EUA - Donald Trump levantou dúvidas no domingo sobre a possível compra da Warner Bros. Discovery (WBD) pela Netflix. Segundo ele, a gigante do streaming “já detém uma fatia muito grande do mercado”, o que poderia representar um problema para a concorrência. O presidente dos Estados Unidos afirmou ainda que pretende participar diretamente da decisão dos reguladores sobre a operação, avaliada em 83 bilhões de dólares.
Trump também revelou que Ted Sarandos, codiretor-executivo da Netflix, esteve recentemente na Casa Branca para uma reunião.
Caso o acordo seja aprovado, a Netflix passaria a controlar a HBO Max e os estúdios Warner Bros., ampliando expressivamente seu domínio no setor. Juntas, as plataformas somariam mais de 430 milhões de assinantes no mundo. O catálogo unificado incluiria franquias como Harry Potter, O Senhor dos Anéis, os heróis da DC (como Batman e Superman) e séries como Game of Thrones.
Apesar do acordo, a Netflix não assumiria os canais de TV da Warner Bros. Discovery, como Discovery Channel e CNN. Eles seriam realocados em uma nova empresa, separada e com capital aberto.
A Netflix superou concorrentes como a operadora Comcast e o grupo Paramount Skydance na disputa pela compra. David Ellison, presidente da Skydance, mantém relação próxima com Trump.
O negócio, no entanto, enfrenta resistência política. O senador republicano Mike Lee afirmou que a proposta deve “soar o alarme” em órgãos reguladores do mundo todo. Já a senadora democrata Elizabeth Warren alertou que a fusão pode “encarecer assinaturas, reduzir opções para consumidores e ameaçar empregos nos EUA”.
Uma fonte ligada às negociações disse à CNBC que existe “forte ceticismo” dentro da própria administração Trump em relação à fusão.
por Notícias ao Minuto
EUA - O ímpeto do presidente Donald Trump, que queria ver um acordo final para um cessar-fogo na Guerra da Ucrânia fechado até quinta-feira (27), perdeu força. O americano diz agora que o "prazo final é quando acabar".
Se nas duas últimas vezes em que isso ocorreu o alvo do ultimato era Vladimir Putin, desta vez foi Volodimir Zelenski, a quem foi apresentado um plano russo-americano favorável à visão do Kremlin sobre o fim do conflito: perdas territoriais, neutralidade e limitações militares a Kiev.
Como reagiu com apoio de aliados europeus e modificou o rascunho para algo mais próximo das suas demandas, retirando termos draconianos e deixando discussões de mérito sobre reconhecimento de fronteiras para o futuro, Zelenski disse na terça (25) que estava pronto para finalizar o acordo no prazo.
Os russos descartaram as mudanças, o que foi reafirmado nesta quarta (26) pelo vice-chanceler Serguei Riabkov. "Não há possibilidade de qualquer concessão ou abandono de nossas abordagens aos pontos principais", afirmou em Moscou.
Voando para passar o feriado do Dia de Ação de Graças na Flórida, Trump disse a repórteres que não tinha um prazo final e que espera resultado das negociações de seu enviado para o conflito, Steve Witkoff. O Kremlin anunciou nesta quarta que ele deverá ser recebido por Putin só na semana que vem.
Witkoff entrou no centro das intrigas em torno do vaivém sobre o plano de paz, que foi elaborado em junho pelos russos e discutido com os americanos, que adotaram a maior parte de seus pontos, em outubro.
A agência Bloomberg divulgou na noite de quarta a transcrição de uma conversa de 14 de outubro entre Witkoff e o assessor presidencial russo Iuri Uchakov, um dos homens de Putin na negociação.
Nela, o americano sugere que a paz pode ser alcançada se Kiev entregassem a região de Donetsk e os russos topassem deixar algumas áreas já conquistadas. Além disso, ele aconselha o Kremlin a adular Trump, elogiando sua iniciativa pelo cessar-fogo na guerra em Gaza como modelos para um acordo.
O presidente americano deu de ombros ao vazamento, cujo conteúdo não foi negado por nenhum dos lados. "Ele tem de vende isso para a Ucrânia, ele tem de vende Ucrânia para a Rússia. Isso é o que um negociador faz", afirmou no Air Force One.
