BRASÍLIA/DF - A fotografia do presidente Lula (PT) com seu homólogo norte-americano, Donald Trump, teve recorde de visualização e engajamento nas redes sociais do petista, segundo levantamento da Quaest.
Foram 72 milhões de visualizações, 778 mil menções, 22 milhões de curtidas e 7,5 milhões de compartilhamentos no Instagram, X, Tik-Tok e Facebook, de acordo com a consultoria.
A imagem superou em visualização e engajamento a de Lula de sunga, que havia registrado o recorde até então. Publicada em agosto de 2021, a foto em que o petista abraça a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, viralizou. Ambas foram tiradas pelo fotógrafo Ricardo Stuckert e postadas nas redes do presidente.
Para comparação, a foto de Lula de sunga, abraçado a Janja, em 2021, teve 65 milhões de visualizações, 4,6 milhões de menções, 19 milhões de curtidas e 7 milhões de compartilhamentos.
O levantamento foi realizado por meio da ferramenta QuaestScan, que mapeia imagens e áudios na internet. Foram medidas as interações feitas entre os dias 21 e 27 de outubro.
Lula compartilhou a imagem com Trump no domingo (26) em seus perfis. Nela, o petista e o republicano aparecem sorrindo e dando um aperto de mãos, com bandeiras de EUA e Brasil ao fundo.
A Quaest também avaliou os sentimentos dos internautas sobre o encontro entre os dois. Do total, 54% do público fez menções neutras, enquanto 26% fizeram comentários positivos, e 20%, negativos.
O recorde de visualizações "é um exemplo claro da política como imagem", avalia o diretor da Quaest, Felipe Nunes. "O sorriso, a postura, o aperto de mão, tudo é simbólico", afirma.
"É resultado da guerra de narrativas. A direita tentando emplacar a menção a [o ex-presidente Jair] Bolsonaro. A esquerda tentando comemorar a virada. A maioria observando."
Lula e Trump se encontraram em Kuala Lumpur, na Malásia. Os dois participam da cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
Também tiveram uma reunião bilateral de cerca de 50 minutos para discutir as tarifas impostas pelos EUA ao Brasil.
Em declaração a jornalistas após o encontro, Trump deixou aberta a possibilidade de "trabalhar em acordos".
"Em relação às tarifas impostas ao Brasil, acho que tudo é justo. Tenho muito respeito pelo seu presidente, tenho muito respeito pelo Brasil", disse.
Conforme o brasileiro, a pauta a ser discutida com os EUA será "longa".
"Na hora que dois presidentes sentam em uma mesa e colocam seu ponto de vista, a tendência natural é se chegar a um acordo", afirmou Lula.
Nesta terça (28), Trump desejou feliz aniversário a Lula ao falar sobre a chance de ser feito um acordo pela redução das tarifas do Brasil.
por Folhapress
EUA - O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que encontrará o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na quinta-feira, 30, e disse que a reunião "correrá bem". A declaração foi dada em discurso na terça-feira, 28, em jantar com empresários no Japão.
O republicano ainda defendeu que o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, "acalma os mercados" e que pensou nele para assumir a chefia do Federal Reserve (Fed), mas enfatizou: "ele não quer". Bessent é o responsável por realizar as entrevistas e guiar o processo dos candidatos para assumir o posto de Jerome Powell.
por Estadao Conteudo
MALÁSIA - Aliados de Jair Bolsonaro (PL) buscaram destacar o elogio de Donald Trump ao ex-presidente, enquanto os de Lula (PT) foram às redes sociais para elogiar o avanço nas conversas entre Brasil e EUA e destacar a defesa da soberania –que se tornou uma das principais bandeiras do petismo neste ano.
A disputa de versões mobilizou os dois grupos políticos neste domingo (26) depois da reunião de Lula com Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, para discutir as tarifas impostas pelo americano.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) recorreu às imagens do encontro para apontar um suposto incômodo do presidente brasileiro com elogio de Trump ao ex-presidente.
Eduardo está nos Estados Unidos articulando sanções contra as autoridades brasileiras e virou alvo da esquerda e de parte da direita, crítica à sua atuação referente ao tarifaço a produtos brasileiros. As sanções comerciais foram um ponto de inflexão na atuação dos bolsonaristas neste ano e se tornaram a principal vulnerabilidade política do grupo.
