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Especialistas falam sobre a cidade do futuro e como a COVID-19 irá mudar completamente o modelo de novas moradias e trabalho

SÃO PAULO/SP - No início do ano era unanimidade a expectativa de crescimento do mercado imobiliário nos próximos anos. O otimismo se foi após a chegada do novo coronavírus (COVID-19) e agora, passado algum tempo desde o início da pandemia, especialistas voltam a apostar na retomada do crescimento e adaptação do mercado. A mudança radical na rotina das pessoas deverá afetar diretamente na estrutura das cidades, nos modelos de moradia e trabalho, tanto nos grandes centros como nas pequenas e médias cidades.

O isolamento social, uma das principais medidas para conter a disseminação da COVID-19 mudou o modelo de trabalho no mundo todo e escancarou a necessidade de morar melhor. Segundo o diretor executivo da Infobase e coordenador do MBA em marketing, inteligência de negócios digitais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Miceli, o número de empresas que pretendem adotar o home office após a crise do novo coronavírus deve crescer 30%. Os dados estão no estudo Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: Humanidade Redefinida e os Novos Negócios* que levou em conta as respostas de tomadores de decisão e gestores de 100 empresas.

Essa nova realidade deve provocar uma revisão no modelo mais comum nas grandes cidades, com pequenos apartamentos e grandes escritórios. “Vínhamos de uma tendência muito forte dos apartamentos compactos e grandes escritórios ou espaços de trabalho compartilhado. A pandemia nos trouxe diversas reflexões em relação ao fato de estarmos seguindo um modelo imposto ou realmente focado na nossa qualidade de vida. Agora estamos refletindo e buscando soluções direcionadas à melhoria da nossa moradia e no suporte de acessibilidade de produtos necessários para o dia a dia”, afirma Thomaz Assumpção, CEO da Urban Systems.

Em live promovida pelo Infomoney*, Fernando Didziakas, Sócio da Buildings, que monitora principalmente escritórios corporativos, confirma a tendência. Segundo uma pesquisa da Buildings, 80% das empresas de SP acreditam que a partir de agora terão escritórios menores. “E isso é um processo: casas maiores, escritórios menores. Vamos observar uma redução da metragem da empresa e uma melhora na qualidade do home office, que vem funcionando”, diz.

Assumpção completa destacando que o momento atual traz uma importante análise de valor amparada por variáveis importantes: digitalização, qualidade da moradia e do trabalho. “A partir de agora as pessoas irão pensar no que realmente precisam, o que querem e o que têm condições de pagar”.

Fora dos grandes centros

Nas cidades menores e médias, embora uma grande parte das pessoas ainda more em casas horizontais, os efeitos da pandemia também acabarão por moldar o mercado imobiliário de maneira mais prática e focada na qualidade de vida. “As cidades cresceram em uma velocidade muito grande desde as décadas de 70/80 e esse crescimento territorial urbano fez com que as cidades encostassem em grandes propriedades rurais que passaram a ser urbanas. Essa modificação do patrimônio de rural para urbano requer um outro tipo de planejamento e desenvolvimento que contém diversos produtos imobiliários” explica Assumpção.

Segundo o CEO da Urban Systems, para as cidades médias o foco do mercado deverá ficar em bairros planejados e prédios que tragam diversos serviços reduzindo o deslocamento das pessoas. “As cidades não comportam mais a construção de condomínios com lotes apenas residenciais. É preciso ter diversidade para atender a necessidade de viver, morar e trabalhar. Reduzindo a mobilidade e o consumo a um espaço geográfico menor. Atendendo também a mitigação do risco de contaminação em casos de epidemia como o atual” diz.

Mercado de ciclos

O mercado imobiliário oscila muito e é sensível a ciclos e modismos. Porém, a maioria dos investidores já aprendeu que as mudanças nas preferências e necessidades do consumidor, bem como a instabilidade do País, não favorecem empreendimentos baseados em uma ‘fórmula comum’ ou em uma tendência do momento. “O mercado imobiliário tem um ciclo muito longo. Para comprar e iniciar a construção em um terreno leva-se dois anos, por exemplo. Por isso é preciso considerar as oscilações que ocorrerão na economia e no modo de vida das pessoas entre a concepção e a aplicação do projeto. Agora, mais de que nunca, é preciso capacidade de se ajustar às novas demandas e não pautar um empreendimento em comportamentos de massa”, comenta Assumpção.

