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FRANÇA - Encerrada no domingo (22), em Normandia, na França, as olimpíadas escolares ISF Gymnasiade 2022 tiveram participação histórica da delegação brasileira tanto no número de atletas - foram 230 jovens entre 16 e 18 anos - quanto no quadro geral de medalhas - onde o Brasil foi vice-campeão, com 45 ouros, 45 pratas e 36 bronzes.

A delegação brasileira participou de competições em 20 modalidades. Segundo dados do Ministério da Cidadania, que destinou R$ 5,5 milhões para os jovens atletas participarem do evento, representantes de 22 estados foram selecionados para os jogos.

“Chegar aqui na França e ver uma delegação deste tamanho, com 230 atletas e paratletas, mais a comissão técnica, sabendo que nosso esporte de base, na plataforma escolar, foi recuperado, ressurgiu, é muito gratificante”, afirmou o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, que esteve presente na cerimônia de encerramento da Gymnasiade.

Troféu Fairplay

Além do segundo lugar no quadro geral e das dezenas de medalhas, os jovens brasileiros foram agraciados com o Troféu Fairplay, destinado à delegação que mais cativou a atenção dos participantes e dos organizadores do evento. "O Brasil, além de ser muito forte esportivamente, como demonstra nosso resultado expressivo, também é o mais querido. Isso significa que estamos cumprindo o papel de pregar a paz, a união, a tolerância, e de contribuir para a formação da cidadania desses jovens e para a construção de um mundo melhor", afirmou o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), Antônio Hora Filho.

Assista trechos da participação brasileira na Gymnasiade 2022

 

 

 

AGÊNCIA BRASIL

SALOU - A seleção de futebol PC (paralisados cerebrais) está nas semifinais do Campeonato Mundial da modalidade, antigamente chamada "futebol de sete". Nesta segunda-feira (9), os brasileiros superaram a Argentina por 3 a 0 e mantiveram os 100% de aproveitamento no torneio, que é disputado em Salou (Espanha).

O próximo adversário será o Irã, medalhista de prata na última vez que a modalidade foi disputada na Paralimpíada, em 2016, no Rio de Janeiro. Também nesta segunda (9), a equipe asiática bateu a Inglaterra por 3 a 1. O duelo por uma vaga na final está marcado para quinta-feira (12), às 10h30 (horário de Brasília). Os jogos do Mundial têm transmissão ao vivo online.

Ainda na quinta (12), na outra semifinal às 13h30, a favorita Ucrânia, maior vencedora da competição, com seis títulos (o último em 2017), terá pela frente os Estados Unidos. A decisão será no domingo (5), também às 13h30.

O triunfo sobre os argentinos foi construído no primeiro tempo (no futebol PC, cada etapa tem 30 minutos), com "ajuda" dos rivais, que balançaram as próprias redes duas vezes. O capitão Pablo Molina tentou cortar um chute de Lucas Henrique e tirou a bola do alcance do goleiro Sérgio Gutierrez, colocando os brasileiros à frente, logo aos seis minutos. Na sequência, Hernando Romussi repetiu a dose sem querer, aumentando a vantagem verde e amarela. Aos 14, Lucas Henrique lançou César Augusto na área. Cesinha - como é conhecido o camisa 10 - driblou Gutierrez e fez o terceiro do Brasil.

"Tivemos um jogo muito difícil, como sempre é contra a Argentina. Infelizmente, eles usaram de muita violência na partida e o nosso objetivo era jogar futebol. Conseguimos manter nosso ritmo, fazer 3 a 0 e depois [no segundo tempo] adotamos um sistema para jogarmos um pouco mais fechados e utilizarmos o contra-ataque. Por muitas vezes, quase ampliamos o placar", descreveu o técnico Paulo Cabral, à Agência Brasil.

O Brasil mira um título inédito. As melhores campanhas foram em 2003 e 2013, quando conquistou o vice-campeonato. Na edição passada, em 2019, também na Espanha, mas em Sevilha, a seleção acabou na terceira posição. Nas quartas, os brasileiros bateram justamente o Irã, por 2 a 1, na prorrogação. O triunfo teve gosto de revanche, já que os asiáticos levaram a melhor nas quartas do Mundial de 2017, em San Luís (Argentina), e na semifinal da Rio 2016.