Trump foi questionado por jornalistas sobre Bolsonaro e disse que se sente mal pelo que aconteceu com ele. Afirmou que sempre gostou do ex-chefe do Executivo brasileiro. Em seguida, indagado se essa situação seria tratada na reunião com Lula, o republicano respondeu: "Não é da sua conta".
Em postagem em seu perfil no X (ex-Twitter), Eduardo afirmou que há "na mesa um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO". O texto acompanha vídeo no qual os dois presidentes respondem a perguntas da imprensa na manhã deste domingo.
Na sequência das publicações de Eduardo, influenciadores bolsonaristas foram às redes socias dizer que governo brasileiro ainda não anunciou avanço nas negociações pelo fim do tarifaço. E o principal destaque que buscaram dar foi ao elogio de Trump a Bolsonaro.
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) replicou uma publicação que questiona a fala do chanceler Mauro Vieira sobre a reunão ter sido "muito positiva", mas que só agora vai começar a negociação. "Deve ser a terceira reunião e os caras que atacam diariamente Trump se fazem de idiotas para enganar outros idiotas", escreveu.
Já o deputado estadual de Minas Gerais Bruno Engler (PL) disse, na mesma toada de Eduardo: "Lula, visivelmente desconfortável, ouve o apoio ao capitão feito pelo norte-americano que sempre compara à caça às bruxas. Isso incomoda o petista, que defende o regime junto ao STF".
Além da esquerda, até mesmo uma ala da direita utilizou o episódio para dizer que a atuação de Eduardo estaria beneficiando Lula. Como a Folha mostrou no último dia 19, aliados do ex-presidente já admitiam ver o petista lucrando positivamente com o avanço das negociações. A expectativa deles é de que ao menos parte das tarifas deve ser revista.
O ex-ministro da Educação de Bolsonaro Abraham Weintraub, que rompeu com o clã, debochou: "Estratégia 4D do Trump para pegar o Lula desprevenido. Confie no bananinha! Aguarde mais 72 horas!".
O movimento de ataques ao deputado federal foi antecipado por seus aliados, que na noite de sábado (25) fizeram publicações nas redes sociais em sua defesa.
"Eduardo é um guerreiro silencioso, que trabalha nos bastidores com lealdade e coragem. Sua missão nunca foi apenas um mandato, mas a defesa de um ideal.
Diferentemente de muitos que hoje trabalham para desmerecer o grande trabalho que ele fez, e continua fazendo por todos nós", afirmou o deputado federal Mário Frias (PL-RJ).
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), classificou o encontro de Lula e Trump como "sensacional, pois fica provado que o tarifaço nunca foi culpa do Eduardo Bolsonaro e sim do Lula".
O parlamentar disse ainda torcer para que o governo brasileiro consiga renegociar as tarifas. "Demorou tanto tempo agir. Espero que mesmo atrasado resolva", completou.
Parlamentares de esquerda e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), celebraram o encontro entre os dois chefes de Estado.
"Cumprimento os presidentes Lula e Donald Trump pelo importante encontro de hoje. Fico feliz em ver que o diálogo e a diplomacia voltam a ocupar o centro das relações entre Brasil e Estados Unidos. Quando líderes escolhem conversar, a história agradece", disse.
A reunião entre os dois chefes de Estado foi usada como munição para a esquerda destacar o papel de Lula na negociação das sobretaxas impostas pelo governo dos EUA a produtos do Brasil.
O senador Humberto Costa (PT-PE) destacou que a conversa teve "avanços imediatos na agenda comercial e na busca de soluções para as tarifas e sanções". "Assim se faz política externa –com respeito, soberania e determinação!", ressaltou em seu perfil no X.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) disse que Lula se comportou como um estadista diante das tarifas impostas por Trump. Com isso, disse, o presidente está "recuperando as boas relações comerciais entre os dois países". "Lula agiu bem desde a imposição das sanções e agora, colhe os frutos!", concluiu.