Ainda segundo o CEO da Urban Systems, o mercado deverá entender esse novo viver das pessoas com relação ao essencial, atribuir valor aos espaços e focar a análise no ponto de vista do usuário. “Produtos de nicho deverão surgir para atender uma determinada demanda que tem problemas específicos de moradia. Mas o mercado também terá que se ajustar e produzir multiprodutos para atender necessidades diversas e diferentes faixas de renda em um mesmo espaço”.

Considerando todas essas variáveis, investidores precisam estudar o seu mercado, conhecer seu público e suas oportunidades. “A nosso favor, temos acesso a um volume de informação significativo que possibilita que uma empresa possa propor um novo tipo de moradia que converse com as demandas atuais. Um estudo completo e uma análise de dados pode transformar o projeto em uma resposta às necessidades da população. Atingindo, assim, o dimensionamento e aproveitamento dos espaços que serão adequados às demandas existentes e futuras”, finaliza.

Quer ver discutido em nosso blog algum assunto? Acesse nosso formulário e faça sua sugestão.

 

Conteúdo elaborado pela Redação Urban Systems.

*Fontes

Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: Humanidade Redefinida e os Novos Negócios

Infomoney

SÃO CARLOS/SP - Para requerer o Seguro Desemprego basta acessar o site servicos.mte.gov.br.

Realize seu cadastro ou quem já é cadastrado basta fazer o login e acessar o ícone Seguro Desemprego, solicitar o benefício e seguir as orientações do Portal.

O atendimento “online” é em tempo real, disponível 24 horas por dia, inclusive aos sábados, domingos e feriados.

Outras informações também podem ser obtidas na Gerência Regional do Trabalho de São Carlos, localizada na Rua 13 de maio, n° 2.454, no Centro.

SÃO PAULO/SP - Após solicitar, no início desta semana, à FPF, à CBF e à Globo para não jogar mais aos domingos e à noite, o Corinthians recebeu a resposta nesta quarta-feira pelo site oficial da emissora, que se posicionou em defesa da segurança dos jogadores e da tradição desses horários no Brasil e no mundo.

A medida drástica adotada pelo Timão e assinada pelo presidente Andrés Sanchez, veio como uma defesa em relação ao que ocorreu na Justiça com Paulo André (ex-corintiano) e Maicon (ex-São Paulo e atualmente no Grêmio), que venceram as causas contra os ex-clubes ao pedirem remuneração justamente por trabalho aos domingos e à noite. Veja um trecho do texto:

"Requer-se que, a partir do retorno das competições que foram suspensas e daquelas que não foram iniciadas por conta da pandemia do Covid-19, não sejam mais marcados jogos do Sport Club Corinthians Paulista à noite ou aos domingos. Na hipótese de serem agendadas partidas à noite ou aos domingos, o Sport Club Corinthians Paulista se reserva no direito de eventualmente não participar dos referidos jogos".

Em live com Casagrande, na última terça-feira, Andrés falou sobre o assunto e os fatores que levaram o clube a tomar essa posição radical.

- Você joga no domingo à tarde e é obrigado a ter 24 horas de descanso, mas você tem jogo na quarta-feira seguinte. Aí na segunda você precisa fazer o regenerativo, e o jogador vai na Justiça reclamar. Tem mais de cem jogadores reclamando isso. Faz tempo. Só que você ia recorrendo, chegava no TST (Tribunal Superior do Trabalho), a partir de 2011 você ganha, mas leva quatro, cinco anos para isso, é um passivo do clube, que tem que pagar advogado.

Em resposta ao comunicado enviado pelo Corinthians, a Globo reiterou sua parceria com o esporte nacional e a vontade de levar ao ar o máximo de transmissões possíveis. Sobre os horários, a emissora acredita que são tradicionais não só no Brasil, mas no mundo inteiro, e que as autoridades devem atentar para as peculiaridades dessa atividade profissional.

