MOSCOU - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, se reunirão no Uzbequistão na sexta-feira para discutir comércio, vendas de fertilizantes russos e suprimentos mútuos de alimentos, informou o Kremlin na terça-feira.
"Há planos para discutir questões de 'saturação' do mercado indiano com fertilizantes russos e suprimentos bilaterais de alimentos", disse o Kremlin ao distribuir materiais para o encontro.
A reunião será realizada à margem de uma cúpula da Organização para Cooperação de Xangai, um bloco regional de segurança.
ÍNDIA - Parlamentares indianos escolheram a primeira presidente da Índia vinda de uma das comunidades tribais do país na quinta-feira (21), feito que pode aumentar o apelo do primeiro-ministro Narendra Modi entre grupos marginalizados antes das eleições gerais de 2024.
Droupadi Murmu, uma professora de 64 anos que se tornou política, será a segunda mulher a ocupar o cargo basicamente simbólico de chefe de Estado ao tomar posse no dia 25 de julho para o início de um mandato de cinco anos.
Mais de 4,5 mil parlamentares estaduais e federais votaram nas eleições presidenciais na segunda-feira (18), e as urnas foram apuradas na quinta-feira. A vitória de Murmu foi garantida pelo apoio do Partido de Modi, o Bharatiya Janata (BJP), que domina a política estadual e federal no país.
"Uma filha da Índia, vinda de uma comunidade tribal, nascida em uma parte remota do leste da Índia foi eleita nossa presidente!", disse Modi no Twitter.
Nascida em uma família da tribo Santhal, do Estado de Odisha, Murmu iniciou sua carreira como professora escolar e participou ativamente em questões da comunidade.
Ela entrou para a política posteriormente e serviu como parlamentar estadual do BJP em Odisha antes de se tornar governadora do Estado de Jharkhand, no leste do país.
Sua eleição é vista como uma tentativa do BJP de tentar conseguir o apoio das comunidades tribais, que compõe mais de 8% da população de 1,4 bilhões de pessoas do país.
ÍNDIA - Centenas de milhares de toneladas de trigo estão bloqueadas em um porto indiano após a decisão do país de suspender todas as exportações do cereal, o que provocou a disparada dos preços no mercado internacional.
Segundo maior produtor mundial de trigo, a Índia proibiu no sábado que seus exportadores assinem novos acordos de venda sem a aprovação prévia do governo, que justificou a medida pela inflação do produto e a insegurança alimentar.
O anúncio repentino provocou um grande caos no porto de Deendayal, no estado de Gujarat (oeste), onde nesta terça-feira 4.000 caminhões carregados com trigo ficaram bloqueados.
Além disso, quatro navios carregados parcialmente com quase 80.000 toneladas do produto aguardam autorização para zarpar.
As autoridades portuárias afirmaram que a mercadoria que chegou antes de 13 de maio, data em que o governo notificou a suspensão das exportações, poderá ser enviada a destinos como Egito e Coreia do Sul com base em acordos anteriores.
"Porém, os caminhões carregados de trigo que chegaram ao porto depois de 13 de maio terão que retornar com a mercadoria", declarou Om Prakash Dadlani, porta-voz do porto.
A Câmara de Comércio de Gandhidham, cidade do estado de Gujarat, calculou que 400.000 toneladas de trigo procedentes de outras regiões estão bloqueadas.
Entre 500 e 700 depósitos nas proximidades do porto "estão repletos de trigo destinado à exportação", declarou Teja Kangad, presidente da Câmara, que lamentou a falta de um aviso antecipado por parte do governo.
"Isto levou a uma situação caótica, na qual os caminhoneiros e os comerciantes não sabem o que acontecerá com suas mercadorias. Além disso, como o trigo é um produto perecível, não pode ficar muito tempo ao ar livre", disse Kangad à AFP.
Os ministros da Agricultura do G7 criticaram a decisão da Índia, que pode agravar a crise de produtos básicos no mundo.
