Essa recomendação também serve para quem se deslocará para outros países
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Saúde de São Carlos, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, informa que todos os imunizantes recomendados por meio da Nota Técnica Nº 127/2024 do Ministério da Saúde que dispõe sobre a vacinação dos atletas, delegações e visitantes que vão participar da Olimpíada e Paraolimpíada de Paris 2024, realizada entre julho e setembro, estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde (UBS’s) e unidades de saúde da família USF’s).
Entre os imunizantes destacados estão as doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela ou catapora), DTP (difteria, tétano e pertussis ou coqueluche), influenza e COVID-19. Essa recomendação do Ministério da Saúde também serve para quem se deslocará para outros países.
A medida foi tomada diante da atual situação epidemiológica das doenças imunopreveníveis em diversas partes do mundo, a exemplo da ocorrência de surtos de sarampo, rubéola e coqueluche, além da circulação de influenza e COVID-19 em várias regiões da Europa, além da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em Paris, competição que atrai grandes contingentes populacionais e aumenta o risco de transmissão dessas doenças.
De acordo com Denise Martins, diretora de Vigilância em Saúde, quem precisar atualizar a vacinação para viajar deve apresentar o comprovante de viagem. “Os viajantes que vão para as Olímpiadas ou para outros países devem atualizar a vacinação pelo menos 15 dias antes da viagem, sendo este o período mínimo para que uma pessoa vacinada apresente anticorpos em níveis protetores contra essas doenças”, alerta a diretora.
A medida é eficaz para o viajante se proteger contra essas doenças, visando minimizar o risco de adoecimento da população que viaja, mas também da população residente no Brasil, ao retorno do viajante.
Recomenda-se ainda aos viajantes que apresentarem sinais e sintomas característicos das doenças citadas, que procurem imediatamente o atendimento de saúde no local do destino e, sobretudo, ao retornar ao Brasil. Caso os sinais e sintomas manifestem durante a viagem, que informem a tripulação.
A vacinação é uma das medidas mais eficazes de proteção contra as doenças imunopreveníveis e, para adequada proteção do indivíduo, deve ser realizada de forma oportuna e, preferencialmente, nas faixas etárias/idade recomendadas no Calendário Nacional de Vacinação.
“As pessoas quando não comprovarem vacinação anterior, geralmente pessoas que nasceram a partir de 1960 e que não tem mais comprovação da tríplice viral, tetraviral e de DTP, necessitam procurar uma unidade de saúde para receber novas doses”, reforça Denise Martins.
Em São Carlos a vacinação está é realizada nas unidades básicas de saúde (UBS’s) e unidades de saúde da família (USF’s), com exceção da UBS da Vila São José e da USF Aracy - Equipe II, que passam por reforma, de segunda a sexta-feira das 7h30 às 16h30. Para receber a vacina basta levar um documento oficial com foto, o comprovante de viagem e a caderneta de vacinação.
De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde após a ampliação da faixa etária elegível para a vacinação contra Dengue, anteriormente restrita a crianças e jovens somente de 10 e 11 anos, agora disponível para 10 a 14 anos (14 anos, 11 meses, 29 dias), a procura pelo imunizante aumentou.
Desde o início da vacinação, no último mês de junho, quando o município recebeu 3.586 doses do imunizante Qdenga, foram vacinadas 736 pessoas. “Somente na última semana aplicamos 227 doses, porém reforçamos que o esquema vacinal recomendado corresponde à administração de 2 doses, com intervalo de 3 meses entre as doses”, alerta a diretora de Vigilância em Saúde, Denise Martins.
Se a criança ou o adolescente contraiu dengue, o imunizante só pode ser aplicado após 6 meses. Caso a contaminação pela doença tenha acontecido no intervalo das doses, deve ser mantida a data prevista para a 2ª dose, desde que haja um intervalo de 30 dias entre a infecção e a segunda dose. Com a ampliação da faixa etária a meta é vacinar 14.344 crianças e adolescentes em São Carlos.