Confira a nota oficial na íntegra:

"Os jogos aos domingos e em horários noturnos são uma tradição de décadas e se consolidaram como parte da rotina dos torcedores. Essa não é uma característica específica do futebol brasileiro, acontece com o esporte no mundo todo, que, como produto de entretenimento, é disputado em horários atrativos para seus fãs. Clubes, Federações e CBF, como protagonistas e organizadores das competições nacionais, devem zelar para que elas ocorram em ambiente de segurança para os jogadores, estrelas do espetáculo. Às autoridades cabe considerar as peculiaridades dessa atividade profissional, inclusive dias e horário em que tradicionalmente é desempenhada, a fim de que se fortaleça e possa continuar a oferecer opção de trabalho para milhares de brasileiros. A Globo é parceira incondicional do esporte nacional e continuará a contribuir para seu desenvolvimento, buscando a maior divulgação possível da transmissão dos espetáculos esportivos"

 

 

*Por: LANCE!

BRASÍLIA/DF - Foi por causa de uma greve de trabalhadores ocorrida em 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, reivindicando jornada de 8 horas por dia, que o dia Primeiro de Maio entrou para a História como Dia Internacional dos Trabalhadores.

Ou Dia do Trabalhador, Dia do Trabalho ou Festa do Trabalho — as denominações variam de parte a parte do planeta e carregam pequenas diferenças semânticas.

No Brasil, embora haja registros de manifestações operárias já no fim do século 19, a data foi oficializada em 1924 — durante a gestão do presidente Artur Bernardes (1875-1955) — mas, como atestam historiadores contemporâneos, acabou sendo cooptada pela máquina estatal alguns anos mais tarde, na gestão Getúlio Vargas (1882-1954).

Trocando em miúdos, sem alterar o decreto original, Vargas mudou o protagonismo da data: deixou de ser o Dia do Trabalhador para se tornar o Dia do Trabalho.

"No projeto getulista, a manifestação que era dos trabalhadores, revolucionários, para exigir direitos, se transformou em uma festa do trabalho, na qual se homenageia não exatamente o trabalhador mas sim a categoria básica do mundo capitalista e do estado autoritário de Vargas: o trabalho", diz à BBC News Brasil o historiador, sociólogo e antropólogo Claudio Bertolli Filho, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e autor de, entre outros livros, A República Velha e a Revolução de 30.

"Aí passamos a ver celebrações com a bandeira nacional, não mais a bandeira internacional comunista, não mais a bandeira do anarquismo. O papel que Vargas exerceu dentro da sua perspectiva populista foi instaurar o Primeiro de Maio como uma forma de domínio dos trabalhadores, sutilmente, subvertendo a ordem. O trabalhador, antes livre, a partir de então passava a ser um trabalhador normatizado, legislado pelo Estado. Que, com isso, dominava o trabalho."

Argumentos para isso não faltavam ao governo federal. Foi no governo Vargas, afinal, e em um Primeiro de Maio, que foi criada e sancionada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943.

Unificando e atualizando toda a legislação trabalhista então existente no Brasil, o decreto de 922 artigos passou a abranger direitos de boa parte dos trabalhadores, com determinações sobre duração da jornada, férias, segurança do trabalho, previdência social e férias — além da fixação do salário mínimo.

Antes da lei

Os primeiros registros de celebração aos trabalhadores no Brasil não ocorreram em um Primeiro de Maio, mas sim em um 14 de julho. A explicação está na memória da Revolução Francesa.

Em artigo publicado pela Revista Brasileira de História, em 2011, a historiadora Isabel Bilhão, atualmente professora na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), escreveu que "no caso nacional, as primeiras comemorações da data, realizadas na cidade do Rio de Janeiro, a partir de 1891, por iniciativa de militantes socialistas, mantinham essa postura e, não raras vezes, tornavam-se também atos patrióticos, em apoio à jovem República [proclamada dois anos antes]."

"Resumidamente", explicou ela, "poderíamos dizer que, numa primeira fase, situada entre a última década do século 19 e os anos iniciais do século 20, a exemplo da versão social-democrata internacional, as manifestações mesclavam caráter festivo e de protestos, apresentando o dia como o grande feriado da confraternização universal, instituído em 14 de julho de 1889, quando se comemorava o centenário da tomada da Bastilha."