Até agora, o grande país do sul da Ásia havia demonstrado predisposição a manter o mercado mundial diante dos problemas de abastecimento provocados pela invasão da Ucrânia, que era responsável por 12% das exportações mundiais de trigo.
A Índia defende que sua "proibição" pretende garantir a segurança alimentar de 1,4 bilhão de habitantes do país.
A onda de calor de março, quando a temperatura superou 45 graus em algumas áreas da Índia, afetou regiões produtoras de trigo do norte do país e pode reduzir a produção do cereal em 5% este ano.
O preço do trigo estabeleceu um novo recorde na segunda-feira, na abertura do mercado europeu, a 435 euros a tonelada.
ÍNDIA - A Índia está lançando medidas para ajudar o país a se tornar um grande exportador de trigo de alta qualidade, num momento em que importadores lutam por suprimentos após a invasão da Ucrânia pela Rússia, disseram duas fontes do governo.
Os passos a serem implementados em cerca de duas semanas incluem garantias de que laboratórios aprovados pelo governo testem a qualidade do trigo para exportação, vagões extras para transporte e prioridade nos portos para exportações de trigo, disseram as fontes.
A Índia, o maior produtor de trigo do mundo depois da China, vem buscando acordos para exportar trigo e aproveitar os estoques excedentes e um forte aumento nos preços globais.
O país vê a ruptura causada pelo conflito envolvendo a Rússia, maior exportador mundial de trigo, e a Ucrânia, outro importante fornecedor, como uma oportunidade de vender seu trigo no mercado mundial.
Apesar dos excedentes de estoques de trigo, gargalos logísticos e preocupações com a qualidade já impediram os esforços da Índia de vender grandes volumes no mercado mundial.
As exportações indianas aumentaram no ano passado para atingir 6,12 milhões de toneladas de trigo, ante 1,12 milhão de toneladas no ano anterior.
ÍNDIA - A Índia cortou o financiamento estrangeiro de uma instituição de caridade fundada pela Madre Teresa, uma medida criticada como evidência do assédio aos cristãos sob o atual governo nacionalista hindu.
Missionárias da Caridade foi fundada em 1950 pela Madre Teresa, uma freira católica que dedicou sua vida a ajudar os pobres da cidade indiana de Calcutá, ganhou o Prêmio Nobel da Paz e foi canonizada.
A organização tem abrigos para desabrigados em toda Índia e, de acordo com o jornal Hindu, recebeu cerca de US$ 750 milhões do exterior no ano fiscal de 2020-21.
O Ministério do Interior indiano disse que, em 25 de dezembro foi "negada" a renovação da licença da organização para receber financiamento estrangeiro.
Em um comunicado divulgado na segunda-feira (27), o ministério explicou que "não reúne as condições de elegibilidade" no âmbito da lei que regulamenta as contribuições estrangeiras, após "constatar contribuições adversas", sem dar mais detalhes.
O vigário-geral da Arquidiocese de Calcutá, Domingos Gomes, classificou o anúncio como "um cruel presente de Natal para os mais pobres".
Em uma nota, a organização disse que instruiu seus centros a não usarem contas bancárias em moeda estrangeira "até que o assunto se resolva".
Há duas semanas, a polícia do estado de Gujarat, base eleitoral do primeiro-ministro Narendra Modi, começou a investigar a entidade pela suposta "conversão forçada" de hindus ao cristianismo.
Ativistas disseram que as minorias religiosas da Índia enfrentam níveis crescentes de discriminação e de violência desde que o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, de Modi, chegou ao poder, em 2014.
Em 2020, a Comissão Internacional de Liberdade Religiosa dos Estados Unidos identificou a Índia como um "país de particular preocupação" pela primeira vez desde 2004. O governo Modi nega ter uma agenda de hegemonia hindu e insiste em que pessoas de todas as religiões têm os mesmos direitos.
