MUMBAI/NOVA DELHI - A Índia, maior produtora de açúcar do mundo, estendeu restrições à exportação de açúcar em um ano, até outubro de 2023, disse o governo, mas o país ainda deve fixar uma cota para as vendas externas do atual ano comercial.
Em maio, a Índia restringiu exportações até o fim deste mês para conter um aumento do preço doméstico, após exportações recordes.
A Índia deve produzir uma colheita recorde de açúcar neste ano, o que poderia permitir que Nova Deli liberasse exportações de até oito milhões de toneladas, disseram autoridades do Governo e da indústria neste mês.
"A notificação apenas estende a política do governo de manter as exportações de açúcar na categoria restrita, mas essa decisão não significa que o governo não permitirá as exportações de açúcar em 2022/23", disse à Reuters Prakash Naiknavare, diretor administrativo da Federação Nacional das Fábricas Cooperativas de Açúcar Ltd, referindo-se ao aviso do governo na sexta-feira.
A cota de exportação da temporada atual pode ser emitida na próxima semana, disseram fontes do comércio e do governo.
A Reuters informou no mês passado que o governo estava prestes a permitir a exportação de 5 milhões de toneladas de açúcar em uma primeira parcela para o novo ano de comercialização, que começou em 1º de outubro.
A Índia deverá permitir cerca de 3 milhões de toneladas de exportações de açúcar na segunda parcela, elevando o total de embarques internacionais de açúcar do ano corrente para cerca de 8 milhões de toneladas.
De acordo com a Associação Indiana de Usinas de Açúcar, um grupo de produtores, a Índia poderia exportar até 9 milhões de toneladas de açúcar na temporada 2022-23.
Aproveitando os atrativos preços globais, traders já começaram a assinar acordos para exportar açúcar bruto para esta temporada.
Eles estão cada vez mais tentando fechar acordos de exportação para compensar o atraso na produção de açúcar do atual ano, que começou devagar por causa das chuvas fora de época durante a primeira metade deste mês.
Depois de desviar cerca de 4,5 milhões de toneladas de açúcar para a produção de etanol, a Índia deverá produzir cerca de 36,5 milhões de toneladas na temporada 2022-23, um aumento de 2% em relação à temporada anterior.
Por Rajendra Jadhav e Mayank Bhardwaj / REUTERS
ÍNDIA - Duas mulheres foram mortas no sul da Índia num alegado sacrifício humano realizado por um grupo de pessoas que tentava resolver problemas financeiros através de um ritual de contornos macabros, informaram esta quarta-feira fontes policiais.
Pelo menos três pessoas foram detidas por causa deste caso ocorrido em Elanthur, no estado de Kerala, onde a polícia recuperou os restos mortais desmembrados das duas mulheres, presumivelmente assassinadas com poucos meses de diferença entre si.
A investigação procura agora saber se os suspeitos comeram partes dos corpos das mulheres, quando terminaram os rituais de morte.
"Existe a possibilidade dos acusados terem comido partes dos corpos, depois de matarem as vítimas. A hipótese está a ser investigada, mas ainda não foi confirmada", disse C.H. Nagaraju, comissário de polícia da cidade de Kochi, em Kerala.
Os rituais terão sido realizados entre junho e final de setembro por um casal e um homem encarregado de conduzir as sessões.
Na terça-feira, as autoridades encontraram os corpos das mulheres cortados em pedaços e enterrados no quintal da casa do casal – onde geria um negócio de massagens terapêuticas - quando investigavam o alegado desaparecimento de uma delas.
O principal acusado do assassínio das duas mulheres, Muhammad Shafi, entrou em contacto com as vítimas através das redes sociais e atraiu-as para casa dele, com a promessa de oferecer ajuda financeira.
No interior da casa do suspeito, as vítimas foram amarradas, torturadas e estranguladas até a morte, de acordo com os inquéritos policiais iniciais.
O caso está a chocar o país de 1,4 mil milhões de pessoas, devido à brutalidade dos acontecimentos num estado como Kerala, considerado um dos mais progressistas da Índia.
"Fiquei chocado e triste ao saber do caso de sacrifício humano de Elanthur (...). Tal brutalidade em nome de um ritual é impensável, numa sociedade moderna e civilizada", disse o governador de Kerala, Arif Mohammad Khan, na rede social Twitter.
Sacrifícios humanos, bem como linchamentos de mulheres acusadas de praticar magia negra ou feitiçaria, não são raros em algumas áreas tribais da Índia, apesar de vários governos regionais terem lançado campanhas de consciencialização contra tais práticas.
