SÃO CARLOS/SP - Uma parceria entre o Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), Editora da Universidade de São Paulo (EdUsp), Editora PeirópoliS, Estação Ciência , USP PRCEU, Sistema de Bibliotecas do Município de São Carlos (SIBI) e o Museu da Ciência de São Carlos Professor “Mário Tolentino”, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), promove no próximo sábado (04/03), às 16h, no auditório do CDCC, o lançamento do livro “Novo Guia Completo dos Dinossauros do Brasil” e a palestra Dinossauros do Brasil – 170 milhões de anos de evolução.
O livro mapeia os dinossauros que viveram no que é hoje o território brasileiro. A obra que é uma viagem no tempo para observar o início da vida e de sua diversidade.
O autor Luiz Eduardo Anelli, paleontólogo, professor do Instituto de Geociência da USP e ganhador do Prêmio Jabuti por outra obra sobre dinossauros, será o palestrante e estará disponível para autografar os livros que poderão ser adquiridos.
Segundo Anelli, os dinossauros não dominaram a fauna logo em seguida à sua origem, pois, na época, já havia grandes e impetuosos animais. “No início, miúdos e delicados, os dinossauros tiveram de aguardar trinta milhões de anos até que a fauna carnívora e herbívora concorrente de grandes arcossauros fosse dizimada por mudanças climáticas, pelo impacto de um asteroide e finalmente por um extenso vulcanismo. Não havia competições. O que estava em falta eram espaços desocupados”.
Durante o lançamento também estará disponível ao público diversos objetos relacionados aos dinossauros, que poderão ser manipulados e ajudarão a compreender esses gigantes.
A atividade é gratuita e livre para todas as idades.
LUIZ EDUARDO ANELLI – O paleontólogo e escritor brasileiro Luiz Eduardo Anelli é conhecido por seus livros de divulgação científica sobre dinossauros brasileiros. Anelli é biólogo graduado pela Universidade Estadual de Londrina em 1989, mestre e doutor em paleontologia pelo Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, onde ministra disciplinas de graduação e pós-graduação desde 1996. Coordena há 20 anos a Oficina de Réplicas do Instituto de Geociências e foi o idealizador e curador da exposição Dinos na Oca e Outros Animais Pré-Históricos, no Parque do Ibirapuera, em 2006, visitada por 550 mil pessoas.
Montou as primeiras réplicas de esqueletos de dinossauros na cidade de São Paulo, incluindo o Allosaurus fragilis (Instituto de Geociências). Em Santo André, montou o esqueleto do Tyrannosaurus rex, o único esqueleto completo do grande predador em exposição permanente na América do Sul. Em São José dos Campos foi responsável pela produção da réplica do nosso maior dinossauros predador, o Oxalaia quilombensis.
Anelli é um defensor do ensino de paleontologia nas escolas, onde o tema é pouco abordado até mesmo pelas disciplinas nas quais deveria ser assunto, como Biologia e Geografia. Divulgador científico nacional, reitera que a paleontologia foi toda construída sobre a ciência do hemisfério norte e que as escolas precisam conhecer e ensinar a pré-história do Brasil. Considera que a forma como os dinossauros são mostrados no cinema e em brinquedos contribui para a visão equivocada que se tem deles, de seres cruéis e violentos, e muitas vezes considerados um “brinquedo de menino”. Há uma preocupação em seus livros de não mostrar dinossauros de forma violenta e agressiva, mas sim como animais complexos e vibrantes. Anelli também defende que tanto quanto eram maravilhosos, os dinossauros podem nos levar para lugares incríveis do tempo da sua existência em terras brasileiras, e que conhecer a história profunda de um país é a forma mais eficiente de olhar para o futuro.