido. O bombardeio também destruiu uma loja no mesmo prédio.

Segundo ele, cerca de 60 pessoas compareceram ao evento e entre os 51 mortos havia uma criança de seis anos, informou, acrescentando que o número de vítimas pode aumentar.

"Encontraram o meu filho sem cabeça, sem braços, sem pernas, sem nada. Identificaram-no por seus documentos", contou Volodimir Mukhovaty, de 70 anos, que buscava sua esposa e sua nora.

"Vivi 48 anos com minha esposa. Não vou durar muito tempo sozinho", disse ele, com poucas esperanças.

Várias partes de corpos não identificados foram colocados ao lado de dois balanços. Enquanto isso, as equipes de resgate continuaram procurando por possíveis sobreviventes nos escombros.

 

- "Atrocidades russas" -

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, atualmente na Espanha para uma reunião com dirigentes europeus, denunciou este "crime russo manifestamente brutal".

O chefe de Estado publicou a imagem de uma mulher ajoelhada ao lado do que parece ser um cadáver, com vários corpos ao seu redor.

A coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, declarou-se "horrorizada" com o ataque. "As imagens vindas desta aldeia, onde vivem pouco mais de 300 pessoas, são absolutamente horríveis", escreveu Brown em nota.

O ministro ucraniano da Defesa, Rustem Umerov, por sua vez, afirmou que o bombardeio é a prova de que a Ucrânia precisa de mais defesas aéreas "para se proteger do terror".

As forças russas tomaram grandes partes do território na região de Kharkiv nos primeiros dias da invasão à Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.

Desde então, o Exército ucraniano recuperou grande parte do território fronteiriço durante uma ofensiva-relâmpago lançada no final do ano passado.

Mas Kharkiv continua sendo alvo de bombardeios frequentes, o que fez com que autoridades regionais recentemente ordenassem a retirada de moradores de algumas áreas desta localidade.

Com este ataque, "as atrocidades russas atingiram um nível ainda mais nefasto", declarou nesta quinta-feira o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

"Ataques intencionais contra civis são crimes de guerra", disse ele na rede social X (ex-Twitter).

O bombardeio também foi condenado pelos Estados Unidos. "É terrivelmente pavoroso para o povo da Ucrânia", reagiu a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em uma coletiva de imprensa.

"Os ataques contra os civis e as infraestruturas civis são proibidos pelo direito internacional humanitário e devem parar imediatamente", afirmou Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU.

 

 

AFP

MOSCOU - A Rússia poderá introduzir cotas sobre as exportações de combustíveis para o exterior se a proibição total de exportação imposta na semana passada não conseguir reduzir os preços persistentemente altos da gasolina e do diesel, disse o vice-primeiro-ministro Alexander Novak.

O governo informou em um comunicado na noite de quinta-feira que Novak disse em uma reunião com gerentes seniores de petrolíferas russas que a proibição da exportação de gasolina e diesel havia inicialmente levado a uma queda nos preços na bolsa de mercadorias.

O Kremlin e o Ministério da Energia da Rússia disseram que a atual proibição de exportação de combustível, anunciada em 21 de setembro, permanecerá em vigor até que o mercado doméstico de combustível se estabilize. Os analistas esperam que ela dure até que a colheita russa e o pico da demanda de combustível terminem em algumas semanas.

É provável que quaisquer cotas de exportação de combustível sejam implementadas após a suspensão da proibição de exportação e seriam semelhantes às restrições russas sobre as vendas de fertilizantes entre fronteiras.

A ideia de regulamentações para o mercado de combustíveis semelhantes às dos fertilizantes foi apresentada pela primeira vez pelo presidente Vladimir Putin em uma reunião governamental na quarta-feira.

Moscou introduziu cotas temporárias em algumas de suas exportações de fertilizantes no final de 2021 para garantir suprimentos domésticos suficientes, mas as estendeu continuamente desde então.

Embora os preços dos combustíveis domésticos russos tenham inicialmente diminuído na bolsa de mercadorias local após a proibição das exportações, eles subiram depois que uma flexibilização foi anunciada no fim de semana.

"Como resultado da proibição da exportação de gasolina e diesel, observamos uma queda nos preços na bolsa. Esperamos que a redução desses preços seja transmitida aos pequenos segmentos de atacado e varejo, bem como aos produtores agrícolas", disse Novak.