O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) escreveu nas redes que a reunião entre os dois foi produtiva e "resultou no restabelecimento do diálogo e da parceria entre Brasil e Estados Unidos, superando divergências anteriores orquestrada pelos traidores da pátria".
Já o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) ironizou Eduardo e o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, afirmando que ambos ficarão sem passaporte após o encontro entre os dois líderes.
por Folhapress
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (23) que haverá "operações terrestres" americanas contra a Venezuela "muito em breve", segundo a agência de notícias Reuters, aumentando a pressão sobre o ditador Nicolás Maduro em meio a ataques a embarcações nas águas da América do Sul que já mataram pelo menos 37 pessoas.
Em conversa com a imprensa, Trump disse que os EUA estão "muito instatisfeitos" com a Venezuela. Setores importantes do governo americano liderados pelo secretário de Estado, Marco Rubio, defendem que Washington use a força para derrubar o regime de Maduro -a CIA recebeu autorização de Trump para realizar operações secretas em solo venezuelano com esse fim.
Em paralelo, a Casa Branca busca justificar ao Congresso os ataques contra embarcações, que acusa de levarem drogas a território americano, embora não tenha apresentado provas. O direito internacional só permite ataques do tipo, quando não há ameaça iminente, em situações de guerra declarada, o que não é o caso.
"Não precisamos fazer uma declaração de guerra", disse Trump nesta quinta. "Nós simplesmente vamos matar quem tentar trazer drogas ao nisso país. Matar, assim."
FOLHAPRESS
BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou no final de semana, que pretende construir uma “doutrina latino-americana” com professores e estudantes da região para fortalecer a independência da América do Sul. Em discurso a alunos de cursinhos populares em São Bernardo do Campo (SP), Lula declarou que quer um continente que “nunca mais aceite um presidente de outro país falando grosso com o Brasil”.
Sem citar diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula fez a declaração dias após ter dito que desenvolveu uma “química” com o republicano durante a Assembleia Geral da ONU. Desde então, os dois governos têm se aproximado em negociações para revogar as tarifas impostas às exportações brasileiras, e há expectativa de um encontro entre os dois líderes ainda neste ano.
O evento ocorreu no ginásio poliesportivo Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo, cidade do ABC paulista onde Lula iniciou sua trajetória política no Sindicato dos Metalúrgicos. O presidente subiu ao palco acompanhado dos ministros da Educação, Camilo Santana, e da Fazenda, Fernando Haddad, e foi recebido por estudantes aos gritos de “sem anistia” e em defesa da educação popular.
Ao falar sobre as universidades criadas durante seus governos, Lula citou a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR), e fez a referência indireta a Trump.
“Queremos formar uma doutrina latino-americana, com professores e estudantes latino-americanos, para que esse continente um dia seja independente e nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil, porque não vamos aceitar”, afirmou, sendo ovacionado. “Não é questão de coragem, é de dignidade e caráter. E isso não se compra em shopping. É algo que o pai e a mãe de vocês ensinaram”, completou.
Durante o evento, estudantes exibiram uma faixa pedindo que Lula indique uma mulher negra para o Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente, no entanto, deve indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Também estão cotados o senador Rodrigo Pacheco (PSD) e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
Lula aproveitou o discurso para incentivar os jovens a ingressarem na política e voltou a criticar a Câmara dos Deputados pela aprovação da PEC da Blindagem, posteriormente barrada pelo Senado.
“Se eu cheguei à Presidência, vocês também podem chegar. Quando perceberem que a classe política não os representa, não desanimem. Quando virem que estão querendo aprovar uma lei para garantir impunidade a ladrão, não desistam. O político bom está dentro de vocês, não dentro deles”, disse.
O presidente também anunciou que pretende universalizar o programa Pé-de-Meia para todos os estudantes do ensino médio e rebateu possíveis críticas do mercado financeiro. “Eles vão reclamar: ‘esse governo está gastando R$ 13 bilhões’. Gastando estaríamos se fosse pra eles. Estamos investindo na juventude”, afirmou.
Antes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o lema do governo é “colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda”. Já o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que o MEC vai ampliar os recursos destinados à Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), criada neste ano. A previsão é repassar R$ 74 milhões a 384 cursinhos até o fim de 2025, e R$ 108 milhões em 2026, beneficiando até 500 projetos.