Uchakov demonstrou irritação, falando à TV estatal russa, com o vazamento, dizendo que ele visou atrapalhar as negociações. Uma segunda conversa, entre ele e o negociador russo Kirill Dmitriev, foi negada pelo último.
Nela, ambos discutem a conveniência acerca da paternidade do acordo de paz ser assumida pelos EUA, que poderiam mudar a proposta russa. Ao fim, foi o que ocorreu, com o secretário de Estado, Marco Rubio dizendo que o texto era americano apesar de sua origem em Moscou.
A fumaça, usada em Moscou para criticar o Ocidente, tende a se dispersar, mas ajuda a elevar a desconfiança de lado a lado. Uchakov disse que ligaria para Witkoff para cobrar o que vê como um vazamento americano devido a divergências internas.
Mas há resistência internas na linha-dura do Kremlin, liderada pelas Forças Armadas e serviços de segurança, contra um acordo -o que torna a hipótese de um grampo russo também factível.
Como a Folha de S.Paulo mostrou, essa ala convenceu Putin de que a Rússia pode ganhar a guerra no campo de batalha, e a protelação de quaisquer acordos apenas favorece o Kremlin.
A versão revisada após um encontro entre americanos e ucranianos em Genebra, no domingo (23), já está segundo Uchakov em Moscou. "Há aspectos que podem ser positivos", disse.
Mas ela não foi analisada a fundo, afirmou o assessor, que também negou que isso tenha ocorrido nos nebulosos encontros de segunda (24) e terça em Abu Dhabi. Segundo sua versão, russos e ucranianos se reuniram, e só depois houve encontros separados com Dan Driscoll, o secretário do Exército que é o nome do vice J. D. Vance na negociação.
Na véspera, havia relatos desencontrados sobre o que ocorreu, mas o substrato parece ser apenas a extensão do prazo para a negociação e a continuidade dos combates.
Uchakov também criticou os líderes europeus "por se meterem" na negociação. Nesta quarta, a União Europeia promoveu uma reunião em que reafirmou o apoio a Kiev e à soberania do país invadido em 2022.
A chefe do braço executivo do bloco, Ursula von der Leyen, disse que Moscou ainda pensa como "em Ialta", em referência à cidade da Crimeia em que as potências que venceriam a Segunda Guerra Mundial dividiam suas esferas de influência em 1945.
por Folhapress
EUA - O presidente de Israel, Isaac Herzog, recebeu uma carta do seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, pedindo que considere conceder perdão ao primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, informou o gabinete presidencial israelense na quarta-feira (12).
Netanyahu enfrenta processos relacionados à corrupção, e Trump, um de seus aliados mais próximos, já havia solicitado o perdão outras vezes. O premiê israelense nega as acusações e se declara inocente.
"Embora eu respeite plenamente a independência do sistema judiciário israelense e suas exigências, acredito que este caso contra Bibi [como o premiê israelense é conhecido], que lutou ao meu lado por tanto tempo, inclusive contra o Irã, é uma perseguição política injustificada", escreveu Trump na carta divulgada pelo gabinete de Herzog.
A Presidência israelense enfatizou, no entanto, que qualquer pedido de indulto deve ser formalizado conforme os procedimentos legais estabelecidos.
Durante visita a Israel em outubro, Trump já havia defendido publicamente que Herzog concedesse o perdão a Netanyahu em um discurso no Parlamento, em Jerusalém. Na ocasião, o americano foi recebido com aplausos e elogiou o premiê por sua "grande coragem e patriotismo"
Netanyahu foi indiciado em 2019 por acusações relacionadas a suborno, fraude e quebra de confiança -todas as quais ele nega. Ele descreveu o julgamento contra ele como uma "caça às bruxas orquestrada pela esquerda" com o "objetivo de derrubar um líder de direita democraticamente eleito".
O julgamento do premiê começou em maio de 2020 e tem sido adiado várias vezes desde então. Em um dos processos, ele e sua esposa, Sara Netanyahu, são acusados de ter recebido presentes de luxo, incluindo charutos, joias e champanhe, avaliados em mais de US$ 260 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) de empresários bilionários em troca de favores políticos.