"Os aumentos de preços são inaceitáveis. Se a situação não mudar, serão tomadas medidas regulatórias rigorosas, comparáveis às que estão em vigor no mercado de fertilizantes", acrescentou.

Novak também disse na reunião com os produtores de petróleo que fossem tomadas medidas urgentes para reduzir os preços dos combustíveis nos postos de abastecimento dos produtores de petróleo e das empresas independentes.

"As reduções dos preços de varejo devem ocorrer em breve", disse ele.

 

 

Reportagem de Vladimir Soldatkin / REUTERS

RÚSSIA - Muitos desertores russos não têm sequer passaporte e estão na lista internacional de procurados. Sem documentos, eles tentam a vida no exterior. DW conversou com três deles.Enquanto Munique ferve em clima de Oktoberfest, encontramos “Vasily” num parque tranquilo nos arredores da cidade. Na Alemanha há quase um mês, foi um dos primeiros desertores russos a entrarem legalmente no país.

Ainda que se sinta seguro na Alemanha, o jovem diz temer pela família deixada para trás – motivo pelo qual prefere esconder seu nome verdadeiro. Na Rússia, onde é procurado pelas autoridades, ele pode pegar até 15 anos de prisão por deserção.

 

“Não luto contra meu próprio povo”

Vasily é artilheiro. Ele estudou na academia militar e serviu o Exército por vários anos. Mas há muito decepcionado com a instituição, ele tentou abandonar as Forças Armadas – sempre em vão. Até que a Rússia atacou a Ucrânia e ele recebeu ordens para ir para o front.

“Eles disseram: 'Prepare-se, já estamos quase sem homens'”, recorda. Mas ele se recusou: “Sou de origem ucraniana”, disse na ocasião ao seu superior. “Meu pai é ucraniano, não vou lutar contra meu próprio povo.”

Apesar de todas as ameaças do superior, Vasily não foi para o front. Mas tampouco foi exonerado de sua unidade. Assim como ele, outros desertores também relataram à DW sobre a dificuldade em deixar o Exército mesmo antes de 21 de setembro de 2022, quando o presidente Vladimir Putin anunciou uma mobilização parcial. Depois disso, dizem, tornou-se completamente impossível. As penalidades por deixar o quartel sem permissão e por deserção foram aumentadas para dez e 15 anos de prisão, respectivamente.

“Não tinha saída. Recebi uma ligação do comando e eles disseram: 'Ou você vai para a guerra ou abriremos um processo criminal contra você. Então você vai para trás das grades, de onde será enviado para a guerra do mesmo jeito.'” Vasily decidiu então fugir da Rússia.

 

Viktor: “Era simplesmente impossível recusar”

De acordo com estimativas da organização Go by the Forest, que ajuda russos que não querem ser convocados para a guerra, mais de 500 desertores deixaram o país desde que a mobilização foi anunciada. E esses são apenas os que procuraram os ativistas de direitos humanos. O número real é provavelmente muito maior.

A maioria desses homens foge para o Cazaquistão ou para a Armênia. Um deles é o oficial de comunicações “Viktor”, que também prefere não revelar seu nome verdadeiro. Ao contrário de Vasily, no entanto, ele acabou participando das operações militares russas contra a Ucrânia.

Por meio de uma chamada de vídeo a partir da capital do Cazaquistão, Astana, Viktor afirma que também tentou sair do Exército. Mas em fevereiro de 2022 foi chamado para participar de um exercício na península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia. Logo em seguida, em 24 de fevereiro, sua unidade participaria da invasão russa.

“Eles nos acordaram às 5h da manhã, nos alinharam em colunas e disseram: 'Vamos lá!' Mas isso sem dizer para onde estávamos indo. Naquele momento, era simplesmente impossível recusar. Se você corresse para frente, levava tiro dos ucranianos, e se corresse para trás, era pego pelo próprio povo”, lembra Viktor.

Ele mesmo esteve em território ucraniano até meados de 2022. “Vi prisioneiros de guerra executados e inclusive as ordens [para tal] do comandante da unidade.” Mas garante: “No nosso país não houve nada parecido com o que aconteceu em Bucha.” Viktor afirma ter tomado conhecimento dos massacres de civis na Ucrânia pela primeira vez no fim de abril de 2022, quando conseguiu acessar a Internet. “Depois disso, repensei muita coisa.”