O evento, que começou com uma aula de Física e terminou com uma aula de Redação, faz parte da preparação dos estudantes para o Enem, que será aplicado em novembro.
por Estadao Conteudo
EUA - Doze dias antes das eleições legislativas na Argentina, Javier Milei foi até a Casa Branca em busca de suporte e de uma foto de Donald Trump. O argentino garantiu a fotografia, no entanto, ouviu o americano condicionar seu apoio ao desempenho de A Liberdade Avança em 26 de outubro.
"Se Milei não ganhar, não seremos generosos com a Argentina", disse nesta terça-feira (14) o republicano aos jornalistas em frente ao colega do sul, que preferiu trocar o giro que fazia pelas províncias pela visita a Washington.
A Argentina vai às urnas no próximo dia 26, para renovar parte da Câmara e do Senado. Um teste para o pleito nacional ocorreu na província de Buenos Aires (o maior colégio eleitoral do país) em setembro, e o partido de Milei ficou 13 pontos atrás dos peronistas.
As semanas seguintes foram ruins para o governo, com perda de valor da moeda local e um estouro de um novo escândalo, que derrubou o principal candidato de Milei na província de Buenos Aires para a disputa nacional, por receber recursos de um argentino acusado de envolvimento com tráfico de drogas nos EUA. Apesar de um apelo do governo, a Justiça argentina decidiu não trocar as cédulas, e a foto de José Luis Espert vai aparecer para os eleitores.
"Vocês têm uma eleição de metade de mandato, esperamos que continuem com as reformas. Obama teve uma oportunidade na América Latina, usaremos nosso poderio econômico para fazer uma ponte até os nossos aliados", disse o secretário de Tesouro, Scott Bessent.
"É uma eleição muito importante, [Milei] fez um grande trabalho e a vitória é muito importante", disse Trump. "Avante, presidente Milei. É uma honra recebê-lo aqui e seguramente vai ganhar as eleições, nós te apoiamos completamente. Quero ver a Argentina bem-sucedida e acredito que a liderança de Milei pode fazer com que isso aconteça", disse.
O argentino respondeu que sentia honrado com a visita e por entender "a ameaça que o socialismo do século 21" representa. Ele também atribuiu a crise cambial que o país enfrentou nas últimas semanas a ataques de opositores. "Obrigado pelo que o senhor está fazendo pelo mundo livre e ao secretário Bessent, por nos ajudar a mostrar ao mundo que as ideias da liberdade funcionam."
A visita desta terça-feira ganhou dimensão de apoio eleitoral a Milei por parte de Washington. É a primeira reunião de Milei na Casa Branca (ele já havia participado de uma reunião na cidade, ainda no governo de Joe Biden) e o quarto encontro com Trump em menos de um ano.
O primeiro deles foi ainda na posse do americano, em janeiro; também se viram em fevereiro, durante o fórum de políticos de direita CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora). O mais recente foi no mês passado, com uma conversa dos dois em paralelo à Assembleia das Nações Unidas, em Nova York.
Ambos também foram ao Vaticano por ocasião da morte do papa Francisco, e o argentino viajou outras vezes aos Estados Unidos sem se encontrar com Trump. No início de abril, Milei viajou com o ministro da Economia, Luis Caputo, para a Flórida, como parte da cerimônia de premiação de uma fundação liberal. Ele iria se encontrar com o colega americano, mas Trump não apareceu.
Milei também foi a Los Angeles em setembro, onde se reuniu com empresários e autoridades de bancos, financeiras, uma empresa petroleira e outras organizações dos EUA.
Após uma agenda de viagens ao interior, na madrugada desta terça, o presidente argentino finalmente chegou a Washington. A comitiva de Milei desembarcou na Base Aérea Andrews e, em seguida, se dirigiu à Blair House, a residência oficial de hóspedes dos presidentes americanos.
O encontro com Trump buscava avançar a relação entre Argentina e Estados Unidos, envolvendo temas de comércio, investimento e ajuda financeira. Os dois países estariam próximos de finalizar um acordo sobre tarifas, que poderia beneficiar produtos argentinos no mercado americano.
