UCRÂNIA - A Ucrânia ordenou nesta sexta-feira (20) que as tropas entrincheiradas na siderúrgica Azovstal de Mariupol entreguem as armas, após quase três meses de resistência à ofensiva russa que devastou a cidade portuária do sudeste do país.
O cerco russo à localidade estratégica, no mar de Azov, provocou diversas acusações de crimes de guerra, incluindo um ataque contra uma maternidade.
O Ministério russo da Defesa divulgou um vídeo que mostra soldados saindo da fábrica, alguns deles de muletas, após semanas de cerco.
"O comando militar superior deu a ordem de salvar as vidas dos militares de nossa guarnição e de parar de defender a cidade", declarou Denys Prokopenko, comandante do batalhão ucraniano Azov, em um vídeo publicado no Telegram.
Os combatentes, acrescentou, continuam tentando retirar os soldados mortos da siderúrgica.
"Espero que em breve as famílias e todos na Ucrânia possam enterrar seus combatentes com honras", acrescentou Prokopenko.
A Ucrânia deseja organizar uma troca dos soldados de Azovstal por prisioneiros russos, mas as autoridades pró-Moscou da região de Donetsk afirmaram que alguns podem ser julgados.
"Esperamos que (...) todos os prisioneiros de guerra sejam tratados de acordo com a Convenção de Genebra e o direito de guerra", disse o porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby.
Na Ucrânia, o primeiro militar russo julgado por crimes de guerra pediu "perdão" em um tribunal de Kiev, ao detalhar como matou um civil no início da invasão russa, há quase três meses. O veredicto será anunciado na próxima segunda-feira, 23 de maio.
"Realmente sinto muito", declarou Vadim Shishimarin, de 21 anos.
Mais ajudas
A Rússia concentrou nas últimas semanas a ofensiva no leste e sul da Ucrânia, destruindo vilarejos e cidades, depois que não conseguiu conquistar a capital, Kiev.
A resistência ucraniana desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, recebeu o forte apoio financeiro e militar dos Estados Unidos e da União Europeia (UE).