Mas o Primeiro de Maio também ecoava. Depois da fama alcançada pelos operários de Chicago, manifestações na data passaram a se espalhar pelo mundo.

No Brasil, há indícios de protestos pontuais realizados ainda no fim do século 19. "Tem-se o registro de que a primeira celebração do tipo ocorreu em Santos em 1895, por iniciativa do Centro Socialista de Santos junto aos trabalhadores portuários", afirma à BBC News Brasil Paulo Rezzutti, pesquisador do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

Na bagagem, os imigrantes europeus que chegaram ao Brasil no processo de substituição da mão-de-obra escrava, a partir da Lei Áurea (1888) e até as primeiras décadas do século 20, trouxeram também as ideias anarquistas, comunistas e socialistas então pulverizadas no Velho Mundo.

"É o começo da questão trabalhadora no Brasil, com greves acontecendo, principalmente em São Paulo", complementa Rezzutti.

O maior exemplo foi a Greve Geral de 1917, ocorrida em julho daquele ano na capital paulista e considerada a primeira paralisação geral da história do Brasil, com adesão estimada de 70 mil pessoas.

Artur Bernardes

"O poder sempre quis cooptar os trabalhadores. Até final dos anos 1910, os trabalhadores — não havia a efetiva legalização dos sindicatos — iam para o enfrentamento com os patrões — e o Estado — com a cara e a coragem. É o grande momento dos anarquistas, vide as greves de 1917 e 1919. Com a repressão, e expulsão de estrangeiros, o movimento arrefeceu", afirma à BBC News Brasil o historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e autor de, entre outros, O Nascimento da República no Brasil.

Presidente do Brasil entre 1922 e 1926, o mineiro Artur Bernardes "impôs uma reforma constitucional", conforme assinala Villa. E começou a tentar contornar, apaziguar e normatizar essas questões trabalhistas.

"Em 1923, por exemplo, foi decretada uma lei, resultado de pressão por parte dos trabalhadores que começou a garantir caixa de assistência médica e aposentadoria para os ferroviários", menciona Bertolli. "Sobretudo havia uma pressão, de inspiração anarquista e comunista, dos trabalhadores ao governo."

A instauração do feriado de Primeiro de Maio veio nesse governo, por decreto de 26 de setembro de 1924.

"Artigo único: é considerado feriado nacional o dia 1 de maio, consagrado à confraternidade universal das classes operárias e à comemoração dos mártires do trabalho; revogadas as disposições em contrário", diz o documento.

"O governo Artur Bernardes deu umas guinadas em favor do trabalhador. Houve a regulamentação de férias remuneradas, mas tudo ainda muito incipiente, sem nem ter mecanismos para fiscalizar se as empresas cumpriam ou não", comenta Rezzutti.

"Mas foi no governo dele que acabou sendo criado o Dia do Trabalhador. A data era vista como forma de protesto, com piquetes, manifestações, greves, um monte de questões envolvendo os direitos dos trabalhadores, aquilo que os trabalhadores queriam reivindicar."

Vargas e as leis trabalhistas

Se Getúlio Vargas entrou para a história como o "pai das leis do trabalho", pode-se afirmar que, em relação ao trabalhador ele teve uma postura mais autoritária do que paterna. E isso se refletiu na maneira como ele lidou com o Primeiro de Maio.

"Getúlio Vargas não mudou o decreto de 1924, mas atribuiu outro sentido à data", explica à BBC News Brasil o historiador Marcelo Cheche Galves, professor da Universidade Estadual do Maranhão.

"Ele incorporou a bandeira e rompeu com a oposição trabalhador-patrão, colocando todo mundo no mesmo feixe e trazendo para dentro do Estado as bandeiras do trabalho, como forma de esvaziar o movimento trabalhista dissonante. O trabalhismo da época dele foi um sindicalismo alternativo ao anarcossindicalismo, às correntes socialistas. Justamente porque trazia para dentro do Estado essa indissociação entre governo e trabalhador."

"É importante salientar a tentativa dos governos de Bernardes e Vargas de ter controle sobre a data, em um momento de expansão de movimentos anarquistas e socialistas. Trazer a data para o calendário nacional era, obviamente, uma forma de ordenar o que comemorar, evitando e combatendo leituras dissonantes, do ponto de vista da ordem capitalista", acrescenta Galves.