No dia anterior, em uma de suas escassas entrevistas, Milei expressou otimismo em relação aos investimentos de empresas dos Estados Unidos na Argentina, afirmando que há várias propostas em andamento, mas cauteloso em relação aos resultados finais da reunião.
Ele mencionou que o governo argentino está se preparando para uma "avalanche de dólares" com esses possíveis investimentos. "Vão sair dólares até das nossas orelhas", disse o presidente a um programa de rádio.
O encontro foi mais curto do que o previsto e já tinha sido atrasado devido à viagem que Trump fez a Israel e ao Egito. A agenda inclui um almoço, fechado à imprensa. A comitiva de Milei inclui outros altos funcionários, como o ministro da Segurança e o presidente do Banco Central da Argentina.
O governo argentino tem dado poucas informações sobre os efeitos concretos do apoio americano, mas o Bessent especulou a jornalistas locais sobre possibilidade de investimentos significativos em setores estratégicos, como lítio e energia.
Na prática, o governo americano comprou pesos argentinos no mercado e sinalizou com um acordo de troca de moedas pelos bancos centrais dos dois países. A equipe econômica de Milei ficou quase uma semana nos Estados Unidos em negociações com o governo local e com o FMI (Fundo Monetário Internacional), e a possibilidade de uma aliança sólida com os Estados Unidos é vista como uma forma de garantir a liquidez da Argentina, minimizando o risco de inadimplência.
O presidente argentino é o segundo líder latino-americano a se encontrar com Trump desde que ele assumiu seu segundo mandato -o outro é Nayib Bukele, de El Salvador, que esteve lá em janeiro.
Antes mesmo da viagem, Milei elogiou a liderança de Trump, chamando-o de "amigo" e dizendo que iria apoiar o americano para receber o Nobel da Paz no ano que vem, honraria que o americano já disse desejar em mais de uma ocasião.
FOLHAPRESS
EUA - Nesta quarta-feira (8), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu que o governador do Illinois, J.B. Pritzker, e o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, "deveriam estar presos", acusando os dois políticos democratas de não protegerem os agentes federais de imigração.
A declaração de Trump foi feita em uma mensagem publicada na rede Truth Social, quando se verifica um impasse entre as autoridades estaduais do Illinois e a Casa Branca sobre a ordem presidencial de enviar forças federais para as ruas de Chicago.
A medida, que já foi contestada judicialmente, insere-se em uma estratégia que Trump tem aplicado em várias cidades governadas por democratas, alegando razões de segurança pública.
As autoridades locais consideram, porém, que a intervenção federal constitui um abuso de poder e uma violação da autonomia municipal.
A administração republicana de Trump intensificou também as rusgas contra imigrantes em situação irregular, o que levou o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, a declarar "zonas livres de ICE [sigla em inglês dos Serviços de Imigração]" para impedir o uso de propriedades municipais em operações desta agência federal.
por Rafael Damas
BRASÍLIA/DF - Na manhã de segunda-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu um telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro.
O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.
O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos.
Os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação. Do lado brasileiro, a conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim.
por Rafael Damas
EUA - Um juiz federal dos Estados Unidos considerou inconstitucional a política do governo de Donald Trump que visa revogar vistos, prender e deportar estudantes e professores envolvidos em atos de defesa da causa palestina. A decisão, divulgada na terça-feira (30) pelo magistrado William Young, de Boston, afirmou que a medida viola a Primeira Emenda da Constituição, que garante a liberdade de expressão.
Numa sentença de 161 páginas, Young aponta que a conduta dos Departamentos de Estado e de Segurança Interna configura "uso indevido" de poderes para silenciar vozes pró-Palestina nos campi universitários. Segundo ele, o objetivo é intimidar estrangeiros que manifestem opiniões políticas críticas a Israel, restringindo de forma deliberada o direito constitucional à livre expressão.
O magistrado destacou que agentes da imigração chegaram a usar máscaras em operações de prisão, algo que ele comparou ao terror associado à Ku Klux Klan. "Nunca toleramos uma polícia secreta armada e mascarada", escreveu ele. Para Young, a prática faz parte de um esforço de Trump para limitar a liberdade de expressão, o que impacta universidades, escritórios de advocacia e veículos de imprensa.
