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BRASÍLIA/DF - Auxiliares do presidente Lula (PT) avaliam que eventuais sanções dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), representariam um ataque institucional do governo Donald Trump contra o Brasil, mas se dividem sobre como e quando reagir.

Possíveis punições do governo Trump contra Moraes estão no radar há meses, mas ganharam força após declaração do secretário de Estado, Marco Rubio, na quarta (21), de que há uma "grande possibilidade" de medidas do tipo serem adotadas.

A fala de Rubio, o chefe da diplomacia americana, foi vista por aliados de Lula como uma interferência dos EUA num assunto interno do Brasil. Mas não há consenso sobre como responder.

Uma ala de ministros e assessores acredita que não seria prudente no momento uma manifestação oficial do Palácio do Planalto ou do Itamaraty contra as ameaças feitas por Rubio.

Eles pontuam que entrar na briga retórica seria jogar o jogo desejado pelas lideranças bolsonaristas que estão estimulando as autoridades americanas a investir contra Moraes -o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se licenciou do mandato e se mudou para os EUA para defender punições contra o STF.

Além do mais, o tabuleiro geopolítico atual é altamente complexo e não interessa ao Brasil entrar em choque com a gestão Trump, dizem integrantes dessa ala.

Para citar um exemplo, o governo Lula abriu negociações com Washington para tentar suavizar os impactos do tarifaço imposto por Washington a setores importantes da economia, como o aço.

Nesse sentido, o melhor seria tentar despolitizar a relação bilateral e só se envolver diretamente na disputa caso alguma medida seja efetivamente adotada.

Essa visão, no entanto, não é consensual entre auxiliares de Lula. Há um grupo que opina que a ameaça feita por Rubio demanda um posicionamento político do Brasil. Não responder, afirmam, fortalece o discurso bolsonarista de que Moraes perseguiu oposicionistas e praticou censura no país.

Eles afirmam ainda que o assunto extrapola as dinâmicas do relacionamento com os EUA e tem implicações na política interna brasileira, principalmente pelo envolvimento de expoentes bolsonaristas e pelo potencial de ser tema das eleições de 2026.

Esse grupo diz ainda que o governo Lula precisa encontrar uma forma de tratar a ofensiva contra Moraes como uma ameaça à soberania nacional, na tentativa de mobilizar apoio de segmentos que não necessariamente se identificam com o petismo.

Nessa linha, a publicação nas redes sociais de uma mensagem pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), foi lida por aliados do presidente como uma forma de pressionar por uma reação oficial do governo, principalmente do Itamaraty.

"É vergonhosa a conspiração de Bolsonaro com a extrema direita dos EUA, em busca de intervenção estrangeira no Judiciário do Brasil. A recente ameaça do secretário de Estado dos EUA ao ministro Alexandre de Moraes merece repúdio e evidencia o desespero do réu com o avanço do julgamento dos golpistas", disse.

Durante audiência no Congresso americano, Rubio afirmou que Moraes pode sofrer sanções no país e que o assunto está "em análise". Ele foi questionado sobre o assunto por um parlamentar republicano.

Congressistas alinhados a Trump vêm defendendo o uso da chamada Lei Magnitsky para enquadrar Moraes.

A norma, que faz referência a um advogado russo que morreu numa prisão de Moscou em 2012, permite que o governo americano adote sanções, inclusive econômicas, contra pessoas que cometam "grandes violações de direitos humanos reconhecidos internacionalmente".

Não está claro que tipo de medidas os EUA adotariam contra o ministro do STF, mas elas poderiam envolver a proibição de entrar no país, por exemplo.

A bancada do PT na Câmara divulgou nota, ainda na quarta-feira, na qual afirma que o caso é uma tentativa do governo americano de politizar decisões judiciais.

"Reafirmamos nosso repúdio a qualquer tentativa de interferência externa em assuntos internos do país, especialmente quando se trata de decisões judiciais que visam proteger o Estado democrático de Direito", diz o texto.

Houve ainda envolvimento do ministro Gilmar Mendes, do STF. O magistrado afirmou em rede social não ser admissível que agentes estrangeiros interfiram em questões domésticas.

"Não se pode admitir que agentes estrangeiros cerceiem o exercício da jurisdição doméstica na tutela de garantias constitucionais. A autonomia normativa representa imperativo da autodeterminação democrática", disse.