 

Yevgeny: “Estou pronto para ser julgado”

Yevgeny, oficial de uma unidade especial, também foi enviado à fronteira com a Ucrânia em fevereiro de 2022 para realização de exercícios militares. De origem pobre, o jovem havia recebido do Exército a promessa de ascensão social.

“Esperávamos e acreditávamos que não haveria guerra”, diz, ao lembrar daquele fatídico fevereiro de 2022. “Achávamos que Putin era um assassino e ladrão, mas não um fanático que iniciaria uma guerra. Mas eis que as coisas se revelaram diferentes.”

Em 24 de fevereiro, sua unidade cruzou a fronteira com a Ucrânia e chegou até Brovary, perto de Kiev. “Para nós, foi tudo muito triste. Em 30 de março quase toda uma companhia morreu”, diz, em alusão aos combates. “Quando estávamos perto de Kiev, não fizemos prisioneiros pois não havia como levá-los para a Rússia, então eles foram mortos,” Mas acrescenta que o lado ucraniano lidou com a situação da mesma forma.

Yevgeny nega envolvimento nos assassinatos. “Estou pronto a responder em tribunal. Minha consciência está limpa. Sim, eu lutei, sim, eu atirei, mas também fui alvejado e também quero viver.”

 

Medo de ser extraditado para a Rússia

Após o fracasso da ofensiva russa perto de Kiev, a unidade de Yevgeny foi transferida para Donbass. Para fugir de lá, ele deu um tiro na própria perna. “Nós nos ferimos perto das posições ucranianas e dissemos que haviam sido os ucranianos a atirar em nós. Acreditaram em nossa história e nos levaram para um hospital na Rússia.”

Em meados de agosto de 2022, Viktor recebeu licença. De volta ao quartel, tentou pedir baixa, mas não conseguiu fazê-lo antes de a mobilização ser anunciada. Ambos os oficiais acabaram fugindo para o Cazaquistão. Mas por serem alvos de processos criminais na Rússia, eles não conseguem nenhum emprego oficial no país. Temendo a extradição para a Rússia, nem mesmo chips de celulares ou contas bancárias eles têm em seus nomes.

 

Solicitação de vistos humanitários para desertores russos

Viktor vislumbra três opções para si: França, Alemanha ou Estados Unidos. “Porque esses países emitem documentos de viagem temporários. Afinal de contas, nenhum de nós tem passaporte.” Ele já entrou em contato com essas e outras embaixadas de países ocidentais várias vezes, mas até agora sem sucesso.

“Em maio de 2022, o Ministério do Interior da Alemanha disse que os desertores do Exército russo receberão status de refugiados, pois a deserção é entendida como um ato político contra a guerra e, portanto, a perseguição também constitui perseguição política”, explica Rudi Friedrich, diretor executivo da associação Connection. Com sede em Offenbach, ela faz campanhas internacionais para objetores de consciência.

Juntamente com outras ONGs, ela pede ao Parlamento Europeu e aos Estados-membros da União Europeia que protejam quem se recusa a lutar em nome de Putin, através, por exemplo, da concessão de vistos humanitários, pois asilo só é possível solicitar na própria Alemanha.

Mas sem passaporte e visto, isso é quase impossível para os desertores, aponta Friedrich. Por isso é preciso proteger quem assume um alto risco pessoal e não quer lutar e nem participar dos crimes dessa guerra.

 

Os caminhos dos desertores russos para a Europa

Vasily é um dos primeiros desertores a conseguirem ir do Cazaquistão para a Europa ocidental sem passaporte, tendo conseguido emprego como programador numa empresa de TI na Alemanha. A embaixada alemã no Cazaquistão emitiu para ele uma permissão de viagem temporária para estrangeiros com visto de trabalho. Não foi fácil encontrar uma empresa que aceitasse um desertor sem passaporte, admite Vasily. Mas o mais difícil foi deixar o Cazaquistão.

Na primeira vez que tentou, ele foi retirado do avião após ser reconhecido no sistema do banco de dados internacional de indivíduos procurados. Vasily conta como sua filha de cinco anos correu para todos os funcionários da fronteira pedindo que “deixassem o papai sair”. No dia seguinte, graças a seu advogado, Yernar Koshanov, ele conseguiu deixar o país. “Aparentemente há certas condições sob as quais isso é possível”, comenta, sem dar detalhes: “Há uma saída.”