"[O Irã] Será mais uma pedra no nosso caminho que teremos que ultrapassar. É um país tradicional, que sempre luta para ficar entre os três primeiros. Faremos o possível para sairmos vitoriosos", completou Cabral.

PORTUGAL - O Brasil derrotou a Grã-Bretanha nesta segunda-feira (2) na categoria quad (atletas com comprometimento em três ou mais extremidades do corpo) no primeiro dia de disputas da Copa do Mundo de tênis em cadeira de rodas em Vilamoura, no Algarve (Portugal).

O triunfo da equipe brasileira, formada por Ymanitu Silva, Leandro Pena e Augusto Fernandes, foi por 3 partidas a 0. O primeiro a vencer foi Leandro Pena, que bateu James Shaw por 2 sets a 0. Depois foi a vez de Ymanitu Silva bater Richard Green por 2 sets a 0.

Os dois voltaram à quadra para jogarem em dupla, em partida na qual superaram Richard Green e Greg Slade por 2 sets a 0.

Na categoria open (atletas com deficiência em membros inferiores) masculina o Brasil perdeu para o Japão por 3 a 0. Bruno Makey perdeu de Tokito Oda por 2 sets a 0 e Daniel Rodrigues foi batido por Shingo Kunieda por 2 sets a 0. Nas duplas Daniel Rodrigues e Rafael Medeiros foram superados por Takuya Miki e Takashi Sanada por duplo 6/3. No júnior (sub-18), a seleção brasileira perdeu dos Estados Unidos por dois jogos a 1.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

PORTO SEGURO/BA - A economia brasileira tem um dos melhores desempenhos no cenário pós-pandemia, disse ontem (22), em Porto Seguro, o presidente Jair Bolsonaro. Em evento para comemorar os 522 anos do descobrimento do Brasil, ele declarou que o país resiste às dificuldades externas, provocadas pela pandemia de covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

“Vocês sabem o que está acontecendo no mundo, por questões até mesmo externas à nossa vontade, com uma guerra a 10 mil quilômetros de distância, mas as consequências vêm para a nossa pátria. O país, não só na pandemia, mas como nesse período de problemas externos, na economia é um dos que melhor se sai no mundo todo. Vamos vencendo obstáculos. Vamos mostrando, cada vez mais, o que o Brasil pode ser”, discursou o presidente.

Em seu discurso, o Bolsonaro pediu união do povo brasileiro para enfrentar as dificuldades. “Não há diferença nenhuma de mim para qualquer um de vocês. Temos realmente o mesmo objetivo, o mesmo sangue, a mesma raça, a mesma nacionalidade. E queremos, cada vez mais, unir os nossos povos. Não queremos pregar a divisão entre nós, entre cor de pele, opções, regiões, entre o que quer que seja”, acrescentou.

Para o presidente, o povo brasileiro é capaz de vender obstáculos num país que chamou de rico. “O evento mais importante é comemorar o aniversário deste jovem Brasil. Apenas 522 anos, mas é um jovem Brasil muito rico, muito próspero, que vence obstáculos e desafios. Em especial, pelo povo valoroso que tem e pela sua fé”, comentou Bolsonaro.

O presidente chega ainda hoje a Brasília. Pela manhã, Bolsonaro esteve no Rio de Janeiro. Ele participou de cerimônia militar na Base Aérea de Santa Cruz, alusiva ao Dia da Aviação de Caça. A solenidade marcou a incorporação das aeronaves suecas F-39 Gripen, recém-chegadas ao Brasil.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

CHILE - A seleção feminina sub-20 derrotou o Uruguai por 1 a 0, nesta quinta-feira (21) no estádio Nicolás Chauán Nazar, em La Calera (Chile), pela segunda rodada do quadrangular final do Sul-Americano da categoria.

Após este resultado o Brasil ficou muito perto de se classificar para a Copa do Mundo da categoria, que será disputada em agosto na Costa Rica. Para a classificação ser confirmada a seleção brasileira precisa torcer para uma possível derrota ou empate da Venezuela no confronto contra a Colômbia, que também será realizado nesta quinta.

O gol da vitória do Brasil saiu aos 28 minutos, com Cris após boa jogada de Giovaninha. Este resultado ratifica a ótima campanha da seleção brasileira na competição, na qual acumula seis vitórias, com 21 gols marcados e nenhum sofrido.