Lusa
EUA - O secretário de Estado americano, Antony Blinken, defendeu nesta terça-feira a ajuda militar e a venda de armas de seu país ao Paquistão, especialmente um programa de manutenção de aviões F-16, apesar das fortes críticas da Índia.
Em declaração feita ao lado de seu colega indiano, Subrahmanyam Jaishankar, com quem se reuniu, Blinken afirmou que não se tratava nem "de novos aviões, nem de novos sistemas de armamento ou de armas novas. Trata-se da manutenção" dos F-16, disse, referindo-se a um contrato de US$ 450 milhões aprovado em setembro.
Blinken insistiu em que essas armas são para combater "as ameaças terroristas no Paquistão ou na região. Não é do interesse de ninguém que essas ameaças possam ficar impunes."
O chanceler indiano não criticou publicamente hoje o colega americano, mas no último domingo, ao receber nos Estados Unidos membros da comunidade indiana nos Estados Unidos, declarou, referindo-se a Washington: "Não enganam ninguém."
Blinken recebeu ontem em Washington o chefe da diplomacia paquistanesa, Bilawal Bhutto Zardari. O diálogo entre Paquistão e Índia está suspenso desde os ataques aéreos indianos de fevereiro de 2019, que se seguiram a um ataque letal atribuído a combatentes patrocinados pelo Paquistão.
ÍNDIA - Primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, soltou guepardos africanos trazidos da Namíbia no Parque Nacional de Kuno, em polêmico projeto. Guepardo asiático foi declarado extinto nacionalmente há 60 anos.
Oito guepardos da Namíbia (cinco fêmeas e três machos) foram levados em um avião de carga especial para a Índia no sábado (17/09), como parte de ambicioso e polêmico projeto para reintroduzir à natureza o animal extinto no país.
Três dos animais foram soltos pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, no Parque Nacional de Kuno, perto da cidade indiana de Gwalior. A aparição de Modi no novo santuário ao sul da capital Nova Délhi coincidiu com o 72º aniversário do político.
"Agradeço ao nosso país amigo Namíbia e ao governo de lá, cuja cooperação permitiu que os guepardos retornassem ao solo indiano depois de décadas", disse Modi.
No passado, a Índia era o lar de guepardos asiáticos, mas a espécie foi declarada extinta no país há 60 anos, em 1952. Também conhecido como chita, o guepardo é animal terrestre mais rápido do mundo.
Longa viagem
A viagem dos guepardos da Namíbia foi longa e cansativa. Primeiro, os animais foram transferidos por terra de um parque de caça até a capital Windhoek. De lá, embarcaram em um Boeing 747 fretado e pousaram em uma base aérea militar em Gwalior, na Índia, após um voo de 11 horas. Em seguida foram transportados para Kuno de helicóptero e, finalmente, soltos em um recinto de quarentena, onde serão monitorados.
Os guepardos africanos têm aparência muito semelhante aos asiáticos, mas algumas diferenças genéticas. No entanto, como o guepardo asiático permanece à beira da extinção, seus primos africanos são a melhor esperança para a Índia de reintroduzir o animal no país.
Embora críticos tenham alertado que os guepardos da Namíbia podem ter dificuldades para se adaptar ao habitat indiano, os organizadores do projeto permanecem confiantes.
"Os guepardos são muito adaptáveis e estou assumindo que elas se adaptarão bem a este ambiente. Portanto, não tenho muitas preocupações", disse Laurie Marker, fundadora do Fundo de Conservação dos Guepardos, com sede na Namíbia.
Centenas de animais necessários
A jornada indiana para reintroduzir os guepardos na natureza começou há mais de uma década, com o "Projeto de introdução do guepardo africano na Índia", em 2009. No ano passado, o plano foi adiado devido à pandemia de covid-19.
"Para uma população geneticamente viável na Índia a longo prazo, será preciso ao menos 500 indivíduos", disse Vincent van der Merwe, gerente da Iniciativa de Metapopulação de Guepardos.
le (AFP, DPA)
ÍNDIA - A Apple começou a fabricar seu novo iPhone 14 na Índia, enquanto a gigante da tecnologia procura diversificar sua cadeia de suprimentos fora da China.
A empresa apresentou seu novo iPhone há três semanas. Os dispositivos mais recentes oferecem sistemas de câmera atualizados, uma nova tela de bloqueio interativa e, nos modelos Pro, desempenho muito mais rápido. A empresa também introduziu novos recursos de segurança, como a tecnologia de detecção de acidentes de carro e uma ferramenta SOS de emergência.