Em outros dois casos, o primeiro-ministro responde por supostas tentativas de obter cobertura jornalística favorável em dois veículos de imprensa israelenses em troca de benefícios regulatórios ou políticos.
Embora o cargo de presidente em Israel seja majoritariamente cerimonial, Herzog tem autoridade para conceder perdões em circunstâncias excepcionais.
O premiê tem sido acusado de prolongar a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza para se proteger contra uma eventual ordem de prisão ao permanecer no poder. Mais de 68 mil palestinos já foram mortos no conflito, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo grupo terrorista.
Além dos problemas domésticos, a imagem de Netanyahu sofreu novo desgaste no ano passado, quando o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra ele e seu ex-ministro de Defesa Yoav Gallant, juntamente com um líder do Hamas, por supostos crimes de guerra no conflito em Gaza.
por Folhapress
BRASÍLIA/DF - A fotografia do presidente Lula (PT) com seu homólogo norte-americano, Donald Trump, teve recorde de visualização e engajamento nas redes sociais do petista, segundo levantamento da Quaest.
Foram 72 milhões de visualizações, 778 mil menções, 22 milhões de curtidas e 7,5 milhões de compartilhamentos no Instagram, X, Tik-Tok e Facebook, de acordo com a consultoria.
A imagem superou em visualização e engajamento a de Lula de sunga, que havia registrado o recorde até então. Publicada em agosto de 2021, a foto em que o petista abraça a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, viralizou. Ambas foram tiradas pelo fotógrafo Ricardo Stuckert e postadas nas redes do presidente.
Para comparação, a foto de Lula de sunga, abraçado a Janja, em 2021, teve 65 milhões de visualizações, 4,6 milhões de menções, 19 milhões de curtidas e 7 milhões de compartilhamentos.
O levantamento foi realizado por meio da ferramenta QuaestScan, que mapeia imagens e áudios na internet. Foram medidas as interações feitas entre os dias 21 e 27 de outubro.
Lula compartilhou a imagem com Trump no domingo (26) em seus perfis. Nela, o petista e o republicano aparecem sorrindo e dando um aperto de mãos, com bandeiras de EUA e Brasil ao fundo.
A Quaest também avaliou os sentimentos dos internautas sobre o encontro entre os dois. Do total, 54% do público fez menções neutras, enquanto 26% fizeram comentários positivos, e 20%, negativos.
O recorde de visualizações "é um exemplo claro da política como imagem", avalia o diretor da Quaest, Felipe Nunes. "O sorriso, a postura, o aperto de mão, tudo é simbólico", afirma.
"É resultado da guerra de narrativas. A direita tentando emplacar a menção a [o ex-presidente Jair] Bolsonaro. A esquerda tentando comemorar a virada. A maioria observando."
Lula e Trump se encontraram em Kuala Lumpur, na Malásia. Os dois participam da cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
Também tiveram uma reunião bilateral de cerca de 50 minutos para discutir as tarifas impostas pelos EUA ao Brasil.
Em declaração a jornalistas após o encontro, Trump deixou aberta a possibilidade de "trabalhar em acordos".
"Em relação às tarifas impostas ao Brasil, acho que tudo é justo. Tenho muito respeito pelo seu presidente, tenho muito respeito pelo Brasil", disse.
Conforme o brasileiro, a pauta a ser discutida com os EUA será "longa".
"Na hora que dois presidentes sentam em uma mesa e colocam seu ponto de vista, a tendência natural é se chegar a um acordo", afirmou Lula.
Nesta terça (28), Trump desejou feliz aniversário a Lula ao falar sobre a chance de ser feito um acordo pela redução das tarifas do Brasil.
por Folhapress
EUA - O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que encontrará o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na quinta-feira, 30, e disse que a reunião "correrá bem". A declaração foi dada em discurso na terça-feira, 28, em jantar com empresários no Japão.