ÍNDIA - A Índia reduziu na 3ª feira (21) o imposto de importação básico sobre o óleo de palma refinado de 17,5% anteriormente para 12,5%, disse o governo em comunicado, enquanto o maior comprador mundial de óleo vegetal tenta aliviar os aumentos de preços quase recordes.
Os cortes de impostos tornariam o óleo de palma refinado mais atraente para os compradores indianos do que o óleo de palma bruto e aumentaria os embarques de qualidade refinada da Malásia e da Indonésia, disseram traders.
NOVA DÉLHI - Rússia e Índia assinaram uma série de acordos de comércio e armas durante uma visita do presidente Vladimir Putin a Nova Délhi para conversas com o primeiro-ministro Narendra Modi nesta segunda-feira, incluindo um que permitirá à Índia produzir mais de 600 mil rifles de assalto Kalashnikov.
Putin viajou à Índia com os ministros da Defesa e das Relações Exteriores para a visita, na qual os dois países reforçaram os laços com um pacto de cooperação militar e técnica até 2031 e uma promessa de aumentar o comércio anual para 30 bilhões de dólares até 2025.
O presidente russo está visitando a Índia em um momento de tensão na relação entre a Rússia e os Estados Unidos, que também são aliados essenciais do governo indiano e expressam reservas a respeito da cooperação militar crescente entre Índia e Rússia.
Um comunicado conjunto publicado depois das conversas informou que Rússia e Índia "reiteraram sua intenção de fortalecer a cooperação de defesa, inclusive no desenvolvimento conjunto na produção de equipamento militar".
Além do acordo para a Índia produzir rifles de assalto AK-203, a Rússia disse estar interessada em continuar a fornecer sistemas de defesa aérea com mísseis S-400.
ÍNDIA - A Ford anunciou na quinta-feira, 9, que vai parar de fabricar veículos na Índia e demitir cerca de 4 mil funcionários, como parte de uma reestruturação de suas operações locais, que vêm dando prejuízo.
Em comunicado, a montadora americana disse que vai interromper a produção de veículos para venda no mercado indiano imediatamente. Já a produção de veículos para exportação será descontinuada gradualmente, até meados de 2022.
A montadora vai fechar sua linha de montagem em Sanand, no estado de Gujarat, até o quarto trimestre deste ano, assim como a fábrica em Chennai, no sul da Índia, até o segundo trimestre do ano que vem. A Ford disse esperar que as mudanças gerem encargos de cerca de US$ 2 bilhões, incluindo US$ 600 milhões neste ano e US$ 1,2 bilhão em 2022.
A decisão de encerrar a produção na Índia vem meses depois de a companhia cancelar um plano para ceder a maior parte de suas operações no país para a fabricante local Mahindra & Mahindra Ltd. Segundo o presidente da empresa, Jim Farley, a Ford Índia acumulou mais de US$ 2 bilhões em perdas nos últimos dez anos e a demanda por novos veículos foi muito mais fraca que o esperado.
Após o fechamento das fábricas, a companhia irá importar e vender alguns de seus modelos na Índia. A Ford afirma ter considerado várias opções antes do fim da produção, incluindo parcerias, compartilhamento de plataforma e contratos de fabricação com outras montadoras, e ainda analisa a possibilidade de vender suas fábricas no país.
A Ford Índia tem menos de 2% do mercado de veículos no país asiático, que é dominado por carros de baixo custo da Suzuki e da Hyundai - juntas, as duas montadoras controlam mais de 60% do mercado. A saída da Ford do país vem na esteira de outras duas montadoras americanas, General Motors e Harley-Davidson, que deixaram a Índia em anos recentes.
Em janeiro, a Ford anunciou o fim da produção de carros no Brasil após um século de presença no País, com impacto financeiro de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não recorrentes, como compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos, além de impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação acelerada e amortização de ativos fixos. /COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
*Por: ESTADÃO
A Marinha da Índia executa uma grande missão de resgate aéreo e marítimo, nesta terça-feira (18), em busca de 81 trabalhadores e tripulantes desaparecidos. A embarcação em que eles estavam afundou no mar agitado, após um ciclone poderoso que atingiu o litoral oeste do país.