O decano do STF defendeu que a regulamentação de plataformas digitais e o estabelecimento de parâmetros para discursos de ódio seria elemento basilar da soberania nacional. "A experiência brasileira mostrou nos últimos anos que câmaras de eco e manifestações extremistas corroem os fundamentos republicanos", afirmou.

O ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, compartilhou a publicação de Gilmar e postou, ele próprio, um comentário. De acordo com ele, a boa convivência entre países pressupõe reciprocidade.

A OAB nacional divulgou uma nota da Comissão de Estudos Constitucionais da entidade citando "preocupação e absoluto repúdio diante de qualquer iniciativa externa que pretenda impor sanções a magistrados brasileiros".

"Trata-se de uma clara violação aos princípios da soberania nacional", diz o texto, assinado por Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente da comissão.

 

 

FOLHAPRESS

EUA - Na quarta-feira (21), Donald Trump voltou a protagonizar um momento de tensão com presidente de outro país, assim como aconteceu com Volodomyr Zelensky, em fevereiro. Desta vez, sentado na cadeira de convidado da Sala Oval estava Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul, que foi aos Estados Unidos para discutir parcerias entre os países.

Em uma espécie de 'emboscada',  Trump mostrou um vídeo de um suposto cemitério de agricultores brancos que estariam sendo 'caçados' pelo povo preto. “É uma visão terrível, nunca vi nada parecido”, garantiu o presidente dos EUA. Tenso, Ramaphosa rebateu: “Lhe disseram onde fica isso, Sr. Presidente?”. Trump respondeu que não, mas garante que “é na África do Sul”.

De acordo com o New York Times, Trump armou um 'espetáculo' e depois do clima tenso, mal olhou para o líder sul-africano. Uma fonte contou para a publicação que Trump parecia determinado a ter algum tipo de confronto, interrompendo Ramaphosa. “Está tirando as terras das pessoas”, disse Trump, insistindo que brancos estão sendo executados na África do Sul.

Nos bastidores, os funcionários da Casa Branca disseram que foram surpreendidos e que não sabiam que Trump iria 'atacar' Cyril Ramaphosa o acusando de promover um 'genocídio' branco. 

As 'denúncias', de um suposta tentativa de exterminar brancos, teriam surgido por parte de empresários da área de tecnologia da África do Sul, que teriam perdido 'benefícios' do governo de Ramaphosa. Não há provas dos argumentos de Trump.

 

por Rafael Damas

EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou uma recepção luxuosa ao chegar, na terça-feira (13), à Arábia Saudita -primeira parada de um giro pelo Oriente Médio no qual o republicano promete assinar acordos que somam mais de US$ 1 trilhão (quase R$ 5,7 trilhões).

Trump desembarcou no Terminal Real, uma seção especial do Aeroporto Internacional King Khalid, em Riad, a capital saudita, e se deparou com uma delegação de líderes empresariais e membros da realeza -incluindo o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, governante de fato da região.

Em seguida, ambos se dirigiram à corte real, o gabinete executivo do rei, acompanhados de cavalos árabes, e foram recebidos por uma guarda de honra. Ainda nesta terça, dezenas de líderes de algumas das maiores empresas dos EUA se juntarão a Trump para o almoço.

A capital sedia um fórum de investimentos organizado pelo governo saudita no qual Trump deve discursar e onde estarão presentes o bilionário Elon Musk e os presidentes-executivos de IBM, BlackRock, Citigroup, Palantir e Nvidia.

O objetivo declarado é não falar de política e focar apenas em negócios. A pretensão de assinar acordos de US$ 1 trilhão, por exemplo, quantia que equivale a todo o PIB da monarquia árabe, é considerada por economistas como sendo irreal.

O príncipe herdeiro prometeu investimentos de US$ 600 bilhões ao longo de quatro anos. Mas mesmo esse número é tido como duvidoso por especialistas -e ele pode, de todo modo, acabar ofuscado se Trump, como temem os israelenses, anunciar avanços no principal pleito dos sauditas junto aos EUA: cooperação para iniciar um programa nuclear civil.

Até aqui, a ideia de que Washington ajudaria Riad a construir e operar reatores para produção de energia sempre esteve conectada a uma eventual normalização das relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e Israel. Segundo uma reportagem da agência de notícias Reuters, entretanto, negociadores americanos não pretendem mais fazer essa exigência aos sauditas, buscando, em lugar disso, um acordo puramente comercial.

Em 2020, em seu primeiro mandato, Trump anunciou os históricos Acordos de Abraão, nos quais os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein concordaram em reconhecer a existência do Estado judaico. O presidente americano sempre falou do tratado como o feito mais importante na política externa de sua primeira gestão.