O próximo compromisso da equipe comandada pelo técnico Jonas Urias é no próximo domingo (24), contra a Venezuela, a partir das 20h30 (horário de Brasília).

 

 

AGÊNCIA BRASIL

BRASÍLIA/DF - O Brasil ocupa a segunda posição do ranking de países que mais tributam as empresas no mundo, atrás apenas de Malta. A percepção foi divulgada em estudo da plataforma CupomVálido com base em dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

De acordo com o levantamento, as companhias brasileiras pagam, em média, uma alíquota de imposto de 34%, ao considerar todos os tributos. O percentual é 70% maior que a média mundial e somente 1 ponto percentual menor que Malta (35%).

O cálculo leva em conta a cobrança de dois impostos sobre as empresas no Brasil, o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (25%) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (9%).

Entre as 111 nações pesquisadas, a taxa média de tributação das empresas é de 20% e somente 18 países cobram uma alíquota acima de 30% das firmas. As taxas brasileiras, por sua vez, são maiores do que as cobradas em países desenvolvidos, como Reino Unido (19%), Estados Unidos (25%), Canadá (27%) e Japão (30%).

Na comparação do período entre 2000 e 2021, o estudo aponta que a grande maioria dos países diminuíram a alíquota de tributos sobre as empresas, movimento que contribuiu para a redução de 8,3 pontos percentuais no o valor médio da cobrança, de 28,3% para 20%.

Ao longo dos 21 anos, 94 países reduziram a tributação, enquanto 13 países mantiveram as mesmas taxas e somente Andorra, Hong Kong, China, Maldivas e Omã aumentaram suas alíquotas.

Segundo o levantamento da CupomVálido.com, 12 países eram considerados paraísos fiscais, com um regime de não tributar as empresas. Desde 2000, Andorra e Maldivas abandonaram o título e apresentaram um saldo nas cobranças, atualmente em 10% e 15%, respectivamente.

    R7

ESPANHA - A seleção brasileira feminina de futebol venceu a primeira partida do ano com placar de 3 a 1 sobre a Hungria, em amistoso na tarde de segunda-feira (11), na cidade de San Pedro de Pinatar, na Espanha. Gabi Nunes marcou duas vezes de cabeça e Bia Zaneratto honrou o retorno à equipe comandada por Pia Sundahage com um golaço, de fora da área. A volante Anna Csiki descontou para as húngaras em cobrança de pênalti.

A equipe brasileira começou mais ofensiva. Aos 11 minutos, Kerolin levou perigo ao gol das adversárias com um chute de fora da área, que saiu pela linha de fundo. Três minutos depois, após escanteio, Gabi Nunes cabeceou para o fundo da rede e colocou o Brasil na frente do marcador.  Após sofrer o gol, a equipe húngara se fechou e as brasileiras tiveram mais dificuldades pra finalizar.

No segundo tempo, com sete minutos de bola rolando, a atacante Bia Zaneratto disparou pelo meio, em jogada individual, e ampliou para o Brasil com uma bomba certeira de fora da área. A camisa 16 comemorou muito, já que foi desconvocada várias vezes em 2021, quando atuava pelo Wuhan (China), por conta da pandemia de covid-19. E no início deste ano também ficou de fora da seleção ao testar positivo para o vírus SARS-Cov-2.

E não demorou muito para sair o terceiro gol brasileiro. Aos 15 minutos, Adriana cruzou na medida para Gabi Nunes, atacante do Madrid CFF, marcar o segundo dela na partida. A Hungria descontou aos 29, em cobrança de pênalti da volante Anna Csiki. Já aos 40 minutos, por pouco o Brasil não ampliou.  Em contra-ataque veloz, Bia Zaneratto lançou a meia-campista Adriana, que chutou cruzado e por um triz a bola não entrou.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

CATAR - Nesta sexta-feira, foi realizado o sorteio da Copa do Mundo, em cerimônia no Catar, país sede do torneio. A Seleção Brasileira, cabeça de chave do grupo G, vai enfrentar Suíça e Sérvia, assim como em 2018, e Camarões, rival em 2014. A estreia será diante dos sérvios.

Atual campeã, a França, está no grupo D. Os comandados de Didier Deschamps começam contra o vencedor do playoff 1 (Peru, Emirados Árabes Unidos ou Austrália) e ainda terão pela frente Dinamarca e Tunísia.