A vacinação está sendo realizada nas unidades básicas de saúde (UBS’s) e unidades de saúde da família (USF’s), com exceção da UBS da Vila São José e da USF Aracy - Equipe II, que passam por reforma, de segunda a sexta-feira das 7h30 às 16h30. Para receber a vacina basta levar um documento oficial com foto e a caderneta de vacinação.
Oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto alerta para os riscos e reforça a importância da prevenção
RIBEIRÃO PRETO/SP - Segundo relatório da American Association for Cancer Research (AACR), o consumo de bebida alcoólica ocupa a terceira posição nas causas de tumores, perdendo apenas para o tabagismo e o excesso de massa corporal. Ainda de acordo com os dados do AACR, o consumo da substância aumenta o risco de seis tipos diferentes de câncer e está associado a mais de 200 doenças.
“Entre os principais tumores estão o de cabeça e pescoço, esôfago, mama, intestino, fígado e estômago. É importante reforçar que controlar – e se possível, evitar – o consumo de álcool, independentemente da bebida e quantidade, pode ser um grande passo para a prevenção da doença, especialmente para aqueles que combinam o uso dela com o tabaco”, comenta Carlos Fruet, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.
Um levantamento realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontou que o Brasil deve registrar 704 mil novos casos de neoplasias, por ano, até 2025. Somente no estado de São Paulo, a projeção é de mais de 180 mil diagnósticos.
Confira abaixo cinco mitos e verdades sobre a relação da bebida alcoólica e o câncer:
- O álcool potencializa o desenvolvimento de câncer?
Verdade – A ciência confirma que a bebida pode ajudar no surgimento de tumores, independentemente do estilo de vida e da alimentação. Estima-se que cerca de 80% das causas de câncer são externas, como o consumo de bebidas, fumo e obesidade. O álcool é responsável por, aproximadamente, 6% de todos os diagnósticos.
- O tipo de bebida influencia nos riscos?
Mito – Não é o ‘tipo de bebida’, mas sim a quantidade ingerida de álcool. O consumo moderado é considerado de, no máximo, duas doses (14gr cada) em único dia. Porém, o mais indicado é evitar.
- Os riscos são maiores para pessoas que fazem a ingestão conjunta de bebidas alcóolicas e cigarros?
Verdade – Essa combinação aumenta em 20 vezes as chances do desenvolvimento da doença. O cigarro e a bebida alcoólica estão entre os principais fatores de risco do câncer.
- Cirrose causada pelo excesso de álcool pode evoluir para um câncer?
Verdade – A cirrose aumenta a chance de câncer de fígado. Esse risco pode variar de acordo com a idade, sexo, causa da lesão hepática crônica e o grau de comprometimento.
- Paciente oncológico não deve ingerir álcool, mesmo que moderadamente?
Verdade– Mesmo que seja consumo moderado, o álcool pode diminuir a eficácia dos medicamentos, afetando diretamente o resultado do tratamento, além de poder causar efeitos colaterais.
BRASÍLIA/DF - A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, disse na sexta-feira (12) que a vacina Spin-TEC, a primeira 100% brasileira para a covid-19, já está em fase avançada de desenvolvimento. Segundo o Ministério, a última fase de produção do imunizante, de testes clínicos, deve começar ainda este ano.
“O CNVacinas tem uma importância estratégica para o país porque aqui tratamos de pesquisa e desenvolvimento de vacinas, novos fármacos e insumos. A UFMG [Universidade Federal de Minas Gerais] e o CNVacinas já estão numa fase mais avançada da vacina contra a covid-19. E há pesquisas sendo realizadas para dengue, leishmaniose e malária. Que são desafios brasileiros para responder às demandas das doenças locais”, destacou a ministra, em visita às obras do CNVacinas, em Belo Horizonte (MG).
O Centro Nacional de Vacinas será o primeiro complexo nacional usado para pesquisas e fabricação de insumos farmacêuticos, sendo capaz de executar todas as etapas para o desenvolvimento de vacinas. As obras devem ser finalizadas em 2026.
A ministra destacou os editais que serão lançados pelo Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia (FNDCT) junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que podem contribuir para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação local.