Agora quase estabelecido, Vasily fala com entusiasmo sobre seu novo trabalho como desenvolvedor de jogos. Ele é grato à Alemanha por ter emitido o visto e ao Cazaquistão por ter permitido que emigrasse. Apesar dos riscos para sua família, ele decidiu tornar pública sua história de deserção, para que outros também tenham a chance de escapar dessa guerra sangrenta.

“Digo a todos os desertores, a todos os que estão na frente de batalha e estão desesperados: Tudo é possível. Não é preciso lutar e agir contra sua consciência. Vocês podem se recusar a participar desses crimes.”

 

 

REVISTA PLANETA

UCRÂNIA - A defesa aérea ucraniana afirmou nesta quinta-feira (28) que destruiu 31 de 39 drones lançados durante a noite em um “ataque em larga escala” da Rússia contra as regiões de Odessa Mykolaiv, no sul do país.

“O trabalho da defesa aérea foi muito eficaz. Mais de 30 drones foram destruídos”, afirmou Natalia Gumenyuk, porta-voz do comando sul das Forças Armadas da Ucrânia.

“O inimigo não para de atacar, não cessa a pressão e a busca de novas táticas, principalmente com o uso de ataques em larga escala”, acrescentou.

Ela disse ainda que “as consequências do ataque estão sendo esclarecidas porque realmente foi grande”.

O Estado-Maior ucraniano afirmou em sua atualização diária que a Rússia “atacou novamente a Ucrânia com ‘drones kamikazes’, utilizando 39 drones de ataque do tipo Shahed-136/121”, e 31 deles foram “destruídos pelas forças e recursos da defesa aérea”.

As tropas russas atacam com frequência as regiões às margens do Mar Negro que abrigam portos importantes para o comércio marítimo.

Os ataques aumentaram desde julho, quando a Rússia abandonou o acordo que permitia à Ucrânia exportar sua produção de grãos pelo Mar Negro.

 

 

AFP

MOSCOU - O governo russo aprovou algumas mudanças em sua proibição às exportações de combustíveis, suspendendo as restrições para o combustível usado para abastecimento de algumas embarcações, bem como para o diesel com alto teor de enxofre, segundo um documento do governo divulgado na segunda-feira.

Também foram suspensas as restrições à exportação de combustível já aceito para exportação pela Russian Railways e pela Transneft antes do anúncio da proibição na semana passada.

A proibição de todos os tipos de gasolina e diesel de alta qualidade continua em vigor.

A Rússia anunciou na quinta-feira que havia proibido temporariamente as exportações de gasolina e diesel para todos os países fora de um grupo de quatro ex-estados soviéticos, com efeito imediato, a fim de estabilizar o mercado interno.

A Rússia sofreu nos últimos meses com a falta de gasolina e diesel. Os preços dos combustíveis no atacado dispararam, embora os preços de varejo estejam limitados, em tentativa de controlar a inflação oficial.

A escassez tem sido especialmente problemática em algumas partes da região produtora de grãos do sul da Rússia, onde o combustível é crucial para a colheita. Uma crise séria poderia ser incômoda para o Kremlin, já que uma eleição presidencial se aproxima em março.

 

 

Vladimir Soldatkin / REUTERS

UCRÂNIA - Ataques aéreos e bombardeios russos mataram seis pessoas na Ucrânia e causaram "danos significativos" à infraestrutura do porto de Odesa, no Mar Negro, e a instalações de armazenamento de grãos, disseram autoridades ucranianas na segunda-feira (25).

Os ataques aéreos fazem parte de uma campanha para dificultar a exportação de produtos pela Ucrânia, grande produtora de grãos, desde que Moscou desistiu de um acordo em meados de julho que havia permitido os embarques ucranianos pelo Mar Negro e ajudado a combater uma crise global de alimentos.

Oleh Kiper, governador da região de Odesa, disse que as instalações atingidas continham quase mil toneladas de grãos e que os corpos de dois homens foram encontrados sob os escombros de um armazém onde os alimentos eram armazenados.

Os militares da Ucrânia disseram que 19 drones Shahed de fabricação iraniana e 11 mísseis de cruzeiro foram abatidos durante a noite, a maioria deles direcionados à região de Odesa. As instalações de armazenamento de grãos que foram destruídas foram atingidas por dois mísseis supersônicos, disse Kiper.

