Projeto convida profissionais para responderem questionário eletrônico
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa desenvolvida no curso de graduação em Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pretende fazer um levantamento a respeito da assistência fisioterapêutica dentro das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) - específicas para pacientes adultos - do Brasil. A proposta é compreender como se dá a escolha dos diversos recursos e técnicas utilizados por fisioterapeutas que trabalham nesses ambientes, se essas escolhas são baseadas em evidências científicas e se há protocolos de assistência estabelecidos. O estudo é realizado por Ana Luiza Camargo, graduanda do último ano do curso de Fisioterapia, sob orientação de Adriana Sanches Garcia de Araújo, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar.
A pesquisadora explica que a ação do fisioterapeuta em uma UTI-Adulto é essencial e capaz de melhorar os resultados dos tratamentos, reduzir os riscos associados aos cuidados intensivos e minimizar os custos gerados por esse tipo de internação, desde que seja bem prescrita. "O fisioterapeuta que trabalha em uma UTI-Adulto atua na prevenção e diminuição da fraqueza muscular adquirida, minimizando efeitos que podem levar à queda da qualidade de vida e ao aumento da mortalidade. Além disso, é responsável por executar terapias diretamente relacionadas a disfunções respiratórias, tais como expansão pulmonar e de higiene brônquica, e auxílio na condução da ventilação mecânica", enumera Camargo.
No entanto, de acordo com ela, ainda há poucos estudos - e os que existem são antigos - que demonstrem as práticas dos fisioterapeutas nas UTIs do País. "Esse levantamento é necessário pois, com o avanço das pesquisas de qualidade e o surgimento de novas intervenções com evidências científicas, entende-se que há a necessidade de atualização profissional e de adoção de tais práticas nas unidades assistenciais. Sendo assim, elaborar um estudo que contemple o levantamento de dados atuais, que mostrem como são estabelecidas as práticas dos profissionais fisioterapeutas de UTIs brasileiras, é interessante para identificar os pontos fortes e fracos dessa atuação", destaca a graduanda. Além disso, Camargo alerta que a falta de embasamento científico leva à realização de condutas e terapias sem qualidade comprovada e, possivelmente, sem efeitos benéficos a curto, médio e longo prazos, podendo até causar malefícios aos pacientes.
De acordo com ela, as informações obtidas poderão, futuramente, contribuir no estabelecimento de rotinas e protocolos assistenciais, permitindo um processo de tomada de decisão assistencial de qualidade, além de fornecer subsídios para a oferta de capacitações aos profissionais atuantes em UTIs.
Para realizar a pesquisa, estão sendo convidados fisioterapeutas atuantes em UTIs-Adulto de qualquer região do Brasil (sistemas público ou privado de saúde). Os voluntários devem responder este questionário eletrônico (https://bit.ly/32kGwwG), com cerca de 15 minutos de duração, até o mês de setembro. Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.