“Nós estamos fazendo os últimos editais dos recursos do Fundo deste ano que serão de R$ 12,8 bilhões, uma conquista deste novo ciclo da retomada da ciência no país feita pelo presidente Lula de recompor integralmente o FNDCT, e Minas Gerais está dentro desses editais que fomentam as políticas públicas da ciência no país”, avaliou.
POR AGÊNCIA BRASIL
SÃO CARLOS/SP - Em 2024 já foram registradas 24.445 notificações para Dengue, com 7.633 casos positivos, sendo 6.983 autóctones e 650 importados (168 novos casos). Para Chikungunya foram registradas 147 notificações, com 91 casos descartados, 03 positivos, sendo 2 autóctones e 1 importado e 56 aguardando resultado de exame.
Para Zika foram registradas 25 notificações, com 24 casos descartados e 1 aguardando resultado de exame. Para Febre Amarela foram registradas 3 notificações, com 3 casos descartados.
A cidade registra até esse momento 1 morte por dengue. Outros 10 casos continuam em investigação.
CONGO - A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta na sexta-feira, 12, sobre a ameaça representada pela varíola dos macacos, devido ao surto epidêmico de uma nova estirpe mais mortal do vírus na República Democrática do Congo (RDC).
Chamada de Mpox pela OMS, a doença registrou casos em 26 países no último mês. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, destacou que a Mpox continua a ser uma ameaça global, com a África do Sul recentemente relatando 20 casos e três mortes, os primeiros desde 2022, todos sem histórico de viagens internacionais.
A situação na RDCongo é especialmente preocupante, com a nova estirpe do vírus se propagando desde setembro, resultando em 11 mil casos e 445 mortes, afetando gravemente crianças. A OMS está alarmada com o risco de propagação transfronteiriça devido às fronteiras porosas com países vizinhos.
A varíola dos macacos, identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na RDCongo, tinha sido predominantemente restrita à África Ocidental e Central, transmitida principalmente por animais selvagens. Desde maio de 2022, no entanto, uma nova variante mais mortal, Clade Ib, começou a se disseminar globalmente, afetando especialmente homens homossexuais e bissexuais.
Após a declaração de emergência de saúde pública internacional em julho de 2022, a OMS encerrou o estado de alerta máximo em maio de 2023, mas continua a recomendar vigilância devido à interconexão global que facilita a propagação do vírus.
SÃO CARLOS/SP - O Departamento de Vigilância em Saúde ressalta que a Campanha de Vacinação contra a Influenza (Gripe) deve ser encerrada no dia 14 de julho, conforme calendário do Ministério da Saúde.
A Campanha teve início no mês de março para os grupos prioritários, em 15 de maio foi liberada para o público em geral, ou seja, somente com exceção àquelas com menos de seis meses de idade. Na sequência foi prorrogada mais duas vezes, mesmo assim a cobertura vacinal ainda está longe da meta que é de vacinar 90% do público alvo.
Em São Carlos foram aplicadas 52.198 doses contra a influenza no geral. Somente os grupos prioritários receberam 27.333 doses, o que corresponde a uma cobertura de 43,3%, sendo que os idosos atingiram 45,8%, as crianças 40%, as gestantes 16,6% e as puérperas 5,9%. A cobertura vacinal do Estado de São Paulo relativo aos grupos específicos está em 43,5%.
Estão habilitadas a se vacinar todas as pessoas com seis meses ou mais de idade – crianças, adolescentes, adultos e idosos –, bastando comparecer a um local de vacinação munida de carteira de vacinação, documento com foto e CPF.
“A Campanha termina dia 14, porém aqui em São Carlos como as unidades não abrem aos finais de semana, o encerramento deve ser na sexta-feira, dia 12. Com uma maior cobertura vacinal, consequentemente, conseguimos a redução nas complicações e internações causadas pela gripe. A vacinação é uma das ferramentas mais eficazes para evitar surtos e garantir a saúde da população durante o inverno”, ressalta Denise Martins, diretora de Vigilância em Saúde.
Em São Carlos, a imunização acontece nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) e Unidades de Saúde da Família (USF’s), com exceção das unidades da Vila São José e do Cidade Aracy (Equipe II), que passam por reforma, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30.