“A nova linha do iPhone 14 apresenta novas tecnologias inovadoras e importantes recursos de segurança. Estamos empolgados por fabricar o iPhone 14 na Índia”, disse a empresa em comunicado na segunda-feira, confirmando semanas de especulação.
Os dispositivos da Apple são fabricados na Índia pela Foxconn, Wistron e Pegatron de Taiwan, mas a empresa normalmente começa a montar modelos no país apenas sete a oito meses após o lançamento, disse Tarun Pathak, diretor de pesquisa da Counterpoint.
O anúncio na segunda-feira marca uma grande mudança em sua estratégia e ocorre em um momento em que as empresas de tecnologia dos EUA estão procurando alternativas para a China, onde as cadeias de suprimentos globais enfrentaram interrupções devido a rígidos bloqueios relacionados ao Covid. Há também preocupações crescentes sobre o risco de uma maior divisão entre a China e os Estados Unidos em relação a Taiwan.
Os analistas previam que a Apple reduziria sua dependência da China há algum tempo. O Wall Street Journal informou no início deste ano que a empresa estava procurando aumentar a produção em países como Vietnã e Índia, citando a rígida política de Covid da China como um dos motivos.
“A Apple quer diversidade e não colocar todos os ovos na mesma cesta”, disse Pathak, acrescentando que a medida é uma “demonstração de fé na Índia”.
Diego Sousa / ISTOÉ DINHEIRO
MOSCOU - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, se reunirão no Uzbequistão na sexta-feira para discutir comércio, vendas de fertilizantes russos e suprimentos mútuos de alimentos, informou o Kremlin na terça-feira.
"Há planos para discutir questões de 'saturação' do mercado indiano com fertilizantes russos e suprimentos bilaterais de alimentos", disse o Kremlin ao distribuir materiais para o encontro.
A reunião será realizada à margem de uma cúpula da Organização para Cooperação de Xangai, um bloco regional de segurança.
ÍNDIA - Parlamentares indianos escolheram a primeira presidente da Índia vinda de uma das comunidades tribais do país na quinta-feira (21), feito que pode aumentar o apelo do primeiro-ministro Narendra Modi entre grupos marginalizados antes das eleições gerais de 2024.
Droupadi Murmu, uma professora de 64 anos que se tornou política, será a segunda mulher a ocupar o cargo basicamente simbólico de chefe de Estado ao tomar posse no dia 25 de julho para o início de um mandato de cinco anos.
Mais de 4,5 mil parlamentares estaduais e federais votaram nas eleições presidenciais na segunda-feira (18), e as urnas foram apuradas na quinta-feira. A vitória de Murmu foi garantida pelo apoio do Partido de Modi, o Bharatiya Janata (BJP), que domina a política estadual e federal no país.
"Uma filha da Índia, vinda de uma comunidade tribal, nascida em uma parte remota do leste da Índia foi eleita nossa presidente!", disse Modi no Twitter.
Nascida em uma família da tribo Santhal, do Estado de Odisha, Murmu iniciou sua carreira como professora escolar e participou ativamente em questões da comunidade.
Ela entrou para a política posteriormente e serviu como parlamentar estadual do BJP em Odisha antes de se tornar governadora do Estado de Jharkhand, no leste do país.
Sua eleição é vista como uma tentativa do BJP de tentar conseguir o apoio das comunidades tribais, que compõe mais de 8% da população de 1,4 bilhões de pessoas do país.
ÍNDIA - Centenas de milhares de toneladas de trigo estão bloqueadas em um porto indiano após a decisão do país de suspender todas as exportações do cereal, o que provocou a disparada dos preços no mercado internacional.
Segundo maior produtor mundial de trigo, a Índia proibiu no sábado que seus exportadores assinem novos acordos de venda sem a aprovação prévia do governo, que justificou a medida pela inflação do produto e a insegurança alimentar.
O anúncio repentino provocou um grande caos no porto de Deendayal, no estado de Gujarat (oeste), onde nesta terça-feira 4.000 caminhões carregados com trigo ficaram bloqueados.
Além disso, quatro navios carregados parcialmente com quase 80.000 toneladas do produto aguardam autorização para zarpar.
As autoridades portuárias afirmaram que a mercadoria que chegou antes de 13 de maio, data em que o governo notificou a suspensão das exportações, poderá ser enviada a destinos como Egito e Coreia do Sul com base em acordos anteriores.
"Porém, os caminhões carregados de trigo que chegaram ao porto depois de 13 de maio terão que retornar com a mercadoria", declarou Om Prakash Dadlani, porta-voz do porto.