A Argentina, por sua vez, figura no grupo C. A equipe de Lionel Scaloni terá Arábia Saudita na estreia, Polônia de Robert Lewandowski e México.

Espanha e Alemanha, campeãs em 2010 e 2014, respectivamente, caíram no grupo E. Japão e o ganhador do playoff 2 (Nova Zelândia ou Costa Rica) completam a chave.

Três vagas ainda estão indefinidas. Um será preenchida por Ucrânia, Escócia ou País de Gales, outra por Peru, Emirados Árabes Unidos ou Austrália, e a última por Nova Zelândia ou Costa Rica.

Confira todos os oito grupos:

Grupo A

Catar

Equador

Senegal

Holanda

 

Grupo B

Inglaterra

Irã

Estados Unidos

País de Gales, Escócia ou Ucrânia

 

Grupo C

Argentina

Arábia Saudita

México

Polônia

 

Grupo D

França

Emirados Árabes, Austrália ou Peru

Dinamarca

Tunísia

 

Grupo E

Espanha

Costa Rica ou Nova Zelândia

Alemanha

Japão

 

Grupo F

Bélgica

Canadá

Marrocos

Croácia

 

Grupo G

Brasil

Sérvia

Suíça

Camarões

 

Grupo H

Portugal

Gana

Uruguai

Coreia do Sul

 

 

 

GAZETA ESPORTIVA

LA PAZ - Não foi simples jogar nos 3.600 metros de La Paz, mas o Brasil goleou a Bolívia por 4 a 0, na noite desta terça-feira (29), pela 18ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022 (Catar).

Com este triunfo a equipe comandada pelo técnico Tite chegou aos 45 pontos, estabelecendo um novo recorde na história das Eliminatórias Sul-Americanas no atual formato (antes a marca era da Argentina, com 43 pontos). A vitória também serviu para ampliar a série invicta na competição, que agora é de 34 partidas sem perder. Como o Brasil ainda tem um jogo a disputar (contra a Argentina, válido pela 6ª rodada, e que foi interrompido após a intervenção de técnicos da Anvisa) estes números ainda podem melhorar.

Assim como previsto por Tite em entrevista coletiva nesta semana, o Brasil começou a partida em baixa rotação, valorizando a posse de bola e tentando evitar os efeitos da atitude. Porém, mesmo assim, a qualidade técnica da seleção brasileira era muito superior à da equipe da casa.

O Brasil abriu o placar aos 23 minutos, quando Bruno Guimarães recebeu na intermediária e fez bela jogada individual que terminou em passe para Lucas Paquetá, que teve apenas o trabalho de bater com categoria para superar o goleiro Rubén Cordano.

A equipe de Tite continuou melhor no confronto, e chegou ao segundo antes do intervalo. Aos 44 minutos Antony partiu pela direita e chutou rasteiro para o meio da área, onde Richarlison, com liberdade, apenas escorou para o gol.

O segundo tempo começou com os bolivianos pressionando, e Alisson brilhando no gol brasileiro. Se o camisa 1 do Liverpool (Inglaterra) garantia na defesa, no ataque Bruno Guimarães voltou a se destacar, desta vez concluindo com um lindo chute de primeira um cruzamento dado por Lucas Paquetá aos 20 minutos para marcar o terceiro.

Mas ainda cabia mais para o Brasil, e o quarto veio com Richarlison, já aos 45 minutos, quando o camisa 9 não perdoou bola que sobrou após jogada de Rodrygo, que entrou na etapa final.

WASHINGTON - Nos últimos dias, o governo dos Estados Unidos tem indicado uma possível mudança de tom em relação ao Brasil, com elogios pontuais à posição da diplomacia do país em meio à guerra na Ucrânia.

As falas contrastam com uma série de críticas públicas, carregadas de palavras duras, pela visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia, dias antes de a invasão começar.

No domingo (6), Brian Nichols, secretário-assistente para o Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado, elogiou no Twitter a atuação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU. "Cada voto para responsabilizar o Kremlin por essas ações horríveis importa. Os EUA estão orgulhosos de ficar ao lado do Brasil para defender os direitos humanos de todos na Ucrânia", escreveu.