SÃO CARLOS/SP - No próximo fim de semana, sábado (13/07) e domingo (14/07), a partir das 8h, na Fundação Educacional São Carlos (FESC), localizada na rua São Sebastião, nº 2.828, na Vila Nery, será realizado em São Carlos o 1º Workshop sobre APH entre Corpo de Bombeiros Militar, Concessionárias e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192.
O encontro tem por finalidade a integração entre Central de Operações do Corpo de Bombeiros (COBOM), Concessionárias e SAMU, com apresentações de Protocolos de Atendimento Pré-Hospitalar (APH), Regulação Médica, quando acionar o SAMU – 192, quando acionar o COBOM 193 e protocolo da motolância.
Durante o evento serão apresentados aos participantes Técnicas avançadas sobre APH, Oficinas sobre traumas e imobilizações, APH Tático e Nós e Amarras.
O evento tem como objetivo conscientizar os usuários dos serviços como também a corroboração das instituições que trabalham na Central de Regulação em São Carlos, através das ligações recebidas via 192 e 193, promovendo a integração entre os protagonistas do atendimento pré-hospitalar, favorecendo a capacitação das equipes para obtenção de sucesso no desfecho das ocorrências.
Confira a programação do 1º Workshop sobre APH entre Corpo de Bombeiros Militar, Concessionárias e SAMU:
Sábado - Dia 13 de julho
8h - 8h45 - Credenciamento;
9h - 9h50 - Palestra com o tema “A importância do Socorrista no APH” com Carlinhos Rodrigues – condutor socorrista do SAMU e homenagem em comemoração ao Dia do Socorrista, 11 de julho;
10h15h - 11h15 – Palestra “Desafios da Regulação e quando acionar o SAMU – 192” com o Dr. Allan Galli – médico regulador do SAMU;
11h15 - 12h15 - Palestra “Desafios da Regulação e quando acionar o serviço 193” com a equipe da COBOM;
12h30h - 13h30 – Intervalo;
13h30 - 14h45 – Palestra “APH Tático” com GM Napolitano;
15h - 16h15 – Palestra “Apresentação do Protocolo Motolância” com Jonas Pereira da Silva – técnico de enfermagem credenciado pelo GMAU e atuante na motolância em São Carlos;
16h45 - 17h30 – Palestra Explanação do protocolo de uso da motolância na regulação do SAMU com o Dr. Matheus Naves Rosa – médico regulador do SAMU;
17h45 -18h – Simulado - Equipe do SAMU apresenta “Protocolo Ângulo Zero”;
Domingo - Dia 14 de julho
8h - 9h45 - Palestra “Resgate de vítimas em veículos elétricos/híbridos” com a equipe da COBOM;
10h15 - 12h - Oficinas;
12h30 - 13h30 - Intervalo;
13h30 - 16h - Simulado - Método Start apresentado pelo COBOM;
16h - 17h - Encerramento.
Outras informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone (16) 99258-4862. Quem for participar deve doar na entrada 1kg de alimento não perecível.
SÃO CARLOS/SP - A dor lombar inespecífica e de longa duração está em terceiro lugar dentre as causas de incapacidade no Brasil. Diferentes estudos buscam estratégias de tratamento e intervenções para tratar o problema e aliviar os sintomas dos pacientes que convivem com a lombalgia crônica. Atualmente, um grupo de pesquisa em "Práticas Integrativas e Complementares", vinculado ao Departamento de Medicina (DMed) e à Unidade Saúde Escola (USE) da UFSCar, realiza um estudo clínico para avaliar a efetividade de uma estratégia de homeopatia no tratamento da dor lombar. A pesquisa está convidando pessoas voluntárias para avaliação e tratamento gratuitos na Instituição. Estão sendo ofertadas as dez últimas vagas.