O republicano ainda defendeu que o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, "acalma os mercados" e que pensou nele para assumir a chefia do Federal Reserve (Fed), mas enfatizou: "ele não quer". Bessent é o responsável por realizar as entrevistas e guiar o processo dos candidatos para assumir o posto de Jerome Powell.
por Estadao Conteudo
MALÁSIA - Aliados de Jair Bolsonaro (PL) buscaram destacar o elogio de Donald Trump ao ex-presidente, enquanto os de Lula (PT) foram às redes sociais para elogiar o avanço nas conversas entre Brasil e EUA e destacar a defesa da soberania –que se tornou uma das principais bandeiras do petismo neste ano.
A disputa de versões mobilizou os dois grupos políticos neste domingo (26) depois da reunião de Lula com Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, para discutir as tarifas impostas pelo americano.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) recorreu às imagens do encontro para apontar um suposto incômodo do presidente brasileiro com elogio de Trump ao ex-presidente.
Eduardo está nos Estados Unidos articulando sanções contra as autoridades brasileiras e virou alvo da esquerda e de parte da direita, crítica à sua atuação referente ao tarifaço a produtos brasileiros. As sanções comerciais foram um ponto de inflexão na atuação dos bolsonaristas neste ano e se tornaram a principal vulnerabilidade política do grupo.
Trump foi questionado por jornalistas sobre Bolsonaro e disse que se sente mal pelo que aconteceu com ele. Afirmou que sempre gostou do ex-chefe do Executivo brasileiro. Em seguida, indagado se essa situação seria tratada na reunião com Lula, o republicano respondeu: "Não é da sua conta".
Em postagem em seu perfil no X (ex-Twitter), Eduardo afirmou que há "na mesa um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO". O texto acompanha vídeo no qual os dois presidentes respondem a perguntas da imprensa na manhã deste domingo.
Na sequência das publicações de Eduardo, influenciadores bolsonaristas foram às redes socias dizer que governo brasileiro ainda não anunciou avanço nas negociações pelo fim do tarifaço. E o principal destaque que buscaram dar foi ao elogio de Trump a Bolsonaro.
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) replicou uma publicação que questiona a fala do chanceler Mauro Vieira sobre a reunão ter sido "muito positiva", mas que só agora vai começar a negociação. "Deve ser a terceira reunião e os caras que atacam diariamente Trump se fazem de idiotas para enganar outros idiotas", escreveu.
Já o deputado estadual de Minas Gerais Bruno Engler (PL) disse, na mesma toada de Eduardo: "Lula, visivelmente desconfortável, ouve o apoio ao capitão feito pelo norte-americano que sempre compara à caça às bruxas. Isso incomoda o petista, que defende o regime junto ao STF".
Além da esquerda, até mesmo uma ala da direita utilizou o episódio para dizer que a atuação de Eduardo estaria beneficiando Lula. Como a Folha mostrou no último dia 19, aliados do ex-presidente já admitiam ver o petista lucrando positivamente com o avanço das negociações. A expectativa deles é de que ao menos parte das tarifas deve ser revista.
O ex-ministro da Educação de Bolsonaro Abraham Weintraub, que rompeu com o clã, debochou: "Estratégia 4D do Trump para pegar o Lula desprevenido. Confie no bananinha! Aguarde mais 72 horas!".
O movimento de ataques ao deputado federal foi antecipado por seus aliados, que na noite de sábado (25) fizeram publicações nas redes sociais em sua defesa.
"Eduardo é um guerreiro silencioso, que trabalha nos bastidores com lealdade e coragem. Sua missão nunca foi apenas um mandato, mas a defesa de um ideal.
Diferentemente de muitos que hoje trabalham para desmerecer o grande trabalho que ele fez, e continua fazendo por todos nós", afirmou o deputado federal Mário Frias (PL-RJ).
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), classificou o encontro de Lula e Trump como "sensacional, pois fica provado que o tarifaço nunca foi culpa do Eduardo Bolsonaro e sim do Lula".
O parlamentar disse ainda torcer para que o governo brasileiro consiga renegociar as tarifas. "Demorou tanto tempo agir. Espero que mesmo atrasado resolva", completou.
Parlamentares de esquerda e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), celebraram o encontro entre os dois chefes de Estado.