Mas a adesão da Arábia Saudita, principal potência econômica e militar da região, não caminhou em razão da insistência de Riad de que o governo israelense se comprometesse com o estabelecimento de um Estado palestino -passo que Tel Aviv não se mostrou preparado para dar.

Alguns analistas apontam, inclusive, que o temor de que a Arábia Saudita reconhecesse Israel sem exigir a criação de um Estado para os palestinos teria motivado o grupo terrorista Hamas a realizar o ataque de 7 de outubro de 2023 a fim de provocar uma guerra e, assim, impossibilitar qualquer normalização. Hoje, de qualquer forma, o reconhecimento de Israel pelos sauditas não parece estar próximo.

Depois de Riad, Trump deve desembarcar no Qatar, pequeno país no golfo pérsico que desempenha papel central na mediação entre EUA, Hamas e Israel na guerra na Faixa de Gaza.

 

 

FOLHAPRESS

EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que "uma tarifa de 80% para a China parece correta", em publicação na Truth Social, nesta sexta-feira (9). "Depende do Scott Bessent", escreveu, ao se referir à reunião que o secretário do Tesouro americano terá com representantes chineses neste fim de semana, na Suíça.

O republicano reiterou que a China deveria abrir seu mercado aos EUA e que isso "seria muito bom para eles". "Mercados fechados não funcionam mais", afirmou.

 

por Estadao Conteudo

EUA - Na quinta-feira (24), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afurmou que houve uma reunião entre os norte-americanos e a China. Após perder a 'guerrar' ao impor tarifas aos chineses, que retaliaram, Trump decidiu amenizar o tom de ameaças e passou a falar de um acordo comercial "justo" com a China.

No entanto, de acordo com a 'Reuters', dois ministérios chineses negaram que Pequim esteja em negociações com Washington sobre tarifas. "São informações falsas", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, sobre americanos citarem possíveis negociações comerciais. "China e Estados Unidos não se consultaram nem negociaram sobre a questão tarifária, menos ainda alcançaram um acordo".

Nesta quarta, o jornal The Wall Street Journal antecipou que Trump estava considerando cortar unilateralmente as tarifas sobre a China. O jornal publicou que o presidente avalia reduzir para de 50% a 60% as tarifas sobre produtos chineses, no momento em pelo menos 145%.

As tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo dispararam após o aumento das tarifas às importações procedentes da China este ano, com 145% adicionais sobre muitos produtos devido a práticas que Washington considera injustas, entre outros problemas. A China reagiu com novas tarifas alfandegárias de 125% sobre os produtos americanos.

No começo de abril Donald Trump impôs tarifas alfandegárias a todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos, particularmente da Europa e da Ásia, provocando uma tempestade nos mercados mundiais. Uma semana depois, reduziu-as para o mínimo universal de 10%, exceto para a China.

 

 

POR RAFAEL DAMAS

EUA - O governo Donald Trump vai enviar auditores ao Brasil para fazer uma inspeção detalhada sobre as condições sanitárias e de infraestrutura de dezenas de frigoríficos brasileiros que, atualmente, possuem autorização para exportar carne bovina e suína para os americanos.

A visita presencial dos representantes do governo dos EUA está marcada para ocorrer entre os dias 5 e 16 de maio, com uma passagem por Brasília e fiscalizações em frigoríficos, unidades de certificação e laboratórios do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento de diversos estados. Uma reunião virtual está prevista para o dia 22 de maio para apresentação de conclusões.

A auditoria foi pedida no início do ano pelo FSIS (Food Safety and Inspection Service), ou Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar, na tradução literal. O FSIS é um órgão do Departamento de Agricultura dos EUA responsável por garantir que carnes, aves e produtos de ovos sejam seguros, rotulados e embalados corretamente antes de serem consumidos ou exportados.

Com a auditoria, a gestão Trump diz que pretende verificar se o sistema sanitário brasileiro continua equivalente ao americano, uma exigência técnica para que os produtos continuem sendo aceitos nos EUA.

O Brasil possui atualmente 54 estabelecimentos habilitados a exportar carnes aos Estados Unidos, lista que inclui empresas como JBS, Marfrig, Minerva, Frisa e Aurora, entre outras.

As unidades de certificação com potencial envolvimento nas ações de exportação para os EUA somam 53 escritórios descentralizados do Ministério da Agricultura, que atuam no âmbito do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Essas unidades são responsáveis por supervisionar e coordenar os serviços de inspeção federal nos frigoríficos e emitir os certificados sanitários internacionais.