A Câmara de Comércio de Gandhidham, cidade do estado de Gujarat, calculou que 400.000 toneladas de trigo procedentes de outras regiões estão bloqueadas.
Entre 500 e 700 depósitos nas proximidades do porto "estão repletos de trigo destinado à exportação", declarou Teja Kangad, presidente da Câmara, que lamentou a falta de um aviso antecipado por parte do governo.
"Isto levou a uma situação caótica, na qual os caminhoneiros e os comerciantes não sabem o que acontecerá com suas mercadorias. Além disso, como o trigo é um produto perecível, não pode ficar muito tempo ao ar livre", disse Kangad à AFP.
Os ministros da Agricultura do G7 criticaram a decisão da Índia, que pode agravar a crise de produtos básicos no mundo.
Até agora, o grande país do sul da Ásia havia demonstrado predisposição a manter o mercado mundial diante dos problemas de abastecimento provocados pela invasão da Ucrânia, que era responsável por 12% das exportações mundiais de trigo.
A Índia defende que sua "proibição" pretende garantir a segurança alimentar de 1,4 bilhão de habitantes do país.
A onda de calor de março, quando a temperatura superou 45 graus em algumas áreas da Índia, afetou regiões produtoras de trigo do norte do país e pode reduzir a produção do cereal em 5% este ano.
O preço do trigo estabeleceu um novo recorde na segunda-feira, na abertura do mercado europeu, a 435 euros a tonelada.
ÍNDIA - A Índia está lançando medidas para ajudar o país a se tornar um grande exportador de trigo de alta qualidade, num momento em que importadores lutam por suprimentos após a invasão da Ucrânia pela Rússia, disseram duas fontes do governo.
Os passos a serem implementados em cerca de duas semanas incluem garantias de que laboratórios aprovados pelo governo testem a qualidade do trigo para exportação, vagões extras para transporte e prioridade nos portos para exportações de trigo, disseram as fontes.
A Índia, o maior produtor de trigo do mundo depois da China, vem buscando acordos para exportar trigo e aproveitar os estoques excedentes e um forte aumento nos preços globais.
O país vê a ruptura causada pelo conflito envolvendo a Rússia, maior exportador mundial de trigo, e a Ucrânia, outro importante fornecedor, como uma oportunidade de vender seu trigo no mercado mundial.
Apesar dos excedentes de estoques de trigo, gargalos logísticos e preocupações com a qualidade já impediram os esforços da Índia de vender grandes volumes no mercado mundial.
As exportações indianas aumentaram no ano passado para atingir 6,12 milhões de toneladas de trigo, ante 1,12 milhão de toneladas no ano anterior.
ÍNDIA - A Índia cortou o financiamento estrangeiro de uma instituição de caridade fundada pela Madre Teresa, uma medida criticada como evidência do assédio aos cristãos sob o atual governo nacionalista hindu.
Missionárias da Caridade foi fundada em 1950 pela Madre Teresa, uma freira católica que dedicou sua vida a ajudar os pobres da cidade indiana de Calcutá, ganhou o Prêmio Nobel da Paz e foi canonizada.
A organização tem abrigos para desabrigados em toda Índia e, de acordo com o jornal Hindu, recebeu cerca de US$ 750 milhões do exterior no ano fiscal de 2020-21.
O Ministério do Interior indiano disse que, em 25 de dezembro foi "negada" a renovação da licença da organização para receber financiamento estrangeiro.
Em um comunicado divulgado na segunda-feira (27), o ministério explicou que "não reúne as condições de elegibilidade" no âmbito da lei que regulamenta as contribuições estrangeiras, após "constatar contribuições adversas", sem dar mais detalhes.
O vigário-geral da Arquidiocese de Calcutá, Domingos Gomes, classificou o anúncio como "um cruel presente de Natal para os mais pobres".
Em uma nota, a organização disse que instruiu seus centros a não usarem contas bancárias em moeda estrangeira "até que o assunto se resolva".
Há duas semanas, a polícia do estado de Gujarat, base eleitoral do primeiro-ministro Narendra Modi, começou a investigar a entidade pela suposta "conversão forçada" de hindus ao cristianismo.
Ativistas disseram que as minorias religiosas da Índia enfrentam níveis crescentes de discriminação e de violência desde que o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, de Modi, chegou ao poder, em 2014.
Em 2020, a Comissão Internacional de Liberdade Religiosa dos Estados Unidos identificou a Índia como um "país de particular preocupação" pela primeira vez desde 2004. O governo Modi nega ter uma agenda de hegemonia hindu e insiste em que pessoas de todas as religiões têm os mesmos direitos.
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