"Cumprimento os presidentes Lula e Donald Trump pelo importante encontro de hoje. Fico feliz em ver que o diálogo e a diplomacia voltam a ocupar o centro das relações entre Brasil e Estados Unidos. Quando líderes escolhem conversar, a história agradece", disse.
A reunião entre os dois chefes de Estado foi usada como munição para a esquerda destacar o papel de Lula na negociação das sobretaxas impostas pelo governo dos EUA a produtos do Brasil.
O senador Humberto Costa (PT-PE) destacou que a conversa teve "avanços imediatos na agenda comercial e na busca de soluções para as tarifas e sanções". "Assim se faz política externa –com respeito, soberania e determinação!", ressaltou em seu perfil no X.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) disse que Lula se comportou como um estadista diante das tarifas impostas por Trump. Com isso, disse, o presidente está "recuperando as boas relações comerciais entre os dois países". "Lula agiu bem desde a imposição das sanções e agora, colhe os frutos!", concluiu.
O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) escreveu nas redes que a reunião entre os dois foi produtiva e "resultou no restabelecimento do diálogo e da parceria entre Brasil e Estados Unidos, superando divergências anteriores orquestrada pelos traidores da pátria".
Já o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) ironizou Eduardo e o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, afirmando que ambos ficarão sem passaporte após o encontro entre os dois líderes.
por Folhapress
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (23) que haverá "operações terrestres" americanas contra a Venezuela "muito em breve", segundo a agência de notícias Reuters, aumentando a pressão sobre o ditador Nicolás Maduro em meio a ataques a embarcações nas águas da América do Sul que já mataram pelo menos 37 pessoas.
Em conversa com a imprensa, Trump disse que os EUA estão "muito instatisfeitos" com a Venezuela. Setores importantes do governo americano liderados pelo secretário de Estado, Marco Rubio, defendem que Washington use a força para derrubar o regime de Maduro -a CIA recebeu autorização de Trump para realizar operações secretas em solo venezuelano com esse fim.
Em paralelo, a Casa Branca busca justificar ao Congresso os ataques contra embarcações, que acusa de levarem drogas a território americano, embora não tenha apresentado provas. O direito internacional só permite ataques do tipo, quando não há ameaça iminente, em situações de guerra declarada, o que não é o caso.
"Não precisamos fazer uma declaração de guerra", disse Trump nesta quinta. "Nós simplesmente vamos matar quem tentar trazer drogas ao nisso país. Matar, assim."
FOLHAPRESS
BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou no final de semana, que pretende construir uma “doutrina latino-americana” com professores e estudantes da região para fortalecer a independência da América do Sul. Em discurso a alunos de cursinhos populares em São Bernardo do Campo (SP), Lula declarou que quer um continente que “nunca mais aceite um presidente de outro país falando grosso com o Brasil”.
Sem citar diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula fez a declaração dias após ter dito que desenvolveu uma “química” com o republicano durante a Assembleia Geral da ONU. Desde então, os dois governos têm se aproximado em negociações para revogar as tarifas impostas às exportações brasileiras, e há expectativa de um encontro entre os dois líderes ainda neste ano.
O evento ocorreu no ginásio poliesportivo Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo, cidade do ABC paulista onde Lula iniciou sua trajetória política no Sindicato dos Metalúrgicos. O presidente subiu ao palco acompanhado dos ministros da Educação, Camilo Santana, e da Fazenda, Fernando Haddad, e foi recebido por estudantes aos gritos de “sem anistia” e em defesa da educação popular.
Ao falar sobre as universidades criadas durante seus governos, Lula citou a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR), e fez a referência indireta a Trump.
“Queremos formar uma doutrina latino-americana, com professores e estudantes latino-americanos, para que esse continente um dia seja independente e nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil, porque não vamos aceitar”, afirmou, sendo ovacionado. “Não é questão de coragem, é de dignidade e caráter. E isso não se compra em shopping. É algo que o pai e a mãe de vocês ensinaram”, completou.