O pente-fino americano também deve envolver os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA), centros científicos do governo federal instalados em vários estados, com o objetivo de fazer análises para checar presença nas carnes de eventuais resíduos químicos (como antibióticos, pesticidas e hormônios) ou contaminantes microbiológicos, como a salmonella.

No mercado internacional da carne, o Brasil ocupa um espaço bem maior de concorrente dos Estados Unidos do que de fornecedor. Em 2024, os produtores brasileiros exportaram US$ 945 milhões em carne bovina para os EUA, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio). O volume representou uma alta de 104% em relação ao total exportado em 2023.

Dentro de tudo aquilo que os americanos compram do Brasil, porém, a carne bovina representa uma fatia de apenas 2,3%.

Hoje o Brasil lidera a exportação mundial de carne bovina, respondendo por cerca de 25,5% do total mundial. O país é seguido pela Austrália e Índia, com os Estados Unidos em quarto lugar. Já na carne suína, os americanos lideram o ranking, seguidos pela União Europeia e o Brasil.

O pedido de auditoria não faz menção a alguma irregularidade prévia ou pendência de auditorias anteriores. De maneira geral, esse tipo de trabalho costuma ser feito com intervalo de dois a três anos.

O Brasil já passou por diversas auditorias do FSIS. Em 2017, os EUA chegaram a suspender a entrada de carne fresca bovina brasileira após uma auditoria constatar não conformidades sanitárias. A reabertura ocorreu após mudanças e uma auditoria de revalidação.

A Folha questionou o Ministério da Agricultura a respeito da auditoria marcada para maio. A pasta não se manifestou sobre o assunto até a publicação da reportagem. A Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), que representa empresas do setor de abate e processamento de carnes bovinas, também não se manifestou. A ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos) não respondeu ao pedido de posicionamento.

A guerra de tarifas protagonizada pelos EUA e pela China impulsionou o setor agrícola do Brasil e prejudicou os agricultores americanos, à medida que Pequim busca na maior economia da América Latina uma gama de produtos, da soja a carne bovina.

A China já suspendeu a compra de carne bovina de mais da metade dos fornecedores americanos, em meio à guerra tarifária. O Ministério da Agricultura brasileiro observa possíveis espaços para ampliar a venda aos chineses. O presidente Lula (PT) viaja à China em maio para se encontrar com o líder Xi Jinping.

Segundo informações oficiais, 654 empresas americanas são registradas para vender carne bovina para a China. Um total de 392 estabelecimentos tiveram suas transações suspensas, por ordem da Administração-Geral de Aduanas da China, o que equivale a 60% dos parceiros comerciais do setor.

 

 

FOLHAPRESS

EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje (2) um "tarifaço" global sobre impostos de importação. A data foi nomeada pelo republicano como o "Dia de Libertação". Ele confirmou uma taxa de 10% para os produtos brasileiros.

Trump prometeu implementar tarifas recíprocas a países que cobram taxa de importação de produtos americanos. No evento, ele anunciou tarifa de 20% sobre a União Europeia, 34% sobre a China e 46% sobre o Vietnã.

O presidente confirmou ainda uma taxa de 25% sobre todos os veículos importados

Em transmissão da Casa Branca, ele disse que a aplicação das tarifas aos outros países "é uma medida gentil" que tornará os "Estados Unidos grande novamente".

Segundo ele, as tarifas recíprocas serão de ao menos metade da alíquota cobrada pelos outros países, com uma taxa mínima de 10%.

No anúncio, ele fez críticas aos governos passados, em especial a administração de Joe Biden, por terem deixado outros países aplicarem elevadas taxas aos produtos norte-americanos, impactando a indústria nacional. Segundo ele, esses países "estão roubando" e "levando vantagem" dos EUA.

Veja algumas das tarifas anunciadas por Trump

País Taxa
China 34%
União Europeia 20%
Vietnã 46%
Taiwan 32%
Japão 24%
Coreia do Sul 25%
Tailândia 36%
Suíça 31%
Indonésia 32%
Reino Unido 10%
África do Sul 30%
Brasil 10%
Bangladesh 37%
Singapura 10%
Israel  17%
Filipinas 17%
Chile 10%
Austrália 10%
Paquistão 29%
Turquia 10%
Sri Lanka 44%
Colômbia

10%

 

 

AGÊNCIA BRASIL 

EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na segunda-feira (17) que o Irã será responsabilizado e enfrentará consequências por quaisquer ataques dos rebeldes houthis no Iêmen, alinhados a Teerã.

