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Pesquisa da UFSCar discute estratégias no ensino bilíngue para surdos

Pesquisa da UFSCar discute estratégias no ensino bilíngue para surdos

Escrito por  Jul 22, 2025

Foco é o Português como segunda língua, além da Libras

 

SÃO CARLOS/SP - Uma publicação inédita da aluna surda Talita Nabas, no Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), propõe novas estratégias no ensino do Português como segunda língua (PL2). O artigo é fruto de sua pesquisa de mestrado, na qual ela analisou as práticas docentes com base em sua própria experiência em sala de aula.  
"Os surdos têm a Libras [Língua Brasileira de Sinais] como primeira língua, mas o uso do ensino bilíngue para surdos auxilia na compreensão e na aquisição de novos conhecimentos e conceitos em Português e outras áreas do conhecimento. O ensino bilíngue é importante pois garante um acesso igualitário e uma maior equidade na oferta de ensino para o público surdo, uma vez que o ensino de surdos é visto como uma diferença linguística e não como um viés clínico ou deficiente", ressalta a pesquisadora, que atualmente é professora substituta do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, no curso de bacharelado em Tradução e Interpretação em Libras (TILSP).
Nesse contexto, o artigo tem como objetivo principal discutir estratégias de ensino e a aplicabilidade dos Materiais Didáticos Bilíngues para Surdos(as) (MDBS) no ensino de PL2. "Os MDBS são slides bilíngues de ensino de gramática e gêneros textuais do Português ensinados em Libras. Podem ser materiais impressos, scrapbooks (livros de recortes) e outros recursos didáticos", explica Talita Nabas, que desenvolveu a terminologia de MDBS durante a sua pesquisa de mestrado no PPGL, entre 2021 a 2024.  
A pesquisa é de natureza ação-reflexiva, que integra a metodologia da pesquisa-ação, na qual o pesquisador também é ator ativo da pesquisa, refletindo sobre sua própria prática - no caso do professor, o ensino, explica a autora do estudo. "Na prática, a pesquisa aconteceu a partir da minha experiência e vivência na escola bilíngue de surdos em São Paulo, e surgiu da necessidade encontrada na ausência de materiais didáticos voltados para surdos, com metodologias e práticas bilíngues, ou seja, com o uso da Libras como língua de instrução". 

Contrastes entre teoria e prática
No estudo, a mestre em Linguística pela UFSCar - hoje doutoranda pelo mesmo Programa - propõe uma relação contrastiva entre as teorias do ensino de línguas e as práticas pedagógicas voltadas para surdos, contribuindo para um ensino de PL2 mais eficaz e visualmente acessível. 
Segundo ela, há um contraste significativo entre as teorias do ensino e as práticas pedagógicas voltadas para surdos. "Enquanto as teorias defendem a valorização da Libras como primeira língua e o ensino do Português como segunda língua (PL2), na prática ainda predominam metodologias oralistas e materiais pensados para ouvintes. Além disso, a formação de professores raramente contempla as especificidades do ensino bilíngue, o que compromete a mediação pedagógica eficaz", avalia. "As práticas muitas vezes desconsideram o uso de recursos visuais e acessíveis, fundamentais para a aprendizagem do aluno surdo. Também há um descompasso entre os currículos e a avaliação, que ainda seguem modelos padronizados. Isso revela a urgência de políticas que aproximem teoria e prática na educação bilíngue de surdos", completa.

Artigo
O artigo na íntegra, com acesso aberto, é voltado a professores e estudantes das licenciaturas e Linguística, aos alunos dos cursos da Saúde e Educação Especial, e a todos aqueles preocupados com a acessibilidade e a igualdade de oferta de uma educação mais justa e igualitária. 
A publicação "O ensino de Português como segunda língua (PL2) na educação bilíngue para surdos: estratégias e materiais didáticos bilíngues" faz parte da Revista Espaço, periódico do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), e pode ser acessado através do link https://bit.ly/3GDmWnd.
A segunda autora do artigo é Nanci Araujo Bento, professora do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Juntas, as autoras atuam no grupo de pesquisa Entre Vistas, investigando o ensino e aprendizagem de Português para surdos como segunda língua.

Pesquisa de mestrado
O conteúdo do artigo faz parte da pesquisa de mestrado de Talita Nabas, com orientação da professora Camila Höfling, do Departamento de Letras (DL) da UFSCar, que também orienta Nabas no doutorado do PPGL.
A dissertação de mestrado "O letramento visual em materiais didáticos bilíngues para surdos (Libras Língua Portuguesa): escolhas e práticas pedagógicas do professor surdo" está disponível na íntegra no Repositório Institucional da UFSCar (https://bit.ly/4kDXStZ). Mais informações podem ser consultadas com a professora Talita Nabas em seu perfil do Instagram (@talita.nabas) e pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Redação

 Jornalista/Radialista

Website.: https://www.radiosanca.com.br/equipe/ivan-lucas
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