PERU - O presidente do Peru, Pedro Castillo, disse no sábado (6) que está “estendendo a mão” às forças políticas do Congresso "pela última vez", antes de se ver obrigado a fazer uma cruzada nacional para "defender a democracia" em seu país.
"Estou disposto a fazer um esforço. Estendo minha mão pela última vez para que todas essas forças políticas possam chegar a um consenso pela democracia", advertiu Castillo em um discurso na região de Junín.
“Daqui digo ao povo peruano que, se seguirem perdurando (questionamentos), depois de um ano, no âmbito do respeito à democracia, me sentirei obrigado a realizar uma cruzada nacional junto com o povo peruano para defender a democracia”, declarou Castelo.
O presidente descreveu os congressistas da oposição que buscam sua saída como "golpistas". "Continuamos lutando com essas forças políticas que se tornaram golpistas pela democracia do país. Essas forças golpistas que não têm o valor e a coragem de pedir a destituição em uma praça da cidade, só o fazem de seu assento”, acrescentou.
O Congresso, dominado pela direita, se recusou na quinta-feira a autorizar Castillo a deixar o país para participar da posse de Gustavo Petro como presidente da Colômbia em 7 de agosto.
É a primeira vez em três décadas que um chefe de Estado peruano tem sua expectativa de viajar em missão oficial frustrada. Os parlamentares argumentaram que o presidente enfrenta cinco investigações fiscais por suposta corrupção, situação inédita para um presidente em exercício.
Castillo comemorou um ano no poder em 28 de julho e, além do cerco judicial, enfrentou duas tentativas de impeachment do Congresso e tem uma reprovação de 74% na opinião pública, segundo pesquisas.