"Cada tiro disparado pelos houthis será considerado, a partir deste momento, um tiro disparado pelas armas e lideranças do Irã, e o Irã vai ser responsabilizado e vai sofrer as consequências, e essas consequências serão graves!", escreveu o republicano em sua rede social, a Truth Social.

A declaração ocorre após os EUA bombardearem as cidades de Sanaa, capital do Iêmen, Saada, no norte, e Rada'a, no centro do país do Oriente Médio. Segundo Anees Alsbahi, porta-voz do Ministério da Saúde administrado pelos Houthis, os ataques mataram 53 pessoas, incluindo cinco crianças e duas mulheres, e feriram outras 98.

No dia seguinte, o assessor de Segurança Nacional americano, Michael Waltz, afirmou, em entrevista ao canal americano ABC News, que os bombardeios -primeira grande ação militar americana desde a volta de Trump à Casa Branca, em janeiro- mataram vários líderes rebeldes na região.

Também no domingo (16), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse à CBS News que a ofensiva pode durar dias ou mesmo semanas -"até que os houthis não tenham mais capacidade de atacar o transporte marítimo global e a Marinha dos EUA", afirmou.

Hossein Salami, principal comandante da Guarda Revolucionária do Irã, disse que os houthis tomavam suas próprias decisões. "Avisamos nossos inimigos que o Irã responderá de forma decisiva e destrutiva se eles cumprirem suas ameaças", disse ele à mídia estatal neste domingo.

Em resposta às ofensivas do fim de semana, o grupo reivindicou no domingo uma operação militar com 18 mísseis e um drone contra um porta-aviões americano e navios de guerra que o acompanhavam no norte do mar Vermelho. Na manhã desta segunda, falaram em um segundo ataque contra o porta-aviões com drones e mísseis balísticos e de cruzeiro.

Os EUA não confirmaram as declarações, mas o Centcom (Comando Central Americano para o Oriente Médio) disse na madrugada desta segunda que suas forças "continuam com as operações" contra os houthis, sem dar mais detalhes.

A imprensa houthi, por sua vez, informou que os EUA fizeram novos ataques entre a noite de domingo e a madrugada de segunda contra uma fábrica de algodão na região de Al Hudaydah, a oeste do Iêmen, e contra a cabine do navio Galaxy Leader, capturado há mais de um ano pelos rebeldes.

Desde novembro de 2023, dois meses após os atentados do Hamas no sul de Israel desencadearem a guerra na Faixa de Gaza, os houthis atacam embarcações no mar Vermelho, uma zona vital para o comércio mundial, em solidariedade aos palestinos. Desde então, foram registrados 174 ataques contra navios militares americanos, e outros 145 contra embarcações comerciais, de acordo com o Pentágono.

O grupo interrompeu os ataques após o cessar-fogo em Gaza, no dia 19 de janeiro. No entanto, a decisão de Israel de bloquear a entrada de ajuda humanitária no território palestino, no começo deste mês, fez o movimento ameaçar retomar as ofensivas.

As ofensivas ocorrem no momento em que um possível acordo nuclear entre EUA e Irã está em um impasse. Na semana passada, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, rejeitou a ideia de negociar com Washington, como Trump havia sugerido em uma carta enviada ao aiatolá dias antes. No documento, o republicano alertou que a outra maneira de lidar com a questão seria pela via militar.

Na entrevista à ABC News no domingo, o assessor de Segurança Nacional afirmou que "todas as opções estão sobre a mesa". Segundo ele, se não interromper "os mísseis, os armamentos e o enriquecimento" de urânio, o Irã vai enfrentar "uma série de outras consequências".

No final do mês passado, a Agência Internacional de Energia Atômica afirmou que o estoque do Irã de urânio enriquecido com até 60% de pureza -próximo ao nível de cerca de 90% usado em armas- aumentou.

Também no domingo, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou na rede social X que "o governo dos EUA não tem autoridade, nem direito, de ditar a política externa iraniana". "Essa era terminou em 1979," escreveu, em referência ao ano da revolução islâmica.

A ONU pediu que o Exército americano e os houthis cessassem "qualquer atividade militar". A China, por sua vez, pediu diálogo, afirmando que a situação no mar Vermelho tem "causas complexas". Já o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse que qualquer resposta aos ataques do grupo deve ser "conforme o direito internacional".