De acordo com Maristela Adler, docente do DMed e investigadora clínica do estudo, a dor lombar é tradicionalmente tratada com medidas não farmacológicas (fisioterapia, exercícios físicos, acupuntura, entre outras) e farmacológicas, muitas vezes com anti-inflamatórios, "medicamentos com sérios efeitos adversos e pouca efetividade a longo prazo". "Ainda não sabemos como a homeopatia vai contribuir para tratar essa dor, mas há estudos recentes demonstrando que medicamentos homeopáticos podem modificar funções celulares por mecanismos epigenéticos, que modificam a leitura dos genes pelas células, sem alterar DNA, e a descoberta de nanopartículas e de propriedades físicas específicas nos solventes das preparações homeopáticas", destaca Adler.
A docente aponta que a expectativa da pesquisa é a "superioridade do medicamento homeopático em relação ao placebo, tanto estatística como clínica. Esperamos que os pacientes com lombalgia crônica possam sentir um alívio importante na dor com o uso da homeopatia, facilitando as atividades da vida diária, a prática de exercícios físicos, posturais etc".
Para realizar o estudo são convidados homens e mulheres, com idade entre 20 e 60 anos, que tenham dor lombar há, pelo menos, três meses. Os voluntários passarão por avaliação inicial e por três consultas presenciais durante oito semanas. Pessoas interessadas devem agendar a avaliação pelo Whatsapp: (16) 99609-1505. Projeto aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 69489123.6.0000.5504).
BRASÍLIA/DF - Tipo de câncer mais incidente em homens, o tumor de bexiga matou de 800 mil pessoas no mundo e mais de 19 mil no Brasil de 2019 a 2022.
Dados do Sistema de Informações do Ministério da Saúde (SIH/SUS) indicam mais de 110 mil casos de neoplasia maligna da bexiga desde 2019. Assim como em outros tipos de câncer, o tabagismo é o principal fator de risco da neoplasia de bexiga.
Julho é mês de conscientização do câncer de bexiga. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aproveita a data para alertar sobre a importância da detecção precoce deste tipo de tumor, quando as chances de cura são maiores. Nas redes sociais, posts, vídeos e live com especialistas informam o público leigo.
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que este ano deverão ser registrados 11.370 novos casos de câncer de bexiga, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres, o que corresponde a um risco estimado de 7,45 casos novos a cada 100 mil homens e 3,14 a cada 100 mil mulheres. Segundo o Inca, este é o sétimo câncer mais incidente entre os homens (exceto o de pele não melanoma), representando mais de 3% dos cânceres no sexo masculino.
“O câncer de bexiga tem como principal fator de risco o tabagismo, relacionado a mais de 50% dos casos. Portanto, eliminando esse hábito, conseguimos diminuir significativamente as chances de aparecimento desse tumor. Outro ponto fundamental na prevenção é seguir hábitos saudáveis, como manter uma alimentação balanceada, beber água em quantidade adequada e exercitar-se”, alerta o presidente da SBU, Luiz Otavio Torres.
O motorista Edgar Azevedo dos Santos, de 51 anos, descobriu a doença após uma dor lombar em 2017. Ele fez ultrassom que constatou nódulos. Ele passou por uma cirurgia e sessões de quimioterapia. “Eu nunca imaginaria que teria um câncer. De lá para cá faço acompanhamentos periódicos”.
“Temos observado que muitas pessoas desconhecem o câncer de bexiga, como se manifesta e quais são os principais vilões. A maioria já sabe que o fumo pode levar ao câncer de pulmão, por exemplo, mas muitos desconhecem que ele também é o principal causador do câncer de bexiga.
Além disso, apesar de que muitas vezes causa sangramento na urina, geralmente no início é intermitente e não provoca dor, e por isso é comum as pessoas não darem a devida importância e retardarem a ida ao médico, podendo agravar o quadro”, esclarece a diretora de Comunicação da SBU e coordenadora das campanhas de awareness da entidade, Karin Jaeger Anzolch.
Apesar de geralmente ser silencioso no estágio inicial, o tumor de bexiga pode provocar sangue na urina, maior frequência urinária, ardência ao urinar, urgência para urinar e jato urinário fraco
“A presença de sangue visível na urina é o sintoma mais comum do câncer de bexiga e está normalmente presente em 80% dos pacientes. Outros sintomas comumente relatados são aumento da frequência urinária, urgência miccional e dor para urinar, que podem estar relacionados à presença de carcinoma in situ.