As posições no Conselho de Segurança também foram bem recebidas, segundo um funcionário do Departamento de Estado ouvido pela reportagem. Sob condição de anonimato, ele ressaltou que, apesar das críticas públicas dos EUA à viagem de Bolsonaro, os dois países continuam a trabalhar juntos em vários níveis de governo para tentar ajudar a resolver a crise na Ucrânia.

Na semana passada, o Brasil votou a favor de duas resoluções no colegiado: uma condenando a invasão --o texto foi barrado pela Rússia, que tem poder de veto-- e outra que fez com que o tema fosse levado à Assembleia-Geral. Nela, uma moção de condenação às ações da Rússia foi aprovada no dia 2 de março, também com voto do Brasil.

Em entrevista ao podcast da revista America's Quartely no último dia 3, Juan Gonzalez, diretor para o Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional, buscou mostrar que compreende as dificuldades do governo brasileiro.

"Você tem uma zona de paz e segurança no Atlântico Sul, uma área que o Brasil e sua política externa buscam tornar um lugar de neutralidade, porque eles não querem virar peças de xadrez em uma, digamos, Guerra Fria. E a neutralidade é boa até que um país invade outro. Nesse ponto você tem que escolher um lado, e eu penso, sem especificar nenhum país, que a articulação da neutralidade é uma racionalização por não querer tomar uma posição", disse.

Apesar dos votos anti-Moscou da diplomacia brasileira na ONU, Bolsonaro tem falado em manter equilíbrio no conflito, temendo abalos que a guerra pode ter na economia, como no fornecimento de fertilizantes agrícolas --23% dos insumos consumidos no Brasil em 2021 vieram da Rússia. "Para nós, a questão do fertilizante é sagrada", afirmou o brasileiro. Desde que a invasão da Ucrânia começou, o presidente fez inclusive acenos públicos a Vladimir Putin.

Na entrevista, Gonzalez também falou de meio ambiente, um dos pontos recentes de tensão entre EUA e Brasil. Afirmou que o país é um líder global e regional nas questões climáticas e que o combate ao desmatamento seguirá sendo uma questão difícil, mesmo que Bolsonaro deixe o poder.

"O PT [de Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas] não era pró-clima até isso se tornar uma questão global. Mesmo em um governo do PT, isso será muito difícil, porque há atores políticos muito fortes nessa área, muitos negócios poderosos ao redor. Não vou subestimar os desafios políticos que qualquer governo do Brasil terá na Amazônia", ponderou.

Esse tom mais ameno na diplomacia com Brasília se dá ao mesmo tempo em que os EUA buscam se reaproximar da Venezuela. Uma rara rodada de negociações foi realizada no fim de semana, seguida de especulações de que isso poderia abrir caminho para atenuar sanções e liberar a compra de petróleo venezuelano por Washington.

Dois americanos presos foram soltos nos últimos dias, após a visita da delegação de Joe Biden ao ditador Nicolás Maduro.

À reportagem o Departamento de Estado não comentou possíveis relações entre os dois movimentos. "A parceria estratégica de longo prazo é importante para as duas nações e para as duas regiões, baseada em um compromisso compartilhado com os valores democráticos. Continuaremos a trabalhar com o Brasil para enfrentar os desafios globais, incluindo ameaças à paz e à segurança globais", disse, em nota, um porta-voz do órgão.

Em fevereiro, o governo americano fez críticas públicas a Bolsonaro pelo fato de ele ter visitado a Rússia em meio à tensão entre Moscou e Kiev, que mais tarde desembocaria na guerra. Em 16 de fevereiro, o brasileiro esteve com Putin e se disse "solidário à Rússia" --sem especificar a que aspecto manifestava sua solidariedade.

No dia seguinte, o Departamento de Estado fez críticas. "O momento em que o presidente do Brasil expressou solidariedade com a Rússia, justo quando as forças russas estão se preparando para lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ser pior", disse um porta-voz da pasta, em nota a jornalistas. "Isso mina a diplomacia internacional direcionada a evitar um desastre estratégico e humanitário."

Logo depois foi a vez de a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, falar. "Eu diria que a vasta maioria da comunidade global está unida em sua visão de que outro país tomando parte de sua terra, aterrorizando seu povo, é certamente algo não alinhado aos valores globais. Então, penso que o Brasil pode estar do outro lado em que a maioria da comunidade global está."

 

 

RAFAEL BALAGO / FOLHA

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