"Com Vargas, a data se transforma em espetáculo. Nesse sentido, talvez seja curioso ressaltar o fato de, a cada Primeiro de Maio, Vargas anunciar o valor do novo salário mínimo, concedido pelo líder, e não negociado com instâncias sindicais. Esse caráter de dádiva expressa o espírito de ordenamento da data."

A inversão estava justamente no protagonismo. Populista, Vargas se colocou como alguém que concedia os direitos — como se esses não fossem, por essência, resultado de lutas e aspirações do povo. "Ele resolveu, de certa maneira, acabar com essa cara de reivindicação que havia no Dia do Trabalho. Para tanto, reforçou a data de forma a transformá-la em algo chapa-branca", complementa Rezzutti.

"Virou um dia de festa, de desfile, uma coisa cívica e não mais uma luta pelos direitos trabalhistas. Na cabeça de Vargas, não fazia sentido lutar por direitos trabalhistas, afinal, 'ele já tinha dado um monte de coisas' para o trabalhador. Há uma mudança de semântica: de trabalhador para o trabalho. 'É hora de homenagear o trabalho, já que todo mundo tem trabalho', pensava-se."

É nesse contexto que surge o conceito de peleguismo, afinal, o meio que o governo usou para controlar as organizações sindicais.

"O projeto getulista de modernização do Brasil, incentivando a industrialização, baseava-se em, de um lado, enfatizar a importância e o papel do trabalhador; por outro, era preciso docilizar e manipular a massa de trabalhadores que estava se constituindo", explica Bertolli.

Isso foi feito à moda do pão e circo. De um lado, o salário mínimo e a CLT. De outro, as festividades. "Em sua perspectiva de domar esse trabalhador, o governo começou a investir numa redefinição da festa dos trabalhadores. Se essas celebrações haviam começado em São Paulo com os anarquistas, de forma livre, independente e patrocinada pelos próprios trabalhadores e suas associações, Getúlio Vargas começou com a ideia de eventos festivos. Ele domesticou o Primeiro de Maio e o Estado passou a participar do evento", conta Bertolli.

"Um dos caras que cantavam muito nessas festas era um mocinho proletário que depois ganharia fama. Seu nome era Vicente Celestino."

Era um tempo de construção de narrativas e reforços ao imaginário público, a propaganda era a chave. "Entre 1930 e 1945 circularam no Brasil, então governado por Getúlio Vargas, as mais diferentes formas de propaganda política que, produzidas pelo poder instituído, tinham como objetivo promover heróis e incriminar os inimigos do regime. Álbuns de figurinhas e de fotografias exaltavam as lideranças brasileiras, assim como os feitos do Terceiro Reich, admirado por suas conquistas", descreve a historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, professora da Universidade de São Paulo (USP) no livro, ainda inédito, 'Panfletos Subversivos'.

"A narrativa oficial pautava-se pela presença de Vargas em todos os círculos das esferas públicas, destacado inicialmente como revolucionário de 1930, depois como 'trabalhador n.1 do Brasil' e, finalmente, como presidente eleito pelo povo, apesar do golpe ditatorial de 1937. Dessa forma vislumbramos nos impressos daquele período um conjunto de narrativas e imagens que estavam em sintonia com o ideário estadonovista."

Despolitização da data

Esse caráter apolítico da data foi se tornando praxe, cada vez mais. "Getúlio Vargas criou o Ministério do Trabalho, legalizou os sindicatos e atrelou os trabalhadores ao Estado — e a ele, em particular. O Primeiro de Maio foi transformado em cerimônia de Estado. E, claro, do dirigentes sindicais pelegos", contextualiza Villa.

"Historicamente o Primeiro de Maio é um dia de luta dos trabalhadores. A data, no Brasil foi perdendo força — na Europa, hoje, também. A mudança do padrão de acumulação capitalista pode explicar este fato, lá e aqui. E 'aqui' porque a decadência veio antes do auge, coisas do Brasil."

Nas últimas décadas isso ficou claro com festas do Primeiro de Maio que mais se assemelhavam a show do que a manifestações operárias.