Durante o evento, estudantes exibiram uma faixa pedindo que Lula indique uma mulher negra para o Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente, no entanto, deve indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Também estão cotados o senador Rodrigo Pacheco (PSD) e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
Lula aproveitou o discurso para incentivar os jovens a ingressarem na política e voltou a criticar a Câmara dos Deputados pela aprovação da PEC da Blindagem, posteriormente barrada pelo Senado.
“Se eu cheguei à Presidência, vocês também podem chegar. Quando perceberem que a classe política não os representa, não desanimem. Quando virem que estão querendo aprovar uma lei para garantir impunidade a ladrão, não desistam. O político bom está dentro de vocês, não dentro deles”, disse.
O presidente também anunciou que pretende universalizar o programa Pé-de-Meia para todos os estudantes do ensino médio e rebateu possíveis críticas do mercado financeiro. “Eles vão reclamar: ‘esse governo está gastando R$ 13 bilhões’. Gastando estaríamos se fosse pra eles. Estamos investindo na juventude”, afirmou.
Antes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o lema do governo é “colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda”. Já o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que o MEC vai ampliar os recursos destinados à Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), criada neste ano. A previsão é repassar R$ 74 milhões a 384 cursinhos até o fim de 2025, e R$ 108 milhões em 2026, beneficiando até 500 projetos.
O evento, que começou com uma aula de Física e terminou com uma aula de Redação, faz parte da preparação dos estudantes para o Enem, que será aplicado em novembro.
por Estadao Conteudo
EUA - Doze dias antes das eleições legislativas na Argentina, Javier Milei foi até a Casa Branca em busca de suporte e de uma foto de Donald Trump. O argentino garantiu a fotografia, no entanto, ouviu o americano condicionar seu apoio ao desempenho de A Liberdade Avança em 26 de outubro.
"Se Milei não ganhar, não seremos generosos com a Argentina", disse nesta terça-feira (14) o republicano aos jornalistas em frente ao colega do sul, que preferiu trocar o giro que fazia pelas províncias pela visita a Washington.
A Argentina vai às urnas no próximo dia 26, para renovar parte da Câmara e do Senado. Um teste para o pleito nacional ocorreu na província de Buenos Aires (o maior colégio eleitoral do país) em setembro, e o partido de Milei ficou 13 pontos atrás dos peronistas.
As semanas seguintes foram ruins para o governo, com perda de valor da moeda local e um estouro de um novo escândalo, que derrubou o principal candidato de Milei na província de Buenos Aires para a disputa nacional, por receber recursos de um argentino acusado de envolvimento com tráfico de drogas nos EUA. Apesar de um apelo do governo, a Justiça argentina decidiu não trocar as cédulas, e a foto de José Luis Espert vai aparecer para os eleitores.
"Vocês têm uma eleição de metade de mandato, esperamos que continuem com as reformas. Obama teve uma oportunidade na América Latina, usaremos nosso poderio econômico para fazer uma ponte até os nossos aliados", disse o secretário de Tesouro, Scott Bessent.
"É uma eleição muito importante, [Milei] fez um grande trabalho e a vitória é muito importante", disse Trump. "Avante, presidente Milei. É uma honra recebê-lo aqui e seguramente vai ganhar as eleições, nós te apoiamos completamente. Quero ver a Argentina bem-sucedida e acredito que a liderança de Milei pode fazer com que isso aconteça", disse.
O argentino respondeu que sentia honrado com a visita e por entender "a ameaça que o socialismo do século 21" representa. Ele também atribuiu a crise cambial que o país enfrentou nas últimas semanas a ataques de opositores. "Obrigado pelo que o senhor está fazendo pelo mundo livre e ao secretário Bessent, por nos ajudar a mostrar ao mundo que as ideias da liberdade funcionam."
A visita desta terça-feira ganhou dimensão de apoio eleitoral a Milei por parte de Washington. É a primeira reunião de Milei na Casa Branca (ele já havia participado de uma reunião na cidade, ainda no governo de Joe Biden) e o quarto encontro com Trump em menos de um ano.
O primeiro deles foi ainda na posse do americano, em janeiro; também se viram em fevereiro, durante o fórum de políticos de direita CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora). O mais recente foi no mês passado, com uma conversa dos dois em paralelo à Assembleia das Nações Unidas, em Nova York.