Diferentemente de outros aliados do Irã, como o próprio Hamas em Gaza, o Hezbollah no Líbano, os houthis permaneceram resilientes. O grupo foi responsável por afundar dois navios, sequestrar outro e matar pelo menos quatro marinheiros em ataques que causaram grandes impactos no transporte marítimo global, forçando empresas a redirecionar rotas, o que encareceu o processo.

Milhares de pessoas saíram às ruas do Iêmen nesta segunda em protestos convocados pelos houthis para protestar contra os bombardeios americanos, segundo imagens da imprensa local. Em Sanaa, os manifestantes exibiram cartazes e fuzis de assalto aos gritos de "morte aos Estados Unidos, morte a Israel", segundo imagens transmitidas pela rede de televisão Al Masirah, apoiada pelo Irã. Também foram registrados protestos em cidades como Saada, Dhamar e Hodeiday Amran.

Internamente, o Iêmen também sofre com conflitos do qual o grupo participa. Desde 2014, a nação vive uma guerra civil entre os houthis e o governo apoiado pela Arábia Saudita, um dos principais aliados dos EUA no Oriente Médio. O conflito matou milhares de pessoas e afundou o país de 38 milhões de habitantes em uma das piores crises humanitárias da história, segundo a ONU.

 

 

POR FOLHAPRESS

BETIM/MG - O presidente Lula (PT) disse na terça-feira (11) que deseja ser respeitado em discussões internacionais e que não adianta o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gritar.

"Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo porque aprendi a respeitar e quero ser respeitado", disse o presidente em evento da montadora Stellantis, em Betim (MG).

Desde que tomou posse como presidente em janeiro deste ano, Trump vem anunciando a implantação de tarifas a produtos importados de outros países, incluindo o Brasil.

Na tarde desta terça, Lula tem uma agenda em Ouro Branco, no interior do estado, onde irá participar de cerimônia de expansão da produção de aço em Minas Gerais, organizada pela siderúrgica Gerdau.

O aço brasileiro foi alvo das tarifas impostas por Trump em fevereiro.

Em entrevista a rádios em fevereiro, o mandatário já havia criticado o presidente americano ao dizer que ele foi eleito para governar os Estados Unidos, não "para mandar no mundo".

Em evento também em Minas na última semana, em visita a um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), Lula havia criticado o empresário Elon Musk, aliado de Trump, sem citá-lo diretamente.

"Tem até um dono de uma empresa americana, que é dono de uma dessas empresas muito forte aí, que divulga essas notícias na internet, que ele não quer nem respeitar governo, não quer respeitar Justiça. Ele acha que ele pode tudo. Ele pode tudo no país dele. Aqui no Brasil ele vai ter que respeitar o povo brasileiro", afirmou o presidente em Campo do Meio, no sul de Minas.

 

 

POR FOLHAPRESS

MÉXICO - Na tarde de quinta-feira (6), a presidente do México Claudia Sheinbaum revelou que após uma reunião com presidente Donald Trump, os Estados Unidos suspenderam as tarifas que iriam aplicar ao país vizinho até abril.

Trump recorreu a rede 'Truth Social' para comentar a conversa que teve com Sheinbaum sobre negócios e fronteiras entre Estados Unidos e México: "Concordei que o México não será obrigado a pagar tarifas sobre nada que se enquadre no 'Acordo USMCA' até 2 de abril. Fiz isso por respeito ao presidente Sheinbaum. Nosso relacionamento tem sido muito bom e estamos trabalhando duro, juntos, na fronteira, tanto em termos de impedir que estrangeiros ilegais entrem nos Estados Unidos quanto, da mesma forma, impedir o Fentanil chegue ao país vizinho", relatou.

A presidente do México comentou no 'X' (antigo Twitter) a conversa com o norte-americano: "Tivemos uma excelente e respeitosa conversa, na qual concordamos que nosso trabalho e colaboração produziram resultados sem precedentes, dentro do respeito às nossas soberanias. Continuaremos a trabalhar juntos, principalmente em questões de migração e segurança, incluindo a redução da travessia ilegal de fentanil para os Estados Unidos, bem como de armas para o México", disse.

Sheinbaum ainda enfatizou a suspensão das tarifas: "O México não será obrigado a pagar tarifas sobre todos os produtos dentro do USMCA. Este acordo é válido até 2 de abril, quando os Estados Unidos anunciarão tarifas recíprocas para todos os países", finalizou.

 

 POR RAFAEL DAMAS

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