"O que Vargas fez se parece muito com aquilo que foi recuperado, sobretudo com o governo do PT: era festa", compara Bertolli. "Antes, a partir do fim dos anos 1990, houve esse resgate: tinha evento com sorteio de carro, essas coisas. O caráter despolitizante da festa é uma característica do festejo no Brasil das últimas décadas", complementa Galves.

"O Primeiro de Maio é cada vez menos um festejo político e cada vez mais um feriado de lazer, de descanso", define Galves.

 

 

*Por: BBC NEWS

Doações de suco de laranja e outros itens complementam a alimentação servida no hospital e ajudam a reduzir os gastos mensais da Instituição

 

SÃO CARLOS/SP - A Santa Casa recebeu nesta semana muitos salgados congelados e tabletes de manteiga, além de frutas, verduras e legumes, do Sesc São Carlos. Por meio do projeto Mesa Brasil, esses alimentos são recolhidos de empresas e encaminhados para instituições sociais. “Desde a implantação do Mesa Brasil em São Carlos em 2017, a Santa Casa já é uma parceira. Doamos aproximadamente uma tonelada de alimentos mensalmente. Nossa doação é semanal e inclui basicamente hortifrutis, mas também doamos itens não perecíveis.”, explica a coordenadora do programa Mesa Brasil do Sesc São Carlos, Veridiana Blanco de Molfetta.

Os salgados foram servidos nas refeições de pacientes e colaboradores, juntamente com o suco de laranja doado pela Louis Dreyfus Company Brasil S.A. A empresa de Bebedouro entregou para a Santa Casa 4 mil litros de suco integral pasteurizado. “Queremos contribuir com a saúde de profissionais e pacientes neste momento de pandemia”, comenta o Gerente de Recursos Humanos, Daniel Gomes.

De acordo com a Gerente de Nutrição da Santa Casa, Olga Maria Picolo Vela, essas doações são fundamentais para ajudar na alimentação dos colaboradores e pacientes, além de reduzir os gastos mensais com a alimentação: “neste momento todas essas doações que recebemos são bastante importantes. Com essa ajuda, conseguimos economizar nas compras do mês e isso é muito benéfico ao hospital. Além disso, algumas doações destinamos direto para os profissionais que estão em contato com os pacientes com suspeita de COVID-19, para que eles se sintam ainda mais valorizados por estarem se dedicando ao próximo”. 

RECONHECIMENTO

Reconhecer o esforço dos profissionais que estão na linha de frente também foi o objetivo do Grupo Artesãs com Vida, ao entregar kits com bombons, trufas e uma boneca artesanal para 700 funcionários da enfermagem: “neste kit, colocamos mensagens preparadas, carinhosamente, pelas artesãs, familiares e amigos. Colocamos também uma boneca conhecida como Abayomi.  Quando se presenteia alguém com essa boneca, significa que você está oferecendo o melhor para essa pessoa. Acredito que cuidar do outro é responsabilidade de todos”, afirma funcionária pública e voluntária, Gláucia Elena de Moura Dotta.

O grupo, composto por 45 artesãs e mais 10 pessoas que trabalham de forma indireta na confecção das máscaras, também doou 7.701 máscaras de TNT. O material, no começo, foi adquirido e rateado entre as artesãs. Depois, as doações foram chegando através de amigos, e hoje o grupo conta com a solidariedade da comunidade em geral.

O laboratório Apsen também fez uma doação para a Santa Casa de 20 caixas de luvas, 11 litros de álcool em gel e 11 litros de álcool líquido para o Programa de Residência Médica em Ortopedia. “Nós vamos distribuir um kit contendo as luvas e o álcool para cada residente. A doação nos ajuda a oferecer o cuidado e atenção à segurança dos nossos residentes”, explica o coordenador da residência de Ortopedia, Rodrigo Reiff.

A Razek, empresa de produtos médicos cirúrgicos, doou prateleiras, armários, micro-ondas, geladeira, divisórias, cadeiras e 11 equipamentos de ar condicionado. "A Razek acredita que esse é um momento de solidariedade e união. Estamos certos de que vamos superar esse momento juntos. Ajudaríamos a Santa Casa São Carlos independentemente da situação, pois sabemos da sua importância e comprometimento com o nosso município e região", afirma Daniela Sassoli, diretora da Razek.