Ambos também foram ao Vaticano por ocasião da morte do papa Francisco, e o argentino viajou outras vezes aos Estados Unidos sem se encontrar com Trump. No início de abril, Milei viajou com o ministro da Economia, Luis Caputo, para a Flórida, como parte da cerimônia de premiação de uma fundação liberal. Ele iria se encontrar com o colega americano, mas Trump não apareceu.
Milei também foi a Los Angeles em setembro, onde se reuniu com empresários e autoridades de bancos, financeiras, uma empresa petroleira e outras organizações dos EUA.
Após uma agenda de viagens ao interior, na madrugada desta terça, o presidente argentino finalmente chegou a Washington. A comitiva de Milei desembarcou na Base Aérea Andrews e, em seguida, se dirigiu à Blair House, a residência oficial de hóspedes dos presidentes americanos.
O encontro com Trump buscava avançar a relação entre Argentina e Estados Unidos, envolvendo temas de comércio, investimento e ajuda financeira. Os dois países estariam próximos de finalizar um acordo sobre tarifas, que poderia beneficiar produtos argentinos no mercado americano.
No dia anterior, em uma de suas escassas entrevistas, Milei expressou otimismo em relação aos investimentos de empresas dos Estados Unidos na Argentina, afirmando que há várias propostas em andamento, mas cauteloso em relação aos resultados finais da reunião.
Ele mencionou que o governo argentino está se preparando para uma "avalanche de dólares" com esses possíveis investimentos. "Vão sair dólares até das nossas orelhas", disse o presidente a um programa de rádio.
O encontro foi mais curto do que o previsto e já tinha sido atrasado devido à viagem que Trump fez a Israel e ao Egito. A agenda inclui um almoço, fechado à imprensa. A comitiva de Milei inclui outros altos funcionários, como o ministro da Segurança e o presidente do Banco Central da Argentina.
O governo argentino tem dado poucas informações sobre os efeitos concretos do apoio americano, mas o Bessent especulou a jornalistas locais sobre possibilidade de investimentos significativos em setores estratégicos, como lítio e energia.
Na prática, o governo americano comprou pesos argentinos no mercado e sinalizou com um acordo de troca de moedas pelos bancos centrais dos dois países. A equipe econômica de Milei ficou quase uma semana nos Estados Unidos em negociações com o governo local e com o FMI (Fundo Monetário Internacional), e a possibilidade de uma aliança sólida com os Estados Unidos é vista como uma forma de garantir a liquidez da Argentina, minimizando o risco de inadimplência.
O presidente argentino é o segundo líder latino-americano a se encontrar com Trump desde que ele assumiu seu segundo mandato -o outro é Nayib Bukele, de El Salvador, que esteve lá em janeiro.
Antes mesmo da viagem, Milei elogiou a liderança de Trump, chamando-o de "amigo" e dizendo que iria apoiar o americano para receber o Nobel da Paz no ano que vem, honraria que o americano já disse desejar em mais de uma ocasião.
FOLHAPRESS
EUA - Nesta quarta-feira (8), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu que o governador do Illinois, J.B. Pritzker, e o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, "deveriam estar presos", acusando os dois políticos democratas de não protegerem os agentes federais de imigração.
A declaração de Trump foi feita em uma mensagem publicada na rede Truth Social, quando se verifica um impasse entre as autoridades estaduais do Illinois e a Casa Branca sobre a ordem presidencial de enviar forças federais para as ruas de Chicago.
A medida, que já foi contestada judicialmente, insere-se em uma estratégia que Trump tem aplicado em várias cidades governadas por democratas, alegando razões de segurança pública.
As autoridades locais consideram, porém, que a intervenção federal constitui um abuso de poder e uma violação da autonomia municipal.
A administração republicana de Trump intensificou também as rusgas contra imigrantes em situação irregular, o que levou o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, a declarar "zonas livres de ICE [sigla em inglês dos Serviços de Imigração]" para impedir o uso de propriedades municipais em operações desta agência federal.
por Rafael Damas
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