O Ministério da Energia disse que os danos às redes elétricas cortaram a energia de mais de mil consumidores na região, uma lembrança dos ataques aéreos que, às vezes, deixaram milhões de ucranianos sem aquecimento e luz no frio congelante do último inverno.

Um homem de 73 anos e uma mulher de 70 foram mortos em um ataque aéreo separado na cidade de Beryslav, na região sul de Kherson, segundo as autoridades.

O chefe administrativo da cidade – o principal centro da região – disse mais tarde que dois moradores da cidade haviam morrido e outros dois ficaram feridos em um bombardeio russo.

O Ministério da Defesa da Ucrânia disse que o último ataque aéreo foi "uma tentativa patética" de retaliar um ataque ao quartel-general da marinha russa do Mar Negro na sexta-feira (22).

Ao anunciar a última entrega de armas, Zelenskiy disse que os tanques Abrams já haviam chegado à Ucrânia e estavam sendo preparados para entrar em ação.

"Sou grato aos nossos aliados por cumprirem os acordos. Estamos buscando novos contratos e expandindo nossa geografia de suprimentos", disse Zelenskiy, que visitou os Estados Unidos na semana passada.

O contra-ataque da Ucrânia incluiu a intensificação de seus ataques que, segundo Moscou, atingiram alvos na Rússia e na Crimeia, a península tomada e anexada por Moscou em 2014.

O Ministério da Defesa da Rússia disse hoje que suas defesas aéreas abateram drones sobre a parte noroeste do Mar Negro, sobre a Crimeia e sobre as regiões russas de Kursk e Belgorod. Não foram mencionadas mortes.

Kiev afirma que os ataques aéreos contra instalações portuárias e de grãos têm o objetivo de impedir a exportação para o mundo, e os comerciantes globais acompanham de perto a situação por medo de mais interrupções nos mercados mundiais.

A Ucrânia está transportando cada vez mais grãos ao longo do rio Danúbio, por estrada e por trem, e estabeleceu um "corredor humanitário" que abraça a costa do Mar Negro para transportar grãos para os mercados africanos e asiáticos. Os dois primeiros navios que transportam grãos para usar o corredor deixaram o porto de Chornomorsk, no Mar Negro, na semana passada.

 

 

Agência Brasil

UCRÂNIA - A Rússia executou um novo ataque em larga escala contra a região de Odessa, no sul da Ucrânia, onde as autoridades relataram nesta segunda-feira (25) que uma mulher ficou ferida e danos materiais consideráveis.

Moscou, ao mesmo tempo, afirmou que derrubou vários drones lançados por Kiev contra a Crimeia, península anexada pela Rússia, e duas regiões de seu território.

A Rússia "atacou a região de Odessa com drones e dois tipos de mísseis", afirmou o governador Oleg Kiper no Telegram. Ele mencionou várias ações, incluindo um ataque contra uma "instalação portuária".

Uma civil "foi ferida em uma onda de choque", acrescentou.

O exército ucraniano afirmou que a Rússia utilizou 19 drones Shahed de fabricação iraniana e dois mísseis supersônicos Onyx no ataque contra Odessa.

Outros 12 mísseis Kalibr foram lançados "com trajetórias complexas em diferentes áreas", segundo o exército, que também citou a presença de um submarino.

Todos os drones e 11 mísseis Kalibr foram derrubados pela defesa antiaérea, segundo o exército.

O balneário de Odessa sofreu danos "consideráveis" que provocaram um incêndio, rapidamente controlado, em um hotel.

Dois dos 11 mísseis Kalibr destruídos sobrevoavam as regiões de Mykolaiv (sul) e Kirovograd (centro), mas a maioria foi detectada na região de Odessa, afirmou o exército.

Um projétil Onyx atingiu um depósito de grãos, que estava vazio, no porto, afirmou Natalya Gumenyuk, porta-voz do exército, que citou um ataque em "larga escala".

A queda de escombros atingiu outros armazéns e estabelecimentos comerciais nos subúrbios da cidade

As tropas russas atacam com frequência esta região do sul da Ucrânia, no Mar Negro, que abriga instalações portuárias vitais para o comércio marítimo.

Os ataques aumentaram desde julho, quando Moscou abandonou o acordo de grãos que permitia a Kiev exportar de maneira livre sua produção agrícola.