O presidente do Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Carlos e Região), Silvio Carrera de Miranda, também fez uma contribuição importante para o hospital: doou 10 rolos de 50 metros de TNT para ajudar na confecção dos EPIs para a proteção dos profissionais, que foram entregues pela assessora de Comunicação Marilda Santos.

As doações não param por aí. O Supermercado Savegnago colaborou doando três carrinhos para auxiliar no transporte dos alimentos. A Capricórnio Têxtil doou 10.000 máscaras para a proteção dos profissionais. E a voluntária Sueli Forgerini contribuiu com 200 metros de elástico para a confecção de EPIs.

Outra iniciativa foi da aposentada Jaira Vidal. Ela conta que gostaria de ajudar as voluntárias na confecção de EPIs, mas pelo fato de fazer parte do grupo de risco, precisa ficar isolada. Por isso, resolveu ajudar de outra forma: “eu arrecadei com os vizinhos e amigas um valor R$ 1.240,00 para a compra de tecidos. Temos que reconhecer o trabalho dos profissionais que estão no hospital se dedicando pra cuidar do próximo”.

SÃO CARLOS/SP - Representando o Comércio Varejista de São Carlos, a Associação Comercial e Industrial de São Carlos (ACISC) e o Sindicato do Comércio Varejista de São Carlos e Região (Sincomercio), participaram de uma reunião, na manhã desta quinta-feira (23), com a presença do Prefeito Airton Garcia, na qual foi discutida a POSSÍVEL REABERTURA DO COMÉRCIO da cidade, na próxima segunda-feira (27).

 

As entidades esclarecem que aguardam a OFICIALIZAÇÃO da possível decisão, por meio de um novo Decreto Municipal.

Próximo ao Dia das Mães, segunda data mais importante para o comércio varejista, entidades pedem que o comércio de São Carlos possa atender pelo sistema drive-thru

 

SÃO CARLOS/SP - As entidades que representam o Comércio Varejista de São Carlos, a Associação Comercial e Industrial de São Carlos (ACISC) e o Sindicato do Comércio Varejista de São Carlos e Região (Sincomercio), protocolaram juntas, nesta quarta-feira (22), um pedido para que o Comitê Emergencial de Combate ao Coronavírus do Município avalie a liberação do comércio varejista por drive-thru, ou seja, que o comércio em geral possa fazer entrega de produtos em circuito, organizado na via pública ou em estacionamento próprio.

São Carlos decidiu seguir o decreto estadual, até o dia 10 de maio, que determina a continuidade do fechamento do comércio. Porém, Paulo Gullo, presidente do Sincomercio, destacou a proximidade do Dia das Mães. “O Dia das Mães é a segunda data mais importante para o comércio depois do Natal e o sistema drive-thru, previsto no próprio decreto do governador João Doria, pode ser uma alternativa para que todos os setores do comércio voltem a movimentar suas atividades neste período. Os estabelecimentos comerciais poderiam utilizar as vias públicas para entregar os produtos comercializados diretamente nos veículos dos clientes”.

Para José Fernando Domingues, presidente da ACISC, enquanto não vigorar a flexibilização para reabertura do comércio, o sistema drive-thru pode ajudar a minimizar o impacto negativo que os empresários, comerciantes e os funcionários do setor, estão tendo. “Vemos com muita preocupação essa situação e temos apresentado diversas propostas para que o funcionamento do comércio são-carlense seja flexibilizado, claro, adotando todas as medidas e orientações de saúde”, afirmou. “Esperamos que o Comitê Emergencial da nossa cidade, juntamente com o Ministério Público Estadual, possa analisar nossas sugestões protocoladas”, completou Zelão.

Um protocolo com sugestões para a prática do comércio por drive-thru também foi encaminhado pelas entidades ao Comitê, atendendo as recomendações e medidas sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS). As lojas que aderirem ao sistema deverão adotar um manual de conduta para a relação com os clientes, como o uso de máscara, o respeito à distância recomendada, a disponibilização de álcool em gel 70% e a higienização das embalagens dos produtos antes da entrega, entre outras medidas exigidas.

O Comitê Emergencial de Combate ao Coronavírus de São Carlos deverá, agora, avaliar o pedido da ACISC e do SINCOMERCIO.

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