O câncer de bexiga pode ser também assintomático e detectado através de exames de imagem com ultrassonografia, tomografia ou ressonância nuclear magnética”, explica o coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Mauricio Dener Cordeiro.
O câncer de bexiga pode ser classificado de acordo com a célula que sofreu alteração, sendo os principais: carcinoma de células transicionais (ou urotelial) que representa a maioria dos casos e tem início na camada mais interna da bexiga; carcinoma de células escamosas (ou epidermoide) que afeta as células delgadas e planas da bexiga, ocorre após infecção ou inflamação prolongadas; e adenocarcinoma que é mais raro, tem início nas células glandulares (de secreção) após infecção ou irritação prolongadas.
O câncer de bexiga é considerado superficial quando se limita ao tecido de revestimento da bexiga e infiltrativo quando transpassa a parede muscular, podendo afetar órgãos próximos ou gânglios linfáticos.
O tabagismo (também o passivo) é o principal fator de risco do câncer de bexiga, porém há outras ameaças como: exposição a substâncias químicas; alguns medicamentos e suplementos dietéticos; gênero e raça (homens brancos têm mais chances de desenvolver a doença); idade avançada; histórico familiar.
“Além do tabagismo, o contato com substâncias químicas como as presentes em defensivos agrícolas, tinturas utilizadas na indústria, fumaça de diesel ou outras substâncias também podem predispor a essa doença. Medicamentos como a pioglitazona, utilizada para o controle do diabetes, já foram associados com o desenvolvimento do câncer de bexiga. Contudo, o risco é relativamente baixo, e o principal ponto de atenção deve ser para pacientes que já tiveram câncer de bexiga e utilizam essa medicação”, explica o supervisor da Disciplina de Câncer de Bexiga da SBU, Fernando Korkes.
O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por exames de urina e de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada e cistoscopia (investigação interna da bexiga por meio do cistoscópio, instrumento dotado de câmera introduzido pela uretra). Durante a cistoscopia, caso o especialista identifique alguma alteração, pode ser retirado material para biópsia.
O tratamento do câncer de bexiga varia conforme o estágio da doença e pode consistir em cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Os tipos de cirurgia consistem em: ressecção transuretral – remoção do tumor por via uretral; cistectomia parcial - retirada de uma parte da bexiga; cistectomia radical - remoção completa da bexiga, com a construção de um novo órgão para armazenar a urina.
Nos casos de lesões iniciais, após removido o tumor, pode ser administrada a vacina BCG ou algum quimioterápico dentro da bexiga a fim de evitar recidiva da doença.
“Algumas das novidades nessa área incluem novas medicações como imunoterapia, terapias alvo e terapias com anticorpos conjugados a drogas que já têm sido utilizados na prática e trazem benefícios para muitos pacientes. Quanto à cirurgia, as plataformas robóticas auxiliam bastante nos casos em que é necessário remover a bexiga e fazer algum tipo de reconstrução”, ressalta Fernando Korkes.
De 2019 a 2022 o Sistema de Informações sobre Mortalidade registrou 19.160 óbitos em decorrência de neoplasia maligna da bexiga. Desses, 12.956 (67,6%) eram do sexo masculino e 6.204 (32,3%) do sexo feminino.
Para o diretor da Escola Superior de Urologia da SBU, Roni de Carvalho Fernandes, para rastrear o câncer de bexiga e desenvolver políticas públicas eficazes para reduzir a incidência e mortalidade, é essencial considerar várias estratégias, começando por campanhas de conscientização e educação como essa promovida pela SBU, além de identificar grupos de alto risco, garantir que todos tenham acesso a serviços de saúde que ofereçam diagnóstico e tratamento adequados com a criação de centros especializados para garantir padrões elevados de cuidado e resultados melhores para os pacientes.
“Implementar essas medidas requer colaboração entre profissionais de saúde, governos, instituições de pesquisa, organizações não governamentais e a própria comunidade para enfrentar de forma eficaz esse grande desafio, que é reduzir as taxas de mortalidade do câncer de bexiga”, afirma Fernandes.
Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil
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