Cerca de 180 das pessoas a bordo da barcaça foram resgatadas durante o naufrágio no litoral de Mumbai. Foram iniciados esforços para remover tripulantes retidos em uma segunda barcaça que encalhou devido à tempestade, disse a Marinha.
"Há ondas de 6 a 7,6 metros, os ventos estão fortes e a visibilidade é baixa", informou o porta-voz da Marinha, Vivek Madhwal. "Navios e aeronaves foram mobilizados para a missão de busca e resgate".
O ciclone Tauktae, a tempestade mais intensa a atingir a costa oeste indiana em duas décadas, arrancou torres de alta tensão e árvores e causou desabamento de casas, matando ao menos 19 pessoas, disseram autoridades.
A tempestade chegou ao solo no estado de Gujarat, aumentando a pressão no momento em que a Índia enfrenta um pico surpreendente de casos e mortes de covid-19, além de escassez de leitos e oxigênio nos hospitais.
* Reportagem adicional de Aishwarya Nair e Sudarsha Varadhan
*Por Sumit Khanna* - Repórter da Reuters
NOVA DÉLHI - As mortes por coronavírus da Índia passaram de 250 mil nesta quarta-feira, as 24 horas mais letais desde o início da pandemia, e a doença se alastra pelo interior do país, sobrecarregando um sistema de saúde rural frágil.
Atiçada por variantes altamente infecciosas, a segunda onda começou em fevereiro, sobrecarregando hospitais e equipes médicas, além de crematórios e necrotérios. Especialistas ainda não conseguem dizer com certeza quando as cifras atingirão um pico.
As mortes aumentaram um recorde de 4.205, e as infecções subiram 348.421 nas 24 horas transcorridas até esta quarta-feira, elevando o total de casos acima dos 23 milhões, mostraram dados do Ministério da Saúde --mas especialistas acreditam que os números reais podem ser de 5 a 10 vezes maiores.
Piras funerárias ardem em estacionamentos, e dezenas de corpos aparecem nas margens do sagrado Rio Ganges depois de terem sido imersos por parentes cujos vilarejos ficaram sem madeira para cremações.
Na falta de leitos, remédios e oxigênio medicinal, hospitais são forçados a recusar levas de doentes, e histórias de familiares desesperados em busca de alguém que trate de entres queridos se tornaram desoladoramente comuns.
Muitas vítimas morrem sem um médico ao alcance para emitir uma certidão de óbito, e mesmo quando um está disponível a Covid-19 não é especificada como causa da morte a menos que o falecido tenha feito um exame da doença, o que é o caso de poucos.
Embora a curva de infecções possa estar dando os primeiros sinais de achatamento, os casos novos provavelmente recuarão lentamente, disse o virologista Shahid Jameel.
"Parece que estamos tendo platôs de cerca de 400 mil casos por dia", disse ele, segundo citação do jornal Indian Express.
Com uma população de 1,4 bilhão de habitantes, a Índia responde por metade dos casos e 30% das mortes em todo o mundo, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu relatório semanal mais recente.
O impacto total da variante B.1.617 encontrada na Índia, que a agência designou como um perigo global, ainda não está claro, acrescentou.
As infecções diárias estão disparando no interior na comparação com cidades grandes, onde diminuem desde a disparada do mês passado, segundo especialistas.
Mais da metade dos casos desta semana em Maharashtra, Estado do oeste indiano, surgiram em áreas rurais --um mês atrás eram um terço. Esta parcela é de quase dois terços em Uttar Pradesh, Estado mais populoso do país e essencialmente rural, mostraram dados do governo.
*Por Danish Siddiqui e Sanjeev Miglani / REUTERS
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