No domingo, no entanto, um segundo cargueiro de grãos ucranianos chegou a Istambul através de um corredor marítimo implementado por Kiev no Mar Negro, apesar das ameaças de Moscou de bombardear os navios que entram ou zarpam da Ucrânia.

A cidade de Kryvy Rih, na região de Dnipropetrovsk, também foi atacada no domingo à noite, informaram as autoridades locais.

O governador Serguiï Lysak afirmou que a defesa antiaérea "funcionou contra os drones inimigos".

O comandante militar de Kryvy Rih, Oleksander Vilkul, anunciou que um drone foi derrubado e os destroços provocaram um incêndio, que não deixou vítimas.

 

- Drones derrubados na Rússia -

O ministério da Defesa da Rússia anunciou no Telegram que quatro drones ucranianos foram destruídos na península anexada da Crimeia e no noroeste do Mar Negro.

Além disso, dois drones foram derrubados na região de Kursk (sul). "Não há vítimas, mas um prédio administrativo foi atingido", afirmou o governador regional Roman Starovoyt.

Na região vizinha de Briansk, ao norte, o governador Alexander Bogomaz citou três drones ucranianos derrubados, dois deles no distrito de Surazh, sem mencionar vítimas ou danos.

 

 

AFP

SEBASTOPOL - O quartel-general da frota russa no Mar Negro, em Sebastopol, na península anexada da Crimeia, estava em chamas depois de ser atingido por um bombardeio ucraniano, e ao menos um militar morreu no ataque, informaram as autoridades russas.

“Prosseguem os esforços para extinguir o incêndio no quartel-general da frota”, informou no Telegram o governador designado pela Rússia para o distrito de Sebastopol, Mikhail Razvojaiev.

O Ministério russo da Defesa russo anunciou que um militar morreu no bombardeio com mísseis.

 

 

AFP

KIEV - A Rússia realizou seu maior ataque de mísseis em semanas em toda a Ucrânia nesta quinta-feira, atingindo instalações de energia no que, segundo as autoridades, parece ser a primeira salva em uma nova campanha aérea contra a rede elétrica ucraniana.

Foram registrados cortes de energia em cinco regiões ucranianas no oeste, centro e leste, reavivando as lembranças de vários ataques aéreos contra infraestruturas vitais no inverno passado, que causaram interrupções de energia para milhões de ucranianos durante o frio intenso.

Autoridades disseram que pelo menos 18 pessoas ficaram feridas nos ataques aéreos, incluindo uma menina de 9 anos, e um governador regional afirmou que duas pessoas foram mortas em um bombardeio russo durante a noite.

"O inverno está chegando. Esta noite (a Rússia) renova os ataques com mísseis à infraestrutura energética ucraniana", escreveu o parlamentar Andrii Osadchuk na plataforma X.

O operador de rede Ukrenergo disse que foi o primeiro ataque russo à infraestrutura de energia em seis meses e relatou danos a instalações nas regiões oeste e central.

"Houve apagões parciais nas regiões de Rivne, Zhytomyr, Kiev, Dnipropetrovsk e Kharkiv", disse no aplicativo de mensagens Telegram.

A Ucrânia está correndo há meses para consertar a infraestrutura depois que os ataques no inverno passado danificaram quase metade do sistema de energia do país e forçaram os operadores de rede a impor cortes regulares de energia.

Este ano, a Ucrânia tem defesas aéreas melhores, fornecidas pelo Ocidente, mas ainda tem o enorme desafio de se defender contra ataques em um país tão grande.

A Rússia, que enviou dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022, concentrou seus ataques aéreos desde meados de julho na infraestrutura portuária e de grãos, dificultando os esforços de Kiev - um importante produtor global de grãos - para exportar produtos alimentícios.

Muitos dos ataques também mataram civis, embora Moscou negue que tenha como alvo deliberado os civis.

A Rússia não comentou sobre os novos ataques aéreos, realizados no momento em que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, visita os Estados Unidos para conversações após a Assembleia Geral da ONU, na qual ele procurou reforçar o apoio à Ucrânia.

Moscou diz que a Ucrânia tem atacado alvos dentro da Rússia enquanto Kiev pressiona com uma contraofensiva, e que drones ucranianos foram destruídos sobre a península anexada da Crimeia e o Mar Negro durante a noite.

 

 

Por Olena Harmash e Tom Balmforth / REUTERS

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