EUA - A discussão global sobre política e negócios mudou drasticamente desde que Joe Biden substituiu Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Nações e territórios que foram afetados pela agenda nacionalista do ex-presidente Trump, agora observam um país mais focado em engajamento do que isolamento.
Embora a mudança esteja provocando otimismo entre os países (desenvolvidos e em desenvolvimento) sobre o impacto de Biden nos negócios globais, as empresas multinacionais e os investidores institucionais precisam adotar uma abordagem diferenciada ao considerar as transações de negócios globais envolvendo os EUA.
Investimento externo
Embora o presidente Biden tenha ostensivamente estimulado o investimento estrangeiro dos EUA, deixou muito claro que pretende reduzir as proteções incluídas nos tratados bilaterais de investimento dos EUA (BITs, na sigla em inglês) com outros países. Mais especificamente, ele prometeu abster-se de incluir a cláusula de resolução de disputas presente na maioria dos BITs.
Um BIT é um acordo que estabelece os termos e condições para os investimentos privados de cidadãos e empresas entre dois países.
O mecanismo de resolução de disputas do BIT dá aos investidores as “condições da ação” (requisitos processuais) contra governos estrangeiros. Com isso em vigor, os investidores não precisam depender de seus próprios governos para entrar com ações contra o governo anfitrião. A capacidade de processar governos estrangeiros em arbitragem internacional impede que os países anfitriões interfiram nos projetos de FDI (Foreign Direct Investment) e proporciona segurança jurídica aos investidores norte-americanos.
Investimento estrangeiro
Em 2020, a China ultrapassou os Estados Unidos como o país mais desejável para o investimento estrangeiro direto. Certamente, isso resultou de uma confluência de fatores: a agenda isolacionista de Donald Trump e o coronavírus. Ainda não está claro até que ponto a agenda de investimento estrangeiro de Biden representará um afastamento da praticada pelo seu antecessor.
Na ausência de um roteiro claro, o tom de colaboração e compromisso de Biden com governos estrangeiros é mais convencional e, provavelmente, aumentará a confiança dos investidores nos EUA. O impacto tangível deve se manifestar mais cedo nos investimentos de portfólio, em oposição aos investimentos diretos. O investimento direto envolve a propriedade e o controle dos ativos, enquanto o investimento de carteira envolve a compra de títulos ou uma participação minoritária de ações.
Não suponha ao investir
É importante que os gestores de ativos, empresas multinacionais, consultores e gestores de fundos evitem pressupor que a estratégia de política externa de Biden irá garantir um aumento nos fluxos monetários.
Cabe aos investidores considerar o tipo de investimento, a dinâmica entre os EUA e os outros países relevantes e os objetivos de longo prazo. Dar um passo a passo ajudará os investidores a superar a retórica e o ambiente nebuloso.
*Por: Robert Ginsburg / FORBES