O caso foi aberto pela Associação Americana de Professores Universitários e pela Associação de Estudos do Oriente Médio. Entre os episódios que motivaram o processo estão a prisão de Mahmoud Khalil, formado pela Universidade Columbia, e de Rumeysa Ozturk, estudante da Tufts University.
Khalil, figura de destaque nos atos pró-Palestina contra as ações de Israel em Gaza, foi preso por agentes de imigração em sua residência universitária em Manhattan, em março.Trump classificou os protestos de antissemitas e prometeu deportar estudantes estrangeiros que participassem. Ele foi solto em junho.
Já a prisão de Ozturk ocorreu em 25 de março, feita por agentes mascarados e à paisana numa rua de Somerville, subúrbio de Boston, e foi registrada em um vídeo que se tornou viral. Ela foi libertada em maio.
Segundo os advogados dos autores da ação, a decisão representa um marco na defesa da liberdade acadêmica sob a Primeira Emenda. "As deportações ideológicas do governo desonram a democracia", afirmou a advogada Ramya Krishnan.
Apesar de derrotas sucessivas nos tribunais, o governo Trump insiste em manter as deportações e recorreu de decisões que determinaram a libertação de estudantes detidos.
O endurecimento contra estudantes pró-Palestina teve início em janeiro, quando Trump assinou decretos orientando órgãos federais a "combater vigorosamente o antissemitismo", após uma onda de protestos em universidades em reação à ofensiva israelense em Gaza, deflagrada depois do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
Na decisão, Young chegou a anexar uma mensagem ameaçadora e anônima recebida por ele que dizia: "Trump tem tanques e perdões... e você, o que tem?". O juiz respondeu em sua sentença: "Sozinho, nada além do meu senso de dever. Mas juntos, nós, o povo dos EUA, temos a nossa magnífica Constituição".
FOLHAPRESS
EUA - Donald Trump cumpriu a promessa de fazer um “anúncio importante” nesta segunda-feira (22) e declarou, em coletiva de imprensa ao lado do secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., que a FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA) recomendará que grávidas evitem o uso de paracetamol. Segundo ele, haveria uma ligação entre o consumo do medicamento durante a gestação e o aumento de diagnósticos de autismo no país.
O presidente norte-americano sugeriu que o paracetamol só seja usado se houver recomendação médica específica. Apesar disso, não apresentou evidências científicas para embasar a orientação e citou rumores de que Cuba teria índices menores de autismo porque não dispõe de Tylenol, marca mais popular do fármaco.
Especialistas, no entanto, ressaltam que a elevação de diagnósticos de autismo nos EUA está ligada a mudanças na definição da condição, que passou a incluir casos mais leves dentro do espectro, além do avanço nos métodos de identificação. Segundo a Associated Press, não existe uma causa única para o transtorno.
A fabricante Kenvue, responsável pelo Tylenol, refutou a declaração de Trump. “Discordamos veementemente de qualquer sugestão contrária à ciência independente”, afirmou Melissa Witt, porta-voz da empresa, ao The New York Times. “Estamos profundamente preocupados com o risco que isso representa para a saúde das mulheres grávidas.”
O presidente do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, Steven Fleischman, classificou a fala como “irresponsável” e alertou para a confusão que pode gerar entre gestantes. “O anúncio de hoje não é apoiado por todas as evidências científicas e simplifica perigosamente as muitas e complexas causas dos problemas neurológicos em crianças”, disse.
A FDA também anunciou, após a coletiva, que iniciou o processo de aprovação da leucovorina como tratamento para crianças com autismo associado à deficiência de folato cerebral (DFC). O medicamento, já usado no tratamento de câncer e anemia, apresentou resultados positivos em estudos ao melhorar a comunicação verbal de pacientes com esse perfil.
Segundo nota da agência, indivíduos com deficiência de folato no cérebro podem apresentar atrasos no desenvolvimento com características autistas, convulsões e dificuldades motoras, e a leucovorina pode ajudar a reduzir esses sintomas.
por Notícias ao Minuto
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